O Jogo dos Espíritos escrita por Lady May


Capítulo 3
Capítulo III - Mystery (un?)solved


Notas iniciais do capítulo

Essa história não tem um beta, portanto peço que, generosamente, avisem-me sobre os possíveis erros.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/32218/chapter/3

 

 

 

- Eu poderia prendê-los, sabiam? – comentou Melanie já sob a lanterna do Winchester mais novo. Ela também carregava uma enxada e um galão de gasolina – Se não fossem da polícia, é claro.

 

- Se você fosse detetive, aí eu me preocuparia. – desafiou Dean, em resposta ao tom desdenhoso da ruiva, enquanto voltava a cavar. Estava quase alcançando o caixão.

 

- Também descobriram que não sou detetive? – sorriu impressionada e, em seguida, apoiou-se numa das lápides próximas – Vocês quase me convenceram com aquele cartão... o suposto diretor da central é muito bom. Deviam me apresentar qualquer dia desses.

 

- Como descobriu tudo? – Sam falou pela primeira vez.

 

- Digamos que profundos conhecimentos em informática e muita ousadia fazem toda a diferença. – sorriu prepotente.

 

- Você invadiu o sistema do FBI? – surpreendeu-se o moreno.

 

- E então, seus nomes são mesmo Cromwell e Shawn? – desconversou.

 

- O seu é mesmo Melanie Hunt. – rebateu o mais velho terminando sua tarefa.

 

- Registrado e tudo.

 

- Dean Winchester. – apresentou-se saindo do túmulo – E meu irmão, Sam.

 

- Winchester? – uma vaga lembrança – Sam Winchester... – pensava.

 

- Algum problema? – o rapaz esperava o pior, já que Melanie não parecia admirada.

 

- Conheceram alguém chamado Gordon Walker? – lembrou. Os irmãos trocaram olhares significativos.

 

- Conheceu Gordon? – perguntou Dean.

 

- Vagamente. Resolvemos um caso, perto de Nova Iorque, uma vez. Lembro que numa das nossas conversas ele disse algo como “Sam Winchester é o demônio”. – contou indiferente.

 

- E qual a sua conclusão? Agora que me conhece. – Sam riu nervoso.

 

- Olha, eu já cruzei com alguns demônios nessa vida... – ela o encarou longamente – Não quero desapontá-lo, mas não acho que você se encaixa no perfil. – para Sam, alívio. – Mas nunca conhecemos bem alguém, certo? – deu de ombros referindo-se, não necessariamente, ao rapaz.

 

- Bom, agora que nos conhecemos e todo o teatro acabou – Dean recuperava o foco pulando na cova, segurando um pé-de-cabra – O que veio fazer aqui, ruiva?

 

- O mesmo que vocês, aparentemente. – aproximou-se o suficiente para ver o caixão – Queimar o corpo. – admitiu sentindo-se péssima.

 

Dean tomou impulso para quebrar a madeira, mas foi interrompido quando Melanie o segurou.

 

- Não podemos fazer isso sem abrir? – pediu discretamente emocionada.

 

- Por quê? – estranhou.

 

- Amélia Garwin é minha tia. – a garganta apertou quando segurou o choro.

 

- Tia? – repetiram em uníssono.

 

- Há muito tempo não nos víamos e, infelizmente, não pude vir ao enterro. – contou tentando manter o controle – Isso não é fácil pra mim... todo esse caso... Entendam, não quero que minha última lembrança seja minha tia se decompondo num cemitério.

 

- Dean, sai daí. Não precisamos abrir o caixão. – Sam compadeceu-se.

 

O caçador olhou do irmão à garota ruiva e, solidário, embora não querendo dar essa impressão, saiu da cova. Esperou que Sam esvaziasse o galão que trouxeram e jogou um isqueiro aceso. Imediatamente o fogo dominou a noite fria.

 

Melanie olhava tudo aquilo deixando, pela primeira vez, o racionalismo de lado. Devido a uma estúpida briga familiar, sua mãe não a deixara visitar a tia. Contudo, isso nunca a impediu de fazer ligações escondidas para ouvir a tia falando sobre Sarah ou sobre os biscoitos que estava fazendo só para deixá-la com água na boca.

 

Depois, com o tempo, acabaram se afastando, apesar de a distância não ter mudado o afeto que sentia por aquela mulher incrível. Lágrimas se formaram quando Melanie percebeu que não prestara as devidas homenagens e que agora violara e queimava o corpo da tia.

 

Dean dividia sua atenção entre os estalos da madeira e as reações da ruiva. Nas lágrimas dela, reconheceu um pouco da menina assustada de Winconsin. Desde o encontro no hospital, ele considerava a hipótese de serem a mesma pessoa. Não passava de uma possibilidade, já que a chance de cruzar com a mesma pessoa num país do tamanho dos Estados Unidos é praticamente remota, mas o cabelo vermelho e os olhos perturbadoramente iguais o faziam se perguntar se teria a coragem para confirmar.

 

- Parece que acabou. – resignou-se Melanie quando tudo o que restou no túmulo foram cinzas. Os rapazes não responderam; não se sabe se foi por respeito ou por falta de palavras.

 

O silêncio continuou enquanto apagavam as evidências de que estiveram ali. Depois, os três juntos, deixaram o cemitério.

 

- Por que não veio ao enterro da sua tia? – questionou Dean, sem cerimônias, enquanto caminhavam até a esquina onde, por coincidência, estacionaram seus carros.

 

- Quanta sutileza. – censurou Sam.

 

- Estou curioso. – justificou.

 

- Eu estava em Nashville resolvendo um caso. – contou suavemente – Já pro enterro da minha prima, não consegui chegar a tempo. As estradas ficam péssimas no inverno.

 

- E você solucionou o caso? – perguntou o mais novo, generosamente, desviando o assunto.

 

- Era só um cara com sérios problemas psicológicos e um estômago de aço. – entrou no Mustang e o ligou – Nada sobrenatural. Bom, foi um prazer, rapazes. Espero encontrá-los por aí.

 

 

 

Através do pára-brisa do Impala, os Winchester viram Melanie sumir pelas ruas escorregadias de Cashemere.

 

- E, então, vai me contar quem é ela? – perguntou Sam, sorrindo debochado.

 

- Quem? – rebateu fazendo uma curva.

 

- Qual é, Dean? Tá na cara que vocês se conhecem... ou, pelo menos, que você a conhece, já que a Melanie é discreta e não fica te secando. – diante da falta de respostas e vários sinais vermelhos furados, significando que Dean não estava feliz com as investidas, Sam continuou, ignorando qualquer bom senso – Desde que cruzou com a garota você tá esquisito, além de ficar um tempão pensando antes de dormir... isso não é normal, cara.

 

- Você não tem nada pra fazer além de ficar me vigiando?! – irritado, estacionou o carro de qualquer jeito e entrou no quarto pisando duro.

 

- Estou preocupado. – disfarçou uma risada tossindo – Vai me contar? – insistiu.

 

- Papai e eu fomos investigar um sanatório logo depois que você foi embora. – dando-se por vencido, Dean deu as costas ao irmão, puxou as cortinas e olhou fixamente a rua deserta – Andando pelo lugar, eu encontrei uma garota chorando sobre o corpo de um adolescente.

 

- E você acha que é a Melanie?

 

- Estava escuro, mas...

 

- Se fosse, não acha que ela se lembraria de você? – supôs.

 

- Sei lá, Sammy!

 

- Por que não fala com ela e tira a dúvida. – para ele a idéia era óbvia.

 

- Seria uma conversa animada. – ironizou enquanto atravessava o cômodo e entrava no banheiro.

 

- Vai ser pior ficar nessa curiosidade! – gritou para a porta fechada.

 

 

 

* * *

 

 

 

Na manha seguinte, a chuva parara de vez dando lugar ao vento frio que anunciava a neve. Os caçadores dormiam pesado, principalmente Dean, que ficara horas pensando num diálogo com Melanie que não parecesse estranho. Contudo, o descanso foi interrompido quando o celular do mais velho tocou, acordando-os de repente.

 

- O quê? – atendeu, mal humorado, sem, nem ao menos, abrir os olhos.

 

- Temos um problema. – disse Melanie com a voz séria.

 

- Não tem relógio, não, ruiva! E como você conseguiu meu número? – Dean sacudia o irmão sem cerimônia, já que ele voltara a dormir.

 

- Estava no cartão. – respondeu como se fosse óbvio – E quem não tem relógio é você! Sabe que horas são, Winchester?- rebateu indignada.

 

- O que você quer? – escondeu o rosto com a mão livre. – Nervosinha.

 

- Como eu disse, temos um problema. Vocês podem me encontrar no hospital ou a donzela vai voltar pro sono de beleza? – pelo tom, Melanie estava ansiosa e graças às palavras do rapaz, acabou por descontar sua frustração nele. Verdade que mal os conhecia, mas, na idéia dela, invadir um cemitério no meio da noite, criava praticamente uma parceria. Parceiros brigam, certo?

 

 

 

* * *

 

 

 

- Quando disse que queria nos ver logo, pensei que era blefe. – Comentou Dean, cerca de vinte minutos depois do fim da ligação.

 

Melanie, vestindo um pesado casaco cinza, esperava-os, na entrada do pronto socorro, de braços cruzados.

 

- Fazer o quê? – deu de ombros.

 

- Qual é o problema? – indagou Sam.

 

- Melhor eu mostrar. – guiou-os até o estacionamento nos fundos no hospital.

 

O lugar, antes cheio de carros, dava lugar a vários repórteres de jornais locais, policiais, que tentavam manter os curiosos atrás da faixa de contenção, médicos e enfermeiros e o xerife, anotando toda a informação que lhe parecesse relevante. O trio passou pelas pessoas chocadas sem dar qualquer explicação.

 

- Que circo é esse? – estranhou Dean.

 

- Show de horrores, você quer dizer. – Sam apontou para cima, mais precisamente para a janela do quarto andar. E lá estava, com o nó do lado esquerdo, Edward Franklin, pendurado do lado de fora do prédio, enforcado com os lençóis.

 

- Quando foi isso? – perguntou o mais velho desacreditando o que via.

 

- Cerca de uma hora. – respondeu o xerife aproximando-se para dar mais detalhes.

 

- Assim que eu soube, vim pra cá e liguei pra vocês. – contou a ruiva.

 

- A mãe e a amiga, Shelby Williams, foram até o refeitório e quando voltaram, encontraram... bem, isso. – continuou o homem aceitando uma rosquinha oferecida por seu subordinado – Edward era o último da turma dela... a menina deve estar muito abalada.

 

- E a mãe do garoto? – indagou Sam acompanhando, com os olhos, a retirada do corpo da janela.

 

- As duas estão na administração. Falem com elas, se quiserem.

 

- Faremos isso, xerife. – garantiu o mais velho.

 

 

 

* * *

 

 

 

O que acharam? – questionou Melanie enquanto andavam pelos corredores à procura da administração.

 

- O garoto morreu depois que queimamos o corpo. – expôs Dean - Então não é o fantasma da sua tia... a não ser... Seu tio guardou alguma coisa da esposa, ruiva?

 

- Acha que sou amadora, Winchester? – fez-se de ofendida – Eu perguntei. E só pra confirmar, procurei pela casa toda também.

 

- Não adianta discutir isso agora. – ponderou Sam – Antes de qualquer conclusão, vamos falar com a mãe do garoto. – delicadamente, ele bateu na porta onde, em letras prateadas, estava escrito “administração”.

 

Uma senhora, aparentando 60 anos, atendeu-os.

 

- Pois não?

 

- FBI. – dispensando apresentações, os três, mesmo vestindo roupas mais casuais, mostraram os distintivos.

 

- Desculpem, - a mulher saiu da sala e fechou a porta atrás de si – mas, como médica, não acho que seja uma boa hora.

 

- A última vez que respeitamos a vontade de um médico, – Melanie, grosseiramente, empurrou a mulher contra a parede – perdemos nossa principal testemunha. – simplesmente não aceitava ter errado num caso tão importante para ela – Agora saia da minha frente!

 

Dean, Sam e a médica, principalmente, assustaram-se com a abordagem da garota e acabaram trocando olhares confusos.

 

- Serão só algumas perguntas. – garantiu Sam sorrindo suavemente enquanto afastava Melanie da mulher.

 

- Não demorem. – respondeu passando, sem cuidado, entre Sam e Dean.

 

- Você foi bem... persuasiva. – comentou o mais velho.

 

- Pra não dizer mal educada, né? – balançou a cabeça em sinal de reprovação – Eu perdi a cabeça... Acreditem, isso não costuma acontecer com muita frequência. – sorriu sem jeito.

 

- Entendemos o que esse caso significa pra você. – Sam estava com a mão na maçaneta.

 

- Tem alguma coisa faltando e eu vou descobrir o que é.

 

 

 

A cena mostrada pela porta aberta não poderia ser mais infeliz: com o rosto escondido num lenço, a mãe de Edward chorava e era consolada pelo marido igualmente abalado. Shelby, sentada numa das cadeiras, não tinha expressão certa e seu olhar estava longe dali. Quando o trio entrou, ninguém lhes deu atenção.

 

- Bom dia. – cumprimentaram, cada um há seu tempo, os rapazes.

 

- Poderíamos conversar alguns minutos? – sugeriu o mais novo tentando parecer compreensivo.

 

- Vieram saber sobre meu filho, não é? – disse a mulher entre soluços.

 

- Somos do FBI. – Dean esticou a mão na direção do marido – Queremos ajudar.

 

- Sentimos muito pelo Edward. – completou Sam.

 

- Não sentem, não. – rebateu o homem levantando-se do sofá em que estivera sentando – Eu perdi meu filho. – chorou emocionado.

 

- Estamos muito empenhados em saber o que aconteceu, senhor Franklin. – Melanie colocou a mão sobre seu ombro – Sarah era minha prima... Sei como é perder alguém querido.

 

- Prima? – a mulher a encarou com os olhos vermelhos.

 

- Isso mesmo. – a ruiva se sentou e segurou firme as mãos da mulher numa atitude que, para os Winchester, era claramente manipuladora. Melanie estava usando a morte da prima e talvez até seus sentimentos para obter informações. Jogo sujo, mas, naquele momento, válido. – Eu também quero saber o que aconteceu, por isso precisam me contar o que houve.

 

Shelby, sem dizer uma palavra sequer, observava.

 

- Passamos a noite no hospital, como de costume. – começou a mulher aceitando o copo d’água que lhe era oferecido – De manhã, meu marido foi trabalhar e eu fiquei fazendo companhia ao Ed. – assoou o nariz – Shelby chegou e ficamos alguns instantes conversando... Ele parecia deprimido, mas se recuperava...

 

- Logo sairia daqui. – terminou o pai

 

- E depois? – incentivou Melanie com a voz tranqüila.

 

- Como eu estava sem comer e o médico entrou no quarto, Shelby... e eu... fomos... – a voz sumiu dando lugar ao choro.

 

A adolescente levantou-se, ficando do lado oposto de Melanie, ao lado da Sra. Franklin.

 

- Fomos até o refeitório.

 

- Eu fui na frente. – corrigiu a mulher aos sussurros – Shelby foi ao banheiro.

 

- Comemos e voltamos para o quarto. – Shelby disfarçou uma careta e com a voz pesarosa, continuou – Nunca devíamos ter saído...

 

 

 

______ * * * ______

 

 

 

- Mel, já está pronta? – Peter batia na porta do quarto de hóspedes.

 

No cômodo, a ruiva olhava para todas as fotos que o xerife lhe cedera, incluindo as de Edward, tentando entender o que faltava. Passara um dia inteiro desde a morte do garoto e ninguém tinha uma explicação para o que estava acontecendo e por isso, obviamente, não havia solução para o caso

 

- Melanie? – chamou-a de novo.

 

- Já estou indo. – juntou todas as fotos, colocou-as na bolsa e abriu a porta. – Desculpe a demora. Vamos?

 

 

 

* * *

 

 

 

- Que demora, Dean! – Sam esmurrava a porta do banheiro.

 

- Por que temos que ir? – reclamou saindo no cômodo arrumando o nó da gravata.

 

- Idéia da Melanie. – deu de ombros – Ela disse que mostrar solidariedade à cidade faz com que eles colaborem com a gente.

 

- Pelo amor de Deus... O que é que podemos descobrir num enterro?

 

 

 

* * *

 

 

 

- Estão atrasados. – censurou a ruiva, aos sussurros, quando os Winchester chegaram ao seu lado. Estava no meio da cerimônia.

 

- É que eu queria muito estar aqui. – disse Dean sarcástico, o que lhe rendeu uma cotovelada do irmão.

 

A garota balançou a cabeça desgostosa e voltou sua atenção a padre, que derramava palavras de consolo. Porém, sua mente estava em Alliance, Ohio, na casa dos pais. Bem, seus pensamentos estavam no pai, já que o homem que falava fazia-a lembrar-se dele.

 

Sentia-se sozinha por causa das suas escolhas. Não tinha amigos, um parceiro, nem a companhia da família, o pior de tudo, já que não falava com eles desde que largara a faculdade. Não foi por falta de tentativa, mas Melanie sabia que era um perigo para ela e para os pais envolvê-los na vida que escolheu. Tudo o que ela tinha era seu Mustang GT 2005, suas armas no porta-malas e uma foto de família já gasta devido ao tempo que estava na sua carteira.

 

O enterro continuou sem mais interrupções e não demorou a acabar, pois toda a cidade, cansada de tantas mortes e dominada pela tristeza, não queria prolongar o sofrimento.

 

Depois que o caixão já estava em seu lugar e as coroas de flores escondiam a terra mexida, a família de Edward, perfilada, recebia os pêsames.

 

- Descobriu alguma coisa com as fotos, Melanie? – Sam posicionou-se ao lado da ruiva na fila.

 

- Nada, Sam. Aliás, obrigada por me emprestarem as que estavam com vocês.

 

- Voltamos à estaca zero, não é?

 

- Vou levar meu tio pra casa e pensar. Quem sabe não me vem uma luz...

 

Os dois finalmente chegaram à mãe do garoto.

 

– Meus pêsames. – Melanie, ao apertar a mão da mulher, reparou no bonito relógio dourado que ela usava no braço direito. Sua mente trabalhou rápido – Desculpe, mas a senhora é canhota? – todos estranharam a pergunta, incluindo Sam e Dean, que se aproximava da dupla.

 

- S-sou. – gaguejou sem entender.

 

- Edward também era? – insistiu.

 

- O que, diabos, isso tem a ver? – o pai do garoto intrometeu-se na conversa de forma hostil. Sem lhe dar atenção, a ruiva continuou encarando a mulher.

 

- Era. – respondeu depois de alguns instantes.

 

 

 

Continua...

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!