Final de ano. Final de Ensino Médio. Enquanto todos estavam se preparando e fazendo um esforço digno de admiração ao ponto de ultrapassarem cada madrugada lendo e relendo livros obrigatórios, eu estava tentando apenas desvendar um mistério que veio se escondendo através dos anos. Descobrir no que seria útil. No que eu poderia ajudar para contribuir na tão imensa cidade de Tóquio. Sempre tive minhas notas na média. Me saia bem ao ponto de não envergonhar meus pais. Contudo, surge o momento em que fazer tarefas apenas por miníma obrigação já não é mais o suficiente. Ao analisar o esforço dos demais colegas da minha classe, consegui perceber que o momento para arriscar e finalmente dedicar-se à algo concreto, havia chegado.

Depois de fazer uma lista de opções que haviam para seguir, eis o resultado: Nada.

Não havia como ter uma resposta segura da área que eu gostaria de servir sem meu boletim. Por mais que eu analise cada rascunho de cada caderno ou agenda, não chegaria a lugar algum.

Cada canto possível do material que costumava utilizar para os estudos estava repleto de cifras de alguma música que eu desejaria tocar no violão  na tentativa inútil de um cover. Ou então, estavam pequenas composições. Que, na realidade, conseguiria deixar qualquer ser humano no fundo do poço, mergulhando no rio da depressão.

Acredito que eu deva ter gasto meu tempo anotando a matéria de cada vestibular do que qualquer rima sem importância.

Mas acho que me dei conta disto tarde demais.