Unidos Pelo Destino 3 escrita por Camila Dornelles
- O que foi?
- Você estava gritando em uma língua estranha outra vez. Harry e Draco estão fazendo a mesma coisa estranha.
Em um pulo, Hermione estava de pé. Ela correu para o quarto de Draco e o adentrou. Luna estava ao lado dele sacudindo-o. O loiro gritava algo em uma língua completamente estranha e assustadora. Ron e Harry estavam ali também, de pé, observando. Harry trazia uma aparência branca e assustada.
- Eu estava falando assim também? – perguntou Hermione para Gina.
- Igualzinho.
Draco soltou então um berro e acordou. Seus cabelos estavam bagunçados, seus olhos arregalados e sua pele mais branca que o normal. Ele olhou em volta assustado por não estar sozinho.
- O que aconteceu?
- Você falou estranho de novo. – disse Ron – Como ontem. Lembra-se que eu vim te acordar?
- Lembro. – seus olhos pararam em Hermione e ele se levantou – E você? Porque essa cara de quem acabou de levar o maior susto do mundo?
- Ela também falou estranho. – disse Luna – E o Harry também.
- O que diabos esta acontecendo com vocês? – indagou Gina.
- Eu tive um sonho estranho – começou Draco – Sonhei com um bebezinho ontem. Hoje esse bebe cresceu, tinha uns sete anos e brigou com outro.
- Sonhei com um bebe também. – disse Harry – Um menino.
- Eu sonhei com uma menina. Seu nome é Rowy. Ou algo assim.
- Acho melhor vocês falarem com a McGonagall sobre esses sonhos estranhos. – disse Ron – Vocês estavam falando latim! Ou sei lá o que era. Só sei que era assustadoramente assustador!
- Concordo. – disse Gina – Falem com ela. Talvez tenha algo a ver com a guerra, com os medalhões, sei lá.
- Acho que não tem nada a ver com os medalhões – esclareceu Hermione rodando o medalhão entre os dedos – Se tivesse. O Ron, a Luna e você teriam esses sonhos também.
- É mesmo. – constatou Harry – Vamos nos arrumar e descer para tomar café. Depois, falaremos com McGonagall.
Eles assentiram. Hermione voltou para seu quarto e tomou um banho. Sentia suas carnes fracas. Estava horrorizada com o que vira no quarto de Draco. Ele, Harry e ela estavam tento os mesmos sonhos, só que com pessoas diferentes. O que diabos estavam acontecendo com eles? Vestiu-se lentamente e prendeu os cabelos num rabo de cavalo.
Ao sair, se encontrou com Harry, Gina e Luna. Draco saiu logo depois de seu quarto e Ron em seguida.
Os seis rumaram para o salão principal em silencio. Estavam muito tensos. Eles se sentaram juntos na mesa da Grifinória e comeram alguma coisa só para tapear o estomago. Quando o café terminou. Eles saíram em silencio e rumaram para a sala da diretora. Luna bateu na porta e ao ouvirem uma afirmação, entraram. McGonagall estava sentada em sua escrivaninha escrevendo algo em um pergaminho.
- Em que posso... Oh. Vocês. – ela sorriu – Em que posso ajudá-los?
- Professora. – começou Luna – Têm acontecido algumas coisas entranhas entre nós.
- O que?
- Hermione, Harry e Draco estão tendo sonhos estranhos. E enquanto eles dormem, falam latim.
McGonagall nada disse. Olhou para o retrato de Dumbledore e o velho assentiu.
- Os sonhos são pesadelos? – perguntou o quadro.
- Não. – respondeu Hermione.
Harry e Draco assentiram.
- Bom. O jeito é esperar que passe. – disse McGonagall – Não sei o que vocês têm. Mas não posso usar um feitiço contra os sonhos. Se continuarem, venham até mim que falaremos com a professora Trewlaney e com madame Pomfrey.
Os seis saíram de lá e seguiram para seu Salão Comunal. Dumbledore já estava lá.
- Professor? – chamou Luna – Porque o senhor me deixou um livro infantil de herança?
Hermione arqueou as sobrancelhas. Também tinha a mesma pergunta para o antigo diretor.
- Oh. – ele sorriu – Porque a senhorita seria a única a acreditar no que literalmente, seria impossível.
- E o desiluminador? – perguntou Ron.
- Eu sabia que o senhor sempre ia querer voltar aos seus amigos, Sr Weasley. – esclareceu Dumbledore.
- Há. Eu sabia. - disse Draco.
- As Lagrimas de Fênix? – perguntou Gina.
Dumbledore suspirou.
- As lagrimas de fênix tem o poder curativo. Imagino que os senhores já tenham notado isso. Você, Gina Weasley. De algum modo, seria a única a curar Draco.
- Por quê? – perguntou o loiro.
- Porque ela já havia passado por uma dor parecida. – disse o quadro – Fora possuída por Lord Voldemort. Que é quase tão pior quanto ter a Marca Negra.
Gina deu os ombros, sorriu para o quadro e adentrou a passagem, seguida por Ron, Harry e Luna.
Quando a porta se fechou, o quadro sorriu para Hermione e Draco.
- Imagino que também queiram saber o porquê de seus presentes certo?
- Sim.
- Bom... Sr. Malfoy. Começaremos pelo canivete. – ele sorriu – Eu sabia que o senhor enfrentaria o possível e o impossível para salvar quem realmente importa para você.
Hermione corou.
- E o colar... Pois... Bem, qualquer um gostaria de saber a verdade. Agora... Se me dão licença. Vou falar com a professora McGonagall.
E saiu do quadro, deixando somente uma poltrona vermelha.
- Então... – começou Hermione – Eu sou uma pessoa importante para você? Porque você me salvou com o canivete.
- Muito mais que importante. – ele encarou os pés – Vou indo então. Tchau.
Deu as costas a ela e marchou corredor adentro. Hermione o viu desaparecer e adentrou o salão comunal pensativa.
•••
Os dias se passaram e logo o final de outubro chegou. Junto com ele, o primeiro passeio para Hogsmeade.
Hermione, Harry e Draco haviam passado varias noites sem dormir por causa dos sonhos. A cada dia que passava iam ficando mais fortes e mais nítidos. E isso os preocupava. Madame Pomfrey lhes mandara uma poção para não sonhar. Que por hora, estava funcionando, mas os deixava sonolentos e um pouco desligados. McGongall parecia saber o que estava acontecendo, porem ela não quis dividir essa teoria com nenhum dos Escolhidos.
Draco acordou um pouco grogue na manhã de sábado. Ele tomou um banho e vestiu-se normalmente. Eles iriam para Hogsmeade. Saiu de seu quarto e só encontrou Hermione recostada sobre o sofá com os olhos presos na lareira. Apertou seu ombro, estava dolorido.
- Bom dia – anunciou ele.
- Ola. O que houve com seu ombro?
- Dolorido.
- Quer ajuda? – ela se levantou e se postou atrás dele pondo as mãos em seus ombros.
- O que vai fazer? – ele arqueou uma sobrancelha.
Hermione aprendera com sua mãe a fazer massagem quando era pequena. Então, massageou os ombros de Draco e pode sentir que ele relaxara.
- Melhor?
- Parece que você tirou algumas toneladas de cima de mim – ele sorriu e a abraçou. – Obrigada.
- Disponha.
Ela fechou os braços em torno do pescoço de Draco e descansou sua cabeça no ombro dele.
Harry abriu a porta de seu quarto naquele momento e sentiu seu sangue ferver.
- Porque ela o esta abraçando? – sussurrou uma voz masculinha em sua mente – Por que ele e não eu?
Gina saiu de seu quarto naquela hora e correu para abraçar Harry, tirando-o de seus devaneios.
- Bom dia! – exclamou Luna saindo de seu quarto em seguida.
Hermione e Draco se soltaram pouco confortáveis. E eles foram em direção ao salão principal tomar café. Ao chegarem lá, Ron já estava sentado, comendo. Draco deu um beijo na testa de Hermione e rumou para a mesa da Sonserina sentando-se ao lado de Madison.
- Bom dia. – disse ele.
- Bom... – respondeu Madison.
- Ei ruivinha? – perguntou Blaise se sentando do outro lado dela.
Draco olhou para a mesa da Grifinória onde Harry contava algo e Hermione ria. Sentiu seu corpo ficar rígido.
- Aquele maldito! – sussurrou uma voz raivosa em seu ouvido – Ela é minha!
- Draco? – chamou Madison – Tudo bem ai?
- Ah? Sim, estou bem – e virou seu copo de suco de abobora.
•••
Duas horas depois, Hermione, Ron, Luna, Gina, Harry e Madison estavam sentados em uma mesa no três vassouras. Depois de alguns beijou de Harry e Gina e de alguns olhares intensos por parte de Luna e Ron, Hermione se levantou.
- Vou comprar alguma coisa por ai. Maddie quer vir?
Madison se levantou em um pulo.
- Claro! Vemos vocês mais tarde.
As duas deram os braços e saíram do pub.
- Que clima é aquele entre a Luna e o Ron? – perguntou Madison quando a porta atrás delas se fechou.
- Rolou o maior beijão entre eles na guerra. Depois cada um foi para um lado – contou Hermione enquanto elas se afastavam – Agora que se reencontraram não conseguem se declarar.
- Isso me lembra certo casal – disse Maddie sorrindo marota.
- Quem? – Hermione corou.
- Tem certeza de que não sabe?
Hermione deu os ombros. As duas caminharam no meio da rua principal e pararam em frente à casa dos gritos apoiando-se na cerca de proteção. Conversaram sobre algumas coisas banais, tipo garotos e maquiagens.
- Mocinhas! – sussurrou uma voz rouca atrás delas, fazendo-as pular assustadas.
Era uma velhinha. Uma mendiga. Usava vestes rasgadas e sujas, porem trazia no rosto uma expressão feliz.
- Vocês são mocinhas tão bonitas! – disse ela.
- Obrigada. – disse Hermione.
Madison agarrou-se ao braço de Hermione com força.
- Posso lhes dar um presente?
- Imagina senhora. Não podemos aceitar. – disse Hermione rapidamente.
- Ela pode ficar ofendida. – sussurrou Madison.
- Esta bem então.
- Vocês estudam em Hogwarts certo? A que casa pertencem? – a velha perguntou docemente, mas não esperou resposta – Você. – apontou para Madison – Pela sua face de destemida e astuta pertence à Sonserina.
- Sim.
A mulher tirou de dentro de suas vestes um saquinho de flanela e entregou a Madison. Ela o abriu e tirou de lá uma pulseira com um pingente em forma de meia lua. Madison ofegou.
- É familiar? – perguntou Hermione.
- Acho que já vi em algum lugar. Mas não sei onde.
A velha se dirigiu a Hermione.
- Vejamos... Você, minha querida tem ancestrais sonserinos e corvinos. Mas... Não pode ser... Você é uma... – ela encarou a morena atentamente.
- Grifinda. – completou Hermione.
- Que coisa maravilhosa! – exclamou a mulher assustando Madison – Incrível!
- O que é incrível?
- Lizzie?
Hermione revirou os olhos.
- Sou neta dela.
- Nota-se a semelhança. E vejo em seus olhos certo brilho diferente. Seria... Paixão?
- Sim. – sussurrou Madison.
- Não! – exclamou Hermione.
A mulher sorriu e tirou de dentro das vestes um cordão preto. Preso a ele, um pingente branco com uma bolinha preta. Uma parte do famoso símbolo chinês Yin-Yang.
- É lindo! – disse Hermione e o guardou no bolso – Obrigada senhora.
- De nada. E boa sorte para encontrar a outra parte do amuleto.
Ela acenou e rumou para longe.
- Encontrar a outra parte? – indagou Madison – Que estranho.
- Pois é.
- O que acha de irmos comprar doces?
- Ótima ideia. Vamos – disse Hermione guardando o amuleto no bolso.
•••
Draco e Blaise estavam andando pela rua central e viram Hermione e Madison adentrarem a loja de doces.
- Hey Draco! – chamou Blaise – Olhando a Granger de novo?
- Claro que não!
- Sei...
- Com licença. – chamou uma voz e os dois se viraram.
Uma velha mendiga estava parada sorrindo de ante deles. Se isso fosse a dois anos, Draco a chutaria e a humilharia na frente de todos. Mas não. Ele tinha se tornado uma pessoa melhor. Graças a Hermione.
- Sim? – indagou ele.
- Posso te dar uma coisa?
- Claro.
Ela tirou de um bolso de suas vestes um cordão preto com um pingente negro com uma bolinha branca. Draco reconheceu na hora. Já havia lido sobre o Yin-Yang uma vez.
- Obrigada. – disse ele.
A mulher sorriu e de dois passos para trás, aparatando no meio da rua.
- Que mulher estranha. – disse Blaise.
Draco assentiu confirmando e ele e o amigo foram em direção ao Três Vassouras. Ao abrirem a porta, Ron e Luna saíram de lá.
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