O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 39
V.6 As três bolas de dragão que faltavam.




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Vegeta agarrou no radar do dragão.

- Kakaroto?

- Estou pronto.

Goku espreitou pelo buraco aberto numa das paredes arruinadas. Em vez de entrarem pelo pátio principal, optaram por rodear os edifícios do templo e invadirem o espaço mais discretamente, no lugar onde antes estava o tal Salão da Luz que tinha sido destruído durante o combate contra Keilo.

- Espero que não encontremos muitos kucris – desabafou Goku.

- Vamos encontrá-los, de certeza. São uma praga difícil de evitar neste sítio amaldiçoado.

Os três pontinhos brancos piscaram na esquadria verde do radar.

- Estamos com sorte. As bolas de dragão não estão longe. Vamos!

Goku entrou primeiro, Vegeta depois. Caminharam com todas as cautelas, o ki disfarçado, a fazer o mínimo ruído possível. Vegeta guiava-os, seguindo as indicações do radar, enquanto Goku espreitava a retaguarda para evitar encontros inesperados.

O Templo da Lua era um local frio e pesado, formado por um labirinto de corredores, salas misteriosas, pátios interiores sombrios, subterrâneos assombrados. Sentia-se a poderosa influência da magia e do oculto em cada centímetro de parede. Goku arrepiou-se.

- Vegeta, estamos perto?

- Hai.

Dobraram uma esquina, subiram alguns degraus, atravessaram uma sala oval construída em mármore cinzento.

Nisto, Goku exclamou:

- Atenção!

Puxou Vegeta pela roupa, empurrou uma porta com o cotovelo e entraram numa pequena câmara, fechando a porta de seguida. Segundos depois ouviu-se o tamborilar de garras, um grupo de quatro kucris passava pelo corredor a correr.

Entreabriu a porta e espreitou por uma fresta. Confiante, fez sinal que podiam avançar e ele e Vegeta retomaram a caminhada.

- O caminho volta a estar livre.

Vegeta nada comentou e continuou concentrado nas informações que lhe mostrava o radar.

- As bolas de dragão estão muito perto daqui – disse. – Acho que devem estar num destes quartos.

- Honto?

As paredes do corredor tinham agora portas dos dois lados, de frente umas para as outras. A maior parte estava fechada, mas algumas estavam abertas de par em par, como se tivessem sido deixadas assim durante uma fuga apressada e deixavam ver pequenos quartos de decoração austera.

O corredor desembocava numa porta dupla alta. Passada essa porta bifurcava-se em duas passagens estreitas. Vegeta apontou para aquela que se perdia numa curva apertada para a direita.

- É por ali.

- Tens a certeza?

- O radar do dragão está a funcionar, que eu saiba! – Irritou-se Vegeta.

- Gomen nasai, Vegeta… Eu sei que está a funcionar. Só que…

- Só que, o quê?

- Pensava que estariam mais perto. Disseste que estavam perto e temos andado às voltas aqui dentro.

- Se pudéssemos rebentar com este maldito templo, estariam certamente mais perto. Iríamos diretamente ao local onde estão guardadas. Mas não podemos dar nas vistas. Esqueceste-te?!

- Está bem, está bem… Não te irrites.

- Tu és bom nisso, Kakaroto! Quanto mais velho, pior!…

- Esse comentário não foi nada simp…

Não terminou.

Pela passagem do lado esquerdo apareceu alguém.

Entreolharam-se.

O rosto pálido dele foi uma mistura de surpresa e de raiva e também de coisa nenhuma. Estranho como só um rosto de um feiticeiro podia ser.

- Zephir! – Exclamou Goku.

Vegeta viu-se subitamente atrapalhado com o radar do dragão nas mãos e gritou:

- Kakaroto, ataca-o!

Algo estalou dentro de Goku, alçou um braço. Investiu.

Mas Zephir, estranhamente, imobilizou-se.

Um zumbido ensurdecedor invadiu a passagem. Vegeta levou as mãos aos ouvidos, Goku hesitou com aquele barulho horroroso a ferir-lhe o cérebro. Travou o gesto, abanou a cabeça. O feiticeiro continuava parado. Cerrou os dentes, ultrapassou a dor provocada pelo zumbido. Saltou, punho em riste. Mas bateu com a cara em alguma coisa e lamentou-se.

- Kakaroto, o que foi?

Agarrado ao nariz, respondeu confuso:

- Está… Está aqui um vidro.

- Baka! Isso não é nenhum vidro. É um feitiço!

Vegeta disparou um raio que quebrou o vidro em mil pedaços. Roçou a figura parada de Zephir e rebentou no fim da passagem.

- Vês?! – Exclamou Goku apontando. – Era um vidro ou não era?

No entanto, os estilhaços, ao tocarem no chão, converteram-se em bolinhas de luz que se desfizeram no ar.

- Não! Era um feitiço!

Zephir continuava ali. Antes de se esgotar todo o brilho criado pela destruição do vidro mágico, Goku atacou.

- Nani?

O seu braço atravessou o corpo do feiticeiro. Recolheu o punho que tinha aberto um grande buraco no abdómen. Olhou-o atarantado.

Depois percebeu que Zephir tinha conseguido escapar.

- Kuso!!

A imagem perdia lentamente a consistência e evaporava-se, desfazendo-se numa mancha preta disforme. Mas antes de desaparecer completamente, aquilo que não era mais que um espectro, sorriu. Goku pestanejou.

Preparou-se para correr pela passagem afora até alcançar Zephir, o verdadeiro Zephir e acabar com ele para sempre, mas uma mão agarrou-o.

- Esquece!

Voltou-se para Vegeta.

- Viemos aqui para roubar-lhe as bolas de dragão. Agora que já sabe que estamos aqui, vai chamar por Keilo. Não temos muito tempo.

A poucos metros, estava uma porta trabalhada em madeira escura, ladeada por duas tochas moribundas. Vegeta abriu-a com um pontapé, separando-a dos gonzos. A madeira desfeita caiu com estrondo. Entraram num quarto amplo e sumptuoso, que deviam ser os aposentos de alguém muito importante.

- As bolas de dragão estão aqui – indicou o príncipe.

Goku analisou todos os cantos do quarto.

Vegeta abriu um cofre prateado. As três bolas de dragão cintilaram no interior forrado a azul. A bola de dragão de uma estrela, a bola de dragão de duas estrelas e a bola de dragão de três estrelas. Goku exibiu dois dedos formando o “V” de vitória.

- Já as temos!

Vegeta meteu o cofre fechado debaixo do braço e disse:

- Vamos embora daqui.

***

Zephir cravou as unhas na pedra de cristal. Refugiado no santuário, para onde tinha corrido para escapar dos dois saiya-jin, vira-os entrar nos aposentos do Sumo-sacerdote e roubar as três bolas de dragão que reunira.

- Mas para que querem as bolas de dragão?

E ocorreu-lhe que talvez as quisessem para conseguir a segunda metade do Medalhão de Mu.

O ódio foi tão intenso que Zephir sentiu-o a queimar no estômago. Deveria agir depressa ou arriscava-se à sua segunda derrota.

Apelou à magia. Falou para a pedra de cristal, focado no saiya-jin que controlava:

- Keilo! Regressa imediatamente ao Templo da Lua. Son Goku e Vegeta estão aqui. Quero que os elimines. E desta vez… para sempre!


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
Fuga possível.



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