O Amor Acima De Tudo escrita por ana_christie


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Desculpa a demora, eu estive tão ocupada essas semanas que passaram... e tive que usar meu tempo livre para a outra fic que posto, de autoria de Naonix - sou a revisora.
Bem, mas aqui trago mais um capítulo! Prometo que não vai demorar tanto para postar o próximo!



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De madrugada, Hannah acordou. Olhou para o relógio da parede. Eram três horas da manhã. Virou um pouco a cabeça e olhou para Richard, que dormia intensamente. Ele parecia uma criança. Parecia Caroline. Delicadamente se desvencilhou dos braços fortes e se sentou. O corpo dele rapidamente se ajustou à nova posição, amoldando-se ao dela.

“Oh, Deus, o que eu faço?”, ela pensou, escondendo o rosto nas mãos. Tivera um pesadelo horrível, em que Richard tomava Caroline dela e não a permitia mais vê-la. Sabia que pesadelos não eram avisos premonitórios, a mente dela estava cansada, e provavelmente seu inconsciente estava agindo, mas mesmo assim tinha medo. “Richard, desculpe-me, mas tenho que te deixar. Preciso pensar muito e tomar sérias decisões sobre minha vida.”

Levantou-se, vestiu-se sem fazer barulho, rabiscou algumas palavras num papel e foi embora. Tinha muito para refletir e precisava pesar os prós e contras caso quisesse se envolver com ele novamente.

Pela manhã, quando acordou, Richard não se sentiu chateado com Hannah por tê-lo abandonado. As emoções que os tinham sacudido na noite anterior os abalaram um pouco. Ela, como ele, precisava meditar sobre todos os acontecimentos recentes. E não só isso. Ambos precisavam fazer uma viagem por dentro de si mesmos. Não a procuraria. Tinha certeza que, quando se vissem novamente, na festa de Natal, teriam muita coisa para falarem um ao outro.

***

A recepção estava muito divertida. Todos estavam em clima de Natal. O espírito natalino parecia rondar todo o salão, e todos estavam alegres. A segurança também estava bastante rigorosa, pois o espião podia estar infiltrado na festa para pegar o suposto protótipo que seria apresentado. Ninguém, a não ser Richard e os outros quatro engenheiros que construíram o chip, sabia da existência de dez protótipos.

Richard estava impaciente. Todos os projetistas já haviam chegado, exceto Hannah. Será que ela não viria? As mãos dele estavam suando frio com a perspectiva de ela não vir, pois aquilo seria a mesma coisa que dizer a ele o quão pouco importara para ela a noite de amor deles. A todo momento ele olhava para a porta, e já estava ferido, triste e desanimado quando ela apareceu, mais bonita do que nunca. A alegria explodiu no coração de Richard, que acelerou demasiadamente rápido. Olhou-a com desejo e ternura ao mesmo tempo.

Hannah enrubesceu e baixou os olhos, imagens deliciosas invadiam sua mente. Imagens de coisas que nunca mais iriam acontecer. Ela já tomara sua decisão, não favorável a ele.

A nata da imprensa estava reunida na festa de Natal da Austin Security, curiosa com a declaração que Richard tinha feito uns dias atrás. Ele dissera a um jornal que uma surpresa podia ser esperada no fim da festa.

Para surpreender Hannah e revelar ao mundo o relacionamento entre eles, Richard foi até ela e, depois de lhe beijar a mão, tomou-a nos braços com ímpeto, beijando-a na boca de forma avassaladora. Os flashes espocaram. No fim do beijo, ela estava rubra como um pimentão.

— Por que fez isso? — ela perguntou baixinho.

— Para que todos saibam que somos namorados.

— Mas não somos!

— Tem razão. Somos mais que isso... Somos amantes! — ele disse com ar travesso, terno e malicioso que a fez esquecer a vergonha e sorrir. Mas logo o sorriso sumiu, quando ela se lembrou da decisão que tomara.

— Temos que conversar, Richard.

— Eu sei. Após a festa.

— Tudo bem.

A festa continuou, muito alegre. As músicas que a orquestra tocava eram muito bonitas e as pessoas tinham prazer em dançar. Hannah estava encostada à parede, muito triste. Amava Richard, mas já tomara sua decisão. Seu contrato terminaria em poucos dias e ela não o renovaria. Iria com Margareth e Caroline para a casa de seus pais, Mariah e Peter, em Dallas. Lá poria as ideias em ordem.

Richard foi até ela.

— Quer dançar, querida?

— Quero, sim, Rick.

Ele a levou ao meio do salão e a trouxe o mais perto de si que pôde. Ela recostou a cabeça em seu peito e os dois passaram a dançar lentamente. Hannah sentia uma vontade enorme de chorar. Pela segunda vez perderia o amor de sua vida. Se se mudasse para Dallas, tinha certeza de que nunca mais teria contato com Richard. Sofreria muito, mas por Caroline resistiria e lutaria para reconstruir sua vida.

O grande momento chegou. Richard e todos os dez engenheiros envolvidos com o projeto do chip foram até o tablado onde a orquestra e o cantor estavam. Ele pediu licença para falar e o cantor deu a ele o microfone.

— Peço licença para falar um momento. A espionagem industrial hoje em dia está dispondo de cada vez mais recursos. Quantas empresas não faliram por terem seus segredos entregues a concorrentes ou por terem sido sabotadas? Atualmente, um dos maiores desafios é conseguirmos encontrar meios de deter esses espiões e ladrões, que muitas vezes estão infiltrados em nosso próprio meio, fingindo serem amigos ou profissionais do trabalho. E nós, da Austin Security, conseguimos essa façanha. Um revolucionário chip para mecanismos de segurança. Ele torna invioláveis as portas computadorizadas que guardam cofres, assim permitindo que segredos sejam guardados com segurança.

Richard foi muito aplaudido. Depois, com orgulho, mostrou os dez protótipos à imprensa e a todos que lá estavam. Explicou mais sobre o funcionamento do chip e permitiu que os protótipos fossem filmados e fotografados. Apresentou cada um dos engenheiros que entrara no projeto e respondeu a algumas perguntas.

O engenheiro ladrão, um dos que não trabalhou na construção do chip, tentou furtivamente pegar um dos protótipos, mas não conseguiu, devido à grande segurança que havia em torno dos protótipos. Antes que pudesse fazer qualquer outro plano para surrupiar um dos chips, Richard os guardou num pequeno cofre de segurança, em meio a aplausos.

O espião ficou irado. Havia um ano estava naquele caso, e não conseguira nada. Seu patrão, Mark Travis, viúvo da dona da Fort Worth, não iria mais pagar a ele, como fora combinado. O espião estava louco, furioso, pelo tempo, e o lucro, que perdera. Richard Howzard tinha que pagar! Descontrolado, ele tirou de um coldre de tornozelo uma pistola automática. Ninguém viu, pois todos estavam cumprimentando Richard pelo maravilhoso trabalho feito.

Richard e Hannah foram ao salão, dançar. Estavam se encaminhando quando ela percebeu o brilho da pistola negra na mão de Edward Raymonds, o engenheiro com quem ela menos tinha intimidade. Percebeu, então, o que ele ia fazer.

Edward disparou a arma e a bala fez seu trajeto veloz pelos ares para atingir o peito de Richard. Hannah, então, pulou na frente dele, protegendo-o e recebendo a bala em seu lugar. Uma dor excruciante a atingiu e ela escorregou lentamente para o chão, caindo aos pés de Richard.  O vestido branco se ensopou de sangue.

— Hannah! — gritou Richard, ajoelhando-se ao lado dela. Ela estava muito pálida e com a respiração ofegante. — Meu amor, fale comigo! Não morra, por favor...

— Rick... — ela murmurou, com voz sumida, antes de fechar os olhos.

— Não!

Ele a abraçou, suas mãos se manchando de sangue, lágrimas banhando seu rosto.

— Chamem uma ambulância!

Edward Raymonds foi preso pelos seguranças enquanto Hannah era levada em uma ambulância a um hospital, acompanhada por Richard. A bala atravessara seu ventre, mas não atingira nenhum órgão vital, felizmente. A maior preocupação, no momento, era deter a hemorragia interna e repor o sangue perdido.

Após uma operação delicada, Hannah ficou fora de perigo. O sangue que recebeu na transfusão foi o de Richard, que era O negativo, sangue de doador universal. Durante a convalescença, Margareth e Mariah — a mãe de Hannah, que viajara ao saber do atentado — fizeram companhia a ela. Richard sempre ia visitá-la, mas por coincidência, nenhuma das duas o viu.

Como nenhum órgão foi atingido, Hannah logo se recuperou, mas teria que ficar em repouso em sua casa por ainda algumas semanas, terminando sua convalescença. A mãe de Hannah precisou voltar para Dallas antes de isso acontecer.

Na última visita de Richard a Hannah no hospital, ela lhe falou:

— Richard, eu preciso pensar muito, refletir sobre tudo o que me aconteceu. Você poderia fazer o favor de não aparecer em meu apartamento enquanto eu estiver convalescendo?

— Você quer fugir de mim como da outra vez, não é?

— Não. Se eu tiver de ir embora, eu mesma direi a você. Não fugirei de novo. É o melhor a fazer.

— Não irei aparecer, Hannah, mas só se você não demorar demais a me chamar.

— Está certo.

Hannah foi para casa e sua convalescença durou cerca de três semanas. Seu corpo ainda doía e precisava de repouso, mas já estava bem melhor. No entanto, ela ainda não se sentia em condições emocionais de ver e enfrentar Richard novamente e ter que falar a ele que iria embora para Dallas.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, e, por favor, comentem!

Bjs da Ana