My First Kiss escrita por nickyeowl


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

Ooooi pessoas *o* estou muito inspirada com Durarara, o que me rendeu mais uma one Shizaya -q tenho mais duas em mente, então se preparem porque por minha parte tem mais shizaya por aí 8DD
Essa one é bem fofinha e inocente, na verdade, depois de quase morrer de tanto ouvir a música "My First Kiss" da Kesha acabei tendo essa ideia. Espero que gostem *-*



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– Tudo pronto?

 Erika falava baixinho para Yumasaki no walk talk. O loiro respondeu á amiga fazendo que sim, então ambos voltaram a olhar para seu “alvo”. Ela estava escondida atrás de um sofá e o outro atrás de um grande vaso de plantas. Ambos estavam lá a fim de capturar uma certa pessoa, e essa captura não poderia falhar. Erika levantou três dedos, começando sua contagem regressiva; ia abaixando um de cada vez, e quando ia abaixando um, ela se aproximava mais da pessoa adormecida na cadeira junto de Yumasaki, devagar. Quando o último dedo foi abaixado, os dois pularam em cima do homem com um grande saco de pano e cordas falando um “Já!” em coro. Em poucos minutos, o homem estava completamente amarrado e com sua cabeça coberta pelo saco, ele se debatia tentando se soltar, mas sem sucesso. Ao verem que seu objetivo fora cumprido, Erika e Yumasaki bateram as mãos em um gesto de comemoração, em seguida, saíram arrastando o homem para fora de seu escritório. A captura foi um sucesso.

  O plano deles era nada mais que: Capturar Izaya e Shizuo. Era um plano de Erika, na verdade, que dizia que queria finalmente ver seu belo e lindo “shipper” se amando como no boys love, mesmo que fosse algo meio difícil de se acontecer. Sabendo que eles nunca concordariam em chegar perto um do outro, seu plano era capturar Izaya e Shizuo e submetê-los aos seus planos fujoshi.

  Após a primeira parte ter sido concluída, Erika estava comemorando com Yumasaki em uma sorveteria próxima. Eles haviam colocado Izaya amarrado dentro da van – se asseguraram em deixar o automóvel em um lugar onde ninguém poderia ouvir o informante se debatendo e chutando as paredes do veículo – e foram comemorar. Passaram um bom tempo lá, Yumasaki apenas se concentrava em seu sorvete enquanto Erika falava as mil coisas que queria fazer com Izaya e Shizuo, até um selinho entre os dois a faria feliz.

  Saiu da sorveteria cantarolando e saltitando, entrando na van novamente. Ela e Yumasaki haviam pegado o automóvel sem que Kadota percebesse e fugiram, até porque, ambos sabiam que ele não aprovaria esse plano maluco de Erika. Nem o próprio Yumasaki aprovava. Ele apenas estava a ajudando pois em troca receberia os vários mangás que queria há tanto tempo como recompensa. Mexer com Shizuo Heiwajima e Izaya Orihara era loucura, disso Yumasaki sabia muito bem. Erika havia prometido á ele que nenhum dos dois acabaria em um hospital, mas mesmo assim não era uma garantia de cem por cento que não acabariam com hematomas causados por Shizuo – até porque Izaya estava amarrado, dessa forma ele era inofensivo.

 – Ei, até quando vão me deixar amarrado? – Izaya já estava sem o saco de pano em seu rosto, estando agora apenas com seus pulsos e pernas amarrados com as cordas. – Tenho trabalho á fazer, não vou perder tempo com vocês.

  Erika apenas o ignorou, ela ainda estava perdida em seus devaneios com boys love, já Yumasaki nem o escutou, pois estava concentrado em um mangá enquanto escutava músicas em seu fone de ouvido. Izaya soltou um suspiro impaciente, tentando chama-los outras vezes, mas sem sucesso, então decidiu se silenciar e pensar em uma forma de escapar dali. O único som que se ouvia naquela van era o barulho das páginas de mangá que Yumasaki ia virando enquanto lia e o assoviado animado de Erika, Izaya estava em silêncio e de olhos fechados, lamentando mentalmente por ter se deixado capturar tão facilmente. A última coisa que se lembrava era que havia passado a noite anterior em claro em questão do calor, mas já que não conseguia abandonar seus adoráveis humanos, fora trabalhar da mesma forma, o que resultou em uma série de cochilos momentâneos. Poderia ter caído no sono em um desses cochilos, então Karisawa se aproveitou da situação e o capturou. Trincou os dentes. Ainda não acreditava que havia sido tão distraído ao ponto de ter dormido em seu trabalho.

– Erika, como faremos com Shizuo?

 Ambos, Izaya e Erika, olharam paraYumasaki. O informante tinha uma expressão confusa em seu rosto, enquanto Karisawa coçava o queixo pensando em uma resposta, que veio após alguns segundos.

– Podemos convencê-lo á vir até aqui, já que seria difícil capturá-lo. – Yumasaki concordou com a cabeça, colocando sua mão no queixo em seguida. – Que tal dissermos pra ele vir até aqui? Podemos falar que temos o Izaya e que o daremos para ele em troca de... – Ela abriu um sorriso malicioso. – Você sabe.

– Esperem, o que planejam fazer comigo? – Disse Izaya, atraindo a atenção dos outros dois. – O que vocês querem trazendo Shizu-chan até aqui? – Tentava disfarçar a impaciência em sua voz, mas era difícil. Se Shizuo fosse até eles, Izaya sabia muito bem o que aconteceria com ele. Ele seria amassado e socado até não ser mais reconhecido por ninguém, e seria morto em seguida.

– Eu fiz o favor de finalmente unir os dois corações apaixonados de vocês! – Cantarolou Erika. – Não vejo a hora de ver vocês dois se beijando! – Izaya engoliu seco, corando levemente de espanto sem perceber. – Izaya-san, eu tenho uma pergunta... – A garota levou seu olhar até o informante amarrado. – Você já beijou alguém? – Izaya abriu um sorriso sarcástico em seu rosto dando de ombros.

– Me desculpe, dou informações sobre os outros e não sobre minha vida pessoal. – Sua resposta fez Erika abrir um sorriso desafiador.

– Isso deve ser por que... Você nunca beijou alguém? – A pergunta soou mais como uma afirmação, fazendo as bochechas de Izaya ruborizarem de leve. Ao ver essa reação, seus olhos brilharam. Erika soltou um longo gemido de felicidade e gritou: – Eu nunca pensei que seria tão fofo ver esses dois juntos! Izaya-san, não se preocupe, farei seu primeiro beijo ser com Shizuo-san! – Izaya apenas soltou um “O que?!” assustado e surpreso, lamentando novamente por ter deixado ser pego por uma maníaca por boys love como Erika.

  As próximas horas se passaram com Erika falando mais e mais jeitos de como poderia ser o primeiro beijo de Izaya com Shizuo e Izaya escutando as tais formas tentando parecer não muito constrangido. Nunca havia beijado alguém porque nunca teve interesse em tais coisas, era a primeira vez que estava encarando essa situação. Considerava beijos e outras demonstrações de carinho atitudes humanas que não despertavam seu interesse, pois preferia ver seus amados humanos sofrendo do que felizes. Ele também nunca havia se interessado em alguém em especial; a única pessoa que despertara seu interesse fora Shizuo, mas não de forma romântica ou coisa do tipo, seu interesse era em suas ações e modo de pensar, não nos sentimentos do barman.

  Agora seria a primeira vez que teria de pensar em seu inimigo dessa forma. Enquanto escutava Karisawa falar, pensava em como seria seu primeiro beijo com ele. Como seria beijar alguém? Era bom? Era ruim? Qual era o gosto? Ele iria gostar, ou detestar? Perguntas desse tipo tomavam conta de sua mente, até que começou a ficar envergonhado com sua inexperiência no assunto. Percebeu que não saberia o que fazer quando ele estivesse se aproximando, nem quando seus lábios se encontrassem; ele deveria mexer a boca, ou deixar que Shizuo fizesse tudo? Iria usar a língua ou não? As perguntas continuavam a surgir, até que deu um suspiro de cansaço, mandando-as embora por um momento. Só saberia o que fazer quando Shizuo chegasse no dia seguinte, pensar essas coisas agora não faria sentido nenhum. Virou o rosto para o lado oposto de onde estava Karisawa, fitando a janela do veículo de relance. Estava ficando nervoso com essa situação, nervoso de uma forma que só de pensar que iria beijar Shizuo calafrios percorriam seu corpo e seu rosto queimava. Poderia ser experiente em várias coisas, mas agora não passava de um garoto inexperiente prestes a beijar seu maior inimigo. Pensou em formas de como escapar dessa situação, mas não encontrou nenhuma, já que estava amarrado na van de Erika, sua única alternativa era fazer ou fazer, a não ser que tivesse muita sorte, assim Karisawa não conseguiria convencer Shizuo á vir, e ele escaparia ileso. Espere um pouco... Pensou Izaya, arregalando os olhos pela descoberta. Ele poderia fugir assim que Karisawa fosse atrás de Shizuo, dessa forma, não teria de beijá-lo e não sofreria nenhuma consequência. Sorriu satisfeito, se ajeitando no chão do veículo.

  Uma meia hora depois, Walker e Erika foram atrás de Shizuo enquanto Izaya fingia cochilar. Após os dois amigos tomarem distância da van, Izaya começou seu pequeno “plano” de fuga. Demorou quase cinco minutos para poder ficar de joelhos na van sem ajuda de suas mãos – que estavam amarradas nas suas costas –, após conseguir, começou a olhar em volta procurando coisas que poderiam rasgar as cordas. Conseguindo se levantar com dificuldade, finalmente conseguiu achar algo: Seu canivete. Ele estava no painel da van, junto de alguns mangás e papéis de doces, mas a questão era descobrir como ele o pegaria. Se sentou no chão novamente, pressionando suas costas contra a parede de metal. Forçou seus braços á irem para frente e, ao mesmo tempo, pressionava seus joelhos contra seu corpo, podendo assim passar seus braços sobre suas pernas, deixando-os agora sobre seu ventre. Agora podendo se levantar com mais facilidade, saltou um dos bancos, ficando mais próximo do painel. Desceu do banco onde estava de pé, colocando seus pés no chão, ficando na ponta dos mesmos em seguida e esticando seu corpo, para aproximar suas mãos do canivete. Esticava seu corpo ao máximo, mas apenas a ponta dos seus dedos tocava o desejado objeto. Trincou os dentes, impaciente. Tinha que pegar logo o canivete, caso contrário Shizuo chegaria ali e ele seria pego.

  Após quase vinte minutos de esforço – escorregando, caindo, batendo o rosto no banco e entre outras coisas –, conseguiu pegar o canivete com a ponta dos dedos; mas nem teve tempo de comemorar, pois como sua sorte havia ido dar uma volta e não tinha voltado até agora, ele tropeçou. O canivete saiu voando para a parte de trás da van, onde ele estava anteriormente. Agora o informante estava com o corpo pendurado no banco do motorista e xingando a si mesmo mentalmente por ter escorregado mais uma vez. Pelo menos agora seu esforço seria menor, porque apenas precisaria ir para trás e soltar suas mãos.

  Mais alguns minutos se passaram até que o informante conseguisse ir para a parte de trás da van, quando chegou lá, se encostou na porta traseira e pegou o canivete com a ponta dos dedos. Com certo esforço, conseguiu abri-lo e aproximou a lâmina da corda que amarrava seus pés. Era difícil de manipular a faca dessa forma, já que só tinha a ponta dos dedos á sua disposição. Mexendo o objeto para frente e para trás devagar, conseguiu soltar a corda que estava em seus pés, soltando um suspiro de alivio e jogando sua cabeça para trás, mas no exato momento em que sua cabeça encontrou a parede de metal, a porta se abriu, fazendo o informante cair com tudo no chão. A última coisa que sentiu antes de trincar os dentes de raiva foi uma dor absurda nas costas e na nuca. Enquanto estava de olhos fechados, lamentava mais uma vez sua falta de sorte e xingava o ser que havia aberto aquela porta de nomes inimagináveis. Esperava que não fosse Shizuo quem estivesse ali, mas sim Erika ou Yumasaki dizendo que o plano deles havia falhado, porém quando abriu os olhos, percebeu que hoje sua sorte não estava ao seu lado mesmo.

– Yo. – Disse Shizuo, enquanto fitava a expressão espantada de Izaya ao vê-lo. Ao notar que o moreno estava preso, o barman soltou uma alta gargalhada. – Não acredito que foi pego por aqueles dois, I-zay-a-kun. – Pronunciou o nome do informante de forma provocativa, fazendo o mesmo trincar os dentes. Mas ele logo recobrou sua calma, abrindo um sorriso cheio de sarcasmo em seu rosto.

                    

– E eu não acredito que eles conseguiram mesmo te convencer á vir até aqui. – Uma veia saltou da testa de Shizuo, fazendo-o sorrir.

– Acho que você não está em posição de reclamar, pulga. – Izaya desviou o olhar ao ouvir o que o outro disse. Sabia que o barman tinha razão; ele não estava em posição de dizer qualquer coisa para provocar Shizuo, porque poderia acabar morto ali mesmo. – Karisawa? – Chamou a garota, que se aproximou dos dois saltitando.

– O que foi, Shizuo-san? – Shizuo jogou o cigarro que estava em sua boca no chão, apagando-o com o pé em seguida.

– Posso ter um pouco de privacidade com ele? – Erika corou de felicidade, concordando freneticamente enquanto Izaya apenas olhava Shizuo com espanto. – Certo, vamos, pulga.

  O barman estendeu sua mão para Izaya, mas o informante fez questão de se levantar sozinho. Depois de duas tentativas, conseguiu ficar de pé. Ele estava mais nervoso que antes, mas tentava esconder isso. Seu coração estava acelerado, o rosto ruborizado, tudo isso em questão da ansiedade. Agradecia por estar de costas para Shizuo nesse momento, até porque, não queria parecer tão inseguro na frente dele. Engoliu seco, deu um suspiro para se acalmar e virou na direção de Shizuo, evitando olhar para ele.

– O que foi? – O barman perguntou, mas foi ignorado. Izaya apenas entrou novamente na van e se sentou em um canto, cabisbaixo. Shizuo entrou em seguida, fechando as portas atrás de si, deixando Erika dando gritinhos e falando “É agora! É agora!”.

  Os dois estavam sozinhos agora. Shizuo estava sentado na van também, ao lado de Izaya, que permanecia imóvel. O loiro não estava tão nervoso quando o outro, ele estava mais tranquilo, mas pensava que por ser a primeira vez que o informante faria aquilo estaria nervoso, só que não tão nervoso. Na primeira vez que beijou alguém, foi de uma forma totalmente acidental. Shizuo havia saído com a garota que gostava no ensino médio e em algum momento do passeio, ela foi beijar sua bochecha, mas ao mesmo tempo o loiro acabou por virar o rosto sem querer, o que resultou em seu primeiro beijo. Foi algo bem inocente e engraçado, sempre ria ao se lembrar do quão envergonhado ficou depois daquilo. Depois disso, eles acabaram namorando e trocavam vários beijos e carinhos, o namoro veio ao fim alguns meses depois, mas isso não importava.

 O informante nunca havia estado em algum relacionamento amoroso antes, as mulheres não se interessavam nele e ele também não se interessava nelas. Shizuo nunca soube de alguma garota que havia namorado com Izaya, porque todas que tentavam se aproximar dele, ele simplesmente as dispensava curtindo com a cara delas ou apenas rindo da situação. Sempre fora um adolescente desinteressado no amor, sempre disse que amava os humanos em um todo e não um em especial, por isso nunca se interessava em relacionamentos amorosos e coisas do tipo. Só que agora era diferente. Ele não estava mais parecendo aquele adolescente em Raira que não ligava para nada disso, muito pelo contrário, estava visível que o informante estava ansioso e tenso por ter que beijar Shizuo naquele momento. Talvez ele sempre quisesse fazer isso algum dia, só que não teve com quem experimentar, pensava o loiro.

  Shizuo também nunca havia pensado em Izaya de forma romântica, até porque a relação de ambos se resumia em brigas e perseguições. Talvez ele sempre tivesse algum sentimento pelo moreno, mesmo que escondido lá no fundo do seu peito. Ele havia concordado com a proposta de Karisawa meio que “sem pensar”; ao saber que ela queria que ele beijasse Izaya porque aquele seria o primeiro beijo do informante, Shizuo abriu um sorriso, concordando com sua proposta automaticamente. Mesmo que não soubesse o que o fez concordar com aquilo, decidiu não pensar muito no assunto. Ele provavelmente descobriria quando seus lábios se encostassem pela “primeira vez”. Quando concordou com a proposta, disse que teria uma condição, que Karisawa relutou em concordar: Ela não poderia tirar nenhuma foto dos dois como planejava, mas poderia ver o momento – mesmo que uma janela e van a separassem do mesmo.

  Os segundos se passavam devagar dentro do automóvel, principalmente para Izaya, que queria que aquilo acabasse logo. Pensava em dizer para Shizuo andar logo e beijá-lo para que essa situação desconfortável terminasse, mas não tinha coragem para dizer tal coisa. Shizuo por sua vez, decidiu se aproveitar da situação para provocar seu “inimigo” até porque não era sempre que o tinha á mercê de suas vontades.

– Então, o que Karisawa quer que eu faça com você mesmo? – O barmen se fez de desentendido, recebendo em troca um olhar de espanto que dizia “Mas ela não te disse nada?”. Shizuo sorriu, tirando seus óculos e virando na direção do informante envergonhado. – Você tem que me dizer, caso contrário não sairemos daqui.

– E você topa fazer algo sem ao menos saber o que é? Sua inteligência me... – Ele não conseguiu terminar a provocação ao perceber que Shizuo o olhava atentamente. A única coisa que conseguiu fazer foi desviar o olhar, acanhado.  

– Claro que sei o que tenho que fazer, só estava te provocando. – O loiro soltou uma pequena risada, fazendo o informante levar seu olhar até ele novamente.

– Então se sabia, por que concordou em fazer? – Sorriu de forma desafiadora, mas não recebeu nenhuma resposta. – Não me diga que...

– Talvez.

 Shizuo deu de ombros, nem precisava escutar o resto da frase para saber o que ele queria dizer. Izaya abriu a boca para responder, mas foi parado quando sentiu um braço o envolvendo e seu corpo encostando ao do outro, seus olhos se arregalaram e ele corou mais ao sentir o abraço. Pensou em sair de lá, mas não conseguiu, porque por um lado ele estava gostando disso. Estava gostando em sentir o cheiro de tabaco da roupa do loiro, gostando de sentir seu calor; mas mesmo que gostasse dessa situação, ela também aumentou sua ansiedade, pois o informante sabia o que viria depois desse abraço. Viria o tão esperado beijo. Todos aqueles pensamentos que tivera sobre o que fazer voltaram, o deixando cada vez mais perdido em suas perguntas.

– Izaya, se você não quiser posso apenas mentir para Karisawa e dizer que nos beijamos. Você decide.

 A voz de Shizuo o tirou de seu “transe”, mas não sabia o que responder. Ele apenas afundou a cabeça no ombro do loiro e encolheu os ombros, fazendo Shizuo abrir um sorriso. Ele sabia muito bem que Izaya queria isso tanto quanto ele, até porque, caso não quisesse, já teria dado um jeito de escapar há muito tempo.

– Eu... Não quero... – Falou baixinho, apenas o suficiente para o barman ouvir. Ao escutar a resposta, Shizuo foi afrouxando o abraço devagar. Quando separou seu corpo do dele, usou uma de suas mãos para levantar o rosto do informante delicadamente, fazendo assim seus olhares se encontrarem.

– Mentiroso. – Izaya abriu a boca para responder o loiro, mas teve sua voz calada pelos seus lábios. Shizuo, em um único movimento, levou seus lábios ao encontro dos de Izaya, surpreendendo o informante, que estava ainda atônito com a ação do outro. Seus olhos estavam arregalados, seu coração acelerou mais e seu rosto corou como nunca antes havia corado. Não sabia o que fazer, estava tenso. E Shizuo percebeu isso. Para poder dar continuidade ao beijo, o loiro foi mais cuidadoso. Movia seus lábios vagarosamente, para que o informante pudesse seguir seus movimentos. Nunca percebera que os lábios de Izaya eram tão finos e macios, eles eram delicados, mas totalmente desajeitados na hora de seguir o beijo. Shizuo colocou sua mão sobre a bochecha do informante, empurrando-a devagar, a fim de virá-la levemente, assim permitindo que seus lábios se encaixassem. Ficaram assim por alguns segundos, apenas sentindo a textura os lábios um do outro, acariciando-os devagar. Quando percebeu que Izaya havia se acostumado com isso, Shizuo levou sua língua até sua boca, fazendo o moreno estremecer. Ele não impediu a passagem, mas não sabia o que fazer novamente. Sentia a língua do loiro invadir sua boca; á procura da outra “moradora” daquele local, a língua de Shizuo percorreu toda a extensão da boca de Izaya, até encontrar o que tanto procurava. Ao sentir aquela coisa quente e molhada sobre sua língua, o moreno estremeceu novamente. As duas começavam a se entrelaçar devagar, sentindo seus gostos entre si. Para Izaya, Shizuo tinha um forte gosto de tabaco, mas não era ruim, era um gosto bom e melhor do que qualquer cigarro, mesmo que ele não fosse fumando, estava adorando descobrir que esse era o gosto que o loiro “tinha”. Já Shizuo sentia um gosto balanceado, para ele, Izaya tinha um gosto doce e ao mesmo tempo salgado, um gosto agridoce e gostoso. Poderia sentir aquele gosto pelo resto da tarde que não se importaria, era muito bom.

  O ritmo do beijo se manteve dessa forma: lento e carinhoso.  Por vezes, Izaya acabava se perdendo entre os movimentos, mas aquela tensão que sentia antes não existia mais. Ficava meio envergonhado quando errava, mas decidiu se entregar ao beijo e tentar seguir tudo o que Shizuo fazia. As mãos do loiro estavam na nuca do moreno, fazendo leves carinhos para acalmá-lo, suas mãos também subiam para o cabelo negro do informante, sentindo o quão macios eram seus fios. O beijo terminou com três selinhos demorados – sendo um durando menos tempo que o anterior. Quando os lábios se desencontraram, os dois se encararam um pouco ofegantes. O rosto de Izaya ainda permanecia corado como antes, mas a insegurança que estava presente em seus olhos desapareceu, dando lugar á um lindo brilho de felicidade, que Shizuo sorriu ao ver. Ele ainda mantinha sua mão na bochecha do informante, junto de seus olhos, que mantinham vidrados aos dele. Nos olhos de Shizuo, Izaya via um olhar carinhoso e feliz, que ele nunca pensara em ver no rosto do outro. Logo percebeu que o loiro sorria, e sem perceber, ele acabou abrindo um sorriso tímido e sincero de volta. Nunca havia sorrido sinceramente para o barman, essa era a primeira vez.

  Após ser beijado por Shizuo, Izaya começou a gostar desses sentimentos amorosos. Gostou de sentir os lábios do moreno sobre o seus, sua língua se entrelaçando com a dele, fora tudo muito bom. Seu único medo era de acabar gostando desse sentimento confortante que aquecia seu peito naquele momento, tinha medo de que ele fosse embora. Havia descoberto algo totalmente novo e diferente, e acabou se apegando á esses sentimentos mesmo sem perceber. Estranhava sentir isso pelo barman, mas – assim como Shizuo –, isso era algo que ele não podia controlar.

  Seus olhares não desencontraram por nenhum momento no tempo em que ficaram na van. Pensavam sobre o quão se sentiam bem perto um do outro, coisa que não haviam notado antes. Talvez esse pedido de Karisawa não tenha sido algo tão ruim, nem para um nem para outro.

Uma semana depois...

– Ah, eu não acredito que não consegui nem tirar uma foto daqueles dois! – Choramingava Erika enquanto fazia um bico. Yumasaki apenas a olhava com uma gota em sua testa, assim como Kadota.

  Após uma semana do ocorrido, ela ainda se lamentava por não ter aproveitado a oportunidade perfeita para ver seu casal favorito junto. Até porque, mesmo depois desse beijo, a relação entre os dois não havia mudado, eles continuavam brigando e brigando sempre que o informante se atrevia a vir até Ikebukuro.

– Ei, da próxima vez... – Yumasaki gelou, como assim “próxima vez”? Enquanto ele se amedontrava coma  resposta, Eriak apenas abriu um sorriso malicioso. – Eu pegarei os dois e os trancarei em um quarto de hotel, o que acham? 


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? *-*
Espero reviews de vocês, porque eu particularmente adorei escrever essa one ;w;
Beijos e até a próxima ♥