Jessica Chloe - Vitoriosa escrita por MidnightDreamer


Capítulo 30
Minha nova vida de fotógrafa e A ligação.


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu acho que vocês vão gostar desse aqui...



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Ontem passou correndo, e eu tive que suportar a Missi falando horas com o Jack pelo telefone. Sério, se eles forem como esses casais melosos que a gente vê no shopping, eu dou uma tijolada nos dois. E isso não é brincadeira. Bem, pelo menos ele me ofereceu uma carona até o jornal onde ele trabalha. Estou me ajeitando para a entrevista, e confesso que estou um pouco nervosa. Eu não tenho indicação alguma e nenhuma experiência com fotografias... É praticamente esperar por um milagre que ele me contrate.

Visto uma roupa simples, blusa e calça jeans. Pego um lenço - da minha coleção que eu não vou me desfazer - e amarro-o na minha cabeça como se fosse uma tiara, não sei explicar melhor. Esses cabelos enrolados são indomáveis! Pego minha bolsa e espero a ligação dele. Missi, depois de alguns minutos, aparece na minha frente.

— Ele tá lá embaixo. - Ela sorri. - Boa sorte!

— Obrigada. - Levanto-me do sofá e a abraço. - Não vai descer para engolir a cabeça do seu namorado?

— Ele não é meu namorado; ainda não, pelo menos... E eu não engulo a cabeça dele! Que saco... - Ela sai bufando para o seu quarto, mas logo depois se vira de novo para mim. - Quem eu estou querendo enganar! Anda, vamos descer!

Sorrio e a sigo. Descemos para o saguão e ele está me esperando lá. Só que quando ele vê Missi, meu Deus... Parecem que não se veem há séculos!

— Caham, novamente. - Interrompo. - Jack, sei que deve ser muito bom pra você ficar agarrado à cintura da Missi, - Falo, o empurrando para fora do prédio. - mas se demorarmos mais um pouco eu vou perder a entrevista e, se eu não conseguir o emprego por isso, vou te culpar por toda a eternidade!

— Desculpa. - Ele sorri para mim. - Te vejo mais tarde, Missi?

— Claro! - Ela grita, por que a gente já está fora do prédio.

Ele entra no carro e sento-me no bando do passageiro.

— Bem, está nervosa? - Ele pergunta, dando a partida no carro.

— Um pouco. - Confesso. - Seu chefe é muito chato assim?

— É, mas ele é gente boa. - Ele sorri. - Bem, é só mostrar pra ele a carta que mostra que você foi aceita na faculdade. Você tá com ela aí, sim?

— Com certeza. Sei lá, é que meu boletim dos últimos anos estão anexados nela, e digamos que eu não fi muito bem neles, por que eu perdi muito conteúdo na escola.

— Porquê? - Ele pergunta.

Solto um suspiro triste. Apesar de me orgulhar por ter superado isso tudo, voltar no passado e vasculhar cada memória ruim me deixa desanimada.

— Ah, é uma longa e trágica história... - Falo.

— Com esse trânsito, aposto que vai dar para contar duas vezes.

Como ele não desistiu, conto-lhe a minha vida nos últimos dois anos, incluindo como eu conheci a Missi.

— Nossa... ela perdeu o irmão menor? — Ele me olha. Suas sobrancelhas estavam franzidas.

— Pois é, leucemia... — Entrelaço meus dedos. — Ela ainda sente muita saudades dele.

Ele fica em silêncio, analisando as novas informações.

— E você teve câncer também? - Ele pergunta, parecendo realmente confuso.

— Sim. E posso dizer que foi a pior coisa que me aconteceu em toda a minha vida. - Suspiro.

Por que o trânsito está parado, ele volta sua vista para mim e me analisa de cima abaixo, como se tentasse encontrar alguma sequela em meu corpo.

— Eu jamais imaginaria isso só de olhar para você. Você aparenta ser tão... saudável!

— Eu sei, demorou um tempo para cair a minha ficha quando eu descobri. - Falo, tentando parecer natural. - Mas isso já passou, estou curada.

— Parabéns, de verdade. - Ele fala, e então nós chegamos no escritório.

Ele gentilmente abre a porta para mim, e seguimos para o décimo andar, onde fica a redação do jornal. Quando o elevador se abre, entramos em um amplo e branco local, onde vemos algumas pessoas trabalhando. Algumas sorriem para mim e outras parecem com raiva, ou somente estão com sono - todas elas estão com uma caneca cheia de café. -, eu realmente não sei. Outros, com câmeras fotográficas penduradas no pescoço, me olham com uma fúria intensa, como se eu fosse tirar o emprego deles. Bem, talvez eu vá.

Há uma sala separada do resto do andar, provavelmente isolada acusticamente também. Lá dentro, pelo que consigo ver através da s janelas de vidro, um homem de aproximadamente 55 anos grita com alguém pelo telefone. Jack aperta uma pequena campainha - campainha? mas que diabos... - e ele interrompe a ligação, fazendo um gesto de "pode entrar".

— Ora, ora, ora, senhor Allen... Quem é a sua amiga?

— Essa é a garota que eu lhe indiquei, a fotógrafa.

— Ah, sim! - Ele finge que se lembrou. - Bem, qual é seu nome, Peter Parker?

— Jessica Chloe.

— E tem sobrenome, por acaso? - Ele pergunta ironicamente.

— Andersen. Jessica Chloe Andersen.

— Sim... Espero que não esteja achando que somente a indicação do senhor Allen vai te garantir o emprego.

— Claro que não, senhor. - Olho para ele, furiosa. - Aqui está a minha aceitação para a faculdade.

— Aham. - Ele levanta o olhar para mim. - O que é, não pode se sentar?

Olho para Jack, que levanta as mãos. Puxo uma cadeira e me sento, sendo acompanhada por Jack.

— Sim, aceita na Colúmbia University... - Ele parece realmente surpreso. - Isso é maravilhoso.

— Obrigada. — Solto meu sorriso mais orgulhoso.

Jack parecia mais ansioso que eu.

— E então, Senhor Petersburg, ela está contratada?

Ele fica em silêncio.

— Eu estou? - Pergunto para ele.

— Vamos fazer um teste. Senhor Allen, leve o Peter Parker aqui para o Central Park. Há uma convenção sobre o aquecimento global, você vai cobrir. - Ele fala para Jack e se vira para mim. - E você - Ele pega uma máquina fotográfica atrás dele. - vai tirar as fotos.

— Obrigada. - Levanto-me em direção à porta, mas ele segura minha mão bem rápido, me impedindo de dar maiis algum passo.

— É cinquenta. - Ele fala.

— Cinquenta o quê? - Indago.

— A máquina. É cinquenta pratas.

Reviro os olhos.

— O senhor pode descontar do meu salário. - Sorrio e saio.

Jack, meio desesperado, sai atrás de mim.

— Você é louca! - Ele ri. - Nunca vi ninguém que tivesse tanta atitude assim com ele.

— Atitude? — Solto um risinho. — Só fiz um comentário bobo. Ele estava me tirando do sério!

— Pra você ver, seu comentário é suficiente para me deixar espantado!

— Bom saber que ninguém toma atitude aqui. Sem ofensas, claro. - Brinco com ele. - Vem cá, Peter Parker vai ser tipo meu apelido por aqui?

— Acho que sim, pelo menos por um tempo. — Ele explica. — Ele costumava me chamar de Neal Sampat, do The Newsroom.

Rio e o sigo em direção ao parque mais famoso do país.

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Chegamos relativamente rápido ao Central Park. As cores do outono deixavam tudo muito mais lindo...

— Bem, o que eu faço?

— Você tira algumas fotos por aí, sabe, das pessoas, dos stands e dos workshops... Bem tranquilo, não é um assassinato.

— Como assim, você já cobriu um assassinato?

— Já. - Ele fala com uma naturalidade tremenda, apesar de ficar um pouco triste. - Não se preocupe, esse não é o ponto forte do jornal.

— Ah... - Forço um sorriso e me afasto dele. Como ele conseguiu? Só de pensar em cadáveres fico tão... triste.

Vejo uma mulher em um workshop de como plantar árvores pequenas em sua varanda - o que eu achei incrível, mas não posso parar para assistir. Turo algumas fotos das pessoas - a maioria mulheres - que estavam lá, quando uma mulher se aproxima de mim.

— Desculpa, mas eu lhe conheço? - Ela me indaga.

— Não, eu acho que não... - Falo lentamente, tentando não parecer assustada.

— Mas você me parece tão familiar... Qual é o seu nome?

Eu sei que existe doido pra tudo nesse mundo, e que essa mulher podia muito bem ser uma delas e tudo mais, mas resolvo responder.

— Jessica Andersen.

— Ah, sim! - Ela exclama. - Você era a garota que estava no velório da Gwen.

— G-gwen? - Falo, lembrando-me daquele triste dia em minha vida. Mas que era ela? - Sim, era eu. Quem é você?

— Eu sou Clarisse, tia dela. - Ela responde. - Eu, apesar de morar bem longe de Seattle, era bastante apegada a ela. Ela também era minha afilhada.

Olho nos olhos daquela mulher. Ela é muito parecida com Carlie.

— Você é irmã da mãe dela, certo?

— Sim, da Carlie. - Ela sorri. - Bem, o que você faz aqui?

— Faculdade. Na verdade, a faculdade só começa ano que vem, mas aproveitei para vir logo, arranjar um emprego... essas coisas.

— Sim. - Ela sorri. - Bem, parece que todo jovem faz isso, não é? Até mesmo o Hector, que parecia um caso perdido em relação aos estudos, resolveu encontrar uma faculdade boa por aqui.

— Hector? - Falo, e ela sorri em concordância.

— Ele vai morar na minha casa, na Cidade de Jersey. - Ela fala, e meu coração acelera. - É um pouquinho longe daqui, mas bem pouquinho, apesar de ser em outro estado.

— Sim... - É o que eu consigo falar.

Ela esfrega as próprias mãos por causa do frio.

— É só por um tempo, ele já está procurando um local para morar aqui mesmo em Nova Iorque.

Sorrio para ela. Sem querer ela me disse todas as informações que eu queria. Sinto um misto de emoções em meu peito. Um pouco de raiva, por que, tecnicamente eu não quero vê-lo, mas também uma alegria enorme por ele estar vindo para cá. Imagina a gente se encontrando por acaso no meio da rua? O que ele faria? Será que se lembraria de mim como alguém importante, como ele disse que seria, ou só como uma namoradinha que ele teve? Deus, eu preciso parar com isso.

— Bem, eu preciso voltar ao trabalho.

— Oh, espere. - Ela tira um cartãozinho do casaco. - Eu trabalho fazendo books de casamentos e festas de quinze anos... Eu vi como você tira fotos, você me pareceu muito boa nisso.

— Obrigada. — Digo, um pouco constrangida. — Na verdade, sou bem amadora. Esse é meu primeiro emprego nessa área...

— Então garanto que com a experiência, você ficará muito boa. — Ela dá leves tapinhas em meu ombro. — Bem, se você pretender, algum dia, sair do jornal, pode me procurar. Com certeza terei algum trabalho para você.

— Claro, eu vou sim! - Sorrio para ela.

— Pois bem... Sim, não quero atrapalhar seu trabalho.

Sorrio e aperto sua mão, para logo sair em seguida. Caramba... Além de conseguir saber o que Hector vem fazer por essas bandas, ainda consegui uma proposta de emprego! Bem, ainda tenho que tirar mais fotos para o jornal. Continuo clicando, capturando as imagens das pessoas que parecem felizes... Sim, eu gosto disso. Eu amo tirar fotos.

Depois de alguns minutos, quando o evento acaba, reencontro Jack.

— E aí, Jessica, deu conta do recado?

— Sim, eu tirei várias fotos e até consegui uma proposta de emprego!

Jack parecia ainda mais espantado que quando descobriu que tive câncer.

— Mas já? - Ele sorri. - Caramba, você é sortuda demais.

— Eu sei. - Brinco com ele, enquanto vamos em direção ao seu carro.

Depois de us trinta minutos, chegamos de volta ao jornal. Jack toca a campainha - eu nunca vou achar isso normal - e o doutor carrancudo nos deixa entrar.

— E aí, Peter Parker, tirou as fotos?

— Sim, senhor. - Entrego-lhe a câmera. Ele as olha, parecendo tão criterioso, que me dá um frio na barriga. Logo depois ele me devolve a máquina, logo depois de colocar outro cartão novinho nele.

— Bem... - Ele começa. - As fotos estão ótimas para uma amadora. Não estão escuras e parece que conseguiu captar bem tudo que acontecia em volta. Parabéns, está contratada.

— Nossa, obrigada! - Sorrio e aperto sua mão.

— Bem, você vai trabalhar, de certa forma, todo dia, mas sói quando eu precisar, então não vai precisar ficar aqui, pode relaxar em casa. Mas esteja a postos sempre que eu precisar. - Ele me pede meu número do celular. - Bem, pode ir pra casa, não precisamos mais, por enquanto, de você por aqui.

— Sim, e mais uma vez, obrigada!

— Quer carona? - Jack pergunta.

Ele falou alto demais, porque o J. Jonah Jameson desse jornal escutou e tratou logo de intervir.

— Como assim, senhor Allen? Você tem uma matéria inteira para escrever! - O senhor carrancudo fala.

— Oh, sim. - Ele enrubesce.

Sorrio para eles e saio. Consegui! Bem, não é o emprego dos sonhos, e só vou ficar até a faculdade começar. Sim, não tem a mínima condição do "Peter Parker" aqui ficar saindo das aulas para salvar o mundo, quer dizer, fotografar para o jornal.

Pego um ônibus que vai para a Quinta Avenida. Depois de uns trinta minutos ele para, e eu tenho que descer. O problema? É que a rota desse ônibus acaba a meio quilômetro do prédio. Sim, isso significa que eu andei meio quilômetro. Quando finalmente chego em meu apartamento, vejo Missi sentada no sofá, grudada ao notebook.

— Sica! - Ela exclama quando me vê. - E aí, como foi?

— Eu consegui o emprego, mas meu chefe é um chato! - Sorrio e me aproximo dela. - Ele me fez ir ao Central Park com o Jack para cobrir o evento de não sei do quê.

— Nossa! - Ela sorri, para depois me mostrar uma cara confusa. - Espera aí, por que você está tão suada se você estava bem aqui?

— Eu tive que voltar pro Queens, onde o jornal fica, para mostrar as fotos, depois eu peguei um ônibus que parou a mais de quinhentos metros daqui.

— Caramba... - Ela fala.

— E você, o que está fazendo?

— Olhando o Face do tal do Hector, quer dizer, só Hector. — Ela responde. — Quero descobrir mais informações.

— Você passou a manhã inteira aí pra nada, por que eu me encontrei com a tia dele no Central Park. Ele vai morar com ela em Nova Jersey, na capital do estado. Ele vem fazer faculdade em Nova Iorque e assim que achar um apartamento por aqui, vai se mudar de lá.

— Sério? - Ela sorri. - Você deve estar muito contente!

— Na verdade, eu não sei bem o que sinto. - Sou sincera.

— Acho que isso é normal. - Ela explica. - Mas quando ele vem?

— Ela não me disse, mas ela ficou com meu celular. Ela trabalha com esses books de festas e perguntou se eu não queria trabalhar com ela, algum dia.

— No seu primeiro dia no trabalho já recebe uma proposta melhor? Me empresta um pouquinho da sua sorte?

Sorrio para ela.

— Ai, ai... Eu preciso de um banho.

— Com certeza! - Ela brinca e eu mostro a língua para ela.

Entro no meu quarto, voando para a banheira. Parece mentira, mas eu estou muito cansada. Eu sei, tirar fotos não cansa tanto assim, e até que a caminhada foi boa, mas, sei lá... Acho que isso é mental. Eu estou realmente em dúvida sobre o que eu sinto em relação ao fato de Hector vir pra cá, passar um tempo estudando aqui. Será que ele vai pra mesma faculdade que eu? Isso seria demais, ou o pior dos pesadelos? Isso eu definitivamente não sei.

Assim que saio do banho, vejo meu telefone vibrar em cima da cama. Hum... Número desconhecido. Pego-o e atendo, deve ser Clarisse.

— Alô?

— Sica?

Aquela voz... definitivamente não era de Clarisse. Era suave e melodiosa como a brisa, mas ainda assim forte como o ribombar de um trovão. Meu coração acelera... Não, não pode ser.

— Sica? Sou eu... Hector.

— Bom dia. - É o que eu consigo dizer.

— Bom... Bom dia para você também. - Ele responde. - Como você está?

— Ótima. Eu estou ótima. - Respondo, claramente ofegante. - E você?

Alguns segundos se passaram antes que ele respondesse.

— Estou... Mais ou menos. — Ele diz calmamente, e voltamos a ficar em silêncio.

— Por que você ainda tem meu telefone?

Grossa, eu? Talvez. Ele merece.

— Não tive coragem de apagar do meu telefone. — Ele confessa num sussurro. — Não pensei que você ainda teria o mesmo número.

Com certeza o silêncio era mais confortável que falar com ele.

— Por quê me ligou? - Tomo coragem em perguntar. — E ainda mais sóbrio...

— Eu não sei. Realmente, eu... Acho que queria te ouvir de novo. - Ele responde, parecendo-me realmente confuso. Sua resposta fez meu coração estremecer. — Estou te interrompendo em alguma coisa?

— Não, eu acabei de sair do banho.

Escuto uma leve risadinha, que me faz lembrar de quando ele entrou no meu quarto sem bater, e eu estava praticamente nua, se não fosse pela toalha que me cobria. Ele deve ter se lembrado...

— E como está as coisas aí em Seattle?

— Eu não estou em Seattle.

— Não? - Ele parece surpreso. - E onde você está? Quer dizer, se não quiser não precisa me responder.

— Nova Iorque. Estou morando com uma amiga minha.

E mais uma vez o silêncio sepulcral se situa entre nós, mas não antes de eu escutá-lo engolir em seco. Ele deve estar digerindo a informação...

— Nova Iorque? - Ele pergunta, talvez querendo tirar a dúvida.

— Sim. - Falo, mais ofegante que nunca. - Algum problema com isso? - Finjo-me de tonta.

— Nada, é que eu... vou fazer faculdade aí.

— Sério? - Faço que não sei. Ele não precisa saber que eu fucei o Face dele, nem que me encontrei com sua tia.

— Sim. - Ele fala, calando-se logo em seguida. - Eu... queria saber se...

— Se o quê?

— Se você ainda tem raiva de mim. - Ele é bem direto.

Alguns segundos de silêncio depois, respondo.

— Um pouco, sim. — Olho para o teto, tentando fazer minhas lágrimas não descerem. Por que raios eu estou chorando? — É difícil esquecer tudo o que aconteceu.

É como se eu sentisse seu sorriso.

— É mesmo. Não consegui esquecer nada. Nem consegui cumprir minha promessa de esquecer você. — Ouço-o fungar o nariz. Ele também está chorando? — Mas acho que isso é meio óbvio.

Deixo uma risada involuntária escapar.

— É, acho que sim.

— Tudo bem. — A voz dele parecia mais leve. — Ah, obrigado por, me escutar, sei lá. Não sei bem por que te liguei.

— Não tem problema. - Responde secamente. - Agora eu tenho que ir.

— Tá certo. - Ele suspira. - Até mais.

Ele desliga. Meu Deus, pensei que ia morrer de falta de ar... Ele ainda se lembra que eu existo. Isso me faz sentir uma explosão de alegria em emu peito... Ele me pareceu um pouco triste. O que será que vêm acontecendo com ele? Eu queria ligar de novo, mas eu sou orgulhosa demais... Ele me feriu. E isso eu não esqueci.

Mas nesse momento tudo o que eu me lembro é de seus lábios sobre os meus, a pressão que ele fazia ao me beijar... Deus, eu sinta tanta falta disso... Deito-me na cama. É, parece que eu preciso de tratamento urgente, só pode.


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Notas finais do capítulo

E aí? eu estava certa nas notas iniciais?



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