Leah E Benjamin: Amor Ou Impressão? escrita por DragonFly


Capítulo 30
O Inferno é aqui


Notas iniciais do capítulo

Ahhhh, voltei, galera!!!

Viajei muito nesse capítulo e espero que gostem :)



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Após algumas horas ouvindo apenas o som baixo de música sertaneja (Ben me contou a respeito quando comentei que achava que os brasileiros só ouviam samba), misturando-se ao ronco do motor do jipe, encontramos um posto de gasolina. Não está abandonado, mas não há movimento. Uma placa diz: Brasília a 300 KM.

– Vamos parar um pouco. Eles devem ter um banheiro. Pode ser nossa última oportunidade de cuidarmos de nós mesmos.

– ótimo. Preciso mesmo de um banho. - ao dizer isso, olho de soslaio para ele, esperando que diga algo fofo.

– Beleza. Ainda bem que não precisei te dar um toque. Você sabe... seria desagradável. - ele diz sorrindo enquanto pula para fora do carro e bate a porta. Estou chocada. É a primeira piadinha sem graça que ouço ele fazer comigo.

Sigo seus passos até a loja de conveniência aos fundos do posto. Parece que eles têm mesmo um banheiro. Pego um sabonete com embalagem de ursinho no caminho até a porta que indica sanitários. Assobio para o vendedor e ergo a mão com a embalagem para que ele possa registrar o que peguei. Não vejo Ben em lugar nenhum. Abro a porta esperando um banheiro razoável, mas lembro que nem peguei um par de chinelos. Ei! Reprendo a mim mesma. Onde está a loba selvagem de meses atrás? Quanta frescura! Sacudo a cabeça, pensando que o chocalho pode me fazer voltar ao normal.

Hum... nada mau para um banheiro de beira de estrada. Está bem limpo. Tranco a porta e começo a me despir. Devo ter uma última calcinha limpa no fundo da mochila. Vai ter que servir. Jogo a bolsa no canto mais seco e vejo várias prateleiras cheias de pacotes de toalhas felpudas lacradas. Oba. Vou poder me enxugar! Frescura, eu sei, mas mereço. Pego um dos pacotes com uma toalha verde claro e, assim que rasgo o embrulho, jogo a bendita por cima da portinha marrom e fosca do box. O banheiro não é muito claro, mas as luzes já estão todas acesas, o que quer dizer que terei que me contentar com a penumbra.

Quando já estou sem roupa alguma, empurro a portinha do box e vejo que parece emperrada. Não. Espere. Tem alguma coisa atrás dela. Uma sombra se move e por um segundo penso que talvez possa quebrar o vidro contra a cabeça do que estiver logo atrás, mas antes que consiga tocar na porta, a sombra ganha forma, testura e cor. Ah! E cheiro também.

Benjamin está despido à minha espera. Não sei a razão do suspense. Era só ter falado que queria tomar banho comigo. Teria evitado o momento de tensão e eu não teria me sentado no vaso sanitário, deixando-o me ouvir fazer xixi. Se eu não soubesse que sou um lobo e, ele um vampiro, diria que já estamos casados.

Passamos uns bons vinte minutos juntinhos ali. Não fazemos nada de mais, mas a situação é deliciosa assim mesmo. Meus cotovelos esbarram na parede do cubículo e a cabeça de Ben esbarra no chuveiro. Ainda assim, o momento é agradável. Quando saímos, percebo que Ben não sai atrás de mim. Só agora percebo a situação e sinto o rubor esquentar meu rosto. O vendedor pode nos expulsar por isso. Que vergonha!

Mas Ben é esperto e logo o vejo caminhando do lado de fora da loja, com as mãos nos bolsos da calça e um olhar distraído. Meus cabelos pingam no chão gasto da loja e o vendedor sorri para mim. Pego alguns itens úteis e pago por tudo antes de voltar para o sol quente e o ar seco. Quando chego ao jipe, Ben está sentado ao volante, pensativo. Abro a porta e me sento no carona.

–Ei. Vamos conseguir.

– Sim, vamos. - ele sorri, desviando os olhos para a estrada que acabamos de pegar novamente.

Logo estamos chegando à cidade. É bonita e bem demarcada, embora falte alguma coisa. É quase noite quando paramos á beira de uma rua solitária e com poucas casas. Tia sai de uma van e corre em nossa direção sorrindo. O resto do pessoal vem logo atrás. Todos parecem um pouco apreensivos e algo me diz que eles sabem de algo que não sei.

– Tudo bem com vocês? Achei que tinham fugido para Vegas para se casar! - brinca Paul, me abraçando em seguida.

– Engraçadinho. Tenho certeza de que não demoramos nada.

– Sei. Se você diz... a propósito, temos novidades quentes.

– Prontos para por fogo no palácio? - é a vez de Suhen. Ele está mais calmo e não vejo mais aquela mágoa em seu olhar.

– Vamos, mas...

– Escutem – Tia me interrompe – Sabemos exatamente aonde ir. Contatei Alice e, a notícia é a melhor possível! Parece que todos os malditos estão concentrados aqui, nesta cidade.

– Como assim? - pergunta Ben.

– Bom, Todas aquelas manifestações e destruição pelo mundo todo eram só distração. O plano era enviar defensores como nós para lugares distantes e esquecer daqui. Parece loucura, mas estavam todos concentrados neste lugar o tempo todo!

– Explica direito, Tia! Não estou entendendo.

– Estão todos aqui, Leah. Aqueles malditos até pretendem dominar o mundo, mas por enquanto, a ideia é dominar um único lugar com extensão suficiente para abrigar milhares deles e novos adeptos. Que lugar no mundo concentra o maior número de alienados na política? Quantos países são governados pelo maior número de caras do mal? Que nacionalidade tem seus recursos sugados por homens que se dizem importantes? Bem vestidos, vivendo no luxo e pregando o socialismo...

– Espera aí, você está dizendo que vamos interferir num golpe de estado?

– Não. Vamos interferir num golpe de mestre.

– Eu não...

– Calma. A coisa toda não está acontecendo só aqui, mas esta é, sem dúvida, a célula. A maioria dos brasileiros não sabe de nada. Estão vivendo da miséria que lhes sobra, enquanto os caras por trás disso tudo estão dentro das maiores e mais luxuosas construções do país. Para nossa sorte, hoje estão todos aqui. Uma reunião emergencial, estão dizendo. Pediram que as pessoas ficassem em suas casas agora pouco. Nosso contingente é pequeno para lidar com todos e por isso vários grupos dos nossos estão chegando em seus aviões particulares. Não sei como vão parar por aqui já que o espaço aéreo está fechado, mas temos que aguardá-los.

Estou chocada. A coisa toda é pior do que eu pensava, então. Essas pessoas foram enganadas esse tempo todo. Se as lendas são verdade, o que não é? A tão famosa corrupção é mais do que um bando de homens sujos. São vampiros adaptados ao mundo e disseminando o mal a qualquer custo! Não vamos permitir isso. Nunca!

– O que estamos esperando?

– São centenas deles, Leah. Estarão reunidos na chamada Praça dos Três Poderes! Só um contigente grande dos nossos poderá contê-los.

– Mas como? O lugar não é aberto? Como vamos cercá-los?

Tia olha para Benjamin e, de repente, eu entendo. Meu Garoto Dourado tem algo imenso em suas mãos. Suas habilidades farão algo absurdo. Sinto-me inútil agora.

– Certo, então vamos esperar. - digo enquanto me sento no meio-fio.

– Não será necessário! - diz uma voz que reconheço de algum lugar. Olho na direção do som e me deparo com um grupo gigantesco de sombras vindo em nossa direção.

O dono da voz se aproxima e eu me levanto, correndo em seu abraço. Jacob e, ao que parece, todos os lobos do mundo (posso estar exagerando, ok?) estão aqui. Logo atrás estão os sangue-suga aliados.

– Seth!

Ainda abraçada ao meu irmãozinho, ouço com atenção o plano de Alice. Seremos aliados de verdade, em uma batalha de verdade. Vejo o brilho nos olhos daquele que se chama Caius Volture. Sim, eles estão aqui. Até aquela garotinha assustadora com um sorriso de matar.

Vamos detonar com esses bandidos!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem, please :*



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