O Tempo Dirá escrita por Bibelo


Capítulo 3
Amizade


Notas iniciais do capítulo

Bom, esta aqui o capitulo, como prometido.
Será postado toda quinta-feira.
Quando minha inspiração acabar, o que é bem capaz, posso acabar mudando... Mas será de quinta em quinta.
Peço desculpas pelos possíveis erros ortográficos, revisei muitas vezes mas, dá para se deixar passar algo.
Boa Leitura!

[Reescrito dia 13/07/2015]



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Capitulo 3 - Amizade

[...]

A plateia ficou em silêncio. A briga fora interrompida um pouco antes de ocorrer uma fatalidade. Ainda que surpreso, Dick tentava entender qual o motivo daquela garota que nunca sequer tinha visto parar sua briga.

Contudo, o pior da cena nem era a intromissão, e sim a força que ela possuiu para parar um soco do Grayson.

Rachel ainda o encarava firmemente. Seu olhar tentava analisar a situação e os melhores meios de contorná-la. Garfield se sentou colocando uma das mãos na cabeça gemendo de dor, levantou o olhar topando com Rachel em pé na sua frente. Havia acontecido tudo tão rápido que o Logan não pode acompanhar a intromissão da amiga.

— Quem é você? — perguntou Richard transtornado.

—É da sua conta? — cuspiu irritadiça. Afinal de contas ele tinha era que pedir desculpas, não sair fazendo perguntas.

— Nunca bati em uma garota. — afirmou o rapaz semicerrando os olhos: — Acho que você vai ser a primeira! — Dick avançou um soco contra ela. Rachel o analisou, procurando um ponto fraco em sua estrutura.

Antes que ela atacasse contra, seu braço direito foi puxado para baixo por Garfield que aproveitou o momento para derrubar o Richard com uma rasteira.

Ela vislumbrou aquilo assustada, afinal havia sido pega de surpresa pela ação rápida do Logan. Estava ajoelhada ao chão de frente para o rapaz que se mantinha rígido.

Kory se sentiu aliviada ao ver que a luta havia se encerrado. Ambos no chão, com Rachel bem no meio, foi dado como terminado aquele show desnecessário.

A ruiva pigarreou:

— Acabou por aqui! Circulando gente, antes que a diretora resolva aparecer. — Avisou dispersando a multidão curiosa.

Richard acabou levantando nesse meio tempo, com uma cara não muito alegre, se dirigindo para algum lugar. Talvez a enfermaria.

Rachel pegou seu livro se levantando um tanto cambaleante. Aquelas horas de sono que não teve estavam começando a lhe fazer falta.

— Por que? — perguntou Garfield, aparentemente para a garota. Rachel o encarou:

— Mais cedo — começou se virando: —, me iludiu dizendo ser meu amigo, e acho que levei isso a sério demais para te defender do filho do Wayne! — Deu o assunto por encerrado seguindo caminho de volta a sala.

Garfield não deixou de ficar surpreso, afinal de contas ela citou "amigo" mais cedo, certo? Ele riu:

— Irresponsável! — murmurou para si mesmo antes de se virar para Kory que havia se agachado a seu lado.

— Tenho de agradecer ela depois. — Comentou a amiga séria. Garfiel a olhou com suspeita. Ela riu: — Se não fosse por ela, mais ninguém impediria o Richard. Então, nada mais justo do que agradecer a sua salvadora.

Kory zombou dele, cutucando o ombro não lesionado. Ele riu, mas não disse nada.

***

As aulas passaram-se lentamente para quem havia deslumbrado da briga mais cedo. Alguns professores e a diretora chamaram os quatro para uma conversa séria sobre conduta e regras da escola. Rachel acabou sendo arrastada junto por ter participado — em parte — da tola briga dos dois.

Foram dispensados sem nenhuma represália, mas não poderiam assistir o resto das aulas do dia.

Garfield estava acompanhado de Kory para poderem ir para casa juntos. Ele não estava na melhor de suas condições, mas ainda conseguia fazer a amiga rir de minuto à minuto.

Rachel os olhou de relance, mas decidida a evitá-los. Apressou um pouco os passos passando pelo grande portão e seguiu seu caminho. Colocou os fones e se concentrou na música, o que a deixou um pouco mais desperta.

Entrou em casa rapidamente indo direto para sua cama. Não havia almoçado ainda, mas o cansaço era muito maior que a sua possível fome. Não demorou muito para fechar os olhos e se entrar à um sono totalmente perturbado.

***

Garfield deixou Kory em sua casa seguindo caminho até sua morada. Não prestou muita atenção na estrada, só o que vinha à sua mente era a idiota briga. Richard não deveria se meter onde não é chamado, e portanto não deveria o meter em confusões desnecessárias.

Focou o olhar em duas crianças que brincavam na rua. Diminuiu a velocidade do carro. Ficou imaginando como Rachel conseguira parar o soco do rapaz? Ele que estava recebendo não tinha certeza se conseguiria defender tamanha força. A curiosidade o abateu forte.

— Rae. — resmungou um pouco mais alegre: — Valeu!

Chegou em casa estacionando o carro e torcendo para seu pai não estar em casa. Assim que fechou a porta se virou topando com o pai irritado sentado no sofá!

— Recebi uma ligação da escola. — disse ele com os braços cruzados na altura do peitoral. Garfield desviou o olhar se preparando para uma enxurrada de sermões.

— Eu briguei para proteger uma amiga, e não por farra. — afirmou tentando achar um jeito de amenizar o estrago, pois sempre que ele fazia algo diferente de estudar seu pai acreditava piamente de que o rapaz somente farriava por ai.

— Que não se repita. — ordenou: — Não te coloquei na escola para brincar, e sim para estudar. Como poderá herdar o que tenho desse jeito? — Esbravejou o pai um tanto alterado retomando a leitura de um Jornal na mesa de centro.

— Mas eu não quero ser um cientista como você! — sussurrou mais para ele mesmo se dirigindo até seu quarto.

***

–Ryan! — Chamou Kory pela segunda vez enquanto punha a mesa do almoço.

Ao terminar subiu escada da casa para o segundo andar. Passou por um corredor pequeno parando frente a uma porta de cor preta. Bate três vezes nela:

— Ryan, o almoço está pronto! — Avisou esperando do lado de fora.

Ouviu-se o barulho de passos dentro do quarto. A maçaneta girou para depois a porta ser aberta. De lá, saiu um rapaz ruivo, de olhos azuis e um pouco menor que Kory — na faixa dos 14 anos.

Ambos desceram quietos até a sala. Sentaram-se na pequena mesa de madeira e começaram a se servir. Ryan encarou o prato vazio a sua frente ficando inquieto.

— Onde está Koma? — perguntou curioso. Kory resmungou:

— Ela arranjou outros de seus trabalhos. Ela disse que não voltaria tão cedo para almoçar conosco, ou até mesmo voltar hoje. — respondeu Kory: — Mas gosto de colocar o prato dela na mesa.

Koma trabalhava bastante para poder sustentá-los. Sempre com trabalhos estranhos e, muitas vezes, fora da Terra. Chegava a ficar vários dias sem retornar, mas assim trazia mais dinheiro para casa.

Ryan bufou. Deu algumas garfadas na comida, mas sem muita fome.

— Soube que você brigou hoje. — comentou com um sorriso sapeca no rosto: — Espero que não tenha matado ninguém, seria um problema para nós.

Ao invés de rir, como de costume, Kory simplesmente desviou o olhar ficando quieta. Ryan estranhou a reação dela.

— Como soube? Não somos da mesma escola — perguntou curiosa. Ele deu de ombros.

— Eu simplesmente sei. — Kory arqueou a sobrancelha: — Juro que não estava matando aula. — se defendeu, sabendo bem que ela suspeitava de suas fugidas durante o dia para evitar ver a cara de algumas pessoas.

— Então como soube? — insistiu ainda curiosa.

— Boatos voam. — Ele falou rindo: — A Lucky é bem útil as vezes. — zombou. Kory riu desta vez. Lucky nunca deixaria de informar as pessoas de brigas relacionadas ao Dick. As vezes até ganhava uma grana com isso.

— Com quem você brigou? — indagou tentando descobrir qual era a pobre coitada que a ofendeu. Ela não respondeu, o que causou nele anda mais preocupação: — Kory?

— Richard. — ao dizer isso o olhar do rapaz mudou de preocupação para ódio em segundos. Desferiu um soco na mesa derrubando o copo de suco e os talheres de seu prato.

— Aquele idiota. — rosnou Ryan irritado. Kory ficou tensa:

— M-mas o Garfield estava lá. Sem problemas, Ryan! — tentou reverter a tensão, mas conhecia bem o ódio do rapaz para com Richard.

— Nunca poderei perdoá-lo pelo o que ele fez com você! — cuspiu se levantando bruscamente da mesa e subindo as escadas.

Kory suspirou limpando a sujeira que o irmão mais novo fez.

***

O som do despertador ecoou pelo pequeno quarto de paredes azul-marinho. Já fazia um tempo que ele tocava, e mesmo assim só foi incomodar Rachel momentos depois.

Ela se virou estendendo o braço para o despertador, havia esquecido de desligá-lo, já que era Sábado. Ela voltou para a posição anterior novamente tentando voltar a cochilar. Dormiu direto desde que chegara da escola no dia anterior, estava exausta fisicamente.

Como não conseguia mais dormir, vários pensamentos invadiram sua mente. Ela ainda não compreendia o porque de ter ajudado o Logan. Nunca se interessou por ninguém, nunca ajudou ninguém sem usar sua roupa de combate.

Será que ela havia se iludido tanto com suas palavras que começou a vê-lo como amigo?

Ela arregalou os olhos. Não poderia acreditar em tais pensamentos. Ela o via como amigos? Mas só se conheciam a uma semana, deveria somente considerá-lo como um perseguidor lunático. Mas não era bem esse fato que a incomodava, afinal de contas, quem seria amigo de uma demônio como ela?

Esse tem sido seu pensamento desde que deixara Azarath à cerca de um ano atrás. Desde então tem tentado se ajustar à vida na Terra, mas cada vez mais tem sido complicado se afastar de todos.

Os únicos que ela se permitiu aproximar foram os Titãs. Não sabem seu nome, nem que ela é, e muito menos fazem perguntas desnecessárias sobre família. Assim ela se sentia melhor, uma amizade sem compromisso, só em momentos de necessidade.

Enfim resolveu se levantar. Sentou-se na cama, colocando as costas da mão na testa. Mesmo acordada tinha pensamentos que a faziam ficar temerosa, sempre lembrando do que ela é, e o que resulta disto.

Aquilo a torturava.

***

Garfield caminhava pela praça logo de manhã. O tempo não estava tão fechado quanto no dia anterior, o instigando à enfrentar o gélido ar de Outono. Ainda com algumas ataduras pelo corpo, desfrutava do fino vento que percorria a cidade, que lhe causava uma dormência convidativa.

Parou em um dos bancos deixando sua mente vagar até a garota. Ele sabia que ela o evitaria quando voltassem à escola na Segunda, justamente por achar que havia feito errado em defendê-lo. Claro, se sentiu um pouco ofendido por ser defendido por uma garota, mas ele nunca foi mente pequena assim.

Por mais que fosse um tanto orgulhoso, algumas vezes teve Kory interferindo em brigas aleatórias, e nunca deixou de falar com ela ou sequer sentir-se envergonhado pelo ato. E mais, a única coisa que ele poderia sentir era gratidão, afinal de contas não é sempre que alguém resolve cuidar de você, de uma forma ou de outra.

Queria conversar com ela, mas duvidaria muito que Rachel o ouviria. E chegar falando que são amigos não desceria mais para ela, mesmo ele considerando verdade.

Seu celular tocou. Pegou-o vendo o nome de seu companheiro de equipe estampado no visor. Sorriu atendendo:

— Fala Victor!

— Eae verdinho! Lembra da reunião de hoje? — Garfield ficou quieto. Depois grunhiu por ter se esquecido. Torcia para Ravena não trucidá-lo vivo: — Vou receber isso como um não. Então acelera o passo e vem pra cá, AGORA!

Tirou o aparelho do ouvido voltando para sua casa desgostoso. Pelo horário, seu pai já deveria ter saído de casa, mas não queria retornar antes de ter total certeza.

Subiu para sua casa. Estava bem silenciosa, e o cheiro de café fresco o inebriou. Constatou a ausência do pai para ir ao quarto e se ajeitar para a reunião. Abriu seu guarda-roupa acessando um mecanismo que — ao ser acionado — fazia uma das paredes do móvel se virar, mostrando o uniforme roxo pendurado junto à seus acessórios.

Começou a vestir um a um, tendo um pouco de dificuldade com o tecido elástico inconveniente. Após uma longa guerra com o vestuário, Garfield conseguiu completar o traje, mas sem colocar a máscara em seu rosto.

— O mais importante. — murmurou encarando a corrente prata em seu peito.

Suspirou fundo retirando-a cuidadosamente e colocando embaixo de seu travesseiro. Fitou sua imagem no espelho. Sua pele passou, de caucasiano, passou para um verde vivo e chamativo — tão qual seu cabelo — destacando-se na roupa roxa.

Seu sorriu morreu aos poucos, dando lugar á uma fina linha inexpressiva.

— Bom dia, verdadeiro eu.

***

Todos estavam reunidos na casa de Cyborg aguardando a chegada do rapaz fera.

O silêncio era incômodo aos olhos do homem metálico. Cada um isolado e quieto em seu próprio mundo, como se ali não estivessem entre amigos ou pessoas conhecidas.

Claro, ele sabia que cada um deles possuía seus próprios problemas pessoas que, de maneira alguma, poderiam ser revelados um ao outro. Moldando dessa forma muros grandes e impenetráveis entorno de cada um.

Levou os olhos da Ravena encostada na parede da sala ao suposto Líder sentado no sofá; ambos com rostos rígidos e inexpressivos. Atrás deles, na sacada, Estelar divagava com o olhar perdido nas estrelas as quais sentia falta.

Victor muitas vezes se perguntou se ela se sentia prisioneira na Terra. Pois dela não se podia desfrutar das coisas que mais apreciava em seu Planeta natal, criando uma espécie de prisão psicológica.

Da porta entreaberta, passou Mutano um pouco ofegante devido a corrida até a casa do amigo. Logo que entrou recebeu olhares desgostosos por parte de Ravena e Robin. Seu único alento foi Estelar que lhe sorriu carinhosamente aproximando-se do grupo.

— Desculpem. — pediu um tanto sem graça. Robin suspirou:

— Não importa. — Exclamou cruzando os braços: — Agora que estamos todos juntos vamos tentar solucionar o nosso problema.

— Solucionar o que? — esbravejou Ravena fechando seu livro com brusquidão: — Não tem o que solucionar. Não temos nem por onde começar uma busca. — comentou olhando-o sem paciência.

— Então o que sugere? Que deixemos para lá? — indagou Robin visivelmente alterado.

— Claro. Não temos como continuar. — avisou a garota mantendo seu tom baixo, mas ríspido: — Perdi uma noite inteira de sono por causa de sua obcessão.

Robin se levantou:

— Se não quiser estar aqui, tem todo o direito de ir embora. — cuspiu irado. Ravena olhou-o sem expressão, mesmo dando para ver um rastro de raiva em seu rosto mascarado.

— Não briguem. Isso é muito feio entre amigos! — pediu Estelar aproximando-se devidamente da dupla.

— Não se preocupe Estelar, já foi dado por encerrado! — girando-se à porta, Ravena pisou forte até a saída.

Passou por Mutano sendo segurada de modo firme — mas sem excesso de força — pelo metamorfo.

— Onde vai Rae? — sussurrou Mutano a encarando perifericamente. Ela bufou:

— Se não me querem aqui, por que ficaria? — Sua pergunta havia sido retória, mas se Mutano havia ou não entendido não fazia diferença. Mas depois de proferir as palavras sentiu o aperto de seu braço aumentar um pouco a deixando levemente curiosa.

— Ele pode não querer — comentou encarando Robin com o olhar irritado. Já não bastava o Dick fazer asneiras, agora tinha de lidar com um Líder descontrolado?: —, mas eu quero. E o resto também! — continuou com o olhar no moreno: — Isso não foi nada legal. Peçam desculpas um ao outro, se continuarem brigando desse jeito vamos acabar nos separando.

Robin ficou quieto, sustentando o olhar vítreo do rapaz fera.

— Uou! — exclamou Cyborg para o metamorfo: — Nunca imaginei você falando algo deste tipo. To chocado. — Mutano arfou pesadamente.

— Pelo visto vocês acham que eu sou um idiota. — comentou soltando o braço de Ravena e dando um pequeno espaço para ela.

— Desculpe Rae. Ando meio estressado. Sei que você está certa. — Admitiu Robin lhe dando um sorriso pedindo por perdão. Ela meneou a cabeça:

— Não foi nada de mais. Também estou estressada. Muita coisa aconteceu na minha escola. — comentou sem emoção aparente: — Então, o que fazemos agora? — falou ela descontraidamente. Todos se entreolharam e deram de ombros.

— AH! — Estelar se pronunciou em alto tom assustando um pouco seus concentrados companheiros: — Tem um novo parque que inaugurou na cidade. O que acham de descontrairmos um pouco? — Propôs sorrindo.

O grupo apreciou a ideia.

—Teríamos que ir nesta forma. — falou Cyborg seriamente. Robin aquiesceu.

— Acho que já está na hora de fazer algo todos nós juntos, que não seja somente lutar contra alguns vilões. — Falou Robin convicto.

Todos concordam. Já que a cidade era controlada pelo Batman, eles não tinham muitos serviços para se fazer.

— Glorioso! — falou ela saindo alguns centímetros do chão.

***

Assim que pisaram no parque, o grupo se separou em dois: Estelar arrastou Robin para todos os brinquedos possíveis, desde a montanha russa à roda gigante. Ela estava bem animada com a ideia de se divertir, e ter o líder como companhia lhe era bem mais convidativo.

O ultimo passeio foi a roda gigante, onde Estelar pode presenciar alguns fogos de artifício explodirem enquanto estavam no topo.

O segundo grupo compunha Cyborg, Mutano e Ravena. Passaram em todas as barracas de jogos e brindes, ganhando um atrás do outro pelúcias e semelhantes. Ravena não possuía mais mãos para sequer arrumar o cabelo. Se tivesse dez bichinhos era pouco.

Como ultima parada, Mutano optou por uma barraca de tiro ao alvo, acertando uma grande e chamativa galinha branca. Ele e Cyborg urraram pela vitória mostrando o prêmio:

— O sonho de toda garota. Uma galinha gigante! — ralhou Ravena sarcástica fitando o grande animal.

Ambos riram divertidos. Somente para que ela segurasse aquela galinha vergonhosa, se propuseram a ficar com as outras pelúcias e lhe entregar aquela. Ela aceitou a contra gosto, vendo que mesmo sendo de pelúcia era pesado.

— Por que vocês não desaparecem? — cuspiu irritada. Mutano deu de ombros:

— E nunca mais poder te encher? — ponderou Cyborg com um sorriso de orelha a orelha. Ela suspirou derrotada.

— Vocês são um lixo. — disse por fim retomando a caminhada. Mutano e Cyborg se entreolham seguindo a moça.

Robin e Estelar conversavam calmamente na roda gigante. Comiam algodão doce e observavam o céu estrelado.

— Já se acostumou com a Terra? — perguntou Robin casualmente. Mesmo sabendo que ela já estava lá à exatos dois anos, acostumar-se à outra cultura é um processo complicado e que requer muita paciência e sacrifícios pessoais.

— Ainda é um pouco estranho. Os costumes, as pessoas e o jeito de se falar. — murmurou ela com um sorriso no rosto: — Mas é um lugar magnífico. — debruçou-se sobre a barra de segurança encerrando a conversa.

Robin sorriu deslumbrando a imagem da garota quase omitida pela penumbra da noite. Era bonita, não iria negar, mas também um grande mistério por si só.

A Roda gigante voltou a se mexer fazendo os dois descerem satisfeitos. Aprontaram-se para deixar o parque se encontrando com o resto do grupo perto da rua.

— Foi incrível amigos, temos de fazer isso mais vezes! — afirmou a alienígena radiante.

— Com certeza. Foi muito hilário. — disse Mutano fazendo Cyborg soltar um riso suspeito.

— Idiotas. — exclamou Ravena apertando a pelúcia, que só agora os dois amigos haviam reparado.

— O que é isso? — Estelar perguntou curiosa.

— O meu castigo. — suspirou a azulada. Estelar estranhou:

— Achei que fosse uma galinha. — pensou em voz alta tirando risos de descrença.

— Deixa pra lá Estelar. — Avisou Robin: — Bom, eu tenho de ir! Meu pai fica irritado se me atraso para o jantar dos fins de semana.

"Isso quando ele não está por ai lutando contra o Coringa", pensou a ultima parte, quase prevendo um futuro não tão longínquo.

— HUM... filhinho do papai. — provocou Cyborg.

Robin riu um tanto sem graça:

— Se tivesse um pai igual o meu entenderia.

Cada um para seu canto, os jovens retornaram para suas casas. Mas antes disso, Ravena deixou o pequeno presente dar um mergulho noturno ao mar, para depois continuar seu caminho.

***

A noite caiu. A azulada estava sentada na sua cama de roupa intima e com uma toalha na cabeça.

A janela estava aberta, permitindo a passagem de uma gélida brisa corando o rosto pálido da maga.

Fitava seu livro aperto no colo, mas sem lê-lo. Não conseguia retirar sua mente do rapaz de cabelos verdes. No fundo, bem em seu íntimo, ela queria que ele realmente fosse uma espécie de amigo para si. Talvez ela realmente necessitasse disso, e agora que podia se imaginar marcando com um "X" na opção não na lista de escolhas.

O dia seguinte ainda seria um doloroso e pensativo Domingo. Seu corpo estava em frangalhos por ter dormido bem mais que quinze horas seguidas; ele pedia por alguma atividade, decidindo assim caminhar um pouco na praça quando raiasse o dia.

***

Rachel dispunha de um moletom azul marinho aconchegante e seu básico e já surrado jeans. Com os fones sempre aos ouvidos, andou calmamente pela praça deslumbrando do belo dia de outono. Ventava bastante fazendo as folhas alaranjadas dançarem ao vento ao redor de si.

Podia-se dizer que essa era sua estação favorita; nem tão frio e nem tão quente. Exatamente no ponto ideal.

Sentou-se perto do lago em um dos bancos rústicos da praça. Fechou os olhos aceitando convidativa a brisa cálida. Seu rosto estava rubro pelo frio, mas sua alma relaxada e morna.

— Rae? — Ele resolveu chamá-la depois de observar seu momento de paz por um tempo.

Um tanto aflita, Rachel reabriu os olhos sendo devorada pelas orbes esmeraldinhas do rapaz.

— Garfield?

[...]

Fim do capítulo 3 - Amizade


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem...
Essa fic eu caprichei tanto quanto "Felicidade e Angústia"
Espero que esteja dentro de suas expectativas.
Mereço Reviews?
unzinho??
talvez???
até quinta gente (: kisses ♥