O Amor Acima De Tudo escrita por ana_christie


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, pessoal! Espero que gostem do capítulo!



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O sol estava brilhando em Austin com muita força. Era verão e a temperatura estava intensa, pois no Texas, no verão, fazia muito calor. Hannah caminhava pela margem de um lago que havia na cidade. Uma brisa gostosa soprava, balançando as folhas das árvores que havia nas margens. Sentia-se em harmonia consigo mesma, enquanto segurava a corrente de seu cachorro da raça Shih Tzu.  Estava matando o tempo enquanto esperava sua filha, Caroline, uma linda garota de quatro anos. Era o primeiro ano dela na escola, e se adaptava muito bem. A escola ficava de frente para o lago, bastando atravessar a avenida para que Hannah pudesse pegá-la no final da aula. Era junho, e logo ela ficaria de férias.

O sinal do colégio tocou às cinco horas. Ela atravessou a rua e foi esperá-la. Quando viu a garotinha linda vindo em sua direção, o coração dela se encheu de amor e melancolia. Ela era a cópia fiel de Richard, com seus traços firmes, cabelos com longos cachos cor de chocolate. Quase nada nela se parecia com ela, apenas a cor dos olhos, verdes. Nem mesmo o sorriso dela era como o dela. A genética não fora muito justa com ela. O ser a quem ela mais amava não a deixava esquecer Richard, impedindo que ela se apaixonasse por outros homens.

Quando Rufus, o cão, reconheceu a menina, começou a pular e latir com alegria.

— Mamãe! — gritou Caroline, sorrindo, os lábios carnudos como os de Richard rindo com o mesmo modo travesso e charmoso do pai.

Ela correu e pulou no colo de Hannah. Ela a abraçou e a beijou na testa. Como a amava, céus! Ainda era louca pelo pai dela, mas faria tudo de novo. Abandonaria novamente Richard se tivesse de voltar ao passado. Nada se comparava a ter aquele presente de Deus nos braços, aconchegada ao seu corpo. Caroline era tudo para ela.

— E então, Carol, como foi na escola?

— Foi muito bom, mamãe! Tia Beth ensinou a fazer passarinhos japoneses de papel e eu fui a única na sala que consegui!

Hannah percebeu o tom de orgulho na voz de Caroline ao dizer que conseguira fazer origamis. Riu interiormente. Já percebera que a inteligência de sua filha era bem acima da média das outras crianças de sua idade. A levaria para fazer um teste de QI, pois tinha certeza que ela era superdotada.

— E então, docinho, vamos para casa?

— A gente vai a pé?

— Sim. Decidi fazer Rufus caminhar um pouco.

— Oba! Mamãe, compra um chocolate para mim?

— Não, vai prejudicar seus dentes.

Com olhinhos tristes e angelicais, ela a olhou.

— Só um, mamãe. Unzinho!

Ela sorriu. Não podia resistir ao olhar de súplica de sua esperta filha, que já sabia como “dobrá-la”.

— Está bem, mas só um. Vou comprar, mas você só vai comer depois que jantar.

— Oba!

— Espertinha...

A pôs no chão e foram caminhando pelo calçadão, recebendo a brisa fresca com cheiro de verão. Ela soltara a corrente da coleira de Rufus, que ia à frente brincando e correndo. No caminho pararam num supermercado e Hannah comprou um chocolate, que teve que ser bem guardado por causa dos dedinhos ágeis de Caroline.

Desde que fugira de Richard, Hannah vivia a mesma rotina. Trabalhava numa empresa de equipamentos de segurança, a Austin Security, no turno da manhã e duas horas durante a tarde. Sua filha nascera saudável e normal, e era a alegria da vida dela. Como precisava trabalhar, ela ficava aos cuidados da empregada da casa, a Sra. Margareth, uma simpática senhora de cinquenta anos que a amava como a uma neta.

A Austin Security fora comprada e iria mudar de dono, um que não demitiria o pessoal que lá trabalhava, e o interessante era que apenas o antigo dono sabia quem fora o comprador. Tudo era um mistério, e todos na empresa estavam em polvorosa. Ele iria ser apresentado aos funcionários numa recepção dada num salão da empresa. Como Hannah era amiga íntima do antigo dono, propôs-se a organizar a recepção. Com a verba que lhe foi dada, contratou um buffet e uma orquestra. O salão ficou maravilhoso, pois ela tinha um ótimo gosto.

***

A recepção tinha tudo para ser incrível. A música e a comida eram excelentes, para não falar das bebidas. Os inúmeros convidados estavam se divertindo muito, pois o ambiente estava descontraído e muito alegre.

Hannah andava pelo salão ao lado de Harry Fordson, o antigo dono da Austin Security. Ele a tratava como a uma filha. Adquirira verdadeira ternura por ela desde o primeiro momento. Ajudara-a quando ela dera à luz e considerava Caroline uma verdadeira neta.

Muitos homens lançavam olhares gulosos para Hannah. Ela adquirira muitas curvas sensuais depois que Caroline nascera e estava, nessa noite, resplandecente. Vestia um vestido vermelho de seda que realçava o branco perolado de sua pele, além de ressaltar seus atrativos. Os cabelos loiros estavam em coque, o que ressaltava o pescoço elegante e níveo.

Harry olhou para a porta.

— Que bom, Hannah! O novo dono da Austin Security chegou!

Ela se virou e olhou para a mesma direção. Quase desmaiou. Não podia ser! Só podia ser alucinação! Richard Howzard, não! Ele não podia se tornar seu chefe!

— Vamos até lá, Hannah?

— O q-quê?

— Quero que o conheça. Você será o braço direito dele, como foi o meu. Seria bom se se conhecessem informalmente.

— Não! Eu... eu tenho que falar com alguém.

Bruscamente ela o deixou e se afastou. Harry ficou sem entender a atitude dela, mas deu de ombros e foi até a porta receber o ilustre convidado.

— Sr. Howzard, boa noite! É uma honra recebê-lo. E um grande prazer. É muito bom saber que minha empresa vai ficar em boas mãos, agora que decidi me aposentar e viver a vida com minha esposa.

— O prazer é meu, Sr. Fordson. Agradeço, pois acho que eu não merecia essa recepção tão bonita.

— Merece, meu filho. Você é um dos melhores engenheiros e empresários que já conheci. Mas... se a recepção está bonita, deve parabenizar minha melhor projetista e braço direito aqui dentro, que considero como uma filha.

— Onde ela está?

— Não sei. Depois eu a apresento a você. Há algumas pessoas que quero que conheça.

***

Hannah estava muito nervosa. Não queria ver Richard. Como poderia explicar a ele o motivo de sua fuga? Não respondera ao pedido dele e ainda dissera que o amava, atos completamente opostos. Mas também não queria outro emprego! Amava a Austin Security. Era um dilema.

Harry pediu silêncio à orquestra. Pegou um microfone e se dirigiu aos convidados.

— Atenção, pessoal!

Todos se voltaram para ele.

— A Austin Security sempre foi uma grande empresa. Seus dirigentes sempre a mantiveram sob pulso forte aliado à maneira justa como trata seus funcionários, o que fez com que nossa marca virasse um símbolo. Hoje ela começará uma nova etapa, ampliará seus horizontes. E quem a levará rumo ao futuro será o mais novo dono e presidente, que se encontra, hoje, entre nós. Tenho a honra de apresentar Richard Howzard!

Enquanto Richard se encaminhava em direção a Harry, salvas de palmas explodiram. Ele sorriu e pegou o microfone das mãos de Harry.

Hannah o observava de longe enquanto ele falava. Sentia o corpo tremer. Ele continuava tão ou mais charmoso do que antes. E ainda mais parecido com Caroline. Estava tão bonito... Impecavelmente vestido, como sempre. E maravilhoso.

— Quero que me apresente, agora, Harry, à pessoa que teve todo esse trabalho em minha homenagem.

— Claro, Richard. Vou apresentar. Ela, como disse, é meu braço direito e uma das melhores projetistas que já conheci. Seus projetos sempre são muito “elegantes”.

Hannah começou a tremer e suar frio. Como, como poderia se apresentar diante Richard? E não podia se recusar a aparecer, pois não podia envergonhar Harry a esse ponto depois daquelas elogiosas palavras que ele lhe dedicara.

— Hannah, venha até nós, querida — disse Harry, sorrindo. — Dê-nos a honra de sua presença.

Ela se decidiu. Não envergonharia Harry. Ele e sua esposa Melanie foram seus maiores amigos e as únicas pessoas que a ajudaram nos momentos mais difíceis. Estava tensa, as mãos úmidas e geladas. Ergueu a cabeça e se encaminhou, corajosa, até os dois. Quando ela ficou de frente para Richard, percebeu que o semblante dele mudara. O rosto ficara pálido e perdera o sorriso, os olhos escureceram, toldados pela dor. Ao mesmo tempo ela sentiu a forte reação que a presença dele causava ao seu corpo. Esse ficou trêmulo e quase se derreteu.

— Essa é Hannah Scharf, Richard. Minha melhor engenheira. Agora sua.

Ela estremeceu com o duplo sentido da última frase de Harry. Dele? Oh, ela queria ser dele!

— Nós já nos conhecíamos, Harry — disse Richard com voz rouca e triste.

— Sim, é verdade — ela murmurou no mesmo tom.

— Como vai, Srta. Scharf?

— Bem, e você?

— Também... Na medida do possível.

Friamente ele a beijou nas faces. Temendo desmaiar de tensão, ela se afastou. Sentia no peito uma dor profunda, pois agora que pusera os olhos sobre Richard após tanto tempo, percebia que seu amor por ele era maior do que ela imaginava.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, pessoal, e por favor, cometem, me deixem saber o que acham!
Bjs da Ana