Eu estava assustada, com medo, aflita e furiosa. As lágrimas rolavam pelo meu rosto enquanto eu amaldiçoava aquele nome, Bellatrix Black parecia ser o meu carma particular por todas as coisas horríveis que eu andava fazendo.

Quando cheguei à mansão Riddle o encontrei na sala de estar com ela e Abraxas, parecia dar alguma ordem aos dois, mas eu não me importei. Eu atraí a atenção deles assim que entrei.

- Você vai me pagar sua vadia. - eu disse entre dentes antes de erguer a varinha. - Crucio. ONDE ELES ESTÃO?

Bellatrix me olhava confusa, caída no chão enquanto sentia muita dor e eu apenas sentia prazer com sua dor, nunca senti tanto prazer com a dor de alguém. Eu me aproximei dela puxando-a pelos cabelos desgrenhados.

- EU NÃO FIZ NADA. - ela gritou.

- Eu vou acabar com a sua raça. - eu disse num sussurro perigoso e apontei a varinha para seu pescoço, pronta para lhe lançar a maldição da morte, mas a minha varinha voou da minha mão para a de Lord Voldemort.

- Saiam. - ele ordenou para Bellatrix e Abraxas que saíram sem ousar desobedecer a seu lorde.

Sozinhos, eu senti ele se aproximar, secar minhas lágrimas e acariciar meu rosto.

- O que houve miss? - ouvi-lo me chamar daquele jeito de novo era tão bom, ainda com os olhos chorosos, eu afundei o rosto na curva de seu pescoço.

- Levaram Christopher e Mary. - sussurrei entre soluços.

- O que?! - ele perguntou me fazendo olhar em seus olhos repletos de preocupação. - Quem os levou Pollyanna?

- Eu não sei. - eu disse aflita. - Um homem encapuzado, eu tentei impedir, mas não consegui, ele aparatou e... Foi ela, Bellatrix Black, eu sei que foi.

- Por que diz isto Polly?

- Ela me ameaçou, mais de uma vez, disse que seria capaz de tudo para tê-lo de volta, ela bem seria capaz de sequestra-los, de matá-los e de abalar sua confiança em mim, não deixe que ela faça isto.

- Ela não faria isto Polly, entretanto... - Ele parecia controlar sua fúria e beijou minha testa com ternura. - Eu vou descobrir quem o fez, eu lhe prometo.

Christopher POV

Fomos vendados e levados para um lugar desconhecido, arrancaram nossas varinhas e só então tiraram nossas vendas, nos jogaram em uma cela escura, iluminada apenas por archotes de fogo, eu coloquei as mãos nas grades sacudindo-a, furioso.

- Para Chris, isso não vai adiantar nada. - disse minha irmã.

- Temos que encontrar um jeito de sair daqui. - eu disse olhando pra ela.

- Eu sei. - ela disse e suspirou. - Quem fez isso? E o que querem com a gente?

- Eu não sei, só o que podemos fazer é esperar e pensar em um plano. - eu disse me sentando, Mary se sentou ao meu lado enlaçando seu braço no meu. - O que mamãe faria?

- Ficaria contente por alguma coisa. - riu Mary. - Agora papai, este iria matar quem quer que fosse que colocasse as mãos na gente, porque você não aceita logo Christopher? Somos filhos de Lord Voldemort e isto tem lá suas vantagens.

- Vantagens de ser filho de um monstro, estou procurando ainda. - eu disse emburrado.

Nós esperamos por algum tempo, sem noção da hora, Mary adormeceu em meu ombro, foi quando ela apareceu.

- Olá crianças. - ouvi aquela voz irritante de Bellatrix Black e ela apareceu trazendo duas bandejas.

Eu me levantei furioso e inexperadamente, Mary acordou resmungando, mas eu não dei atenção.

- Eu sabia que era você. - eu disse entredentes.

- O que você quer com a gente? - perguntou Mary.

- Não é obvio?

- Ela quer separar a mamãe de Lord Voldemort, tudo bem, eu também não quero ela perto dele, mas nos deixe em paz.

- Christopher! - Mary me repreendeu. - Você não me parece muito bem Bellatrix? O que houve?

- Fui atingida por uma maldição, Pollyanna pensa que eu tenho algo a ver com o sequestro de vocês, ela realmente pensou que eu ia engolir essa história de Lady das Trevas, mas isto não é da conta de vocês pirralhos.

- O que?! - perguntei confuso, mamãe? Lady das Trevas? Impossível, ela é uma boa pessoa, nunca iria ficar do lado dele.

- Há. - riu Mary. - Espere só eles descobrirem Bellatrix, papai e mamãe vão se divertir acabando com a sua raça.

- O que disse? - eu perguntei num sussurro.

- O que ouviu seu pequeno idiota, sua mãe está ao lado dele, a doce e inocente Pollyanna Whittier. - disse a Black ignorando Mary.

- Não pode ser. - eu sussurrei me sentando no chão, aborrecido e frustrado, mamãe não podia ter feito aquilo.

- Enfim, aqui está, se vocês estiverem com fome terão que engolir isto, se não, durmam com fome mesmo, ninguém se importa. - e ela sumiu de nossas vistas deixando duas bandejas com um pão seco e uma pequena quantidade de suco de abobora.

Eu deixei Mary tomar meu suco e comi apenas um pedaço de pão, minha irmã adormeceu novamente, parecia bem cansada e fora bem maltratada por aquele brutamontes que nos trouxe pra cá, eu me vingaria deles, de Bellatrix, de Voldemort e então voltaria para minha casa com o tio Alastor e treinaria com a Ordem da Fênix.

Foi no meio da madrugada que ela apareceu novamente, se antes ela parecia mal, agora ela parecia pior ainda, os olhos cheios de olheiras e arregalados, os cabelos desgrenhados, ela também usava vestes de dormir, uma camisola negra e um robe por cima, ficou observando a cela, em especial me observando, encostou-se a parede oposta escorregando até o chão e esfregou os olhos como se quisesse chorar.

- O que você quer aqui esta hora Black? - perguntei feroz e ela me olhou assustada.

- Eu pensei que estivesse dormindo. - ela disse entre aborrecida e constrangida.

- É engraçado. - eu disse frio. - Você que sempre se diz tão leal a meu pai...

- Não diga uma coisa dessas, eu sou a comensal mais fiel que ele tem. - ela disse orgulhosa.

- Não neste momento.

- Você se parece um pouco com ele.

- Não me insulte, ele é um monstro.

- Ele é admirável, ele é poderoso e ele pretende livrar o mundo da magia da escória que nele existe, ele é lindo e...

- Tá, eu já entendi. - eu disse aborrecido.

Nós ficamos algum tempo em silêncio, eu olhei curioso para ela e ficamos assim por algum tempo até eu quebrar aquele incomodo silêncio.

- Por que não está dormindo?

- Se eu conseguisse... - ela disse olhando para o nada, mas logo olhou para mim com um olhar hostil. - O que tanto olha garoto?

- Você é nova, bonita, poderosa, inteligente, não precisa disto, você pode ser mais que uma comensal da morte, você não precisa ser má Bellatrix. - seus olhos fugiram dos meus.

- Pensa assim tão bem de mim?

- Acho que herdei isto de minha mãe, ver o melhor nos outros, porque sinceramente ver algo de bom em você... É uma tarefa difícil. - ela fez cara de indignada, mas sorriu um pouco, o que era bom, pois eu a estava conquistando, se tinha herdado de minha mãe, ver o que há de melhor nos outros, então herdei de meu pai a capacidade de manipular as pessoas, conquistá-las e levá-las a fazer o que eu quero.

- Eu sou mesmo tudo isto que falou. - ela disse nada modesta. - Mas sou um tanto difícil não é? Certo. Vou lhe contar algo Christopher Salazar, mas se alguém descobrir eu provavelmente não viver por mais muito tempo, então guarde segredo... Não sou eu quem tive esta ideia de sequestrá-los, quem está por trás de tudo isto é...