Regina narrando:

Emma entrou no quarto e sentou-se na cama que tinha acabado de arrumar. Vasculhava as gavetas atrás de alguma roupa que caísse bem nesta tarde. 

- O que foi? - Perguntei, mesmo sem tê-la olhado. Eu sabia que ela não estava feliz. - Você não quer ir? - Me virei e a encarei. 

- Não é isso. - Ela se levantou. Cruzei os braços e Emma suspirou. - Juro.

- O que te incomoda então? - Cheguei mais perto dela e esfreguei seus braços.

- É o Henry. Eu ouvi a conversa de vocês, quero dizer, foi sem querer, eu não queria. Eu subi para ver como estavam e, não pude interromper. Me desculpa, - Ela abaixou o rosto. - eu realmente não queria, mas, eu não quero que Henry ache isso. Ele deve aceitar, mas, não podemos forçá-lo a se sentir bem nessa situação. Eu (...) - Emma deu uma longa pausa antes de levantar novamente o rosto, que por sinal, estava um pouco mais sombrio que de costume. Ela falou rapidamente, provavelmente para não me magoar. - acho que é melhor a gente terminar por aqui. 

Tirei as mãos de Emma e virei-me de costas. As lágrimas ameaçaram escorrer e olhei para cima. O tempo parou durante alguns segundos. Ela não falou nada e eu apenas esperei. 

- Então é isso? - Minha voz saiu quase um sussurro. - Acabou? Por causa de Henry? Por quê ele não consegue aceitar? - Estava gritando desde "por causa". - Eu lhe disse que teria tempo para ver e compreender o que estava acontecendo. - Sentei-me na cama e, o final da frase saiu cortando a minha garganta. Permiti que as lágrimas caíssem de meus olhos e Emma sentou-se do meu lado. Apoiou seu braço em meu ombro e eu me esquivei. Levantei-me da cama, esfreguei o rosto e procurei pela minha bolsa. Quando a achei, a puxei pela alça sem muito cuidado e arrastei os pés para fora do quarto.

- Onde você vai? - Ela perguntou. Como resposta, apenas bati a porta de cômodo que estávamos. Henry, estava parado no corredor e provavelmente ouvira tudo.

- Mã(...) - Ele tentou dizer mas era tarde de mais. Continuei andando e desci as escadas, vesti e abotoei meu sobre-tudo preto por cima do pijama que não havia tirado e procurei a chave na minha bolsa.

- Regina! - Era a voz de Emma. Estava perfeitamente clara aquele dia, chegava a me seduzir. Não virei para trás e ouvi alguns passos na escada. - Não vai. - Ela pousou a mão em meu ombro.

- Você terminou comigo, lembra? - Me virei rapidamente. Seus olhos estavam molhados e Henry se encontrava no topo da escada. Apenas observando. 

Emma me olhava de cima a baixo e de repente, ela pulou em meus braços e me beijou. Seus lábios estavam quentes e me esquentou por dentro. Abri os olhos para ver o que Henry fazia e ele gesticulou.

- Não se beija de olhos abertos, mãe. - Então, fechei os olhos enquanto as mãos de Emma percorriam as minhas costas. Deixei-me levar pelo seu beijo e quando finalmente o mesmo acabou, Henry desce as escadas correndo e pendurou-se no meu pescoço. - Tudo bem, eu te perdoo, você e Emma são perfeitas juntas. - Ele sussurrou e eu sorri.

E, tudo o que tinha acontecido até agora, foi apenas passado. Emma beijou-me na bochecha e finalmente nos arrumamos para o almoço de Mary Margaret.