Admito Que Te Amo escrita por a curious


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hoje estou postando essa capítulo especialmente para a Miranda, espero que goste :)



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Amanda acordou cedo naquela manhã, na verdade, nem tinha dormido direito. Levantou-se já pensado no que iria preparar para o café da manhã, mas enquanto arrumava sua cama, escutou um barulho, algo caindo no chão.

Saiu à procura e, chegando à sala, viu Laura desmaiada na cozinha. Correu até ela.

–Tia! Por favor, tia fala comigo. – chamou, mas a mulher estava desacordada.

Na mesma hora ligou para a emergência. E não demorou muito para que uma ambulância chegasse para leva-la a um pronto socorro. Amanda quis ir junto com a tia mas os paramédicos não permitirão. Ela aproveitou esse tempo para trocar de roupa, pois ainda estava de pijama. Pegou sua bolsa e seguiu para o hospital.

...

Ao chegar, correu para a recepção, queria qualquer informação sobre o estado de saúde da tia. E mais uma vez foi encaminhada para a sala de espera para que aguardasse o médico.

Já nem sabia há quanto tempo estava ali e toda essa espera estava deixando ela ainda mais aflita.

Não soube se ficava aliviada ou ansiosa quando viu o médico adentrar a sala.

–Doutor, a minha tia, ela está bem? – estava com o coração apertado, perguntou com medo da resposta.

–Sim, mas a situação pode piorar, à medida que o tempo passar e...

–E ela não fizer o tratamento... – respirou fundo.

–Isso mesmo.

–Eu posso vê-la?

–Agora não. Mas ela está bem, dormindo. Você pode voltar mais tarde, no horário de visitas, ela já estará acordada.

–Certo, entendi.

O médico se retirou e Amanda ficou ali por alguns instantes. Estava perdida pensando em como faria para resolver a situação aquela situação. Sentia um carinho de filha para mãe pela tia, lhe doía o coração ver a tia passar por tu aquilo e ela não poder fazer nada. Respirou fundo, desta vez tentando conter o choro, mas as lágrimas já lhe caiam pela face.

Parou de chorar e foi para casa para poder se acalmar. Voltaria mais tarde, não queria que sua tia a visse daquele jeito.

...

Na mansão Navarro, por incrível que parece, o dia havia começado de maneira comum, sem discussões ou brigas. Isso para a alegria da pequena Kim, apelido que tinha ganhado do irmão. A menina sempre ficava feliz quando o dia em sua casa começava como em uma família comum, com todos juntos para tomarem o café, quase em harmonia. Vitor sabia disso, então ele evitava ao máximo em discutir com a mãe na frente da irmã.

...

Já na hora do almoço.

–Oi pai! Cadê o resto do pessoal? – Vitor acabava de chegar.

–Da última vez que eu vi o Vinícius ele estava no celular.

–Deixa eu adivinhar, está discutindo de novo com a Emily, e mais uma vez porque ela não veio almoçar em casa. – sentou-se à mesa.

–Você sabe como o seu irmão é... – Afonso não aprovava essa cobrança que filho tinha com a esposa.

–Oi, cheguei! – a pequena entrou alegre como sempre, sentou-se ao lado do irmão.

–Chegou cedo... – falou num ar de pergunta.

–Ainda bem. – cochichou sapeca para que sua mãe não a escutasse.

–Tudo isso é culpa dele mesmo. – Marta se pronunciou ao assunto que apenas pai e filho comentavam até então. –Se ele não tivesse apoiado a ideia que a Emily teve de abrir aquela loja, porque estava na cara que ela não daria conta de ser uma empresaria bem sucedida.

–Marta, por favor... Será que podemos almoçar. – pediu já pensando no rumo que aquela conversa daria.

–É claro Afonso, não vou falar mais nada, pode deixar. – expressou claramente insatisfeita.

–Vitor. – ouviu a irmã lhe chamar e virou-se para saber o que ela queria. – Será que você pode me levar pra aula de ballet hoje?

–Sim...

–E a sua aula de inglês? – cobrou, pois não queria que a filha perdesse seus compromissos.

–É só amanhã mamãe.

–Que horas você precisa estar lá?

–Às 15:00.

–Pode deixar que eu te levo.

Terminaram o almoço sem saber onde Vinícius teria ido.

...

Amanda não aguentava mais pensar e não chegar a lugar nenhum. Arrumava-se para ir ao hospital, já eram quase três da tarde e mesmo que ainda faltasse uma hora para começar o horário de visitas no hospital, ela morava muito longe, além de estar ansiosa para ver a tia. Saiu do quarto indo para a sala, quando ouviu o celular tocando. Correu para atender, achando que pudesse ser alguma notícia sobre a tia.

–Alô?

...

–Eu sabia que iria acabar chegando atrasada. – reclamou a menina que ainda estava a caminho da aula de ballet.

–Você sabe muito bem que a culpa foi sua. – respondeu sério à irmã.

A pequena apenas cruzou os braços, sabia que não iria adiantar negar o fato de que a culpa do atraso era dela. Durante todo o percurso a garota estranhou o silêncio do irmão, sabia que ele não era de falar muito, mas havia tentado puxar assunto de todo o jeito e nada.

–Vitor, você está triste com alguma coisa?

–Não. – ficou um tanto surpreso com a pergunta dela. Parecia estar triste?

–Tem certeza?

–Tenho sim. – é claro que não estava tudo bem, mas, tentou disfarçar para não preocupar a menina. – Olha só, chegamos.

–Obrigada. – agradeceu e desceu do carro.

–Eu venho te buscar quando você sair, então vê se não se atrasa.

Ela deu-lhe as costas, saindo sem se despedir, pois não gostou do puxão de orelha que levou do irmão.

Despediu-se dela mesmo assim e saiu. Um pouco preocupado com a pergunta que Kimberli lhe havia feito. Estava sim arrependido da conversa que havia tido com Amanda, mas achava que aquele infeliz episódio já havia passado.

Seguiu para o ginásio, lá era o único lugar onde conseguia relaxar.

...

Desligou o telefone não acreditando no que acabara de ouvir. Sua tia havia sido demitida. Laura trabalhava em uma fábrica de roupas era uma das costureiras. Faziam três semanas desde que estava de atestado por conta das idas ao hospital.

Um dos medos de Amanda tinha se tornado realidade, sentia como se tudo estivesse desabando em sua cabeça. Não fazia ideia de como contar para tia. Saiu antes que começasse a chorar novamente.

...

Consegui chegar ao hospital bem no horário e seguiu direto para ver a tia. Abriu a porta devagar e alegrou-se em ver que Laura parecia bem. Conversava com uma enfermeira quando viu a sobrinha parada na porta.

–Minha querida, oque está fazendo aí parada? – sorriu doce para ela – Entre.

A enfermeira pediu licença e se retirou.

–Como à senhora está se sentindo? – se aproximou e segurou a mão da tia.

–Você deve ter falado com o médico, e ele deve ter dito que eu estou bem, não foi? – continuava sorrindo – Não se preocupe... – parou ao sentir a sobrinha apertar-lhe a mão.

–Tia... – tentou começar a falar.

–Desculpe querida, eu não queria te causar tanta preocupação assim. – entristeceu-se ao vê-la daquele jeito.

–Eu não vou deixar que nada de ruim aconteça mais com a senhora.

–Eu agradeço minha querida... – e antes que pudesse dizer qualquer outra coisa, Amanda a abraçou, fazendo com que a conversa terminasse por ali.

Amanda não quis dizer nada sobre a demissão para Laura, pelo menos não agora, não antes de fazer o que estava rondando sua mente desde que chegou ao hospital.

Assim que o horário de visitas terminou, Laura teve que insistir com a sobrinha que não precisaria faltar aula por sua causa, já que teria que ficar em observação no hospital. E foi só depois que ficou confirmado que ela receberia poderia ir pra casa na manhã seguinte, que a moça concordou em ir.

...

Passou na casa de Paulo para irem pra faculdade. Enquanto estavam a caminho, resolveu puxar conversa com Vitor.

–E aí, como é que você tá?

–Eu sei lá. Acho que tranquilo, não vou esquentar a cabeça e fazer disso mais um problema, eu já tenho muitos.

–Tá bem. – não se espantou com o jeito indiferente do amigo, pois era sempre assim que agia quando estava nervoso.

Chegaram à faculdade. Desceram do carro e entraram, passando pelo pátio.

–E se for possível, eu prefiro não tocar mais nesse assunto.

–É..., mais acho que vai ser um meio difícil. – fez sinal pro amigo, mostrando Amanda que estava parada perto da escada – É impressão minha ou ela tá esperando a gente? Ou melhor, você.

Mas ele não conseguiu responder quando percebeu que a moça vinha em sua direção. Permaneceu sério.

–Eu posso falar com você?

Ficou confuso, se perguntando o que ela poderia querer falar ainda com ele. Pensou em dizer não, mas reparou que ela estava com aquele mesmo olhar aflito do dia em que a levou para o hospital.

–Paulo, você pode deixar a gente a sós?

–A... Tá. – o rapaz ficou um pouco surpreso com a decisão do amigo.

Os dois se retiraram para um lugar menos movimentado, já que havia muita gente onde estavam.

–Aconteceu alguma coisa?

–Você deve estar me achando uma louca por ter te chamado pra conversar depois de... ontem.

–Não se preocupa mais com isso. O que foi? – queria saber logo o que ela queria.

–Eu... – pensou em desistir, isso por conta do jeito ríspido do rapaz, mas, pensou na tia, estava fazendo isso por ela. – Mudei de ideia quanto a sua proposta. E se você me disser que a proposta que você me fez ainda está de pé, eu aceito. – respirou, não estava acreditando que teve coragem para o que tinha acabado de fazer. – Eu aceito a sua proposta.

Ficou ao mesmo tempo surpreso e confuso com as palavras dela.

–Eu sei que eu já te perguntei isso, mas aconteceu alguma coisa? – percebeu o rosto dela se entristecer. – Alguma coisa com a sua tia?

–Ela vai ficar bem, porque eu vou fazer qualquer coisa pra ajuda-la.

O sinal para a entrada do pessoal tocou, interrompendo a conversa dos dois.

–Acho melhor a gente entrar agora e continuar essa conversa depois.

–Espera...

–Pode deixar, a gente vai ter tempo pra acertar os detalhes. – disse virando-se para sair.

–Quer dizer que...

–Que nós temos um acordo.

Amanda respirou fundo, mas não por estar aliviada, pelo contrário estava preocupada só de pensar em como ficaria essa história.

–Me espera na hora da saída que eu te levo pra casa.

–Tá bem.

Seguiram cada um para as suas respectivas salas. Já em sua sala, contou para Paulo sobre a conversa que havia tido com a moça. Para eles as horas passaram rápido naquela noite, e, na hora da saída a moça já o estava esperando do lado de fora da sala.

–Vamos.

–Mas e o Paulo?

–Ele conseguiu uma carona.

Entraram no carro e ela passou lhe o endereço de sua casa. Durante o percurso nenhum dos dois disse nem uma palavra, e ela estava um tanto incomodada com toda essa situação.

–Eu posso te fazer uma pergunta? – perguntou meio receosa.

–Vamos ter tempo para falar depois. Agora vamos resolver o problema da sua tia.

–Mas como? Eu não posso simplesmente dizer a ela que eu consegui o dinheiro.

–Eu já pensei nisso, não precisa se preocupar. Falei com o Paulo, e ele disse que pode conseguir uma vaga pra você na gráfica do pai dele.

–Mas...

–Você só precisa dizer que um amigo da faculdade te arrumou o emprego. – reparou que ela parecia desanimada. – Oque foi?

–Eu tinha me esquecido que iria acabar mentindo pra ela. Eu odeio mentiras.

–Só que não vai ter outro jeito.

–Tá bem. Deixa isso pra lá, o que me importa agora é a saúde da minha tia.

Percebeu que ela estava determinada e gostou disso. Entrou na rua que ela havia informado.

–Qual é a sua casa?

–Aquela ali, a próxima.

O lugar onde Amanda morava e a bem comum, sua cara modesta e simples, mas aparentava ser bem aconchegante.

Parou o carro para que ela descesse.

–Amanda, para todos os efeitos, nós já estamos namorando.

–Tá. – ficou surpresa com a afirmação do rapaz, mas apenas confirmou.

Desceu do carro, entrou em casa e foi direto para o quarto. Precisava dormir, estava esgotada depois desse dia exaustivo.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é isso. Beijos!