Neto e Pedro estavam a uns metros da casa caída, quando escutam um gemido. Olham para trás e veem um movimento em meio ao entulho. Os garotos rapidamente correm até lá e percebem Leandro se mexendo. Sem entender nada, Pedro olha em seu localizador. Não indicava nada.

- Ai meu Deus! – exclama Neto – Ele está vivo! Como é possível?

- Não sei, mas vamos ajuda-lo! – diz Pedro.

Juntos, os dois garotos tiram alguns tijolos e madeiras de cima de Leandro. Neto tira a camisa para com ela fazer vento para ajudar o garoto a respirar. Leandro tosse um pouco, mas logo já respirar melhor. Seu corpo estava ferido, mas o garoto estava bem, embora a coleira em seu pescoço não identificasse sinais vitais.

- Você está oficialmente fora do jogo! – afirma Pedro, e olhando para Neto pergunta – Será que tem jeito para a gente?

- Espero que sim! Se o Leo escapou... – Neto fica pensativo.

- Será que eu escapei mesmo? – pergunta Leandro – Existem câmeras por aí... Com certeza já notaram que eu estou vivo... E o Micael?

- Bem... Ele... – Pedro balança a cabeça.

- Ele foi explodido. – diz Neto.

***

- General... – diz um dos fiscais do programa no ouvido do General – Temos um grande problema! Há uma falha.

- Do que você está falando? – pergunta o General, tentando ser discreto.

- O aluno número 37, Leandro, está vivo. – diz o homem – Ele sobreviveu à explosão, mas a coleira não identifica sinais vitais.

- Como pode isso? – quer saber o general, irritado.

- Muito provavelmente o calor da explosão afetou o dispositivo, senhor... – supõe o fiscal.

- Incompetentes! – o general reclama.

- O que devemos fazer? – pergunta o fiscal – Exterminá-lo?

- Não! Coloquem o garoto no jogo novamente e fique com as câmeras de olho nele... Não podemos nos dar ao luxo de deixar um dos jovens fugir.

O fiscal assente com a cabeça e vai embora. O general olha sorridente para os apostadores e diz:

- Se é adrenalina que vocês queriam é isso que terão! Um de nossos candidatos ao prêmio acaba de ressurgir das cinzas, literalmente! O garoto Leandro não morreu e está de volta ao jogo.

O público aplaude empolgado. O jogo tinha de novo 16 alunos restantes... Ao menos por enquanto.

***

Carol estava ficando sem balas. Ficou nervosa por isso. Foi quando viu ao longe Felipe, Frank e Joel. Aparentemente estavam desarmados. O mais parecido com uma arma que eles tinham era um arco fabricado por eles mesmos.

Ficou em dúvida se confiava ou não neles. Eram seus amigos, mas na situação atual a amizade não era algo que pesava tanto nas decisões. No entanto, lembrou que nenhum dos três foram citados como assassinos pelo general.

Decidiu deixar-se perceber, mas de repente veio em sua mente a lembrança da regra do general, que dizia que não podia haver agrupamentos com mais de três pessoas. “Droga!”, pensou ela.

Joel olha diretamente para ela e avisa a seus amigos. Carol fica parada, assustada, esperando a reação dos garotos. Franksuan sorri feliz por ver a amiga.

De repente, porém, os garotos percebem que seus localizadores indicavam uma aproximação por trás deles. Todos olham simultaneamente. Então, Mônica aparece atirando com a submetralhadora.

Carol, assustada, abaixa-se por trás de um arbusto, enquanto os garotos correm, tentando desviar das balas. Felipe é baleado na perna e cai. Franksuan volta para ajuda-lo e o apoia, passando o braço do amigo por cima de seus ombros.

Mônica continua atirando, com um estranho sorriso no rosto. Movia a submetralhadora de modo desgovernado, atirando balas para todos os lados.

Joel pega algumas flechas e dispara, numa tentativa de vencê-la. Uma de suas flechas atinge o ombro de Mônica, mas isso não a atrapalha. É um combate injusto, e como consequência, Joel é baleado na barriga. Ele larga o arco e vira-se para fugir, mas é novamente atingido, desta vez por duas balas nas costas.

O garoto cai no chão, sangrando e com uma expressão de dor. Mônica se aproxima dele e atira mais uma vez, atingindo seu peito e encerrando com ele. Joel está morto.

Distraída tentando arrancar a flecha de seu ombro, Mônica não viu para que lado Felipe e Franksuan foram. Carol, a umas dezenas de metros dali, decide se afastar. Mônica era uma oponente perigosa e ela preferia não ter que enfrenta-la com poucas armas.

***

Kelly e Alisson tiveram que se separar de Mayara e Leninha após a ordem do general. Ela ainda estava muito abalada pela morte de Daniele, sua melhor amiga. Esse sentimento só aumentou após as mortes de Leandro e Micael. Alisson também estava muito triste, mas tinha que transpassar segurança.

Tinham decidido voltar para o conjunto de casas. Ali poderiam encontrar amigos ou algo que pudesse ajuda-los. Os riscos eram grandes, mas necessários. Então, encontram um lugar que dizia no letreiro “Posto de Saúde”.

- Aqui deve ter muita coisa útil... – diz Alisson.

- Será que é seguro entrar? – quer saber Kelly.

- Acho que sim... – responde Alisson – O localizador não está indicando nada...

- Está certo! – concorda Kelly, dando alguns passos em direção à porta.

Alisson a segue, mas a alguns passos da porta eles escutam um barulho dentro do posto. Imediatamente Kelly para. O garoto fica do seu lado e ela olha para ele com uma expressão de dúvida.

Só por garantia, Alisson olha seu localizador mais uma vez e constata que não havia ninguém.

- Deve ter sido o vento... – sugeri Alisson.

- Não está ventando! – afirma Kelly.

- Então um animal? – ele lança mais uma hipótese na qual nem ele mesmo acreditaria.

- Só vamos saber olhando! – diz Kelly, se aproximando ainda mais da porta e girando a maçaneta.

Quando abre a porta, os dois veem um garoto de óculos, com as roupas rasgadas e muito sujas, barba comprida e o olhar apavorado. Usava uma coleira semelhante à deles, mas não era nenhum aluno de sua turma. Ao vê-los o garoto corre para debaixo de uma mesa.

15 alunos restantes...