Chicago, 14 de janeiro de 2013.

-Eu soube que você tá’ de rolo com a nerd cor de rosa. Nossa Sasuke como você está carente para descer tão baixo! – falou uma ruiva chamando a atenção de todos os alunos que estavam naquele corredor dos armários.

-Cala a boca Karin! – respondeu um moreno que batia a porta de seu armário com uma força exagerada.

-Calo nada! Como você chegou a esse nível saindo com uma fracassada como ela? Eu não estava dando conta do recado?

Virou sobre os calcanhares e olhou furioso para a ruiva que não parava de tagarelar. Não poderia ficar ali escutando asneiras de garota fútil como ela, não mesmo! Até porque sua princesa estava o esperando, e não poderia de jeito nenhum fazê-la esperar, de novo.

-Se bem que cinco dias antes do Natal você não me procurou mais. O que você estava aprontando? – cruzou os braços e começou a bater o pé no chão, indignada.

-Karin, se você não falar mais baixo os outros vão escutar.

-Dane-se se os outros vão escutar! Eu só quero saber quando começou a sair com a ner da Sakura? – a esse ponto a ruiva, que antes havia abordado o moreno para uma conversa civilizada, estava esperneando-se para obter algumas respostas.

-Isso não é da sua conta e nem de ninguém. Só diz a respeito a mim e a Sakura.

Começou a andar e propositalmente bateu seu ombro com a da ruiva e saiu dali pisando duro.

Cerrou os punhos que estavam escondidos no bolço de sua calça jeans, franziu as sobrancelhas pretas em irritação e bufou. Por culpa de Karin agora a escola inteira sabia que ele o grande Sasuke Uchiha está saindo com a nerd cor de rosa, Sakura Haruno. Mas pouco importa isso! Já que finalmente aprendeu a amar, e respeitar ume mulher, que nesse caso é menina-mulher. Um sorriso de canto apareceu em seus lábios, não via a hora de abraça aquele corpo delicado de sua princesa.

Bateu em sua cabeça quando se deu conta que estava mais que atrasado para almoçar com ela. Provavelmente ela estaria uma fera consigo, mas isso a deixava de certo modo com um charme a mais. E correu indo em direção a quadra de basquete, o esconderijo deles, nesse horário não tinha ninguém lá, tirando é claro sua princesa.

Olhou para os lados certificando-se de que ninguém estaria observando, mas isso pouco importava já que a escola inteira sabia do seu segredo. Empurrou a porta sem cerimonia e olhou em volta procurando o tão chamativo cabelo cor de rosa que tanto adorava passar os dedos entres fios e sentiu o cheiro deles.

-Está atrasado! – escutou ao longe a voz que acalmava seu coração. Estava de pé do outro lado da quadra com os braços cruzados sobre o busto e o pé batendo no chão freneticamente, impaciente, e para completar estava com as bochechas cheias de ar, claramente fazendo manha.

Com um sorriso correu em direção a sua princesa pegando a pela cintura e girando a no ar, com muita facilidade, devo acrescentar.

Quando a colocou no chão, abraçou a fortemente, fazendo com que o rosto dela se escondesse em seu peitoral – definido – e apoiou seu queixo no topo da cabeça dela.

Sentiu o cheiro delicioso dos cabelos da rosada e os braços finos e delicados o abraçando pela cintura, como sentira falta daquele abraço carinhoso que ela só ela sabia dar. Sorriu com o pensamento, pois vieram juntos para escola. (Lógico que ela desceu umas quadras antes da escola). Mas mesmo assim sentira muito falta!

Desceu sua cabeça para a orelha dela, encaixando seu rosto no vão entre o pescoço e o ombro da rosada.

-Desculpe. – sussurrou e logo em seguida beijou o pescoço fino e alvo dela.

-Sasuke... – foi mais um gemido do que um chamado. Outro beijo foi depositado só que esse foi molhado. –Sasuke... – protestou como mais outro gemido. –Eu não consigo... Respirar! – grunhiu com aquela anda de prazer que a invadiu.

Sentiu sendo levantada e sem pensar em mais nada encaixou seu rosto no vão entre o pescoço e o ombro do Uchiha, puxando fortemente o ar para os pulmões que estavam gritando por oxigênio. 

-Melhor assim né? – perguntou contra sua nuca.

Balançou a cabeça afirmativamente.

De repente um ronco esquisito ecoou por toda a quadra. A rosada constrangida afundou seu rosto no pescoço do moreno, arrancando gargalhadas do mesmo.

Vendo que a risada do moreno não cessava saiu de seu esconderijo e olhou seriamente para ele.

-Qual é a graça? – perguntou irritada. Percebendo o olhar dela sobre si, aos pouco foi se acalmando e depois de respirar fundo, falou;

-Suas bochechas vermelhas. – e beijou a bochecha esquerda e depois a direita.

A coloração vermelha ficou mais visível.

-Err... Vamos almoçar. – mudou de assunto para evitar algo mais constrangedor.

*§*§*§* 

‘’Fiquei sabendo que tá’ de rolo com a Sakura-chan... Isso é verdade? ‘’ 

Bufou irritado, sabia que não precisava abrir a mensagem de texto que acabara de ler, mas como sabia que era de Naruto Uzumaki, seu amigo loiro e olhos azuis, estudavam juntos desde o terceiro ano do ensino fundamental.

Olhou para o outro lado da sala, onde o Uzumaki estava e quando ele o olhou de volta mostrou o dedo do meio para ele, recebendo como resposta uma carranca.

Dando de ombros voltou a prestar atenção na aula de história, que era um tédio.

Dois minutos depois, seu bolso vibrou. Lá estava Naruto o enchendo a paciência, de novo. 

‘’Seu grosso! Só porque a escola inteira tá’ comentando isso e você fica frustrado, você vem e desconta em mim. Fala sério Sasuke-chan! ’’

Não aguentando mais aquela palhaçada.

‘’Vai cuida da sua vida! Ou melhor, da sua vida amorosa que nem existe! ‘’

Olhou para Naruto e viu que este o mandava ir para um lugar, que se for citar aqui a maioria iria parar de ler. Deu um sorriso vitorioso.

‘’Agora não enche o saco dobe! ‘’

-Então senhor Uchiha e senhor Uzumaki, têm algo para compartilhar com restante de nós? – ralhou o professor da frente da sala.

-Que isso professor, é conversa de homem! – respondeu Naruto.

Bateu em sua testa. Como ele pode ser tão burro? Loiros! Pensou.

*§*§*§*

O sinal tocou, avisando que as aulas do dia haviam acabado alguns alunos iam em direção do portão felizes por saírem daquele lugar, já outros iam para seus clubes, para suas aulas extracurriculares.

Mas um tumulto impediam os alunos irem fazer o que planejavam.

-Qual é Sasuke? Quer fazer o favor de admitir que está de rolo com a nerd rosada ou tá’ difícil?

-Não enche Karin!

-Vou ficar te enchendo até você admitir.

-Por que você não vai cuidar da sua vida? Ou invés de meter o nariz onde não é chamada? Isso é um estorvo!

Uma veia pulsou em sua testa, demonstrando claramente que estava irritado o suficiente para sair matando a primeira pessoa que aparecesse em sua frente.

Um grito histérico escalpou da garganta de Karin.

-Se você não falar por bem, irá falar por mau. – estalou os dedos e apareceram dois morenos do lodo da ruiva.

-Agora você pode parar de fingir Sasuke.

-É cara! Você já ganhou a aposta.

Neste exato momento a rosada tinha acabado de sair da sala e reparou no tumulto que estava o corredor. E como qualquer adolescente curiosa espremeu-se entre alunos, mas não precisou muito esforço, pois em meio aquela discussão que parecia ser entre Karin, a garota que acha que manda na escola só porque é líder de torcida, Kiba, o garoto mais insuportável da escola e Shino, o garoto que é obcecado por insetos, contra Sasuke, o garoto mais popular da escola, pois é o capitão do time de basquete e nada menos que seu namorado secreto, seu nome foi citado.

-Você ganhou! Conseguiu levar pra’ cama a idiota da nerd cor de rosada, Sakura Haruno. – ouviu Kiba falar, e seu coração falhou uma batida.

Então era isso! Tudo não passava de uma aposta. Deveria se esperar uma coisa dessas. Desde quando o garoto mais popular da escola poderia vir se interessar por uma nerd como ela? Só poderia ser alguma armação. Mesmo que ela o ama, ninguém tinha vergonha na cara o suficiente para saber que com os sentimentos verdadeiros não se brincam?

Um soluço escapou de seus lábios e chamou a atenção dos demais. Agora ela não estava mais espremida entre os alunos, eles estavam dando espaço para ver as lágrimas que ela derramava por um idiota.

-Pode chorar o quanto quiser rosada! Ele nunca iria ficar com você mesmo! – veneno saia das palavras que Karin proferia logo em seguida um sorriso maldoso emoldurou os lábios da mesma.

Não aguentando aqueles olhares sobre si, Sakura saiu correndo com ambas as mãos cobrindo o rosto para ninguém mais ver as lágrimas de desespero que está derramando.

-Sakura... – sussurrou. Seu corpo estava paralisado, mas sua mente dizia para correr atrás dela e explicar o mal entendido. Seus olhos perderam o foco e a única coisa que queria fazer neste momento era estrangular aquela ruiva desgraçada. Cerrou os punhos e sem mais uma palavra deu as costas indo para a quadra de basquete.

-Pegue o dinheiro comigo no baile de inverno. – escutou ao longe Shino dizer-lhe.

Correndo com todas as suas forças, queria desaparecer dali. Não queria nunca mais ver a cara de Sasuke, não queria nunca mais ser humilhada por Karin e também não queria nunca mais pisar nesta escola.

Sem que percebesse acabou se trancando no armário do zelador. Caiu sentada no chão, recolheu os joelhos e afundou seu roto entre eles. Chorando.

-Sasuke idiota! – protestou depois de um soluço. Os momentos junto dele passaram como um flash em sua cabeça. Deveria ter caído fora no memento em que ele a abordou na rua quando ela estava voltando para seu lar. Odiou-se por isso, e odiou-se mais ainda por ter caído na conversa fiada dele. Como pudera ser tão burra?

Mais lágrimas vieram em seus olhos. Logico que ficaria assim, sendo fraca daquele jeito que era. Não queria ir para o clube de cálculo, pois seus companheiros iriam rir dela. Ficaria ali, escondida, chorando horas a fio.

Coincidentemente Sasuke passava em frente da sala do zelador, pois a caminho para a quadra de basquete era por ali.

Escutou um soluço contido. E um murmúrio com seu nome. Seus olhos se arregalaram em surpresa, quando percebeu que se tratava de Sakura.

Com brusquidão abriu a porta do armário e se deparou com sua princesa toda encolhida no chão chorando feito um bebê.

-Vai embora! Eu não quero você aqui. – a ouviu falar em meios as lágrimas.

Andou em direção dela ignorando os protestos dela.

-Já disse para ir embora! Está escutando Sasuke? – falou um pouco mais alto, ergueu sua cabeça para ver onde ele estava e surpreendeu-se quando seus olhos se encontraram com os olhos dele. Ele estava agachado de frente para ela.

Sasuke ficou chocando por apenas ter visto o rosto angelical de sua princesa todo inchado e avermelhados em volta de seus olhos esmeraldas. Seu coração palpitou e sua consciência ficou muito, mas muito pesada. Então era isso que sentia quando fazia mal a pessoa mais importante para ele? Acabara de experimentar o sentimento de arrependimento e não queria experimentar de novo por um bom tempo.

-O que foi? – foi despertado pela voz chorosa de sua princesa. –Veio aqui rir da minha desgraçada? Ria a vontade eu não ligo! Vai em frente! Pode rir! – duas lágrimas atravessou seu rosto alvo.

-Pare de falar besteira Sakura. – a abraçou envolvendo o corpo frágil dela com todo o carinho.

Debateu-se, não queria mais sentir o toque, o cheiro dele. Nunca mais!

-Me solte seu idiota! Me solta... – colocou as mãos em seu peitoral a fim de empurra-lo para longe. Mas com sua força não se comparava a dele.

-Fique quieta Sakura. – esperava que aquele abraço ela entendesse que ele sentia muito, não deveria ter feito aquela aposta idiota, pois nunca pensara que aquela nerd estranha poderia ser uma garota tão encantadora.

-Eu não sou seu brinquedo! Não me toque. – desferiu um tapa furioso no rosto alvo do moreno, a região da bochecha ficara vermelha e com a marca da palma da mão certinho.

Surpreso pelo tapa recebido Sasuke continuava parado em frente dela, mas com os braços ao lado de seu corpo. Olhou para a rosada que também estava surpresa, seus olhos a denunciava, mas logo aquela surpresa foi substituída por irritação.

-Vai embora. O time de basquete o espera. – pediu como seu ultimo desejo e começou a chorar silenciosamente.

Sasuke percebendo que ela não o queria por perto saiu dali com o coração falhando na pulsação de sangue.

Depois de muitos anos, ele, que sempre fora frio estava com uma enorme vontade de chorar. Deveria ter aberto o jogo para ela quando percebeu que ela era especial, mas com medo de levar um fora, diga-se de passagem, não o fez. Agora estava sofrendo a consequência disso.

-Idiota! – autonomeou-se enquanto ia para o vestiário se trocar. Para falar a verdade não estava com a menor vontade treinar hoje, mas seu papel como capitão não o deixava faze-lo.

*§*§*§*

-Passe a bola teme! – ouviu Naruto pedindo do outro lado da quadra.

Ignorando o pedido arremessou a bola no arco, errando. Era a décima vez que acontecia isso.

-Tempo. – falou o treinador Kakashi. –Descanso de dez minutos.

O treinador fez um sinal para que Sasuke se aproximasse para uma conversa particular.

-O que está acontecendo contigo hoje Sasuke? Errando todos os cestos facilmente. Irritando-se fácil por qualquer erro que os outros cometem. E principalmente xingando Deus e mundo. – Kakashi analisou minuciosamente o Uchiha dos pés a cabeça e percebeu que estava com uma marca de mão na bochecha esquerda e com o cenho franzido. Deduziu na hora que os boatos que ele estava tendo um relacionamento com Sakura Haruno era verdadeiro.

-Estou bem. Não tem nada de errado. É apenas a pressão dos jogos regionais. – falou a primeira desculpa que veio em sua mente.

-Vou fingir que acredito. Só não mando você para o chuveiro, pois tenho esperança que o que está acontecendo contigo vai melhorar assim que conversar e esclarecer as coisas com a pessoa. Enquanto estiver na quadra é para pensar exclusivamente no time, na bola e no arco. Entendido?

-OK. – e correu para a quadra. –Vamos lá galera! Ainda temos as regionais para vencer!

Iria tentar se concentrar apenas no treino, mas iria ser um pouco duro já que os olhos chorosos de sua princesa pairavam em sua mente.

*§*§*§*§*

Mais um dia de aula começava. Alunos com cara de quem comeu e não gostou andavam pelos corredores da escola onde Sasuke e Sakura estudam, alunos estudando para uma prova ou copiando a tarefa de casa de outros, mas sempre conversando, e o assunto principal era o relacionamento secreto entre o capitão do time de basquete e a nerd estranha.

Estranhamente, nesta manhã a rosada chegara bem na hora que o sinal tocou, avisando que era para entrar na sala.

-Desculpe professor. Dormi muito tarde estudando para a prova de hoje. – deu um sorriso amarelo, não falaria para ele que passara a noite toda chorando por um garoto idiota.

Entrou na sala de cabeça baixa sentando-se em seu lugar que era na primeira carteira do meio da sala.

-Bom, vamos começar com a prova tão esperada, espero que tenham estudado.

*§*§*§*§*

-Como estou impressionado! Terminaram a prova antes do sinal.

-É você que precisa elaborar questões mais difíceis, professor. – respondeu Naruto.

-Eu aposto que você chutou todas, Uzumaki, já que a prova inteira era de marcar X.

Uma onda de risada passou pela sala.

-Como ainda tenho alguns minutos, - olhou para o seu relógio de pulso. -Vou lembra-los que o baile de inverno será neste sábado, espero que todos já tenham par para o baile e seus trajes de reis, rainhas, príncipes e princesas.

-A Sakura não tem par, professor. – Karin falou do funda da sala.

-É mesmo Senhorita Haruno?

-Sim, mas eu não irei. Estarei ocupada. Ficarei cuidando do meu irmão menor.

-Irmão menor Sakura? Ele já tem treze anos. – provocou Karin.

-Isso mesmo, Senhorita Haruno, seu irmão já é grande suficiente para se cuidar. Se não conseguir um par até a hora do almoço me avise. Até mais pessoal.

O sinal tocou bem na hora, avisando que o primeiro período havia acabado. A primeira troca de professores do dia iria começar.

Sem mais delongas, Karin levantou-se de seu lugar e foi em direção a Sakura, todos pararam para assistir o que iria acontecer.

-Desculpe por fazê-la passar por isso Sakura. Mas você sabe como é né? Amigas ajudam uma as outras. – deu um sorriso falso.

-Obrigada, mas sério, eu não vou precisar de um par para o baile. Vou trabalhar como babá este sábado, meu vizinho me pediu.

-Não seja chata Sakura. O Kiba adoraria levar você para o baile. Não é? – piscou para o moreno que estava sentando na fileira do lado esquerda da rosada três carteiras para trás.

-Vamos nos divertir rosada. – piscou para ela, fazendo a corar.

A professora de matemática entrou na sala e os alunos que estavam em pé foram rapidamente sentar-se em

-Olá sacos de hormônios ambulantes! Vamos começar a aula, então abram suas apostilas na página 59 e façam os exercícios desta página, este foi o conteúdo que expliquei na aula passada. Agora, FAÇAM ESSES EXERCÍCIOS DE MERDA!         

A sala ficou em completo silencio. A professora sentou-se em sua mesa e começou a escrever em seu diário escolar. De repente uma bolinha de papel cai exatamente na mesa da rosada. Ela a pega e olha para trás vendo que tacou nela e não no lixo. Deparou-se com Kiba sorrindo sapeca para ela, apontando para si, dizendo silenciosamente que era dele.

Suspirou e abriu a bolinha de papel.

‘’Te pego às 20h00min, gata! ‘’ – com uma letra escrita apressadamente.

Dando de ombros, virou-se para ele e fez um sinal positivo com a mão, recebendo como resposta um sorriso travesso.

Sabia que tudo isso era uma armação, então faria da seguinte forma, iria para o baile com Kiba, ficaria por quinze minutos no salão de festa e quando achar uma brecha iria ir embora. Sorriu com satisfação.

Trincou os dentes.

Sakura não sabia que desde que entrara na sala de aula um par de olhos ônix não desgrudava das costas dela. Observando cada movimento que ela fazia.

‘’Teme, acho bom parar de secar a Sakura-chan, ou se não a professora irá perceber. ‘’

Abriu a mensagem de texto que recebera a momentos atrás.

‘’Vai se danar Naruto! Não coloque o nariz onde não é chamado!’’

‘’Nossa que mal humor! Eu hein!’’

*§*§*§*§*

Andava pelo corredor vazio. Era hora do almoço e todos deviam estar no refeitório.

Ela era a única que não entrava lá, pois sabia que nunca se encaixaria naquele ambiente, mesmo sentando com o pessoal do clube de calculo.

Estava pensando seriamente se recusava o convite nada sutil de Kiba, e ficar em casa no sábado sem fazer absolutamente nada. Já que a história de ser babá era só mais uma desculpa para não ir àquele baile.

Sentiu sendo puxando com certa brusquidão por alguém e logo em seguida ser prensada pela parede e por um corpo, que ela sabia de quem se tratava, pois uma fragrância de menta invadiu seus sentidos.

-Você não vai com o Inuzuka para o baile. – foram as palavras que ele proferiu.

-Me solta Sasuke! Já falei para não me tocar, nunca mais! – contrapôs irritada.

-Você não vai com aquele traste! – falou mais uma vez, mas com a voz um pouco alterada.

-Me solta! Mas que caramba! – sacudiu seus pulsos para tentar se desprender do aperto do moreno.

-Não vai! – falou com uma voz fria.

-Me solta... Por favor. – as lágrimas começaram a se formar nos cantos dos olhos dela. –Por favor, me solta. – pediu com um fio de voz.

Surpreso por ela ter reagido daquela maneira, foi afrouxando o aperto que envolvia os pulsos de sua princesa e sem ele perceber ela já estava correndo dele, de novo.

*§*§*§*§*

E a semana prosseguiu, sem mais nenhuma coisa extraordinário para contar, tirando é claro o fato de Sasuke sempre tentar algum dialogo com a rosada e esta sempre fugir dele.

O sábado chegou. O baile de inverno também. Poderia dizer que a metade dos salões de beleza de Chicago estavam lotadas com as alunos da escola onde estudam Sasuke e Sakura.

Em uma casa singela, de dois andares da cor amarela, em um dos quarto, especificamente no banheiro deste quarto Sakura Haruno observava seu reflexo no espelho que estava fixado sobre a pia.

O que ela via era uma garota de dezesseis anos, cabelos estranhamente natural da coloração rosa, olhos verdes-esmeraldas que estavam sendo cobertos por um óculos de grau fundo de garrafa, um nariz levemente empinado, bochechas coradas por natureza e lábios avermelhados. Um corpo magro com curvas que ela insistia em escondê-las com roupa de numeração exagerada. Sim, ela é bonita!

Sorriu fracamente e despiu-se, em meia hora Kiba estaria batendo na porta.

A água morna relaxou seu corpo por inteiro. Terminou seu banho em dez minutos e enrolou-se numa tolha branca felpuda. Vestiu as peças íntimas e enrolou seu cabelo na toalha para tirar um pouco a umidade.

Suspirou longamente e olhou para o vestido lindo que sua mãe fizera questão de comprar para o baile. Vestiu-o e viu que ele ficou lindo em seu corpo.

Não sabia qual era o real motivo, mas queria sentir-se linda, maravilhosa, deslumbrante, então ao invés dos óculos, colocou lentes, passou uma maquiagem para noite, ressaltando seus olhos, o cabelo, depois de tirar a toalha, secou-o e fez cachos nas pontas destes e colocou uma tiara para dar um ar de princesa. Finalizando, calçou seu par de sandálias novas que sua mãe fizera questão de comprar também. Olhou-se no espelho e sorriu com satisfação, desde a morte de seu pai nunca se sentira tão linda.

A campainha tocou e ela soube na hora que era Kiba.

Desceu sem pressa alguma e foi em direção da porta, quando a abriu, viu que a boca de Kiba se abriu em um O e ficou encarando-a feito bobo.

-Você é Sakura? – perguntou bobamente.

-É o que diz a minha certidão de nascimento. – fez uma piada, arrancando uma risada do moreno.

-Eu comprei isso para você. – colocou uma pulseira de arranjo floral. –Vamos? – estendeu o braço.

-Sim. – passando o seu braço pelo dele, foram andando até o conversível que estava estacionado rente ao meio fio.

*§*§*§*§*

Dentro do carro, o silencio era enlouquecedor.

-Você está linda. – elogiou Kiba, ainda encantado pela beleza que Sakura escondia.

-Obrigada. Posso dizer o mesmo para você. – sorriu timidamente.

Depois disso o percurso foi em total silencio.

*§*§*§*§*

No exato momento em que Kiba e Sakura chegaram, uma BMW estacionava e dentro deste sai Karin acompanhada de Sasuke.

A Haruno vendo aquilo, seu coração se partiu em pequenos pedaços.

-Vamos Sakura. Uma festa espera por nós! – tentou anima-la.

Sem alternativa, ela respirou fundo e saiu do veículo.

Quando chegou ao salão de festa, a maioria dos alunos paravam o que estavam fazendo e olhavam para acompanhante de KIba Inuzuka. E não acreditavam que era a nerd cor de rosa.

-Todos estão olhando para você. Então que tal mostrar um sorriso? – escutou Kiba sussurrar em seu ouvido.

Parou e olhou seu acompanhante, Kiba estava usando um traje muito elegante de príncipe.

*§*§*§*§*

-Galera, chegou a hora da musica lenta. Meninos escolham uma menina, que não seja sua parceira e vão ao centro do salão. – informou a DJ do baile.

Vendo que Kiba convidou uma menina que não lembrava o nome, esta era sua deixa, depois mandaria um torpedo pedindo desculpe por ter largado o no baile.

Estava conseguindo, faltavam alguns passos para sair daquele salão quando uma mão grande é colocada em seu ombro e um cheiro familiar invadir seus sentidos. O cheiro de menta de Sasuke.

-Venha princesa. Dance comigo apenas uma musica. – o pedido saiu da boca dele sofrido.

O momento em que Karin saiu do carro dele ainda estava em sua mente. O motivo de ele ter entrando em sua vida apareceu em sua mente, ela era apenas um motivo de aposta. De uma aposta!

Balançou a cabeça negativamente e saiu dali segurando o choro. Neste trajeto o salto de sua sandália ficou preso em uma rachadura e como o moreno estava vindo atrás dela, com muito pena, ela desfez a fivela da sandália e saiu correndo com um pé descalço.

O moreno corria atrás dela. Poderia ter feito isso dias atrás, mas seu corpo não respondia, porque estava processando um sentimento. Ele a ama, e muito! É a pessoa mais importante para ele, uma peça rara, que ninguém possa ter, apenas ele.

Tinha a sensação de que já havia descoberto que a amava mês passado, mas só esta semana que sua mente e seu corpo processaram isso. Logico que sua mente fora mais rápida do que seu corpo, mas e daí?

Em meio àquela corrida, uma coisa prateada chamou sua atenção. Chegando mais perto, ele viu que era uma sandália, e já sabia quem ela pertencia.

É típico de uma princesa como você deixar o sapato de cristal. – pensou ele sorrindo.

Com o coração aos pulos ele correu em direção do único lugar onde ela estaria neste momento. A quadra de basquete. E viu que já estava próxima dela, pois a sandália estava bem na frente da porta do armário do zelador, onde ele recebera um tapa daqueles.

-SAKURA! – gritou o nome dela quando abriu a porta da quadra e lá estava ela, encolhida, aos prantos, na arquibancada mais alta da quadra.

Respirava com dificuldade pela corrida que tivera há pouco. Mas subiu a arquibancada rapidamente.

-Vai embora! – murmurou chorosa.

-Não vou embora. – declarou.

-Não está vendo que hoje não estou com vontade de brincar de contos de fadas? Sabe por quê? – ela levantou o olhar e fixou-se nos olhos dele. –Porque eu não sou um brinquedo que se usa uma ou duas vezes, para depois o príncipe jogar fora!

-E quem disse que ele vai jogar você fora?

-Ninguém, mas dá pra’ perceber que irá acontecer exatamente isto, pois EU fui motivo de uma aposta. Mas saiba que você perdeu Sasuke, já que você não transou comigo. Quer dizer, não teve coragem, porque eu sou a nerd estranha e você o popular capitão do time de basquete. – lágrimas escorriam dos olhos dela enquanto colocava tudo para fora. –Posso ser ingênua, mas não sou idiota. Por que você não vai procurar outra otária para brincar com os sentimentos delas? Porque o garoto que eu amo brincar com os meus sentimentos é pior do que levar uma facada na barriga.

Os olhos negros se arregalaram.

-Por que vocês princesas são tão difíceis de entender? – colocou a mão no rosto dela para que ela não abaixasse o olhar. –No começo era apenas uma aposta que fiz com uns idiotas, mas quando eu te conheci e percebi que você é uma mulher surpreendente, eu me apaixonei por você. Sakura, você não é um brinquedo, muito menos uma idiota. Você é linda. Por fora e por dentro. Eu nunca brinquei com os seus sentimentos, porque eu sabia que eles eram verdadeiros e puros. Perdoa-me por tudo pequena. – duas lágrimas escorreram pelos olhos do moreno.

Sakura chorava, não por estar magoada, mas sim por estar sentindo-se amada do mesmo modo que ela ama.

-Sasuke...

-Shh... Não diga mais nada. Está tudo bem. Tudo bem. – acariciou a bochecha, que estava carmim.

E depois de quase uma semana sem provar o sabor adocicado dos lábios de sua princesa, ele cobri com os seus os delas em um beijo calmo, sem demora, aproveitando ao máximo aquela textura macia, mas ao mesmo tempo delicado que eram os lábios dela. Iria redescobrir como era cada canto da boca dela. 

The End*