A Antiga Lenda Ressurge escrita por Lord Iraferre


Capítulo 5
Ep2: A ascensão da múmia, Prólogo: Maus Presságios


Notas iniciais do capítulo

Esta parte ficou um pouco maior do que o planejado... Porém aqui está o começo de mais um episódio inédito de Par De Reis.



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            A escuridão impera.

      O silêncio é vencido pelo som estrondoso das águas turbulentas de uma enorme cachoeira.

            Abaixo, no fundo do rio, um corpo afunda cada vez mais, devido ao fardo que carrega. Seu rosto embora, de um lado vermelho, está calmo, seus olhos estão fechados. Alguns meses atrás ele era chamado de rei Brady... Em menos de um dia fora um herói... Agora ele afundava.

            Rumo ao esquecimento...

***

Voltemos no tempo. Quando os problemas começaram...

Fita rebobinando.

Som de trombetas. Dois guardas ao lado da porta dão espaço para Mason passar. Brady e Boomer presos pela gola em seus respectivos armários, com as calças arriadas choram e tentam correr enquanto Mason se aproxima...

Espere ai! Não era para voltar tanto assim!

Fita avançando...

***

            É noite em Kinkow.

            No centro da sala do trono, foi posta a mesa, cheia de travessas de comida, que já não estavam mais tão cheias assim.

            Ao redor da mesa o poderoso (preguiçoso) rei Boomer, o grande (pé grande) Mason, a melhor (mandona) amiga Mikayla, e o pequeno (diabólico) Lanny.

            — Cuidado rei Boomer, o peixe que tem em mãos costuma ser mortalmente difícil de comer. — diz Mason segurando a mão de Boomer impedindo-o de engolir um peixe inteiro.

            — Qual é, Mason, acha que eu não consigo comer um peixe sozinho sem me machucar? — diz Boomer. — Ai! Ele me espetou! — completa deixando o peixe cair.

            Ao acertar o chão o peixe começa a se arrastar em direção ao mar. Boomer acompanha o peixe com o olhar assustado e depois se volta para as pessoas na mesa.

            — Ok, chega de peixes então.

            Lanny finge que vai pegar alguma coisa e esbarra na tigela deixando vários peixes caírem no prato de Boomer.

            — Upsi. — diz Lanny colocando um dedo na boca, como que pedindo desculpa.

            Mikayla limpa a boca com um guardanapo e diz:

            — Falando em coisas mortalmente difíceis, não era para esse jantar celebrar o retorno do rei Boz a Kinkow?

            — Não é culpa minha se ele está atrasado. Vai ver eles estão aproveitando, não é todo dia que uma família de macacos recebe uma visita. — diz Boomer mordiscando uma enorme coxa de frango. — Alem do mais, com o estoque de comida que ele levou nos pés, é bem capaz que ele chegue aqui de estomago cheio.

            Todos na mesa concordam. Sons de trombetas anunciam a chegada dos anciões.

            — Essa não os velhos! — diz Boomer.

            Todos na mesa se levantam assustados. Mason corrige Boomer:

            — São os anciões de Kinkow, e não os velhos.

            — Pega leve, Mason — diz Boomer, logo em seguida começa a enumerar as coisas nos dedos. — Senha do cofre, horário das festas, telefone das garotas, e agora como chamar as pessoas de idade da ilha? Tudo bem que eu sou um rei, mas minha mente não aguenta guardar tantas informações assim.

            Neste momento dois guardas abrem a porta do castelo, os anciões entram liderados pelo (velho) Xamã.

            — Rei de Kinkow — o Xamã solta um bufo de desdém ao dizer a palavra rei. — Trago más notícias.

            — Bem que você podia variar as vezes né, trazer uns presentes ou qualquer outra coisa, porque toda vez que vocês vem aqui nunca é coisa boa. — diz Boomer.

            O ancião solta um “hum” em completa desaprovação.

            — Ouvimos rumores de que o navio real foi atacado muito próximo daqui... Os marinheiros que sobreviveram disseram que houve muita luta e que o rei Boz foi sequestrado, nesse momento pode até estar morto.

            — Isso! — diz Lanny dando um pulo de alegria, ao olhar para os lados acrescenta desamparado. — É muito triste.

            — O que faremos agora? — diz Boomer preocupado.

            — Não faço a menor ideia — diz o Xamã. — Tudo o que posso dizer é que o lado negro da ilha anda inquieto. Tempos sombrios estão por vir.

            — Ha! — ri Boomer sarcástico e irritado. — Muito obrigado... Deixe me ver: por nada!

            Os anciões ainda mais irritados, vão embora.

            — Não se preocupe antes da hora, meu rei — diz Mason, colocando uma das mãos no ombro de Boomer.

            — Meu pai tem razão — diz Mikayla. — Temos que primeiro descobrir o quanto dessa informação é verdadeira.

            — Assim que o dia raiar faremos uma busca. — diz Mason, dando uma piscadela discreta para Boomer. — Por hora, terminemos o jantar.

            — Agora só falta mais um... — diz Lanny para si mesmo, ao ver que os outros ouviram, conclui: — Pouco de tempo até que a busca comece.

***

            Mikayla entra dentro de seu quarto. Quando tenta ligar a luz do quarto esta não acende.

            — Procurando por isso? — diz uma voz grossa vinda do outro lado do quarto.

            Mikayla olha para a enorme janela. Apenas a silhueta do mascarado fica visível. Ele joga e pega algo no ar, provavelmente uma lâmpada.

            — Sirocco? — diz Mikayla querendo não acreditar no pouco que conseguia enxergar.

            A lua no céu ilumina um sorriso que se projeta no rosto do “herói”.

            — Vejo que ainda se lembra de meu nome. — diz convencido, dando um suspiro no final. — Aiai, as vantagens de ser um fora da lei.

            — É praticamente impossível esquecer seu nome — diz Mikayla cruzando os braços. — Há mais de cinco mil cartazes espalhados pelo reino com o seu nome.

            — É, bem... Hahã — diz Sirocco fingindo uma tose. — A conversa está boa mais preciso ser direto; preciso que diga a Boomer que vou investigar o desaparecimento do rei Boz.

            — Por que você não vai lá e fala para ele? — diz Mikayla. — E por que você está fazendo essa voz grossa estúpida?

            — Em primeiro lugar — diz Sirocco. — a queda do seu quarto é muito menor do que a do quarto dos reis. Segundo eu não estou forçando a voz, eu estou rouco. E terceiro pense rápido!

            Sirocco joga a lâmpada para frente. Mikayla pula e pega a lâmpada a centímetros de atingir o chão.

            — Por que...? — diz Mikayla ao se levantar percebe que não há mais ninguém na janela. — Uau, essa me impressionou.

            Lá fora, mais precisamente alguns metros abaixo do quarto de Mikayla, estatelado nos arbustos está Sirocco.

            — A queda pode ser menor, mas a dor é a mesma. — diz Sirocco vesgo de dor.


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