Card Master Sakura escrita por ghost of Sparta


Capítulo 14
Capítulo 11 - Sakura vs Kazuko (PT1)


Notas iniciais do capítulo

Batalha pelo coração de Shaoran Li!



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[Imagem Ilustrativa do Capitulo]

A estação de trem da cidade de Tomoeda não estava muito cheia naquele final de tarde de domingo. Havia uma garota de longos cabelos loiros chamada Sayaka sentada num banco. Olhava inquieta para o relógio. Seu namorado havia ficado um mês fora, estudando num curso para dubladores, e agora estaria de volta por ela. Cada segundo de espera fazia seu coração bater ainda mais acelerado de ansiedade.

No banco imediatamente à frente, estava sentada uma menina de cabelos curtos e castanhos e belos olhos verde-esmeralda. Sakura Kinomoto também estava naquela estação à espera de alguém. Entretanto, seus pensamentos estavam em outro lugar. Ela olhava fixamente para um pequeno canteiro de flores próximo de onde ela estava. O canteiro parecia ainda estar inacabado e apenas uma flor havia florescido ali, uma margarida amarela. Sakura olhava para a flor, mas não estava realmente prestando atenção nela.

Sakura (murmurando): Aqueles sonhos estão ficando cada vez mais frequentes...

FLASHBACK DO SONHO

Quando Sakura abre seus olhos, ela já tem certeza do que vai ver. Todos os lugares que ela conhecia estavam em ruínas. O templo Tsukimine fora engolido por uma cratera. O parque do Rei Pinguim estava coberto de gelo e neve e seus brinquedos totalmente arruinados. A escola elementar de Tomoeda fora quase completamente destruída, o mesmo se aplicando ao colégio Seijou. O aquário de Tomoeda estava completamente imerso em água. A reserva Saijou estava sendo consumida por chamas sem fim. Uma escuridão amedrontadora se espalhava pela cidade e arredores.

Sakura voava de lugar em lugar, horrorizada com tamanha destruição. Mas o que mais incomodava a menina era que ela não podia encontrar ninguém. Não haviam pessoas na rua, nas casas, ou se escondendo. Simplesmente não havia ninguém. Onde todos poderiam estar?

Sakura: Sinto que algo ruim aconteceu... mas o que pode ter sido...?

Sakura segue voando e nota que havia mais uma vez se aproximado da torre de Tóquio. Ela podia ver Zhen sentado no terraço de um prédio em frente a torre. Ele estava gargalhando freneticamente e segurava algo com orgulho em suas mãos. Era algum tipo de troféu, um símbolo de uma vitória. Sakura não conseguia ver o que Zhen segurava nas mãos, mas sentiu um forte ódio percorrer todo seu corpo. Ela ergue seu báculo e saca uma carta mágica.

Sakura: FOGO!

Zhen é envolto num turbilhão de chamas e desaparece. Sakura ainda podia sentir a aura mágica do filho de Clow, o que significava que ele ainda estava por perto.

Sakura (olhando para os lados): Para onde ele foi?
Mestre: Zhen já cumpriu seu papel...

Sakura olha para a torre de Tóquio. Havia alguém sentado no topo. Era uma figura misteriosa que emanava uma aura negativa assustadora. Sakura podia reconhecer aquele tipo de aura em qualquer lugar. Era magia do caos.

Sakura: Quem é você?
Mestre: Nós ainda teremos o prazer de nos encontrarmos pessoalmente. Por hora, eu ainda preciso que você faça algo por mim...

O Mestre faz um gesto e as asas mágicas de Sakura se desfazem, virando pó. A herdeira de Clow se vê em queda livre. Ela tenta usar suas cartas Sakura, mas cada uma delas que é sacada se torna cinzas.

Mestre: Para que meus planos dêem certo, você não pode saber o que está por vir, jovem Sakura. Sempre que você tiver um sonho premonitório, eu estarei aqui para intervir.
Sakura: Mas por que...? Por que quer destruir tudo?

O Mestre dá uma gargalhada. Sakura tentava reconhecê-lo de algum jeito, mas não conseguia. Mesmo de perto, tudo que ela conseguia ver era uma sombra.

Mestre: Eu não me importo com o que acontece a esse mundo patético... eu tenho uma promessa a cumprir...

Sakura consegue fazer uma de suas cartas mágicas funcionarem.

Sakura: GELO!

Sakura cria um tobogã de gelo, pelo qual ela escorrega em segurança até o terraço do prédio onde Zhen estivera.

Sakura (se levantando e erguendo seu báculo): Eu não posso deixar você fazer isso! Você vai destruir tudo que eu am...

Sakura nota que o Mestre já havia desaparecido. Não havia mais auras mágicas por perto. Sakura, então, nota que havia outra pessoa no terraço do prédio. Era uma bela mulher usando um vestido azul com detalhes em branco, além de um laço azul-escuro sobre os cabelos.

Sakura: Você!

Sakura já havia encontrado essa mulher em seus sonhos antes. Por algum motivo ela estava sempre triste e chorando. Sakura tinha a forte impressão de conhecê-la de algum lugar.

Sakura: Eu... conheço você...?

A mulher fala, mas Sakura não consegue ouvir nenhum som. Assim como acontecia em relação ao Mestre, Sakura não conseguia ver as feições da mulher.

Sakura: Eu não consigo ouví-la... por que está chorando?

A mulher olha para a torre de Tóquio e suspira.

Sakura (a voz um pouco mais agitada): Você sabe o que aconteceu? Você pode me contar?

A mulher tira algo do bolso de seu vestido e se ajoelha diante de Sakura. As lágrimas em seu rosto aumentam exponencialmente. Sakura podia sentir toda aquela tristeza a afetando também. A mulher mostra um cordão em suas mãos.

Sakura: O que é isso...?

O pingente do cordão era peculiar. Era uma esfera de vidro rodeada por dois pequeninos dragões dourados. Dentro da esfera parecia haver chamas crepitando, se movendo de maneira selvagem. A mulher olhava para o cordão como se ele fosse muito importante para ela.

Sakura: De quem é esse cordão?

FIM DO FLASHBACK

Sakura (murmurando): Quem é aquela mulher? Eu queria tanto conseguir ver o rosto dela ou ouvir sua voz... E o Mestre? Se ao menos eu pudesse descobrir quem ele está usando de hospedeiro... e agora ainda apareceu um cordão misterioso...
Shaoran: Sakura?

Sakura desperta de seu devaneio e percebe que seu namorado havia se sentado ao seu lado.

Sakura: Shao-kun!

Sakura abraça forte o garoto chinês, deixando-o levemente corado.

Shaoran: Desculpe a demora.
Sakura (balançando a cabeça): Não tem problema. A Tomoyo ainda não chegou.

Sakura e Shaoran ficam sentados no banco lado a lado, mas nada falam. Um silêncio incômodo havia se formado.

Shaoran: O que está te preocupando, Sakura?
Sakura: Me preocupando? Por que você acha que estou preocupada?
Shaoran: Você está com um olhar perdido...

“Eu não quero perturbar o Shaoran. Ele já se preocupa demais comigo. Vou dar um jeito de desvendar esses sonhos e salvar o hospedeiro sem causar mais problemas a ninguém.”

Sakura (gesticulando com as mãos): Isso é... é impressão sua. Eu só estava... só estava...

Sakura olha para o canteiro de flores inacabado.

Sakura: Estava apenas observando aquela margarida... ela parece tão sozinha, não é?
Shaoran (suspirando): Hmmm.

O garoto chinês sabia que era mentira, devido a ligação mágica entre eles. Mas se Sakura não queria confiar nele, o que mais poderia ser feito? Shaoran retira a margarida do canteiro e a coloca gentilmente no cabelo de Sakura.

Shaoran: Ela não está mais sozinha. Agora está na companhia de outra bela flor.
Sakura (sorrindo): Obrigada.
Tomoyo: Que momento romântico!

Sakura e Shaoran se levantam e se afastam do banco num pulo. Eles notam que havia uma garota de longos cabelos negros apontando uma câmera para eles enquanto se escondia atrás de uma lata de lixo.

Shaoran: Tomoyo!
Sakura: Há quanto tempo você está ai?
Tomoyo: O bastante para registrar esse gesto fofo do meu melhor amigo.

Shaoran fica corado de vergonha.

Tomoyo: É tão bonito quando o Shaoran mostra o lado romântico dele, não é?
Sakura: É uma das coisas que eu mais amo nele.
Tomoyo (apontando a câmera para Sakura): Ah é?

Sakura também cora de vergonha. Tomoyo dá uma risada abafada.

Tomoyo (os olhos brilhando): Você são tão fofos juntos...

Shaoran pigarreia.

Shaoran (tentando mudar de assunto): Que horas a sua irmã chega mesmo?
Tomoyo: Ela deve chegar num dos próximos trens.
Sakura: Você está animada, Tomoyo?
Tomoyo: Muito. Vai ser a primeira semana que vou passar sozinha com minha meia-irmã. Espero que possamos nos dar bem.
Sakura: Vai dar tudo certo. Estamos aqui para te apoiar.

Nesse momento um trem estaciona na estação e abre suas portas. Tomoyo observa, esperançosa, mas sua meia-irmã não sai de nenhum dos vagões. O trem fecha suas portas e segue seu caminho. Sayaka se levanta de seu banco e recebe com um caloroso abraço um rapaz de cabelos castanhos e grossas sobrancelhas.

Sayaka: Hikigaya! Meu amor!
Hikigaya (sorrindo): Wow. Pega leve, Sayaka. Abraçando com tanta força você vai quebrar meus ossos.
Sayaka: Eu não consigo me segurar. Estava morrendo de saudades de você!

Sayaka dá um demorado beijo na boca do namorado. Shaoran observa a cena e, instintivamente, acaba olhando para a boca de Sakura. A menina de olhos verdes acaba percebendo o olhar de seu namorado.

Sakura: Que foi?
Shaoran (ficando mais vermelho que tomate): N-nada. N-não f-foi nada.

Tomoyo olha do casal se beijando para Shaoran e dá uma risadinha.

Tomoyo (piscando para Shaoran): Eu acho que o Shaoran estava com vontade de fazer algo, não é?
Sakura: Hoe? Fazer o que?
Shaoran (tremendo e sem saber para onde olhar): E-eu n-não sei d-do que e-ela está falando.

Shaoran pigarreia forte.

Shaoran: E-eu vou comprar refrigerante para a gente.

Shaoran coloca as mãos no bolso de sua calça e sai andando a passos largos rumo a uma máquina de vendas. Sakura fica olhando para ele, confusa.

Sakura: O que deu nele?
Tomoyo: Você é uma menina maravilhosamente linda, Sakura, mas ainda tem que aprender a prestar as coisas que acontecem a sua volta. Você às vezes perde muitos detalhes.

Sakura olha a sua volta, mas tudo que vê é um casal se beijando. Nada que lhe chamasse atenção.

Sakura: Por que todo mundo diz isso para mim?

A conversa é interrompida quando um novo trem estaciona na estação. As portas dos vagões se abrem e algumas poucas pessoas saem deles. Uma dessas pessoas era uma menina de cerca de 9 anos, com bochechas rosadas e cabelos ruivos cobertos por uma boina roxa. Usava um vestido rosa com bordados brancos e um cordão com uma pedra âmbar no pescoço e arrastava uma mala com rodinhas, além de carregar no ombro uma bolsa jeans. Ela olha para todos os lados, observando as pessoas que estavam na estação.

Tomoyo: Ela chegou!

Tomoyo e Sakura começam a caminhar em direção a menina, que parecia não ter as visto ainda. Entretanto, elas se surpreendem com a ação seguinte dela. A menina larga sua mala, corre até a máquina de refrigerantes e se joga sobre Shaoran Li, derrubando-o. Aflitas, Sakura e Tomoyo correm até eles.

Sakura: Shaoran! Você está bem?
Shaoran: Acho que sim...

Shaoran tenta se desvencilhar da garota, mas ela o abraça com ainda mais força. A menina esfregava seu rosto no peito do garoto chinês e sorria. Seus olhos brilhavam de alegria como se ela tivesse encontrado a coisa mais maravilhosa do mundo.

Shaoran: Será que dá para alguém me dar uma força aqui? Tomoyo? Sakura?

A menina se levanta abruptamente ao notar que Tomoyo estava ali e abraça a meia-irmã carinhosamente.

Menina: Nee-chan! Eu encontrei um príncipe encantado! Ele é tão lindo, e forte, e cheiroso, e tem uma voz séria...
Sakura (olhando confusa da menina para Tomoyo): Hoe?

Shaoran se levanta e limpa sua roupa. Ele recolhe as latas de refrigerante que havia comprado.

Shaoran (com um ar um pouco irritado): Se jogar em cima dos outros não é muito educado, sabia? Afinal... quem é você?

A menina faz uma reverência em sinal de pedido de desculpas.

Menina: Perdão. Não consegui me segurar de tanta emoção. Deixe eu me apresentar formalmente...

A menina puxa a borda de seu vestido e dobra levemente os joelhos.

Menina: Muito prazer. Meu nome é Amane Okiura.



Sakura: Então você é a irmã da Tomoyo?
Amane (recolhendo sua mala): Sim.
Tomoyo (apontando para Shaoran): Deixa eu apresentá-los... esse é meu amigo Shaoran Li.
Amane (os olhos brilhando): Ele é tão lindo... acho que é o menino mais lindo que eu vi na vida...
Shaoran (recuando alguns passos, receoso): Por que você está me olhando desse jeito?
Tomoyo (apontando para Sakura): E esse é minha amiga, Sakura Kinomoto.
Amane (andando ao redor de Sakura e a admirando): Ela é bonita...
Tomoyo: A Sakura é namorada do Shaoran.
Amane (dando as costas a Sakura abruptamente): ... mas nem tanto.

Amane corre até Shaoran e segura sua mãos.

Amane: Você acredita em amor à primeira vista?
Shaoran: Como é?
Amane: O destino uniu nossos caminhos... duas almas gêmeas separadas por anos finalmente podem se tornar uma só...
Shaoran (soltando suas mãos e olhando incrédulo para Amane): Do que você está falando?
Amane (tentando abraçar Shaoran): Não precisa disfarçar o amor que existe entre nós. Deixe ele fluir...
Shaoran (se esquivando): Não têm nada para fluir.

Sakura e Tomoyo ficam apenas observando tudo.

Sakura: Hoeee! Por que sua irmãzinha está tentando agarrar o Shaoran?
Tomoyo: Ela se apaixona muito fácil. Não pode ver um menino bonito que logo acha que ele é seu principe encantado.
Sakura (coçando a cabeça): Ela não é meio nova para pensar em namorados?
Tomoyo: Parece que ela sempre assistiu muitos desenhos e filmes de romance. Isso deve te influenciado ela. Mas não se preocupe. A Amane é apenas uma criança e não vai roubar o Shaoran de você.
Sakura: Eu não me preocupo com isso. Confio no Shaoran e nos nossos sentimentos.
Tomoyo (ligando sua câmera): Que bom. Acho que vai ser divertido ver o Shaoran tentando lidar com ela...

Amane ajeita sua boina.

Amane: Você está com vergonha de admitir seus sentimentos, não é? Mas não se preocupe. Eu esperarei até que você esteja pronto para mim. Ficaremos essa semana toda bem juntinhos...
Shaoran (cruzando os braços, com um pouco de raiva): Você veio aqui para passar o tempo com sua irmã, não para pegar no meu pé.
Amane (o olhar sonhador): Nós podemos ir no aquário juntos, brincar no parque, talvez um cinema... já posso até imaginar os momentos felizes que teremos juntos...
Shaoran (agitando os braços no ar): Ei! Você está me ouvindo?
Tomoyo (rindo da situação): Não se preocupe, Shaoran. A Amane é inofensiva. O Hideki me alertou sobre a mania de se apaixonar dela.
Amane (fazendo cara feia): Papai.
Tomoyo: Como é?
Amane: Por que você fica chamando ele de Hideki, nee-chan? Chame ele de papai!
Tomoyo (um pouco sem graça): É um pouco complicado, Amane...

Um silêncio incômodo se forma. A conversa havia chegado a um tema delicado. Sakura resolve pegar a mala de Amane. Ela olha para as duas irmãs e sorri.

Sakura: Que caras são essas? Hoje está um dia lindo. Que tal um milk-shake?
Amane (dando um pulo de alegria): Eu topo!
Sakura: Tem uma lanchonete muito boa aqui perto. Vamos dar uma paradinha lá antes de ir para casa. Os lanches de lá são deliciosos!
Amane: Legal!

Amane agarra o braço de Tomoyo.

Amane (tirando uma câmera da bolsa): Não se esqueça de me mostrar os lugares bonitos dessa cidade. Eu trouxe minha câmera para registrar tudo.
Tomoyo (sorrindo gentilmente): Eu prometo ser a melhor guia turistica possivel.

As duas irmãs seguem andando na frente. Elas passam por um casal que conversava animadamente. A pedra no cordão de Amane emite uma fraca luz por um momento. Shaoran pega a mala das mãos de Sakura.

Shaoran: Pode deixar que eu levo.
Sakura (sorrindo): Obrigada, Shao-kun. Você é sempre muito gentil comigo.
Shaoran (um pouco sem graça): N-não é nada demais.

A atenção de Sakura e Shaoran logo muda de foco. Ambos notam que o casal Sayaka e Hikigaya havia começado a brigar repentinamente. Estavam se agredindo verbalmente e fisicamente.

Sayaka: Você algum momento pensou em mim? Simplesmente resolveu correr atrás do seu sonho e me largou para trás! Nós mal nos falavámos durante esse tempo!
Hikigaya: Não seja egoísta! Eu simples fiz tudo por você e na única vez que precisei de seu apoio, você age assim? Se eu soubesse que seria asim, teria ficado com aquelas garotas bonitas que ficavam me rodeando todos os dias no curso...
Sayaka: Então porque não volta e fica com elas?

Sayaka dá um tapa no rosto do namorado e sai da estação a passos largos.

Sakura: Que estranho. Eles estavam tão bem agora há pouco...
Shaoran (coçando a cabeça): Dizem que brigas são normais entre casais.
Sakura: Tomara que não. Eu não quero brigar nunca com você, Shao-kun.
Shaoran: Nem eu, Sakura.
Amane: Ei! Vocês dois!

Tomoyo e Amane acenam de longe.

Tomoyo: Vamos. Não fiquem para trás. Se fizerem isso não vou poder filmar os momentos românticos do casal mais fofo de Tomoeda...
Sakura (sorrindo sem graça): Tomoyo...
Amane (olhando de sua câmera para Shaoran): É verdade. Eu posso usar minha câmera para filmar os momentos junto com o Shaoran.
Shaoran: Que ótimo... como se já não bastasse a Tomoyo nos filmando...

Amane liga sua câmera e a aponta para Shaoran.

Amane: Mostre um sorriso lindo para a câmera, meu querido Shao-Shao.
Shaoran (gota caindo): Shao-Shao?

Sakura começa a rir. Ela pega a mão do namorado.

Sakura: Vamos lá, "Shao-Shao"?
Shaoran: Não tem graça, Sakura.

Os quatro jovens saem da estação e caminham pelas ruas até chegar ao centro comercial da cidade. Quando eles passam em frente a confeitaria Tirol, acabam se deparando com Kazuko Nishimura. A menina estava carregando uma caixa com doces numa mão e guiando sua cachorrinha de estimação com a outra.

Sakura (e Tomoyo): Olá, Kazuko.
Kazuko: Olá, meninas. O-olá, Li.
Shaoran: Olá, Nishimura.
Sakura (se ajoelhando): Olá, Ametista. Há quanto tempo.

Ametista dá um latido feliz, se solta de sua coleira e se joga sobre Sakura, derrubando-a. A cachorrinha fica lambendo o rosto da garota de olhos verdes até que sua dona consegue prendê-la de novo na coleira.

Tomoyo: Parece que a Ametista gosta muito de você, Sakura.
Kazuko: Desculpa, Sakura. Eu não sei por que, mas ela sempre fica muito agitada quando te vê.
Sakura (acariciando a cabeça de Ametista): Não têm problema. Eu gosto muito de bichinhos e gosto muito da Ametista também.
Shaoran: Você devia providenciar uma coleira mais forte para segurá-la.
Kazuko (baixando a cabeça para não ter que encarar os olhos de Shaoran): E-eu vou c-comprar uma nova em breve...

Amane puxa a mão de Tomoyo.

Amane: Quem é essa, nee-chan?
Tomoyo: Ah. Desculpa. Vou apresentá-las. Essa é outra amiga minha. O nome dela é Kazuko Nishimura.
Kazuko (fazendo uma educada reverência): Muito prazer.
Tomoyo: Kazuko, essa é minha irmã. O nome dela é Amane Okiura.
Amane: Hmmm.

Amane começa a andar ao redor de Kazuko, como se estivesse a analisando.

Amane: Ela é bonitinha, mas esse cabelo é muito estranho...
Kazuko (alisando os cabelos, decepcionada): O que tem de errado com meu cabelo?
Amane: Ele tem duas cores. Isso é muito estranho.
Sakura (puxando Amane para longe de Kazuko): Amane! Não seja mal-educada. Isso não é jeito de falar com as pessoas.
Tomoyo (lançando um olhar de repreensão para a irmã): Peça desculpas, Amane.
Amane (não muito satisfeita): Desculpa...
Kazuko: Está tudo bem.
Tomoyo: Estava fazendo compras, Kazuko?
Kazuko: Eu vim comprar uns doces e alguns ingredientes para o jantar. Estou sozinha em casa então tenho que me virar...
Sakura: Deve ser muito ruim ficar sem ninguém para conversar em casa, não é? Já sei. O que acha de tomar um milk-shake com a gente?

Kazuko fica surpresa com o convite. Ela acaba olhando de relance para Shaoran e sente suas pernas tremerem.

Kazuko (levemente corada): E-eu acho melhor n-não. Eu ainda tenho muitas tarefas para fazer em casa, sem contar os trabalhos da escola.
Tomoyo: Que pena. Fica para a próxima então.
Sakura: A gente se vê na escola amanhã, então.

Kazuko se despede dos amigos com um aceno e começa a se afastar. O grupo de Sakura começa a andar rumo a lanchonete.

Shaoran: Ei, Nishimura!

Kazuko nota que Shaoran havia ficado para trás para conversar com ela.

Kazuko: S-sim?
Shaoran: Leve suas anotações para a escola amanhã. Temos que agilizar nosso trabalho em dupla antes que nosso prazo se esgote.
Kazuko: Eu consegui bastante coisa na biblioteca. Vou te mostrar amanhã.
Shaoran: Nos reuniremos na hora do intervalo, fechado?
Kazuko: C-certo. Até amanhã então.

Após se despedir, Shaoran dá uma corrida e alcança Sakura, Tomoyo e Amane. Eles escolhem uma mesa na calçada em frente a lanchonete Piffle para poder aproveitar o clima agradável. Shaoran se senta ao lado de sua namorada, as mãos unidas sobre a mesa. Sakura começa a folhear um cardápio deixado sobre a mesa junto com Shaoran.

Amane: Eu quero um milk-shake de morango e batatas-fritas!

Por um momento, Tomoyo pensa ver a pedra âmbar no cordão de Amane brilhar, mas acaba se decidindo que aquilo devia ser só impressão sua.

Sakura: Acho que vou querer um milk-shake de abacaxi...

Shaoran tenta ver o cardápio e acaba aproximando muito seu rosto ao de Sakura. Repentinamente o garoto chinês é puxado para fora de sua cadeira, fazendo as meninas se levantarem de seus lugares. Sakura percebe que seu namorado estava sendo seguro pela gola de sua camisa por um dos garçons da lanchonete. Ela fica surpresa ao perceber que conhece o garçom.

Sakura: Onii-chan?
Tomoyo: Touya?

Shaoran acerta um chute no pulso de Touya Kinomoto e consegue se soltar. Touya sente a força do golpe e mostra dificuldades em mexer a mão. Irritado, ele ameaça revidar o ataque, mas Sakura se coloca entre ele e o namorado.

Sakura: Parem!

Shaoran e Touya obedecem ao apelo de Sakura, mas não páram de trocar olhares de hostilidade.

Sakura: O que vocês estão fazendo? Por que brigar desse jeito?
Shaoran: Eu estava quieto no meu canto e fui agredido. Não esperava que eu simplesmente abaixasse a cabeça e aceitasse numa boa, não é?
Touya (a voz alterada): Por que esse moleque está tão perto de você? Eu já tenho que tolerar que você ande com ele, mas isso já é demais!
Shaoran (também mostrando irritação): Isso não é da sua conta!
Touya: É claro que é da minha conta! Eu não quero que um moleque como você ache que pode ter liberdades com minha irmã! Fique longe dela!
Shaoran: Eu tenho todo o direito de ficar ao lado dela, já que sou o nam...

Sakura agarra Shaoran e tapa a boca dele.

Sakura: Ele têm o direito de ficar perto de mim já que é meu melhor amigo.

Shaoran olha, surpreso, para Sakura.

Touya: Amigos não ficam de mãos dadas...
Sakura (tentando passar confiança na sua mentira): Você está vendo coisas, onii-chan. Estávamos apenas vendo o cardápio juntos.
Gerente: O que está havendo aqui?

O gerente da lanchonete, um homem baixo, gordo e com bigode, havia se aproximado ao perceber a confusão.

Gerente: Por que está gritando com os clientes, Kinomoto?
Touya (apontando para Sakura): Esta é minha irmã e eu estava apenas...
Gerente: Não me interessa quem ela seja. Não quero ver você destratando meus clientes. Fui claro?
Touya (uma veia saltando na testa): S-sim, senhor.
Gerente (puxando as cadeiras para os jovens): Por favor, sentem-se e façam seus pedidos.
Shaoran: Eu perdi o apetite.

As meninas olham surpresas para Shaoran. Touya sorri, vitorioso.

Sakura: Mas Shaoran...
Shaoran: Nos vemos na escola amanhã.

Shaoran sai andando, visivelmente irritado. Ao ver que a confusão fora resolvida, o gerente volta para dentro da lanchonete para continuar seu trabalho. Tomoyo coloca a mão no ombro de Sakura.

Tomoyo: Talvez seja melhor assim. Ele vai ter tempo de esfriar a cabeça e vamos evitar mais confusão.
Sakura: É... acho que você tem razão...
Touya: Sakura...?
Sakura: Que foi?
Touya: Por acaso essa menina é amiga sua?

Touya aponta para Amane, que estava agarrada a perna direita de Touya e sorria alegre.

Sakura: Amane!
Amane: Eu adorei essa cidade, nee-chan. Encontrei outro rapaz lindo... podemos levar ele para casa?
Touya (gota caindo): Do que ela está falando?
Sakura (sorrindo sem graça): Não é nada não. A Amane é meia-irmã da Tomoyo. Ela meio que têm um fraco por meninos...
Touya: Ela não é muito nova para ter esse tipo de pensamentos?
Amane (alisando a perna de Touya): Eu prometo ser uma excelente esposa para você quando chegar aos 17 anos...
Touya: Como é?

Touya empurra Amane para longe de maneira um pouco brusca.

Touya: Controle essa pirralha, Tomoyo.
Amane (o semblante ficando sério de repente): O que?

Amane corre até Touya e dá um chute em sua canela.

Amane: Ninguém me chama de pirralha, seu bobo! Devia saber que você não chegaria aos pés do Shao-Shao...
Tomoyo (forçando Amane a sentar-se em seu lugar a mesa): Me desculpe por isso, Touya. Será que você poderia nos trazer três milk-shakes de morango?
Touya (passando a mão na canela dolorida): Claro. Mas vou pedir para outro garçom servir, senão vou acabar indo parar no hospital...

Touya recolhe o lixo de algumas mesas vizinhas e entra na lanchonete para buscar o pedido. Ele passa pelos fundos da cozinha e vai para o depósito que fica nos fundos da lanchonete. Uma garota de cabelos na cor vinho, também uma trabalhadora de meio-período da lanchonete, se aproxima de Touya.

Garota: Você está bem, Touya? Eu soube da briga lá fora...
Touya: Foi só um probleminha com minha irmã. Já contornei a situação.

A garota pega o braço dolorido de Touya e gentilmente o acaricia.

Garota: Você se machucou... é melhor colocar gelo nisso...
Touya: Hã? Tamura... não precisa se preocupar...
Garota: Já disse para você me chamar de Yoko. E eu não vou deixar esse seu machucado piorar só por causa de sua teimosia.

Yoko ignora os protestos de seu colega de trabalho e rapidamente pega alguns cubos de gelo no freezer da lanchonete. Ela coloca os cubos num lenço e o pressiona no pulso ferido de Touya. O rapaz geme um pouco de dor.

Yoko: Está doendo muito?
Touya: Já está melhorando. Obrigado, Yoko.
Yoko (sorrindo gentilmente): Não foi nada.
Gerente: Tamura! Chegaram mais clientes para serem atendidos!
Yoko: Sim, senhor. Continue pressionando o gelo por alguns instantes, Touya. Vai aliviar a dor e você vai poder continuar o seu trabalho.

Yoko sorri e sai correndo para a área das mesas, onde alguns clientes aguardavam atendimento. Touya fica ali parado, pensativo.

Touya (murmurando): Será que ela ainda...?

Sakura, Tomoyo e Amane já haviam sido atendidas e estavam desfrutando de seus milk-shakes. Amane terminara seu lanche em segundos e estava usando sua câmera para filmar todos os garotos que passavam na rua. Sakura olhava pensativa para seu copo meio cheio.

Tomoyo: Você está pensando nele, não é?
Sakura: Hoe? Está tão na cara assim?
Tomoyo (sorrindo): Transparente como cristal.
Sakura: Eu acho que ele está chateado comigo agora.
Tomoyo: Mas por que ele estaria?
Sakura: Eu venho adiando o momento de contar a minha família sobre nosso namoro porque sei que vou ter problemas. O Shaoran disse que compreendia e que aguardaria eu estar pronta, mas acho que ele está perdendo a paciência. E eu não posso culpá-lo. No lugar dele, também estaria perdendo a paciência.
Tomoyo: Você têm medo da reação do Touya, não é?

Sakura acena positivamente com a cabeça.

Sakura: Touya e Shaoran já brigam muito por natureza. Acho que se eu contar, as brigas vão piorar.
Tomoyo: Os dois brigam porque te amam, porque querem te proteger de tudo e todos. Se você mostrar a eles que seus objetivos são os mesmos, talvez eles se entendam e as brigas diminuam.
Sakura: Então vou ter que pensar num jeito de mostrar isso a eles...

Sakura termina seu milk-shake.

Sakura: Mas até lá... eu queria fazer algo para me desculpar com o Shaoran...
Tomoyo: Entendo...

Tomoyo coloca a mão no queixo e reflete por alguns instantes.

Tomoyo: Você anda praticando bastante culinária com a Rika, não é?
Sakura: Sim. É divertido cozinhar e eu queria aprender algumas coisas novas. A Rika é a menina mais prendada que conheço, então resolvi pegar uma dicas com ela.
Tomoyo: Então você podia preparar uma marmita para o Shaoran.
Sakura: Uma marmita?
Tomoyo: Sim. Você podia levar para ele comer no intervalo da aula amanhã. Tenho certeza que o Shaoran vai ficar feliz de saber que você se esforçou para fazer um almoço gostoso para ele.
Sakura: É uma excelente ideia, Tomoyo.

Sakura abraça a melhor amiga carinhosamente.

Sakura: Muito obrigada pela idéia. É muito bom saber que posso contar sempre com seu apoio.
Tomoyo: Claro que você pode contar comigo. A sua felicidade é o que mais importa para mim.
Sakura: Acho que vou para casa já pensar no que preparar.
Tomoyo: E eu vou levar a Amane para... Amane?

As meninas notam que Amane havia desaparecido de seu lugar na mesa. Elas olham para todos os lados e encontram Amane rodeando e filmando um grupo de garotos.

Amane: E qual a preferência de vocês para garotas? Ruivas? Morenas? Loiras? Se importariam de esperar uns 7 ou 8 anos para se casar com a garota perfeita?

Tomoyo (e Sakura também): AMANE!

DIA SEGUINTE

A manhã de aulas na segunda-feira passava tranquilamente e se aproximava do fim. O professor Terada voltara de sua licença médica, o que havia deixado Rika Sasaki radiante de alegria. Sakura não conseguia prestar atenção em nada da matéria que era escrita no quadro-negro. Olhava várias vezes para o relógio na parede e ficava rabiscando corações na última folha de seu caderno. De repente, Sakura sente alguém cutucar seu ombro.

Shaoran (com um olhar preocupado): Sakura? Você está bem? Parece distraída...
Sakura (sorrindo): Estou bem. Não se preocupe.
Shaoran: Por que você fica olhando toda hora para o relógio?
Sakura (ainda sorrindo): Não é nada não. Estou apenas com fome. Só isso.
Shaoran: Sei...

Shaoran suspira. Sakura olha de relance para o garoto chinês e percebe que ele parece levemente irritado.

A aula termina minutos depois. Assim que o sinal do intervalo soa, Shaoran é um dos primeiros a deixar a sala de aula. Tomoyo se aproxima de Sakura.

Tomoyo: Você trouxe a marmita?
Sakura: Sim. Fiquei ansiosa a manhã toda e nem consegui prestar atenção na aula... será que ele vai gostar?
Tomoyo (sorrindo): Se foi feito por você, o Shaoran com certeza gostará. Vá pegá-lo, cardmaster.

Sakura pega uma marmita embrulhada num lenço rosa e sai correndo pela escola. Quando ela desce um lance de escadas, acaba trombando com Amane Okiura. A menina logo se levanta. A pedra no seu cordão brilha por um instante, mas ninguém percebe.

Sakura: Amane? O que está fazendo aqui?
Amane (mostrando um embrulho que trazia na sua bolsa): Eu vim trazer um almoço para minha irmã. Fiquei inspirada quando você disse o seu plano para pedir desculpas para o Shao-Shao.
Sakura: Te deixaram entrar na escola sabendo que você não estuda aqui?
Amane (coçando a cabeça, sem graça): Não exatamente...

Sakura sorri.

Sakura: A Tomoyo ainda está na sala de aula. Procure pela placa 7-2. E seja rápida antes que você se meta em problemas.
Amane (abraçando Sakura): Certo. Obrigada!

Sakura segue seu caminho. Após alguns minutos de procura, ela encontra o namorado sentado embaixo de uma árvore no pátio da escola. Ela respira fundo e começa a caminhar em direção a Shaoran, quando nota que alguém já estava falando com ele. Sakura resolve se esconder atrás de uma moita para observar.

Kazuko: C-com licença... Li?
Shaoran (num tom um pouco ríspido): O que foi, Nishimura?
Kazuko: D-desculpa... e-eu n-não queria incomodá-lo.

Kazuko dá as costas e começa a andar.

Shaoran: Espere. Desculpa pelo jeito que falei. É que não estou de muito bom humor hoje, mas não éjusto descontar em você.
Kazuko: T-tudo b-bem. Eu e-entendo...
Shaoran: O que você queria?

Kazuko entrega algumas folhas e um livro para Shaoran.

Kazuko: Eu trouxe minhas anotações para nosso trabalho, e também um livro muito bom que achei sobre o assunto.
Shaoran (dando um tapa na própria cabeça): Droga. Esqueci de trazer minhas anotações.
Kazuko: N-não tem problema. N-nós podemos discutir as coisas que eu achei e depois combinamos com o que você achou.
Shaoran: Está certo.

Shaoran começa a folhear o material e percebe que Kazuko continuava de pé.

Shaoran: Vai ficar plantada aí o dia todo? Por que não se senta?
Kazuko (não conseguindo olhar o garoto chinês nos olhos): Bem... é que... bem, eu...
Shaoran: Se têm algo a dizer, diga logo. Não temos o dia todo.

Kazuko respira fundo e oferece uma marmita enrolada num lenço amarelo para Shaoran.

Shaoran (coçando a cabeça, confuso): Isso é para mim?
Kazuko (a voz fraquejando): S-sim. E-eu pensei que já que n-nós vamos discutir o trabalho... poderíamos almoçar... j-juntos...
Shaoran: Entendo...

Shaoran pega a marmita.

Shaoran: Não vejo por que não. Muito obrigado pelo almoço.
Kazuko (levemente corada e sentando-se do lado direito de Shaoran): D-de nada.

Sakura aperta com força a marmita em suas mãos. Estava sentindo uma raiva imensa percorrer todo o seu corpo.

Yuriko: Olha só. Parece que a sua grande “amiga” está tentando roubar seu namoradinho.

Sakura brevemente se assusta ao notar Yuriko Yanagisawa estava parada ao lado dela.

Sakura: A Kazuko é minha amiga. Ela nunca faria isso.
Yuriko: Nunca? Que eu saiba a amante de animais ali está sempre correndo atrás do garoto chinês, visitando ele em casa, fazendo trabalhos escolares com ele, chegaram até a fazer compras juntos para um amigo oculto que organizaram na turma. E agora ela resolveu preparar um almoço para ele.

Sakura vai sentindo seu sangue ferver porque sabe que tudo o que Yuriko disse é verdade e que essas pequenas coisas já vinham a incomodando há algum tempo.

Yuriko: O que será que ela vai fazer a seguir? Cantar uma música exclusiva para ele? Chamá-lo para um encontro? Apresentá-lo como namorado a família?

Sakura morde o lábio.

Yuriko: Uhhh. Parece que toquei numa ferida. Ainda vai ter coragem de chamar a “cabelo de duas cores” de amiga?

Sakura sai correndo de trás da moita e oferece sua marmita para Shaoran.

Shaoran: Sakura...?
Sakura: Eu fiz para você. É meu pedido de desculpas por ontem.
Shaoran: Mas é que eu...

Shaoran fica sem reação por um instante. Por fim, ele pega a marmita e a coloca junto da outra que acabara de ganhar.

Shaoran: Eu aceito. Muito obrigado pelo almoço.
Sakura (juntando as mãos): Então você me desculpa pelo que aconteceu ontem?
Shaoran: Sim. Desculpo. Não estou nem mais pensando naquilo.
Sakura (sorrindo): Que bom.

Sakura lança um olhar de hostilidade para Kazuko e se senta do lado esquerdo de Shaoran. O garoto chinês olha para as duas marmitas que ganhara. Ele não estava com muito apetite e agora tinha duas marmitas para o seu almoço.

Kazuko: Não vai comer, Li? O almoço que eu fiz está delicioso.
Sakura: Eu fiz uma macarronada excelente. Peguei a receita com a Rika.

Sentindo os olhares das duas meninas sobre si, Shaoran abre as marmitas. Ele come duas colheres da marmita que ganhara de Sakura e solta um suspiro de satisfação.

Sakura: E então?
Shaoran: Ficou delicioso, Sakura. Você está ficando uma excelente cozinheira.
Sakura (levemente corada): Obrigada.

Sem que Shaoran veja, Sakura mostra a língua para Kazuko. Irritada, Kazuko pega sua marmita, enche uma colher e a coloca na boca de Shaoran.

Kazuko: E o meu? Ficou mais gostoso ainda, não é?

Shaoran mastiga por alguns instantes e engole a comida.

Shaoran: Sim. Está muito gostoso também, Nishimura. Você caprichou no tempero.

Sakura fica ainda mais enciumada. Ela enche uma colher na marmita que trouxera e a enfia na boca de Shaoran.

Sakura: Mas a minha comida é mais gostosa, não é?
Kazuko (colocando outra colher na boca de Shaoran): Come mais do meu almoço. Você têm que ficar bem alimentado para assistir o resto das aulas do dia.
Sakura (colocando outra colher na boca de Shaoran): O meu almoço vai te dar muito mais energia.

Shaoran tapa a boca com as mãos.

Shaoran: Ei! Será que eu poderia...
Sakura (com um olhar mortal): O que?
Kazuko (com uma voz sombria): O que?
Shaoran (se encolhendo, visivelmente intimidado): N-nada...

As meninas seguem enchendo o garoto chinês de comida. Yuriko fica observando tudo de longe e rindo.

Naoko: O que você está aprontando agora?

Naoko Yanagisawa havia se aproximado de sua prima sorrateiramente.

Yuriko: O que faço de melhor... colocando lenha no fogo.

Naoko nota Sakura e Kazuko brigando pela atenção de Shaoran. Yuriko dá uma gargalhada contida para evitar que soubessem que estava por perto.

Naoko: Você não tem vergonha? Está estragando a amizade deles.

O semblante de Yuriko muda repentinamente, ficando mais sério e sombrio.

Yuriko: Você quer me falar de amizade? Logo você? Não me faça rir, Naoko Yanagisawa.
Naoko (parecendo um pouco sem graça): Yuriko...

Naoko coloca a mão no ombro de Yuriko.

Naoko: Yuriko... eu gostaria que você soubesse...

Yuriko se afasta abruptamente de Naoko.

Yuriko: Fique longe de mim. Vai manchar minha reputação.

Yuriko sai andando a passos largos. Triste e quase chorando, Naoko sai correndo rumo aos banheiros femininos. Após alguns minutos de sofrimento, Shaoran finalmente termina de comer o almoço das duas marmitas que recebera de presente. Kazuko ainda obriga o garoto chinês a beber um suco de uva que comprara na lanchonete. Ele agora se sentia empanturrado.

Yamazaki: Li?

Takashi Yamazaki havia se aproximado dos amigos.

Shaoran: O que foi, Yamazaki?
Yamazaki: Será que poderíamos conversar um pouco? Tenho um amigo que quer conversar com você.
Shaoran (se levantando): Claro. Vejo vocês na sala de aula, Sakura. Depois discutiremos o trabalho, Nishimura.
Kazuko (desapontada): C-certo.

Shaoran e Yamazaki acenam para as meninas e caminham juntos rumo aos vestiários que ficam próximo as quadras esportivas da escola. Assim que eles ficam fora do alcance, Sakura e Kazuko passam a trocar olhares de hostilidade.

Kazuko: Por que você interrompeu o nosso almoço?
Sakura: Porque eu tinha planejado almoçar com ele!
Kazuko (virando a cara): Você podia pedir desculpas em outra hora. Atrapalhou nosso estudo.
Sakura: E você podia estudar com ele na biblioteca junto com um monte de gente e não num almoço a sós embaixo de uma árvore bonita!

“Logo embaixo da nossa árvore!”

Kazuko: Nós já tinhámos marcado de estudar e o lugar foi apenas uma coincidência. E, afinal, porque você está tão irritada?
Sakura: Eu estou irritada porque... porque...

Sakura se levanta e balança a cabeça. Não sabia expressar em palavras o que estava sentindo.

Sakura: Só fique longe do meu Shaoran!

Sakura lança um ultimo olhar de hostilidade para Kazuko, dá as costas e sai andando rumo à sala de aula.

Kazuko (murmurando): Estou começando a esquecer porque me importo tanto com a amizade dessa garota...

Kazuko recolhe suas coisas e começa a caminhar sem rumo pela escola. Ela acaba passando perto dos vestiários e ouve vozes de meninos conversando. Pareciam haver três vozes, sendo que duas delas eram de Shaoran e Yamazaki. Curiosa, Kazuko se encosta na porta para ouvir melhor.

Shaoran: ... eu agradeço a oferta, mas não estou interessado em entrar para o seu clube, Yoshimita.
Yoshimita: Entendo... é uma pena...
Yamazaki: Eu avisei que ele não aceitaria.
Shaoran: Bom, se isso era tudo...
Yoshimita: Na verdade não. Eu queria conversar com você sobre Kazuko Nishimura.

Kazuko quase se esgasga quando ouve seu nome.

Yamazaki: Hã?
Shaoran: Sobre a Nishimura?
Yoshimita: Sim. Quero saber o que você acha dela.
Shaoran: O-o que? P-por que está p-perguntando isso para mim?
Yoshimita: Vocês tem andado muito juntos nos ultimos dias...
Shaoran: N-não é o que você está pensando...
Yoshimita (rindo): Relaxa. Os garotos da turma estavam fazendo uma votação para a garota mais bonita da escola e ela ficou entre as finalistas. Vocês poderiam me dar suas opiniões sobre ela?

Instantes de silêncio. Kazuko fica imaginando o que o garoto chinês poderia dizer sobre ela. Era quase certo que ele não responderia uma pergunta como aquela.

Shaoran: Ela é muito simpática, gentil e prestativa. É muito esforçada e parece sempre se preocupar muito com os amigos. A maneira como ela procurou ajudar uma amiga a reencontrar o pai foi muito legal. Não sei muito sobre ela, mas ela me parece ser uma boa pessoa.
Yoshimita: Interesante. E você acha ela bonita?
Shaoran (a voz revelava um pouco de vergonha): Hã... bem...
Yamazaki: Eu acho ela muito bonita. Mas não deixe a Chiharu saber que eu disse isso... tenho amor pela minha vida...

Os meninos riem.

Shaoran: Eu acho a Nishimura bonita. Ela é charmosa e o jeito timido dela chama bastante atenção, bem como a voz dela.

Kazuko põe as mãos no peito.

Kazuko (murmurando): Ele me acha bonita...

Kazuko sente seu coração acelerar e seu rosto arder. Ela sai correndo rumo a sua sala de aula, um enorme sorriso estampado no rosto.

Yamazaki: É verdade. Ouvir a Kazuko cantar é sempre muito legal. Principalmente quando ela faz dueto com a Tomoyo.
Yoshimita: E vocês votariam nela para garota mais bonita da escola?
Yamazaki: Hmmm. Acho que não.
Shaoran (balançando a cabeça negativamente): Definitivamente não. A Nishimura é bonita, mas não chega aos pés da Sakura.
Yoshimita: Sakura?
Yamazaki: Sakura Kinomoto. Ela é da nossa turma. E é namorada do Li.

Yoshimita tira um papel do bolso. Havia uma lista de nomes ali.

Yoshimita: Ah. A Kinomoto. Ela está entre as finalistas também. O que acham dela?
Yamazaki: Bem... com todo respeito ao Li... eu acho a Sakura muito bonita. O jeito alegre dela é contagiante...
Shaoran (falando de repente): A beleza da Sakura é sem igual. Só de encarar aqueles olhos verde-esmeralda eu já sinto meus joelhos tremerem e meu coração bater acelerado. Eu votaria nela mesmo que não fosse seu namorado.
Yoshimita (olhando surpreso): Uau. Parece que temos alguém apaixonado aqui...

Shaoran olha para os próprios pés e sente o rosto corar.

Yoshimita: E você, Yamazaki?
Yamazaki: Eu votaria com certeza na minha namorada.
Yoshimita: Qual o nome dela?
Yamazaki: Chiharu Mihara.
Yoshimita (consultando sua lista): Sinto muito. Ela não está entre as finalistas...
Yamazaki: Não faz mal. Para mim ela já é a vencedora.
Yoshimita: Bem... então já posso anotar o voto de vocês...

Yoshimita anota algumas coisas no papel.

Yamazaki: Não têm problema fazer esse tipo de votação? Se as meninas ou os professores souberem...
Shaoran: Isso não me parece muito certo...
Yoshimita: É apenas uma brincadeira inocente. Isso vai ficar só entre nós meninos para evitar problemas. Vai ser nosso segredo. Certo?
Shaoran: Certo...

Sakura entra na sua sala de aula e encontra Rika, Chiharu e Meiling conversando. Exceto por elas, o lugar estava vazio.

Rika: Como ele pôde fazer isso comigo?!

Rika bate o punho em sua mesa. Estava tremendamente irritada. Sakura se senta próximo as amigas.

Sakura: O que aconteceu?
Chiharu: A Rika brigou com o namorado mais velho dela.
Sakura: Ela brigou com o... mas por que?
Rika (se levantando de sua cadeira): Por que? Porque ele me tratou como uma criança. Ficou mantendo sua pose frente aos outros pro...

Um momento de hesitação.

Rika: ... aos colegas dele e me tratou como se e fosse uma criança. Chegou a me mandar estudar ou procurar outras crianças para brincar.
Chiharu: Coitada...
Sakura: Não acredito que ele fez isso...
Rika: E fez pior... agora ele só dá atenção para a assis... para a nova colega dele.

"Tenho certeza que o professor Terada não trataria mal a Rika. Ele deve ter tentado manter seu segredo e continuar fingindo que eles são apenas aluna e professor. Mas por que a Rika não percebeu isso?"

Meiling: Você tem que se acalmar. Daqui a pouco as aulas recomeçam e você não vai conseguir prestar atenção na aula do professor Terada...

Rika lança um olhar mortal para Meiling, que se afasta, assustada. Até mesmo Sakura e CHiharu ficam surpresas com o olhar de Rika.

Meiling: Ei! Porque me olhou desse jeito? O que foi que eu disse demais?
Yamazaki: Vocês sabiam que os casais que vivem em Marte sempre trocam olhares desses?

Yamazaki havia surgido de repente atrás das meninas. Gesticulava animado enquanto repassava sua sabedoria.

Meiling (bufando, entediada): Não existem casais vivendo em Marte.
Yamazaki: Tenho certeza que a Naoko têm um monte de livros que provam o contrário. Existe vida inteligente em Marte e os casais de lá trocam olhares como esse.
Sakura: Olhares de raiva?
Yamazaki: Para nós pode parecer raiva, ódio ou repreensão, mas para eles têm um significado diferente
Sakura: Sério?
Chiharu (uma veia saltando na testa): Yamazaki...
Yamazaki: Aham. Para os marcianos um olhar como esse significa uma declaração de amor. Eles usam esse tipo de olhar para revelar seus sentimentos para sua "pessoa especial".
Sakura: Nossa. Que estranho.
Yamazaki: Eles tem jeitos muito esquisitos de demonstrar seus sentimentos. Um beijo na boca, por exemplo, significa que você odeia a pessoa...

Chiharu (fechando os punhos): Yamazaki...

Yamazaki: ... Morder a orelha significa uma romântico "eu te amo". Apertar as mãos na verdade é um pedido de casamento. Certa vez, um astronauta teve contato com um povoado marciano e um inocente aperto de mão provocou uma grande confus...
Chiharu: YAMAZAKI!

Chiharu começa a bater no peito de Yamazaki, empurrando-o para trás.

Chiharu: Eu não suporto mais! Quando você vai parar com essas histórias absurdas e deixar de ser o rei das mentiras? Quando você vai finalmente crescer?

Yamazaki agarra as mãos de Chiharu repentinamente.

Yamazaki: Tudo que eu queria era quebrar o clima ruim e fazer vocês sorrirem. Se você acha que se preocupar e tentar ajudar os amigos é uma coisa infantil... então, sim. Devo ser extremamente infantil.
Chiharu (surpresa): Yamazaki...
Yamazaki (dando as costas): A pessoa que está realmente mentindo aqui é você! Está na cara que você está com algum problema, mas é orgulhosa demais para pedir ajuda.
Chiharu (batendo o pé no chão): Eu não sou orgulhosa!
Yamazaki (encarando os olhos de Chiharu): Então me conta o que está havendo com você!
Chiharu: Não é da sua conta!
Yamazaki: Têm razão. Não é da minha conta. Não mais.

Yamazaki sai andando da sala sem olhar para trás. Chiharu se senta em sua cadeira, algumas lágrimas escorrendo de seu rosto.

Sakura: Chiharu...
Chiharu (colocando as mãos na cabeça): Por que ele tem que ser tão irritante? Por que ele precisa tanto saber de tudo? Por que ele não pode simplesmente deixar como estar?
Meiling: Porque ele gosta de você, sua tonta. Aliás, você e a Rika estão sendo extremamentes bobas hoje.
Rika: Como é?
Meiling: Vão ficar brigando por causa de besteiras? Corram atrás de seus namorados, dêem um beijinho neles e façam as pazes. Façam isso antes que o estrago seja maior.
Rika: E por que deveríamos ouvir conselhos amorosos de você?

Meiling olha, surpresa, para Rika.

Rika: Por que deveríamos dar ouvidos a única garota que está na sala no momento que não tem um namorado? O que você pode nos ensinar? Como ser extremamente irritante e ser rejeitada por todos os garotos da escola, inclusive seu primo?
Sakura (se levantando): RIKA!

Meiling dá um tapa no rosto de Rika. Ela fica parada ali, encarando as amigas enquanto lágrimas escorrem por seu rosto. Sakura coloca sua mão no ombro da garota chinesa, mas ela sai correndo da sala de aula. Rika passa a mão em seu rosto dolorido.

Rika: Eu não queria dizer isso... eu...
Sakura: Você foi longe demais, Rika.

Sakura sai correndo da sala de aula. Ela procura em diversas salas, nos banheiros, na lanchonete, nas quadras e no pátio, mas não encontra Meiling em lugar algum. Quando o sinal da escola soa, Sakura se vê obrigada a desistir e voltar a sala de aula. Procuraria por Meiling mais tarde. Talvez fosse até melhor deixar a amiga ficar um pouco sozinha.

Professor Terada: Parem com isso vocês dois!

Sakura nota que o professor Terada estava tentando apartar uma briga entre dois garotos. A professora Yuno Akazawa, com seus longos cabelos ruivos estilizados em duas tranças, estava ajoelhada no chão recolhendo alguns livros. Sakura prontamente se ajoelha e começa a ajudar sua professora.

Sakura: O que aconteceu, professora? A senhora está bem?
Professora Akazawa (ajeitando seu óculos): Não se preocupe, querida prodigio. Sua mestra de conhecimento está bem. Fui apenas pega no fogo cruzado da briga daqueles dois meninos.
Sakura: Por que eles estão brigando?
Professora Akazawa: Pelo que entendi estão brigando por causa de uma partida de basquete perdida.
Sakura: Isso é um motivo meio bobo, não é? Professora?

A professora Akazawa havia aberto sua bolsa e retirado uma revista, que folheava avidamente.

Professora Akazawa: Aha! Eu sabia! Meu horóscopo disse que eu hoje eu seria vitima do poder da discórdia. Agora eu entendo o que ele quis dizer. Tenho que melhorar minha interpretação... talvez consultar meu futuro no tarô ajude a evitar situações dessa...
Sakura (gota caindo): Professora...

O professor Terada agarra os dois garotos pelo braço e começa a arrastá-los pelo corredor.

Professor Terada: Akazawa! Por favor, comece a aula. Vou levar esses dois pessoalmente a diretoria.
Professora Akazawa (batendo continência): Sim, senhor.
Professor Terada (gota caindo): Quantas vezes eu já disse para você não fazer isso?

A professora Akazawa entra na sala de aula acompanhada de Sakura, que coloca os livros que ajudara a recolher na mesa da professora antes de ir para seu lugar.

Professora Akazawa: Todos aos seus lugares, prodigios do amanhã. Vamos começar nossa aula de literatura.

Rika ergue sua mão.

Professora Akazawa: Pode falar, Sasaki.
Rika: O que aconteceu com o professor Terada?
Professora: Ele foi à diretoria resolver um problema com dois alunos que brigavam no corredor. Daqui a pouco ele deve voltar e assumir a aula.
Rika (cabisbaixa): Entendo...
Professora Akazawa: Agora abram seus livros na página 157, por favor...

A professora começa a ler alguns textos e explicar sobre os gêneros literários. Em meio as palavras as horas iam se passando. Sakura não estava prestando muita atenção, apesar de estar com seu livro aberto. Ela estava preocupada com seus amigos. Yamazaki estava quieto em seu canto com um semblante fechado. Os olhos de Chiharu estavam um pouco vermelhos, indicando que ela havia chorado bastante. Rika não párava de olhar para o lugar vazio atrás de Yamazaki. Provavelmente ela estava preocupada e arrependida do que dissera a Meiling.

Tomoyo (murmurando): Sakura...

Sakura volta sua atenção a sua melhor amiga, que sempre se sentava na cadeira ao lado.

Sakura: Que foi?
Tomoyo: Eu acho que estamos com problemas...
Sakura (suspirando): Estamos sim. Você não faz idéia do que aconteceu...
Tomoyo (apontando para trás): Hã? Eu estou falando de agora.

Sakura nota que sua amiga estava apontando para Shaoran. O garoto chinês estava pálido e estava com cara de quem poderia vomitar a qualquer momento.

Sakura: Shao-kun? Você está bem?
Shaoran: Eu... eu...

Shaoran desmaia e despenca de sua cadeira, chamando a atenção de toda a classe.

Sakura: Shaoran!


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Notas finais do capítulo

O capítulo foi dividido em duas parte por causa do tamanho...



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