Aranhudo entrou na sala de comando e viu a sua tia sentada no trono logo atrás dos capangas que mexiam no painel de controle. Aparentemente, o plano dela ia muito bem.

— Tá de bom humor, titia?

— Quero ver como Jason e a sua turma sairá dessa. Onodera já sabe sobre o cristal. Além disso, nossos homens cercaram aqueles patifes.

O soldado se virou e informou que a filmagem estava pronta. Surgiu a imagem em tempo real do local em que os minions estavam atacando.

— Queria ser uma mosca para ver a cara de Jason ao descobrir que o seu instrutor era um soldado meu. Não percam mais tempo. Destruam todos eles!

Lady Kumo estava bastante séria. Ela realmente resolveu focar os seus esforços em destruir os heróis.

...

Jason não acreditou que o instrutor era um espião kumo. Fechou os punhos e gritou de raiva. Jamais perdoaria ele e qualquer um que fosse enganá-lo. Antes, porém, pegou o microfone preso no seu casaco e esmagou.

— Não faz diferença. Já escutei e reportei a notícia para a minha rainha. Agora ela estará um passo à frente de você.

— Canalha!

— Cuidado com a boquinha, Jasonzinho! Você não passa de uma criança que não sabe nem esquiar. Agora chega. Apontem as armas.

Os capangas apontaram as armas de grosso calibre na direção do menino. Um vento forte interrompeu a ação; vários golpes cortantes de vento destruíram as armas.

— Aquele pássaro — resmungou o falso instrutor.

Era o Staravia. O pokémon de Simon ajudou Jason bem na hora. O garoto agradeceu e retirou o seu pokémon Sylveon.

As fitas de Sylveon serviram como chicotes e golpearam os homens. O único que sobrou foi o falso instrutor.

— Equipe Kumo, desista. A bandidagem não rola aqui!

— Insolente. Jason, vai pagar caro.

O homem retirou uma pokébola tal como usada pela Kumo na Zona do Safári. Um pássaro maior do que Staravia. Era marrom e possuía um bico grande e pontudo. Seu nome era Fearow.

Nome: Fearow

Designação: Pokémon bico

Número: 022

Tipo: Normal/ Voador

Sexo: Macho

Grupo de ovos: voador

Peso: 38 kg

Altura: 1,2 metro

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Velocidade

Havia um anel preto na perna esquerda de Fearow que controlava as suas ações tal como os anéis que a Equipe Kumo usara na Zona do Safári. Assim, o vilão ordenou que o pássaro atacasse Jason e os pokémons. Fearow deu um rasante e usou o bico para tentar golpear o garoto. Ele pulou no chão a fim de não ser acertado.

— Qual vai ser, hã? Como sairá dessa?

— Droga. Esse pokémon é realmente muito perigoso. Já era perigoso como Spearow.

O falso instrutor pulou sobre um veículo e mandou Fearow atacar mais uma vez.

A câmera voadora parou perto do homem. Um holograma surgiu com a imagem de Lady Kumo. A mulher finalmente se revelou para o protagonista.

— Você?!!!

— Mokumokumoku! Surpreso? Por acaso você disse que eu sou linda?

— Eca! Nunca.

— Ora...! Menino insolente. Os homens sempre caem aos meus pés. Sou uma belezura. Mokumoku! Enfim, esse é o fim de vocês. Willie, acabe com ele.

O nome do falso instrutor era Willie.

— Sim, rainha das aranhas.

Ele usou um controle remoto para aumentar a potência do poder do anel hipnótico em Fearow. O pokémon ficou com muito ódio e começou a voar até Jason.

— É o seu fim! — falou Willie.

...

No aeroporto de Moscold, o avião que estava Elza Romanov pousou antes do esperado.

Lorelei e Natasha foram o mais rápido possível para o encontro com a líder de ginásio. Ao chegarem na entrada, viram alguém perto de um táxi.

— Elza? — indagou Natasha.

— Naty! — A mulher usava dreadlocks nos cabelos loiros, uma cartola na cabeça, um casaco esfarrapado e um calção branco com bolinhas. Ela carregava um violão nas costas e uma figa no pescoço.

— O que houve contigo? Que aparência é essa?

— Aquela Elza recatada se foi. Aprendi muitas coisas nessa minha viagem. Eu chamo de retiro espiritual. Foi a melhor coisa que eu fiz.

— Oi, Elza.

— Lorelei! Finalmente veio.

— Resolveu adotar o estilo de vida hippie?

— Era isso ou virava uma tiazona solteira e conservadora. Como uma certa pessoa que eu conheço. Veio ajudar?

— Claro que sim. Precisamos também do seu apoio. Melhor irmos. Conto no caminho — disse Lorelei.

Elza entrou no banco traseiro do carro e acompanhou as duas. Durante o trajeto, Lorelei falou sobre os recentes acontecimentos em Permafrost.

— Isso não me surpreende. Chamei você justamente por causa da minha desconfiança de que bandidos estavam agindo no nosso distrito.

— E desde quando isso vinha acontecendo?

— Há um mês. Algumas autoridades de Moscold foram vítimas de criminosos de fora. Sempre perguntavam por um cristal.

— Mana, aquele cristal no ginásio deve valer uma fortuna — disse Natasha.

— Não creio. Dinheiro ilegal pode ser adquirido de muitas formas. O fato é que os criminosos se interessaram pelo cristal, mas não sabem que existe um no ginásio.

— Quiça exista outro em Permafrost — disse Lorelei enquanto dirigia.

— Talvez sim — Elza olhou para trás e viu um carro. — Temos companhia, garotas.

Um carro com alguns capangas da Black seguia o veículo das três.

...

Um gigaremo vermelho fora colocado na calçada da rua da vila de esqui e fora confundido por um hidrante. No momento em que Luiza e Iceburgh passaram a pé, o objeto ligou. As ondas manipuladoras se espalharam por todo o local. Pokémons selvagens começaram a aparecer, assustando os habitantes. O pior de todos havia sido Beartic.

Beartic ameaçou atacar os dois, mas Iceburgh empurrou Luiza. O urso polar estava furioso e com olhos vermelhos. Crianças correram com medo. O pokémon estava descontrolado.

A polícia tentou atirar dardos tranquilizantes, mas a droga não fazia efeito.

O urso segurou um carro e congelou com as próprias patas. Ele teve força suficiente para andar com o veículo nos braços. Viu um garotinho caído na rua.

— Aquela criança!! — Luiza ficou perplexa.

Uma câmera voadora também filmava esse acontecimento. Com certeza, Lady Kumo torcia para que o pokémon esmagasse a criança.

Por fim, Beartic levantou o carro mais ainda e jogou contra a criança.

— MOKUMOKUMOKU!!!