Conversamos por mais uma hora tempo suficiente para contar a Kachiri, toda a história de Bella e Edward, tudo pelo que passamos desde que Bella entrou em nossas vidas até o momento. Depois saímos rumo à fronteira. Nossa sorte é que o tempo amanheceu fechado. Não tinha como irmos durante o dia falar com eles, e nem durante a noite, pois ficaria estranho. Combinamos que Jasper e eu iriamos até lá, já que nós parecíamos mais ‘’humanos’’, Kachiri com seus olhos vermelhos só iria assusta-los. Ela ficou na floresta enquanto íamos até lá. Entramos na reserva indígena, havia cerca de 300 pessoas lá, homens, mulheres e várias crianças. As crianças nem se aproximaram de nós, como seria normal acontecer, assim que nos enxergavam corriam pros braços das mães, que por sua vez se escondiam dentro das inúmeras ocas, os homens ficavam do lado de fora, protegendo suas famílias. Eles ficaram nos olhando por cerca de 15 minutos, então uma homem avançou até nós.

‘’ Eu sou Acauã, quem são vocês e o que querem?’’                                           

‘’ Olá Acauã, eu sou Jasper e essa é Alice- Respondeu Jasper em um português impecável. ’’

‘’ O que vocês querem?- Acauã disse preocupado. ’’                                         

‘’ Nós gostaríamos de falar com seu cacique. ’’

‘’ O que querem com grande chefe Rudá?- Ele estava nervoso e parece que com medo, seus olhos vagavam por nossos rostos diversas vezes. Ao que parece Edward estava certo, eles desconfiam do que somos. Seria bom ter Edward aqui, saber o que ele estava pensando, mas como isso era impossível teríamos que convencê-los com nossas próprias armas.

‘’ Nós queremos fazer algumas perguntas a ele. Estamos fazendo um trabalho para a faculdade, temos que pesquisar sobre algumas de suas lendas. ’’

Ele nos olhou de novo e pela primeira vez focaram nossos olhos. Se eles conheciam vampiros, eram os vampiros ‘’normais’’, nossos olhos dourados pareceram tranquiliza-lo.

‘’ Venham comigo. Vou leva-los até ele. ’’

Dito isso ele nos deu as costas e saiu andando, o seguimos. Até agora deu tudo certo, foi até mais fácil do que pensei, ele no levou até o centro da aldeia, onde havia uma grande oca, de lá de dentro saia um forte cheiro de várias ervas e plantas.

‘’Grande chefe Irapuã?’’

‘’ O que você quer Acauã? Quem são esses?- Perguntou um homem já de certa idade nos observando, ele arregalou os olhos, quando nos olhou mais atentamente. Ele parecia levar as lendas ainda mais a serio do que os outros.

‘’ Eles querem fazer perguntas sobre nossas lendas, chefe Irapuã.

’’ Vá Acauã. - Ele disse isso e depois acrescentou em outra língua. - Ihand ang pusta at bendita demonijo. (Prepare as estacas e agua benta, demônios. Em Filipino).

Acauã assentiu e foi embora. Ele acha que não havíamos entendido o que ele havia acabado de falar, mas nós entendemos. Ele queria nos matar! Como se isso fosse possível, até é possível, mas não com essas bugigangas. Ele nos olhou pelo canto dos olhos e foi até uma pequena mesa, pegou um colar de alho e nos ofereceu outros dois. Fomos até ele e pegamos os ‘’acessórios’, bom isso era com certeza um teste, pois ele nos olhava com curiosidade, esperando que fugíssemos dali, como isso não aconteceu ele nos encarava atônico, mas então sua face se contorceu em uma careta engraçada, sua versão de sorriso imagino. Ele foi até o centro da grande oco, onde se sentou em uma espécie de almofada, e indicou duas que estavam a sua frente, para que nos sentássemos.

‘’ Quem são vocês e o que querem?’’

‘’ Eu sou Alice Cullen e este é Jasper Hale. Nós estamos fazendo um trabalho para a faculdade, sobre suas lendas. Você poderia, por favor, nos cantar alguma de suas lendas?- Disse educadamente. ’’

Ele olhou nossos rostos novamente. É claro que ele ainda desconfiava que havia algo errado conosco, só porque colocamos colares de alho, não significa que sejamos normais, eles tem outras lendas além das dos vampiros ele deve estar tentando nos encaixar em uma delas. Depois de olhar em nossos olhos por alguns instantes:

‘’ Sim, posso. Há alguma lenda que lhes interesse mais?’’’

Jasper me olhou, só percebi isso graças a minha visão periférica, estava prestando atenção as reações de Irapuã. Em seus olhos havia uma pergunta, assenti minimamente, um movimento que só ele iria perceber.

‘’ Vocês querem saber sobre vampiros?’’

Assentimos.

‘’ Os vampiros são pestes, demônios. Eles são demônios bebedores de sangue, são muito bonitos, fortes, rápidos. Antigamente era mais fácil identifica-los, eles eram selvagens, viviam nas trevas. Agora eles vivem entra nós. ’’

‘’ Como assim vivem entre nós?- Perguntei quando ele parou, imaginei que ele estava esperando por isso. ’’

‘’ Hoje em dia esses demônios se parecem muito com os humanos. Eles vivem entre nós, as únicas coisas que os ferem são: alho, água benta e estacas de madeira e é claro a luz do sol, que os reduz a cinzas. ’’

Lendas idiotas! Quem inventou essas lendas?

‘’ Por isso nos fez colocar isto?- Perguntou Jazz ironicamente. ’’

‘’ Na verdade pensei que vocês fossem eles, vejam vocês vieram aqui em um dia nublado, são extremamente bonitos, e pálidos. Eu achei que fossem demônios. Desculpem-me. ’’

Eu e Jasper sorrimos, e ele continuou.

‘’ Eles estão vivendo entre nós. Há boatos que existem alguns vivendo na Amazônia. Eu nunca me encontrei com um, mas meu avô, ele já se encontrou com vários. ’’

‘’ Você sabe de algum relato sobre o envolvimento deles com humanos?’’