A Garota Do Cappuccino: Conflito Interno escrita por Koya


Capítulo 1
Sasuke, o robô e a "cappuccinete".


Notas iniciais do capítulo

Para melhor entendimento da fic, leiam "A Garota Do Cappuccino". Cappuccinete foi um apelido fofo, não?! Boa leitura, e me perdoem possíveis erros.



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Já se passou um ano desde que a minha garota do cappuccino tinha se tornado minha oficialmente. Não, eu não me casei. E não, também não estou encarando a ideia de um casamento como algo surreal, só que... Não agora. Hinata havia se mudado para meu apartamento alguns meses atrás. Nesse tempo, aconteceram muitas coisas. A maioria delas agradável, outras nem tanto. Um ano atrás, quando começamos a namorar (eu vou fingir que não estou empolgado como um adolescente que arranjou seu primeiro amor de ensino médio), seu irmão Neji veio falar comigo. Ele não era muito simpático, mas que seja, eu também não.

Konoha, Sábado. 23 de julho – 8h00

Estava jogado na cama com Hinata, quando o interfone tocou. Olhei no relógio e vi a hora, só podia ser brincadeira... Disposto a matar quem quer que fosse por ter me tirado do conforto da cama, do conforto que o corpo da minha mulher me trazia.

- O que é? – perguntei com um humor horrível.

- Senhor Uchiha, desculpe o incômodo. – Ele sabia bem que eu odiava ser acordado essa hora no sábado, mas em todo caso, estava fazendo o seu trabalho.

- Hm. – respondi, para que ele continuasse.

- Tem um senhor aqui em baixo...

Não escutei mais nada depois de “senhor”. Já imaginava algum amigo advogado, ou um cliente, que seja...

- Mande subir daqui cinco minutos.

Fui colocar uma camisa com cuidado, para não acordar Hinata. Como alguém podia ser tão linda? No auge do meu controle, fui selar meus lábios nos dela. Ela gemeu baixo e inocente, diferente dos gemidos que dera a noite, devo acrescentar. Fui para a sala, abri a porta antes que o tal senhor acordasse Hinata. Alguns minutos depois, lá estava o tal senhor.

- Ah, é você? – perguntei.

- Acho que devemos conversar um pouco...

- Entre – respondi. Não esperei que ele entrasse para fechar a porta, fui até o sofá e me joguei nele, impaciente.

Após fechar a porta, Neji me encarou.

- Sente.

- Obrigado. – mas olha quem estava se comportando como gente?

- Hinata está no quarto... – sorri, sabendo que isso o provocaria.

- Olhe Uchiha, eu realmente não quero saber da vida sexual de vocês. Não acho que um advogado de merda, de uma cidade de merda, possa fazê-la feliz. Ela é uma artista e você é todo... Encubado, que seja.

- Olhe quem fala... – respondi, reparando que vestia traje social. Às oito da manhã. Num sábado. – E de qualquer forma, os opostos se atraem, é o que dizem, não é?

- Eu não vim aqui para tentar me relacionar de forma saudável com você. Vim deixar claro que guerra é guerra e quando Hinata sair desse conto de fadas, ela vai ter um irmão à espera.

- Caralho... Você é mais chato que eu. – sorri irônico. – Sabe Neji... – continuei, me espreguiçando – Estava conversando com Hinata ontem e combinamos dela se mudar dentro de alguns meses. O que acha?

- Uchiha, não brinque comigo.

- Não estou brincando. Como parte da família, você deve apoiá-la no que a faz feliz. E por mais que você não goste, nós somos felizes. Aliás, não entendo como pode não gostar. Você vê o sorriso que ela estampa todos os dias na Academia de dança.

- Sou o dono, não um dançarino. São poucas as vezes que nos encontramos.

Eu o olhei sério, como ele podia implicar tanto comigo a ponto de não pensar na felicidade de sua irmã primeiro?

- E eu aposto a minha vida que nessas poucas vezes, ela estava sorrindo.

- Bom, já acabei o que tinha para fazer aqui. Vou indo.

- Hinata ia gostar de te encontrar aqui quando acordasse. – respondi, deixando meu orgulho de lado e pensando no sorriso que estreitaria aqueles olhos brilhantes.

- Tenho muitas coisas para fazer.

- Sasu... – Hinata vinha em direção à sala com uma camisola e os cabelos desgrenhados. Coçava s olhos, como uma criança.

- Olhe quem veio nos visitar, amor... – respondi com um sorriso, olhando para Neji, que estava sem reação. Correr poderia parecer meio patético, não é?

- Neji! – exclamou Hinata, correndo em direção ao robô. A voz mansa dela tornava-se ainda mais linda quando acabava de acordar.

- Olá, Hinata. Como vai?

- Bem melhor agora! Porque você some? Eu tenho que ficar te caçando na academia. – Hinata olhava para o irmão como quem esperava uma resposta muito boa.

- Hina... Nós temos que conversar um dia desses.

- Um dia desses nada, vamos conversar aqui e agora! Chega de fugir de mim. – Hinata agora usava um tom sério, e seu sorriso não estava mais estampado. Me limitei a olhar, interferir não seria uma boa.

- Hinata, já falei com o seu amigo e...

- Namorado. – interrompeu Hinata. – Prossiga.

- E eu não aceito isso.

Hinata estava com um sorriso divertido nos lábios.

- Não aceita? Não é você que vai namorá-lo, Neji, por favor.

- Quer tanto assim esse cara a ponto de deixar seu irmão de lado? Que assim seja, Hinata. Até, quando tomar juízo me procure.

Um ano após essa visita desagradável, várias vezes eu pego Hinata olhando para sua antiga casa, vendo por aquela janela o seu irmão. Essa janela podia trazer sorte ou azar. Era uma janela encantada. Tudo bem... Parei. Mas, de qualquer forma, me arrependo de não ter convencido minha garota do cappuccino a vender o apartamento para outra pessoa. Fazia cinco meses que Hinata se mudara para cá, e Neji para lá.

- Não se torture... – disse, abraçando-a por trás, enquanto ela olhava seu irmão sentado no sofá, lendo um livro.

- Sinto a falta dele.

- E porque não vai falar com ele? – perguntei, beijando sua cabeça, sentindo o aroma de maçã que seu perfume me trazia.

- Eu não vou, Sasuke. E não é nem orgulho. Passou-se um ano e ele continua com essa birra idiota. Eu não vou correr atrás dele para ele me desprezar, não sou um cachorro. Ele está errado e eu tenho sentimentos.

- Tudo bem, mas não fiquei olhando para essa janela como se o seu mundo dependesse disso. Eu morro de ciúmes.

Abracei Hinata com mais força, com medo de que alguma força sobrenatural a fizesse pular aquela janela e ir atrás do robô. Mordisquei sua orelha com certa força, passando minha língua depois. Senti Hinata estremecer em meus braços, e essa sensação, ninguém podia tirar de mim. É indescritível o desejo que essa mulher na minha frente causa em mim, ele deve saber disso. Deve saber que deitar sua cabeça próxima ao meu ombro, deixando seu pescoço vulnerável, não era uma boa. Ou talvez fosse. Beijei seu pescoço com desejo, passeando com a minha língua por toda a região de beijos. Subi minhas mãos sensualmente até o decote de sua regata, mordendo os lábios de forma... Sugestiva.

- Você é uma bela distração.

- E eu não sei? – respondi, dando o meu habitual sorriso sacana, puxando Hinata para o quarto.

x-x-x

Hinata acordou esquisita hoje. Ela não tem sorrido muito, e isso é anormal. Ainda não tive coragem de perguntar o que ela tem. Isso porque sou egoísta. E se for algo ruim sobre o relacionamento? E se ela não me amar, ou me desejar mais? Isso está me matando. Nunca fui inseguro. Mas ela tirou todos os parafusos da minha cabeça.

- Eu... – ela começou a falar durante o almoço, e eu fiquei ansioso.

- Diga, amor.

- Eu tenho uma apresentação amanhã, no parque...

- Eu sei... – disse em tom incentivador.

Hinata iria se apresentar em um parque, no centro da cidade, com o grupo da Academia. Era uma apresentação gratuita, apenas diversão.

- Eu... Queria que Neji fosse.

Ela não comentou mais nada depois disso. Nada mesmo, nem na hora do almoço, nem depois. Então, eu já sabia o que tinha que fazer.

- Neji. – o cumprimentei, quando ele abriu a porta.

- O que quer Uchiha?

- Depois de tanto tempo, ainda continua tão amigável. Não vou demorar. Só quero que saiba... Hinata vai se apresentar amanhã, no parque do centro. E por mais que eu não goste disso, ela gostaria que você fosse.

Neji sorriu. Um sorriso nada feliz. Me pergunto como ele e Hinata podem ser parentes. Tem todas as semelhanças, mas também, todas as diferenças. Os olhos perolados de Neji não emitiam a confiança e o aconchego que os de Hinata, eles não brilhavam.

- Ela te pediu para vir aqui?

Eu revirei os olhos, incrédulo.

- Ficou tanto tempo longe dela que perdeu a noção? Hinata não é o tipo de pessoa que faz isso. Em todo o caso, amanhã, às 10h. Não se atrase.

Quando me virei, pronto para sair daquele apartamento, Neji pousou sua mão em meu ombro.

- Como tem tanta certeza que eu vou?

- Você vai.

x-x-x

Hinata estava linda. Parecia uma boneca de porcelana. A maquiagem deixava sua pele ainda mais branca, e o tom escuro em volta de seus olhos, ressaltavam as pérolas ali contidas. Eu sou suspeito para falar tudo a respeito dela. Tudo brilha.

- Eu estou tão nervosa!

Eu sorri, e a abracei, tomando cuidado para não estragar nada do seu figurino tão cuidadosamente feito.

- Você vai se dar bem.

- Sou tão azarada... – começou! Mais uma de suas crises de azar.

- Se pensar que coisas ruins vão acontecer, coisas ruins realmente vão acontecer, Hinata. Fique fria.

Fui num dos primeiros bancos me sentar, vendo que o campo estava cheio. Sorte que tinha um pequeno lugar. Parecia reservado para mim. Quando estava próximo, um robô conhecido se aproximou.

- Nem pense nisso. Sente na grama! – falei, quando ele ameaçou sentar no meu lugar.

- Você que me convidou!

- Não necessariamente para esse lugar, vá para trás! Robô!

Depois de muito empurra empurra...

- Isso é tão humilhante... – comentou Neji.

Ah, ele estava se sentindo humilhado? Minha namorada ia aparecer em instantes e eu estou dividindo um banco com a bunda de outro homem quase amassando minhas pernas. E as cortinas se abriram, revelando uma Hinata mais linda e graciosa do que nunca. Essa era a minha garota.

- Eu... Sinto a falta dela. – disse Neji, suspirando, e recebendo minha atenção.

- Ela também sente a sua. Quer uma dica? Vá comprar um cappuccino.

Incrivelmente, ele foi. Hinata se manteve focada a dança toda. Tanto, que nem reparou que Neji estava lá, e quando contei pra ela... Bem, ela surtou.

- Neji me viu dançar? Neji não me vê dançar desde... Desde que eu era uma criança. Que vergonha! Onde ele está?

Hinata balançava a cabeça freneticamente, procurando.

- Estou aqui, Hina.

Hinata pulou em Neji, quase lhe socando. Os dois caíram no gramado, chamando muita atenção.

- Ah, não acredito! – Hinata exclamou, vendo que Neji estava trazendo um cappuccino, e que havia derramado nela.

- Foi ideia do Sasuke!

- Ei, espera... Está falando comigo? – perguntou Hinata, ainda enroscada no chão com Neji.

- Sim, Hina... Me perdoe. Tenho sido um idiota.

Hinata se virou para mim, incrédula.

- Porque sempre que está por perto, eu acabo com cappuccino em toda parte, menos em minha boca?

E eu sorri.

- Não sei, sinceramente, garota do cappuccino.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, opiniões muito bem vindas.
Até a próxima! Beijos.



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