A História Oculta De Adolf Hittler escrita por Marcelo Torres


Capítulo 6
Hitler Tem Um Sósia




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Querida Sabine.

Conforme havia previsto, não tive como escrever antes. Somente hoje (dia 20 de setembro) pude tirar um tempo. Tive de fazer várias viagens em companhia do Füher e outros membros do alto escalão.

Confesso que estou estarrecido com o que vi nestas viagens. O que nos foi divulgado é que os estrangeiros estão sendo confinados e enviados de volta ao seu país de origem (o que eu considero justo) e que pelo fato de muitos estarem doentes tem havido muitas mortes. O que eu vi foram grandes lugares onde há muita gente passando fome, sem o mínimo para sobreviver. Muitos mortos pelo chão. Muitas pessoas doentes. É realmente um cenário estarrecedor.

Vi muita gente agindo com crueldade e eu fiz várias repreensões severas a este tipo de comportamento. Estava muito incomodado e fui chamado atenção, pois precisava focar nos objetivos.

Saímos daqueles cenários e nossas viagens passaram a ser apenas em gabinetes de comando. Temos muitas estratégias inteligentes. Não me canso de admirar o Füher. Ele é realmente um grande líder.

Eu entrei para assumir o lugar do Himmler, porém, sem levantar suspeitas que eu é quem estava com as suas funções. De início não entendi muito bem o motivo disto. Depois me foi explicado que era para preservar a inteligência do país. Enquanto o Himmler é um alvo, eu passo despercebido. Então se algo acontece a Himmler, suas funções continuam sendo exercidas sem nenhum prejuízo. É incômodo porque não sou reconhecido pelo que faço, em compensação, não sou visado pelas forças inimigas. Internamente estou num cargo superior a Himmler, mas externamente sou subordinado a ele. Não é fácil lidar com isto. Em público tenho de dar ordens a ele de maneira disfarçada.

Neste mesmo sentido vi algo que foi de extrema surpresa para mim. Nosso Füher tem um sósia. Uma pessoa que tem exatamente a sua aparência. Não sei como foi possível encontrar alguém tão parecido. A voz natural dele não é muito parecida com a do Füher, mas a aparência não há como diferenciar.

Estávamos numa reunião e, para minha surpresa, entram o Fûher e seu sósia. Um deles falou:

— Alguém sabe diferenciar quem é o verdadeiro Füher?

Eu não soube!

Estávamos somente (além de mim mesmo), Heinrich Himmler, Walter Model, Erwin Rommel e Hans Boelsen.

O outro Füher (não sabia se era o verdadeiro ou o sósia) disse: Apenas o Himmler sabe o segredo de nos diferenciar, mas vou revelar a todos vocês para que saibam de quem estão recebendo ordens.

Diferença física aparente, eles realmente não tem. Com isto um deles falou:

— Eu sou o verdadeiro. Podem observar que na gola direita da minha farda (e todas as roupas que eu uso) tem um ponto vermelho bem discreto. Ninguém vê isto e os poucos que viram eu disse que é uma crença que tenho.

Fez uma pausa e continuou:

— Este é o Thorsten Sperb. Conheço ele desde minha adolescência. Ele não era parecido comigo por causa do cabelo e barba. Mas, acertados estes detalhes, ficou idêntico. Fizemos uma brincadeira e a partir disto vi uma possibilidade de me proteger. Em toda aparição pública é ele quem vai. Tem toda a orientação do que deve e do que não deve falar. Até agora ele tem desempenhado bem este papel.

— Sempre tomo cuidado para não aparecer junto com ele. Quando isto acontece, um dos dois (normalmente eu) está descaracterizado para que ninguém perceba nossa semelhança.

— Somente vocês, aqui desta sala, sabem deste detalhe. Nem é preciso dizer que revelar isto é considerado um ato de alta traição.

Fiquei pensativo se incluiria esta informação nesta carta ou não. Mas entre nós não existem segredos. Só te peço para jamais mostrar isto a quem quer que seja, caso contrário terei de enfrentar o pelotão de fuzilamento.

O Füher continuou:

— Peço ao Thorsten que nos deixe neste momento. Lembro que deve tomar cuidado para que ninguém perceba nossa semelhança.

Após a saída de seu sósia ele reinicia sua fala:

— O motivo de eu ter um sósia é para que ele seja o alvo e não eu. Sei que existem pessoas entre nós que não aceitam nossos ideais e se organizam para minha morte. Ele é o alvo principal. Se algum dia ele for descoberto como meu sósia, não mais fará parte de nossa organização.

Pelo pouco que pude entender é que se alguém descobre que o sósia existe, não vai apenas deixar a organização, mas deixará de viver também.

Parece meio rude falar isto, e eu mesmo assustei com este tipo de situação durante minha vida militar. Mas lidamos com vida e morte. As vezes fato de um morrer deixa outras várias pessoas vivas. Então algo que nos parece ruim tem uma finalidade boa. Já tinha convivido com esta realidade, mas aqui eu vejo que tem algo diferente. Vejo prazer na morte. Vejo as pessoas se referindo a morte dos outros com alguma felicidade disfarçada. Pode ser algo da minha imaginação.

Não disponho de muito tempo. Na verdade eu não tenho tido muito tempo disponível ultimamente. Vou tentar te descrever, numa próxima carta, algo que tem me incomodado. Bem relacionado com esta minha percepção do prazer da morte que relatei aqui.

 


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Notas finais do capítulo

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