O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 44
V.11 Escapando do pesadelo.




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O raio de Vegeta destruiu tudo o que havia à frente numa rajada impressionante. O rombo da primeira parede prolongou-se por sucessivas paredes até atingir o exterior, volatilizando alguns kucris pelo caminho. Normalmente, Goku não apreciava os métodos bruscos do príncipe, mas, naquele momento, não tinha nada a opor. Era urgente saírem o quanto antes daquele lugar. Keilo já tinha regressado ao Templo da Lua.

Com o cofre prateado debaixo do braço, Vegeta avançou pelo túnel que o raio criara a chamar:

- Kakaroto… Vamos!

Quando alcançaram o exterior, a primeira coisa que lhes chamou a atenção foi o combate que acontecia nos céus. Keilo lutava contra Goten, Trunks assistia ligeiramente afastado. O saiya-jin empurrava o adversário com uma saraivada de pequenos raios que Goten amortecia numa concha protetora que formara com as mãos. O ar fervia com aquele combate.

O que tinham vindo fazer ao Templo da Lua estava feito e podiam ir embora, mesmo que soasse ligeiramente a cobardia. Era a vez de eles esquivarem o confronto.

Keilo e Goten faziam uma curta pausa, para recuperar o alento. Vegeta saltou; Goku ia também saltar quando algo lhe chamou a atenção, para a esquerda.

Junto aos portões, dois vultos enfrentavam-se, envolvidos em estranhas esferas luminosas – uma de cor vermelha, outra de cor azul. As esferas faiscavam e de cada vez que duas faíscas se encontravam anulavam-se. As vibrações que soltavam eram funestas. Goku forçou a vista e reconheceu os vultos. Dirigiu-se para lá.

Vegeta viu-o.

- Mas onde é que vai aquele palerma?… Kakaroto?!

- Já vou ter contigo.

As esferas crepitavam e aumentavam de tamanho e a sua luz esbatia-se no processo. As duas esferas separavam-se por milímetros. Se se tocassem anulavam-se, tal como acontecia com as faíscas e o mundo sofreria um abalo cósmico.

Goku agarrou em Toynara. O jovem sacerdote não se debateu, deixou-se apanhar. Aquilo era apenas um corpo, o espírito vaguearia algures numa luta qualquer contra Zephir. Puxou-o para o lado, com o outro braço enviou um raio que penetrou a esfera vermelha do feiticeiro. A enorme bola oca tremeluziu, a desfazer-se lentamente, levando a imagem de Zephir. Numa baforada de fumo e num estampido surdo, o pátio ficou vazio.

O feiticeiro voltava a escapar-se por entre os seus dedos. Como raios fazia para desaparecer tão depressa?

O tempo era precioso e Goku levantou voo com Toynara, preso no seu braço. Os kucris entravam no pátio aos guinchos em busca dos invasores que se escapavam. O rapaz continuava apático e ele preocupou-se:

- Toynara-san, estás bem?

Não lhe respondeu, nem deu sinal sequer que o ouvira. O olhar fixava-se com toda a intensidade no Templo da Lua que abandonavam.

Vegeta juntava-se a Trunks e a Goten, que aumentava o ki para mais um embate contra um Keilo furioso e excitado. Goku vinha a caminho e gritou:

- Vegeta! Rapazes! Preparem-se para sairmos daqui!

- Nani?!! – Admiraram-se Trunks e Goten ao mesmo tempo.

Keilo redobrou a fúria e a excitação.

- Kakaroto! Nem penses que te vou deixar sair daqui!

Goku entregou Toynara a Vegeta tão de repente que não lhe deu tempo para protestar.

- Leva-o e afasta-te tu também daqui. Eu trato de Keilo!

- O que raios vais tu fazer?

- Vou proteger a nossa fuga.

- Como?

- Vão! Depressa!

Trunks agarrou no cofre prateado que Vegeta lhe estendia e entregou Toynara a Goten, que o recebeu atrapalhado. Depois, saiu a voar na direção oposta ao templo e os dois rapazes seguiram-no. Keilo urrou cada vez mais furioso.

- Queres ir embora, cobarde? Não! Hoje, vou eliminar-te.

Goku levantou os dois braços, juntou as mãos, uma de cada lado da testa, dedos abertos, palmas voltadas para dentro. Na mão de Keilo cresceu uma bola encarnada de energia.

- Acabou-se, Kakaroto.

Naquela bola estava o poder suficiente para rebentar com a Terra. Atrás dele, percebeu que Vegeta, Goten, Trunks e Toynara estavam muito longe, a salvo.  Chegava o momento de atuar. Sem perder o sangue frio, Goku atacou.

- Taiyou-ken!

O clarão provocado estendeu-se pela paisagem a engolir todas as formas numa vaga de luz tão forte e brilhante que era impossível de contemplar. Keilo ficou cego, levou aflito as mãos aos olhos com um grito de espanto. Goku transformou-se em super saiya-jin e saiu dali a voar a toda a velocidade. Alcançou-os num ápice.

- Vegeta!

O príncipe travou o voo, Goten e Trunks fizeram o mesmo.

- Vou utilizar a Shunkan Idou para sairmos daqui o quanto antes. Os efeitos da taiyou-ken não duram muito e Keilo vai perseguir-nos. Agarrem-se a mim.

- Vais teletransportar-te para onde?

Levou os dedos à testa.

- Para junto de Piccolo. – Fez uma cara preocupada. – Hum… O ki é fraco. Piccolo está ferido.

Trunks alarmou-se.

- Ferido? A Ana está com ele!

- Mais uma razão para irmos embora daqui.

A viagem instantânea aconteceu e chegaram às montanhas.

O dia findava e o vento arrefecia o ar com as suas rajadas isoladas. Piccolo sentava-se num tronco caído. Levantou a cabeça dorida quando eles chegaram.

- Piccolo, dai jó cá? – perguntou Goku.

- Hai – respondeu o namekusei-jin a levantar-se, limpando os restos de sangue da boca. – Não te preocupes. Assim que chegar ao Palácio Celestial, Dende vai curar-me. Encontrei-me com Julep. O maldito seguiu-me desde o Templo da Lua e sabia que tinha uma bola de dragão comigo. – Reparou em Toynara, pálido e mudo, ao lado de Goten. – Hum?... O que é que fazes aqui?

O sacerdote não respondeu.

- Já temos todas as bolas de dragão?

- Hai, Piccolo.

Trunks perguntou, depois de ter verificado que a cabana tinha desaparecido e que a clareira se tinha transformado numa cratera pouco profunda:

- Onde está a Ana?

- Mandei-a fugir para a floresta e entreguei-lhe a bola de dragão. Se o combate corresse mal, não a queria por perto. O demónio poderia raptá-la e roubar-nos a bola de dragão.

- Fizeste bem – concordou Goku.

- Não se pode dizer que o combate tenha corrido bem – provocou Vegeta.

- A rapariga da Dimensão Real e a bola de dragão estão a salvo. O resto é secundário.

Piccolo virou costas ao príncipe dos saiya-jin.

- Oiçam lá! – Interrompeu Trunks, devolvendo o cofre prateado ao pai. – A Ana está sozinha na floresta e está a anoitecer. Deve estar cheia de medo. Vou…

Mas Goku adiantou-se.

- Serei mais rápido a encontrá-la e a trazê-la de volta. Vou eu.

Uniu os habituais dois dedos à testa e partiu.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Outra oportunidade.



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