O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 49
VI.2 Viagem perigosa.




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Bra vestiu o dogi e escapuliu-se sorrateiramente do quarto. Naqueles últimos dias, descobrira coisas acerca dela própria que desconhecia até há bem pouco tempo. Não sabia que era mentirosa e audaz.

Escolheu uma janela discreta e saiu da Capsule Corporation a tentar voar o melhor possível, o que queria dizer, de acordo com aquela circunstância em particular, fazê-lo utilizando pouca energia para não ser detetada.

Lembrou-se que era mentirosa porque dissera à mãe que iria para o quarto desenhar, depois do almoço. Era audaz porque dirigia-se para o sítio mais perigoso do mundo.

Deixava West City e olhou para trás, para a silhueta branca da grande cidade, sentindo-se livre.

Mais adiante, no ponto de encontro combinado, no meio do ar, Pan acenava-lhe, com os cabelos e o dogi agitados pelo vento. Parou junto da amiga com a cara corada do frio.

- Bra-chan, alguém te viu sair?

Negou com a cabeça.

- Ótimo! Preparada?

Respirou fundo, acenou afirmativamente uma única vez, para mostrar como estava decidida e que tinha tanta coragem quanto a filha de Gohan-san e de Videl-san.

Começaram a voar, ao lado uma da outra, desta vez com mais energia.

- Também foi fácil para ti sair de casa, Pan-chan?

- Hai. Estava de castigo no meu quarto. Devem pensar que ainda lá estou.

- Porque é que estavas de castigo?

- Não quis comer as ervilhas. Detesto ervilhas!

Bra riu-se.

- Não te rias! – Protestou Pan zangada. – Se esse Zephir tiver a cara parecida a uma ervilha, juro-te que dou cabo dele num segundo.

Calaram-se, sabiam que estavam a fazer uma coisa pior que não querer comer ervilhas e que o castigo por aquela transgressão haveria de ser mais grave que apenas umas horas sem televisão, fechadas no quarto cheio de brincadeiras.

- Estás com medo, Bra-chan?

- Não… – Mas a seguir acrescentou: – Talvez um pouquinho… Mas sou uma saiya-jin e os saiya-jin não têm medo, não é?

- Hai. Eu também não tenho medo.

Sobrevoavam um rio enorme. Pan baixou e passou a rasar por cima da água, os salpicos molharam-lhe a cara e o cabelo. Bra imitou-a e riram-se uma para a outra. Voavam em piruetas, em altos e baixos, abandonaram o rio, furaram nuvens. Viram um bando de dinossauros alados ao longe, uma família de seis elementos. O terreno ficava cada vez mais inóspito. Bra perguntou:

- Sabes o caminho?

- Não. Mas não te preocupes. Dou com o caminho.

- Como?

- É fácil. Basta seguir a aura do saiya-jin que se chama Keilo.

Fechou os olhos e tentou fazer o que Pan uma vez lhe ensinara, distinguir a energia dos seres vivos do planeta, em particular a energia dos guerreiros que era maior e que se percebia à distância. Pan notou-lhe o esforço.

- Estás a sentir a aura dele?

- H-hai – gaguejou por conseguir percebê-la mesmo estando tão longe. – Faz doer a cabeça.

- Não te esforces demasiado, Bra-chan. Deves guardar a tua energia para voar, já que o vamos fazer durante muito tempo.

Concordou e abandonou a concentração.

Não sabia se a ideia de Pan era boa ou má, mas era interessante o suficiente para lhe ter espicaçado a curiosidade e despertado uma impressão esquisita que a fazia querer combater, só para experimentar a adrenalina desse evento. Devia combater. Afinal, ela pertencia à raça dos maiores guerreiros do Universo, os saiya-jin, e tinha plena consciência das suas responsabilidades.

A tarde avançava, o sol descia no céu, para ocidente, guiando Pan e Bra na longa viagem até ao Templo da Lua.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Respostas exigem-se.



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