O Feiticeiro Parte III - O Medalhão de Mu escrita por André Tornado


Capítulo 28
IV.1 A bola de dragão de cinco estrelas.




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Vegeta pressionou o botão do radar para aumentar a escala. O pontinho branco com o número cinco piscou ao ritmo do bipe-bipe, no centro do radar. Baixou o braço. A bola estava ali, a escassos metros.

Procurar pelas bolas de dragão trazia-lhe memórias antigas. Só tinha havido uma vez que as procurara e não tinham sido aquelas bolas de dragão e não tinha sido naquele planeta. O azul e o verde desmaiado do planeta Namek entraram-lhe pelos sentidos adentro e fechou os olhos, a ousar fazer o que não fazia amiúde: lembrar. Porque não passava de uma lamechice.

Nessa época, queria as bolas de dragão para conseguir a imortalidade. O facto de estar sob as ordens de alguém que odiava e que descobrira depois ter sido o responsável pelo desaparecimento do seu planeta e do seu povo, não combinava com o seu orgulho de saiya-jin. Vegeta desprezava Freeza com todas as forças e desde que o servia como mercenário conquistador de planetas, que procurava um meio para escapar ao seu domínio, derrotá-lo e eliminá-lo.

A oportunidade surgira quando soubera da existência das bolas de dragão. Viera até à Terra, acabara escorraçado por Kakaroto e pelos seus amigos, viajara depois para Namek em busca das bolas de dragão originais. As coisas não correram como tinha previsto; acabara por não conseguir reunir as sete bolas de dragão, gorara-se a hipótese de se tornar imortal, mas combatera contra Freeza. Perdera a vida, ressuscitara, Kakaroto atingira o poder dos super saiya-jin.

Desligou o radar, o bipe-bipe irritava-o.

A sua vida mudara muito desde o planeta Namek.

No lugar onde estava a bola de dragão de cinco estrelas erguia-se uma pequena tenda para duas pessoas. Olhou em volta impaciente e não viu ninguém. O bosque onde aterrara naquele final de tarde estava em silêncio.

Não lhe apetecia perder tempo. Viajara durante todo o dia até àquele sítio, atrás do sinal que o radar lhe mostrava e não estava muito bem-disposto com a longa viagem. Deu um pontapé na tenda, que caiu como um pano frouxo, arrancando cordas e estacas. Enviou um disparo fraco de energia para desenterrar a bola de dragão.

- O que é que pensas que estás a fazer?

Vegeta virou-se.

- Quem és tu?

Dois homens chegavam, um gordo e outro magro, com estilo de caçadores.  Chapéu de abas, camisa aos quadrados, calças justas, botas grossas. Carregavam espingardas ao ombro e armadilhas de ferro nas mãos. Era o homem magro que o interpelava.

- Olha – apontou o gordo –, destruiu-nos a tenda.

- Como é que te atreveste, anão?

Vegeta ignorou-os. Encontrou, na terra húmida, um brilho alaranjado. Apanhou a bola, levou-a à altura dos olhos. A bola de dragão de cinco estrelas cintilou quando um raio de luz incidiu diretamente no cristal. Ouviu o estalido de uma arma a ser carregada.

- Estamos a falar contigo, anão!

O magro ameaçava-o com a espingarda. O gordo, mais lento, carregava a sua arma. Vegeta semicerrou as pálpebras.

- Não respondes, anão? – Insistiu o magro.

Já tinha o que queria e podia ir embora e deixar aqueles dois imbecis a falarem sozinhos…

- Estragas a nossa tenda e pensas que sais daqui sem pagar o que fizeste?

…mas achou que os dois imbecis mereciam uma boa lição para não lhe falarem naquele tom.

- Será que ele percebe? – Perguntou o gordo apontando a espingarda à testa de Vegeta.

- Percebe-nos muito bem. Queres ver como ele percebe…

O dedo do homem magro pressionou o gatilho. Era apenas um tiro de aviso que passaria ao lado do alvo, só para assustar. Vegeta levantou uma mão e apanhou a bala. Depois abriu o punho, mostrou-lhes a bala e esmagou-a entre os dedos.

O gordo entrou em pânico. A espingarda que segurava começou a tremer.

- Como é que ele fez aquilo?

O magro, contagiado pelo medo do gordo, preparou um segundo tiro, desta vez dirigido ao alvo. Vegeta largou o radar e a bola de dragão, apanhou o cano da espingarda. Torceu o cano, arrancou a espingarda das mãos do magro com um safanão. Sem olhar para o gordo também lhe arrancou a espingarda. Enrolou as armas numa bola e deixou cair a amálgama de metal aos pés dos dois homens que estavam imóveis e pálidos.

Vegeta sorriu-lhes e disse:

- Obrigado pela companhia.

Agarrou na bola de dragão e no radar, elevou-se nos ares. A sobrevoar as árvores, carregou no botão, ligando novamente o pequeno aparelho. A escala aumentou, revelou-lhe outra bola de dragão. O pontinho branco indicava o número sete. Rumou para a localização indicada no mostrador verde.

De facto, a sua vida mudara muito desde o planeta Namek.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo:
O amuleto.



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