Once Upon a Time escrita por Susan Salvatore
Nós lutávamos. E, merda, Elijah era muito difícil de derrubar. Não que eu fosse desistir.
– Você é muito impulsivo, Kol. Se não parar de dar golpes conforme sua vontade e não prestar atenção na técnica, vai acabar com essa sua cara... Feia – disse o puto, sorrindo enquanto me jogava no chão.
– Idiota – falei, tentando socá-lo no joelho a fim de derrubá-lo. Deu certo.
– Bem, não tão sem técnica – respondeu ele, rindo. – Mas, precisa de melhorias.
E com isso, em uma fração de segundo, eu estava no chão de novo, com o pescoço sob seu pé.
Ouvimos um tiro e Elijah gritou.
– Rápido, Kol, vamos! – gritou Elena, com uma arma na mão.
– Mas que porra! – berrou ele e vi que seu ombro recém curado havia sido atingido novamente.
Não agüentei e comecei a rir. Muito.
– E você ainda quer me dar aulas, Ellie? – falei, usando a apelido feminino que ele mais odiava.
– Calado, seu estúpido. Por que não controla essa garota?
– O que está acontecendo? – perguntou Elena, confusa.
– Bem, minha querida, tenha o prazer de conhecer meu irmão, Elijah.
– Opa – falou ela, abaixando a arma.
– É, opa mesmo – resmungou ele.
– Por que lutavam? - perguntou, indo até mim e me abraçando. Beijei-a no topo da cabeça e sorri.
Era como se nunca tivéssemos nos separado. Toda aquela dor foi rapidamente esquecida e substituída pelo conforto que era estar perto dela e eu podia ver em seus olhos que ela sentia mesmo. Nosso amor era insuperável.
Apesar de que, imagino eu, mais tarde teríamos uma reconciliação... Adequada.
– Veja, tem muita história pra contar... Tem certeza de que quer saber? – perguntei, tentando fazê-la esquecer.
– Tenho. Eu quero saber tudo que seja relacionado a você.
Entramos na casa. Pegando uma bebida, preparei-me para contar à Elena a história que mudaria sua vida.
– Hm, veja, querida... Há cerca de um milênio atrás, eu e minha família vivíamos tranqüilos numa pequena aldeia. Éramos ao todo oito e nosso irmão mais novo, Henry gostava de brincar aos arredores...
– É uma longa história, não é? – perguntou, seus olhos brilhando de curiosidade.
– E ajudaria se não interrompesse – protestou Elijah.
– Oh.
– Enfim – falei, olhando mortalmente para ele – Nós não sabíamos na época, mas tínhamos como vizinhos lobisomens.
– Wow, como assim? Eles existem? O que mais existe?
– Vampiros, lobisomens, fantasmas, bruxas, híbridos... Uma grande leva de criaturas – respondeu meu irmão.
– Num de seus passeios, Henry foi mortalmente ferido por um deles e não sobreviveu. Minha mãe, uma bruxa muito poderosa, enlouqueceu com sua perda e resolveu que nunca mais veria outro filho morrer. Então, ela criou o feitiço do vampirismo. Acho que chegamos na parte preferida do Elijah – falei, sorrindo.
– Em nossa vila havia uma garota de beleza formidável e de personalidade grandiosa; seu nome era Tatia. Todos os homens eram apaixonados e sequer se importavam com o fato de ela já ser mãe. Eu e meu irmão, Niklaus, éramos uns desses homens, assim como seu querido Kol, embora ele jamais tivesse entrado na... Disputa. Niklaus e eu vivíamos nos ferindo gravemente por causa dela, e, quando ela o escolheu... Digamos que eu não tenha aceitado bem. Nossa mãe jamais permitiria uma briga mortal entre nossa família e para acabar com isso, ela usou o sangue de Tatia para fazer o feitiço. Todo o sangue dela.
– Ela morreu na nossa frente – expliquei, absorto em pensamentos – Mas, o que não sabíamos, era que Tatia era só mais uma das chamadas doppelgangers, cópias fiéis a uma outra garota, Amara, de milênios atrás. Não sabemos nada sobre ela, mas, deve ter sido importante, pois a natureza, se podemos chamar assim, não age impulsivamente.
– Essas cópias... Só sua mera existência proporciona uma fonte de poder incrível aos feitiços – continuou meu irmão – Feitiços como aquele que aprisiona Niklaus. Veja, ele é somente nosso meio irmão. Nossa mãe, sabe-se lá por que, certa vez possuiu um amante lobisomem e daí surgiu Niklaus. Nosso pai o odiou profundamente e isso gerou nele um desejo de vingança enorme contra todos nós e até hoje ele nos persegue.
– Isso... É quase inacreditável – sussurrou Elena.
– Nossa mãe sabia o que Klaus seria – falei –, bem como seu poder incontrolável. Após ser transformado em vampiro, ele poderia perfeitamente se tornar um híbrido, mais difícil de matar do que a nós. Então ela o amaldiçoou. Mas Klaus descobriu sobre isso e, desde 500 anos atrás, ele procura um meio de quebrar a maldição.
– Entenda, Elena, a minha querida Tatia deixou um filho para continuar a sua linhagem e com isso a linhagem das cópias. Conheci uma outra cópia, Katerina ou Katherine, sei lá como ela se chama atualmente. Essa garota descobriu que, para quebrar a maldição, Klaus precisaria matá-la e então ela virou vampira. Desde então, nosso irmão a persegue e, acredite, ela daria tudo para se livrar dele.
– E isso te coloca em perigo, amor. Você... Bem, você é uma das cópias.
Elena ficou absolutamente calada por muito tempo. Dava pra ver que ela não assimilava bem o fato de ser uma criatura sobrenatural. Então, me encarou.
– Quando me conheceu... Você já sabia?
– Existem detalhes, pequenos e grandes, que te fazem diferente delas... Mas sim, eu sabia.
– Por que não contou antes?
– Eu queria te deixar fora desse mundo sujo.
– Parece que não deu muito certo – falou, passando a mão na ferida em sua bochecha.
Meu coração despencou. Ela não ia perdoar isso tão facilmente assim.
– Eu tenho um forte palpite de que Katherine está a caminho de te entregar para Klaus em troca da liberdade – contou Elijah, nos observando.
– Foi ele que fez isso comigo?
– É improvável, já que ele poderia ter te levado logo para concluir seus planos. Mas ele é um sádico e odeia o Kol, então não é impossível.
– Existe algum jeito de impedir ele de me matar? – perguntou ela, evitando olhar para mim.
– Quatro: ou arranjamos outra cópia e damos para ele ou você vira vampira ou o matamos ou a gente enfraquece e o derrota no momento em que for quebrar o feitiço. E como é impossível que nasça outra cópia tão cedo, todas a outras opções são perigosas.
– Eu não vou matá-lo – afirmou Elijah – E não convém transformá-la em vampira, já que uma hora ou outra teremos de impedi-lo, proponho que façamos uma armadilha.
– Mas isso vai te colocar num perigo terrível e não precisa fazer se não quiser – falei, meio desesperado.
– Se seu irmão conseguisse se transformar, ele seria perigoso?
– Ele seria insuperável.
– Então, eu aceito – falou ela, prontamente.
– Tem certeza, amor? Você não precisa...
– O quê? E deixar um sádico invencível a solta por aí para sempre? Nunca! E eu sou super poderosa, né? Vou dar um jeito de sair viva.
– Pois bem, vou pegar o que precisamos e volto daqui algumas horas – falou Elijah, e pareceu doido pra deixar-nos sozinhos.
Elena sentou-se na cama e tentou dormir. Sua respiração estava acelerada e era evidente que estava com medo. Devagar e cautelosamente, deitei-me ao lado dela e comecei a acariciá-la.
– Eu nem pude dizer o quanto fiquei feliz em te ver. Obrigada por me salvar. – sussurrou
– Era meu dever.
– Mesmo assim obrigada.
Ela me beijou desesperadamente.
Fiquei tão surpreso que quase não reagi. Quase.
Como eu disse, tivemos uma reconciliação apropriada. Estávamos no nosso próprio mundo, longe de perigos e coisas sobrenaturais quando Elijah chegou cedo demais.
– Estão prontos?
– Absolutamente – respondeu Elena.
...
Enquanto Elijah esperava no carro, ela deu uma última olhada para trás.
– Você estará comigo? – perguntou, muito baixinho.
– Para sempre – respondi, segurando sua mão.
Respirando fundo, ela mergulhou de cabeça no meu mundo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
P.S: Só que que estou odiando o rumo que TVD está tomando? Fala sério, viajantes? -.-