I Knew You Were Trouble escrita por Barbara Fuhrwig


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Hey, sentiram minha falta? Bom, eu senti falta de vocês, mas não vou pedir desculpas pela demora ): Porque, na verdade, demorei um pouco por causa de provas, e um pouco por causa de vocês. O número do leitores aumentou consideravelmente desde o último capítulo, mas o de reviews não, ou seja...
Enfim, vou parar de me enrolar e pra vocês que queriam um momento Clato, pirem no capítulo. Até lá embaixo!



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– Por que as pessoas têm que ser tão difíceis de lidar? – pergunto, olhando a foto.

Como se ela fosse me responder, repreendo a mim mesma, passando as costas da mão para limpar aquelas lágrimas que ainda caiam em meu rosto.

– Ei, Clove...

– Vai embora – digo a Cato, que acabou de abrir a porta.

– Eu só queria saber se você está bem – ele dá de ombros, segurando a porta.

– Estou ótima. Só estou chorando porque milhares de ciscos caíram em meus olhos, ok?

– Quando eu perder a paciência com você, não reclame, ok Srta. Ironia? – ele diz, estreitando os olhos.

– E desde quando eu pedi pra você ter paciência comigo? – rebato.

– Você não acha que já foi grossa o suficiente comigo hoje? Eu nem sei porque vim aqui tentar conversar com você.

– Nem eu, porque eu não quero falar com você. Vai lá perguntar se a ruivinha do metrô não quer!

– Por que você sempre tem que colocá-la no meio de nossas conversas? Nós estamos falando de nós – ele entra no escritório, batendo a porta atrás de si.

– Não, não estamos. Até porque não tem nada de nós, Cato! O que nós estamos falando é de você ter invadido o meu espaço. Eu quero ficar sozinha agora – digo.

– Não tem nada de nós? – ele repete – Como você pode ser tão...

– Tão o quê? Idiota, grossa, ou apenas realista? – o interrompo.

– Como você pode ser tão fria – ele completa, me lançando um olhar de puro desgosto.

– Fria? Por que fria? – me levanto da cadeira, deixando o porta-retrato de lado, e indo até sua frente – Vai me dizer que aquele selinho significou muito pra você, quando você paquera outras garotas na minha frente, e ainda vem me falar sobre elas?

– Se quer saber, significou mais do que eu queria – ele diz, se afastando, e batendo a porta outra vez.

Argh, Cato é um verdadeiro idiota!

Eu já não estava chorando o suficiente sem ele vir me dizer isso?

– As pessoas são tão idiotas, pai – resmungo, agarrando outra vez o porta-retrato e encarando o homem de farda da fotografia.

[...]

À noite, depois de ter me acalmado e dormido um pouco, decido que eu tenho que falar com Cato.

Vou até seu quarto, e bato na porta algumas vezes, chamando por seu nome.

– Dá pra parar de me ignorar? – pergunto, batendo na porta com mais força.

Quando eu decidir para de bater na porta, pra bater no nariz dele, ele que não reclame.

– Ah, ‘to entrando! – exclamo, o fazendo.

Mas o quarto está vazio. Não tem nenhuma forma de vida aqui no quarto além de mim.

Ao ver o notebook em cima de sua escrivaninha, vou até o corredor, certificando-me que não há ninguém, e depois me fecho em seu quarto.

Me sento de maneira correta – vulgo, me jogo em cima de sua cama ficando em posições que certamente me causarão muitas dores nas costas futuramente – e começo a mexer em seu notebook.

Mas me sinto extremamente frustrada ao ver que não há praticamente nada.

Que tipo de adolescente normal não enche seu computador de coisas completamente desnecessárias? Me assusto cada vez mais com Cato.

Na tela inicial, só há o ícone da internet e do antivírus, uma pasta de músicas e uma de documentos, que está vazia. Vou à internet, ficando ainda mais surpresa quando encontro seu histórico vazio.

Sim, eu queria saber o que Cato estava vendo hoje pela manhã. Mas parecia que ele não queria que eu soubesse, já que não havia um site sequer no histórico.

O que eleva minhas desconfianças de que ele estava vendo pornografia. O que me leva a fazer uma pergunta extremamente idiota a mim mesma: ele é grande mesmo ou estava excitado quando eu o vi de cueca?

Sinto-me corando, mesmo estando sozinha, e trato logo de me livrar desses pensamentos. Eu já achava Cato bonito o suficiente sem ficar pensando em seu corpo, e do mesmo modo já tinha problemas suficientes.

Não ia ser legal eu o ficar secando e corando toda vez que eu visse, por culpa de pensamentos pervertidos e dos hormônios.

Esqueço tudo isso, abrindo sua pasta de músicas e começando a navegar na internet. O esforço de ir até meu quarto para mexer em meu notebook – cheio de coisas inúteis, assim como a maioria dos adolescentes – era muito, quando eu ainda me sentia exausta por passar metade da tarde chorando.

[...]

Remexo-me na cama e agarro o travesseiro com força ao sentir um cheiro fraco, agradável e amadeirado nele. Adorável cheiro, por sinal.

Só percebo que voltei a dormir quando meu celular começa a tocar. Maldito despertador!

– Desliga essa merda, Clove – escuto alguém resmungar.

Levanto-me da cama em um pulo, pisando em algo que claramente não era o chão. Até porque chãos não te xingam.

– Você não é tão leve assim, sabia? – olho para baixo, vendo um Cato de olhos apertados deitado em um colchão ao chão – Pelo menos não o suficiente pra subir em cima dos outros.

Ele provavelmente estava sentindo dor, já que meu pé estava pisando em sua barriga.

– Cato, o que você está fazendo aqui? – pergunto, surpresa e irritada.

Não gosto de gente, exceto eu mesma, que invade o santuário dos outros – vulgo, quarto.

E sim, já que ninguém diz que gosta de mim, eu mesma o faço. Alto-estima é tudo!

– Vamos ver – ele diz, empurrando meu pé de sua barriga e sentando-se – Agora eu estou respondendo uma pergunta extremamente desnecessária. Qualquer um poderia ver que eu estava dormindo!

– Preferia acreditar que você tinha batido as botas. Sabe, por isso pisei em sua barriga, pra ver se você ainda estava vivo – rebato, usando o mesmo tom sarcástico.

– Veja o lado bom: você usa o sarcasmo ao invés da grosseria quando dorme na cama de outra pessoa.

O encaro confusa antes de olhar em volta de mim mesma.

É, acho que meu quarto não teria um sanduíche – praticamente podre, vale ressaltar – em cima da escrivaninha.

– O que eu estou fazendo aqui? – pergunto, sentada em sua cama.

– E eu é que vou saber? Quando cheguei, você já tinha se apossado de minha cama.

– E por que não me acordou?

– Acha que eu não tentei? Mas você dorme feito uma pedra! Juro que se você não estivesse respirando, eu diria que estava morta – ele rebate.

– Desculpa, ok? – digo, após alguns segundos em que ficamos em silêncio, apenas nos encarando.

– Pelo que exatamente? Pelo quanto você foi grossa comigo quando nos conhecemos? Ou pelo quanto você foi grossa comigo ontem na escola? Ou talvez, quem sabe, você esteja falando pelo quanto você foi grossa comigo ontem no escritório.

– Isso, vamos lá. Vamos começar a sessão Jogue na cara de Clove o quanto ela foi idiota com você – o interrompo, antes que ele diga mais alguma coisa.

– Então você admite que foi idiota? – ele franze o cenho.

– É, admito. Eu só... Sei lá, Cato, tem alguma coisa em você que sempre me faz ter vontade de gritar com você.

– Talvez seja toda a atração sexual que você sente por mim. Sabe, ai você fica frustrada por isso e grita comigo, pra ver se acalma seus hormônios femininos que gritam por mim – ele gargalha.

– É, também morri de rir – dou-lhe um sorriso cínico. – Na verdade, eu não sei se você escutou o que eu e minha mãe conversamos ontem, mas eu estava irritada por aquilo. E frustrada, mas não por toda a atração sexual que eu supostamente sinto por você, e sim... por tudo! Eu também estava triste. Acho que talvez Katniss esteja certa, eu tenho mania de descontar nos outros minha irritação.

– Eu que o diga – ele ri novamente.

– Sabe o que é mais legal disso tudo? É que eu estou pedindo desculpas, me abrindo pra você, e você faz isso parecer palhaçada – cruzo os braços.

– Palhaçada? Não, mas sabe como é, normalmente as coisas ditas brincando são as mais verdadeiras.

– Então você realmente acha que eu sinto toda essa atração sexual por você? Só cuidado pra não ficar muito decepcionado quando descobrir que eu não sinto.

– Porém, nós podemos achar uma falha em sua frase – ele diz, e o encaro confusa – Você disse “toda essa atração”. Ou seja, talvez não seja toda essa atração que eu disse, mas você sente alguma atração.

Cato provavelmente estava brincando, mas ninguém avisou meu corpo sobre isso, o que fez com que minhas bochechas corassem e minhas mãos suassem, como uma criança que é pega fazendo algo errado.

Cato levanta-se, sentando ao meu lado na cama.

– Seria legal se você me respondesse.

– Você não fez nenhuma pergunta – digo, desviando meu olhar do seu.

– Mas você entendeu o que eu quis dizer.

O fato de Cato puxar meu rosto para encarar-lhe e estar muito próximo de mim não ajuda em nada.

– Talvez seja melhor eu fingir que não entendi.

– Você sabia que eu posso considerar esse seu constrangimento e essas suas respostas evasivas como um sim, não é?

– Considere, então – não penso duas vezes antes de responder, porque se pensasse, eu não diria isso.

Cato segura meu rosto delicadamente, me encarando por um bom tempo.

– Mudaria alguma coisa se eu dissesse que também sinto atração por você?

– Provavelmente sim. Acho que não teríamos mais essa distância entre nós – murmuro.

E, após ele me encarar por mais alguns segundos, sinto a pressão de seus lábios sobre os meus.

É diferente da outra vez. Da outra vez, seus lábios eram delicados contra os meus, agora pressionavam mais. Mesmo com alguma coisa gritando em minha mente para eu me afastar, abro meus lábios, dando passagem a sua língua.

Ele me provoca, passando ela por meus lábios, para logo depois começar a me beijar de verdade. Prendo minhas mãos nos finos fios de cabelo acima da nuca dele, puxando-o mais para mim, como se isso fosse possível. Antes mesmo que o fôlego nos faltasse, alguém bate à porta, e nos separamos com um pulo.

Me levanto para abri-la, sem olhar nos olhos de Cato, mas a inteligência em pessoa que está do lado de fora abre a porta, fazendo-a bater em um de meus pés e em meu ombro.

– Ai – reclamo, encostando-me a parede e massageando meu pé.

– Desculpe-me, Clove. Mas você também não precisa ficar atrás da porta – Henri diz.

– Eu não estava atrás da porta, estava vindo abri-la, já que você bateu nela – me defendo.

– Ah, certo – ele murmura – De qualquer maneira, o café está pronto. Se vocês não irem agora, vão se atrasar para o colégio.

– Tudo bem, pai, nós já descemos – Cato responde.

– A propósito, o que você está fazendo aqui, Clove? – Henri pergunta, pouco antes de fechar a porta.

Começo a corar e olho para Cato, em busca de ajuda.

– Ela adormeceu na minha cama. E, pra não acordá-la, eu dormi no chão – Cato dá de ombros.

O pai de Cato estreita os olhos antes de responder.

– Tudo bem, espero vocês lá em baixo.

Cato levanta-se assim que Henri fecha a porta, e vem em minha direção, já que ainda estou encostada à parede.

– Clove, eu...

– Acho melhor nos arrumarmos, eu não posso me atrasar hoje – corto-o.

– Sim, é melhor – ele assente e me dá um rápido beijo na testa.

Se meus hormônios não gritavam por Cato antes, ele conseguiu que o fizessem agora.

– Valeu, Cato! – sussurrei para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Entããão, o que acharam? É o seguinte, segunda passada foi meu aniversário, então que tal me deixarem muitos reviews e recomendações? Nem que sejam reviews pra dizer que vocês não gostaram do capítulo, ok? Ah, e como eu já tenho o cap 13 praticamente pronto, lembrem-se, a próxima postagem depende de vocês! Sério, só vou postar rápido se eu tiver uma boa resposta por esse capítulo e se eu demorar, não vou me desculpar, até porque estou trabalhando em outros projetos ;))
Até mais, e peço desculpas as meninas que sempre comentam e não precisavam ler isso!