Unidos Pelo Destino 3 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 1
Capítulo 1




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BA-BUM...

BA-BUM...

BA-BUM...

BA-BUM...

BA-BUM...

      Hermione escutava as batidas do seu coração se acelerarem cada vez mais, sentia uma dor descomunal no peito. Tentou relaxar esperando que passasse acalmando as batidas do seu coração. Mas não adiantou, a dor continuava. Forçou as pálpebras para cima numa tentativa de abrir os olhos, mas a claridade ofuscante do lugar onde se encontrava a fez fechá-las outra vez. Repetiu o ato só que mais devagar, acostumando-se com a luz. A primeira coisa que viu foi o teto branco e as paredes do mesmo tom.

- Hum... – gemeu ela.

- Hermione? – chamou uma voz rouca e ela virou o rosto para ver a pessoa.

      Sirius estava sentado em uma poltrona ao lado da cama em que ela repousava, ele tinha nas mãos um exemplar do Profeta Diário, seu rosto estava com uma aparência cansada e seus olhos tinham bolsas arroxeadas.

- Sirius... – ela sorriu.

      Ele se levantou em um salto e se aproximou da garota acariciando-a na bochecha.

- Como você esta?

- Estou bem... Meu peito dói, mas da para aguentar.

- Você não devia ter feito aquilo Hermione. Porque se jogou na minha frente? – disse franzindo a testa.

- Desculpe...

- Não vamos falar nisso agora – ele caminhou até uma porta branca no quarto e a abriu, colocando só a cabeça para fora e gritando – ELA ACORDOU!

- Onde estamos?

- No St. Mungus. – respondeu ele fechando a porta novamente. – Hoje fazem exatamente dois meses que você esta desacordada.

- Serio? Nossa! O que eu perdi?

- Muitas coisas... – ele se sentou na beira da cama – Arthur Weasley agora é definitivamente o Ministro da Magia. O ministério esta voltando aos poucos, o Profeta só fala dos Escolhidos, Hogwarts esta sendo reconstruída, eu fui inocentado de todas as acusações, posso andar livremente pela rua agora. A Mansão dos Malfoy esta interditada, então Harry. Ciça e Madison estão morando no Largo Grimmald comigo. A casa é enorme, estão todos bem confortáveis.

      Hermione sorriu.

- Obrigada Sirius.

- Você é minha filha, não deve agradecer nada.

- E Draco? – perguntou Hermione

      Sirius ia responder, mas alguém bateu na porta. Eram Madison e Harry.

- Como você está Mione? – perguntou o moreno.

- Indo. – ela sorriu fraca – E vocês? E onde estão Gina, Rony e Luna?

- Tudo há seu tempo querida – disse Sirius dando-lhe um beijo na testa – Contaremos tudo depois.

•••

      Uma semana depois, Hermione já estava melhor e as dores em seu peito já haviam parado. Ela já voltara para o Largo Grimmald e revera Ciça, Layla e Monstro. Só não vira Draco desde que acordara. Ao chegar no Largo Grimmald, ficou surpresa, a casa estava mais clara e bonita. Harry levou-a nos braços para seu quarto pois temia a subida da garota nas escadas e a depositou em sua cama.

- Obrigada Harry... Onde esta Draco? Quero vê-lo.

- Er... – ele pigarreou desconfortável – Ele saiu para resolver algo sobre a Mansão dos Malfoy, porque é dele agora.

- Bom... Quando ele voltar, você fala que eu quero vê-lo?

      Harry assentiu.

- Obrigada.

      O moreno saiu do quarto de Hermione fechando a porta e lançando um abaffiato no cômodo. Ele desceu as escadas correndo e foi para a cozinha onde estavam Ciça, Sirius e Madison.

- Ela perguntou dele outra vez – anunciou se sentando.

- Não é legal escondermos dela – disse Madison.

- É só até ela se recuperar mais um pouco – disse Sirius – Ela não pode sofrer emoções fortes, e com certeza será um choque para ela.

      Os outros assentiram

- Sirius onde ele esta? Porque não veio me ver? – perguntou Hermione pela décima vez a Sirius.

- Não sei onde ele esta!

- Sabe sim! Vocês estão me enrolando desde que eu sai do St. Mungus! Aconteceu alguma coisa não é?

      Sirius a encarou por um segundo pensando se devia ou não contar a verdade.

- Draco foi embora... – disse Sirius finalmente.

- Como assim foi embora?

- Ele se sentiu muito mal depois que você foi atingida por aquela maldição, achou que era culpa dele. Então, pegou suas malas e foi embora. Manda um bilhete a cada duas semanas dizendo que esta bem e que esta vivo. Mas nunca diz onde esta,com quem esta ou se vai voltar. E também não responde as cartas que Madison e Ciça escrevem para ele. Ele deixou uma carta pra você – ele tirou um pergaminho do bolso – Ninguém abriu. Ele só pediu para que lhe entregássemos quando você acordasse. Vou te deixar sozinha.

      Ele lhe deu um beijo na testa e deixou o quarto de Hermione.

      A morena abriu o pergaminho e se pois a ler.

      “Hermione,

            Mi Bailarina, chegou a minha hora, não aguento mais tudo isso. Já fiz a minha parte, ajudei a matar Lord Voldemort, e agora vou embora. Não se preocupe, vou estar bem, não pense que é sua culpa, porque não é.

      Antes de entrarmos no sexto ano em Hogwarts, eu fui obrigado a me juntar ao mal, estava num poço sem fundo. Mas você foi lá e me salvou, me tirou do abismo, me mostrou uma luz no meio da escuridão. Saiba que eu sou eternamente grato por isso. Depois veio a surpresa, teríamos que matar Lord Voldemort juntos!

      Se alguns anos atrás eu ouvisse isso, jamais acreditaria. Pensaria que seria um insulto lutar ao lado de uma suposta “sangue-ruim”. Mas agora eu digo “sangue-ruim”, é só um nome. Um jeito de implicar, duas palavras horríveis. E hoje, me arrependo profundamente por um dia te-las usado para caracterizar você. Você é corajosa, a garota mais corajosa que eu já vi, é meiga, sensível, bonita, e leal, principalmente leal. Você acreditou em mim quando ninguém mais o fez.

Obrigada, Hermione Jean Granger, por me tirar da escuridão, e por me devolver o meu coração. Você não sabe o quando é difícil para eu dizer isso, mas agora definitivamente é um adeus. Antes de morrer Dumbledore me pediu que cuidasse de você, e eu não fui capaz de fazer isso. Se eu tivesse sido, você não estaria em uma cama de hospital agora.

Desculpe-Me, realmente não foi sua culpa.

      Eu queria proteger você, mas nem disso eu fui capaz.

                                   Draco “

      Hermione sentiu seus olhos arderem. Ela abraçou seu travesseiro cobrindo o rosto e deixando suas lagrimas caírem.  Porque Draco fizera aquilo? Porque ele a deixara? Não era culpa dele, não era culpa de ninguém! Porque ele a estava fazendo sofrer tanto?  Porque ele foi embora? Como Hermione viveria sem aquele loiro arrogante de quem ela tanto gostava? Como viveria sem aquele que tocou-a como ninguém? Como viveria sem aquele que era dono da maior parte de seu coração?

      Ela chorou quase a noite inteira, ninguém ousou incomodá-la, nem Layla, absolutamente ninguém. E Hermione ficou sozinha, acompanhada apenas da dor.

•••

      Os meses se passaram e o final de agosto chegou. Junto dele uma surpresa.

      Hermione acordou e sem vontade tomou um banho quente. Vestiu-se de qualquer maneira e desceu as escadas lentamente, indo em direção a cozinha. Somente Sirius estava acordado, sentando frente à mesa com uma caneca na mão.

- Bom dia – ela lhe deu um beijo na bochecha e se sentou ao seu lado.

- Bom dia – respondeu ele a encarando – Dormiu bem?

- Sim.

- Certeza?

- Absoluta – ela deu um sorrisinho fraco e se serviu de um copo de suco de amoras.

      Os dois ficaram em silencio.

- Chega! – exclamou ele – Eu cansei! Hermione você esta parecendo uma morta viva! Um Inferi! Só dorme e come pouco! Até Layla come mais que você! Não se deixe abalar! Você tem 17 anos! Não oitenta e sete! Se anime!

- Desculpe... Sei que estou mal, mas eu...

- Você gosta demais dele e acha que não consegue viver sem o garoto.

- Como você...?

- Já fui adolescente. E já me apaixonei...

- Eu não disse que estava apaixonada por ele...

- Você não precisa falar, seu olhos já dizem tudo querida.

      Hermione corou. Madison chegou minutos depois e o assunto se encerrou.

      Hermione, Harry, Madison, Ciça e Sirius tomaram seu café da manhã em silencio. Eles estavam terminando quando três corujas adentraram a cozinha do Largo. Uma foi direto para Hermione, a outra para Madison e a outra para Harry.

- É o que eu estou pensando que é? – questionou Sirius.

      Hermione abriu sua carta e conforme lia, sua boca se abria.

- É? – tornou a perguntar Sirius.

- Vamos voltar para Hogwarts? – perguntou Madison relendo sua carta.

- Não acredito! – exclamou Harry sorrindo. – McGonagall quer que façamos o sétimo ano!

      Hermione sorriu.

- Vamos Harry? – questionou ela.

      O moreno sorriu.

- Mas é claro! Jamais perderia essa oportunidade! E você vai? – perguntou a Madison.

- Claro!

- O que vocês acham de irmos hoje ao Beco Diagonal? – perguntou Ciça.

- É uma ótima ideia. – respondeu Sirius.

- Mas preciso ir a Gringotes primeiro. – disse Madison.

- Eu também. – concordou Hermione.

- Somos três. – completou Harry.

•••

      Draco Malfoy estava sentando em uma poltrona preta frente a lareira. Estava frio. Na Albânia é sempre frio, seus olhos estavam arregalados e quase nem piscavam, ele encarava o fogo com tristeza, se lembrando de tudo o que havia acontecido.

      Ao seu lado uma carta deixada a alguns dias. Fechada. Não tivera coragem de abri-la. Sabia que era de sua mãe.

      Tomando um pouco de coragem, puxou o envelope e o rasgou pegando a carta em seguida e a abrindo cauteloso.

“Draco,

      Como você esta meu filho?

      Aqui esta tudo bem, e Hermione ACORDOU! Ela esta bem, não sofreu nenhum dano interno ou externo. Esta perfeita, e sente sua falta. Volte para Londres.

Com carinho, mamãe.”

      Sentiu seu coração acelerar. Hermione estava bem. E esta com saudades. Ele também estava. Morrendo de saudades. Mas não voltaria. Prometera que ficaria longe. Deu um pulo quando uma coruja piou em sua janela.

      Levantou-se, abriu a janela e pegou a carta. Tinha o símbolo de Hogwarts.

- Era só o que faltava – ele revirou os olhos e abriu a carta lendo-a rapidamente – Inacreditável.

      Caiu sentado em sua poltrona, amassou o papel e arremessou do outro lado da sala.


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