As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 91
Dia de sangue


Notas iniciais do capítulo

=''D ai meus deus, Gih! Que recomendação maravilhosa! Não tem como não responder seus coments, flor. São lindos, honestos e divertidos; são maravilhosos! Obrigada demais por essa recomendação incrivel, por esses dias em que me deu o prazer de comentar, de dar uma chance a essa fic gigante.
... E sabe, eu concordo com você: não há muitas fic thaluke por aí, né? por esse motivo, entre muitos outros, eu já tenho mais três fanfic desse casal em planejamento para logo logo postá-las =)
E amores, meus amados leitores, eu demorei, eu sei. Me perdoem por isso. As provas mesmo só acabaram hoje para mim, mas temos que ver o lado bom, não é? As férias estão bem mais próximas, rsrsrs...
Chega de enrolar, boa leitura, queridos (perdoem qualquer errinho, ok?):



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THALIA

Eu nunca havia estado em um capo de tiro e aquilo era quase tão pobre quanto eu havia imaginado. Era literalmente um lugar descampado com dez alvos enfileirados ao longe. Ares ficou apenas observando enquanto os filhos traziam as armas. Havia pensado em flechas, facas, adagas, lâminas pequenas, mas estava errada. As armas eram totalmente humanas. Pistolas, calibres, metralhadoras e mais.

–Tem boa pontaria, menina? – tirei uma faca da bota e a lancei em direção ao alvo mais distante; acertei a bolinha do centro – Nada mal para uma princesa.

–Não sou princesa.

–Você é filha de...

–É. E daí? Já parou para pensar que somos todos bastardos? Princesas não são bastardas.

–Quero saber se consegue dominar uma arma. – o homem negro colocou um calibre 38 em minha mão.

–Nunca peguei em uma.

Ele sorriu de uma forma sinistra e me ajeitou na posição correta. Ficamos nessa aula por duas horas com diversos tipos de armas mundanas. Por volta do terceiro tiro eu já as dominava tão bem quanto minha lança e o arco.

[...]

–Me sinto fútil.

–Está bonita, mas precisa parar de resmungar. – Afrodite terminava de ajeitar meu vestido. Ele era bastante curto e justo, com mangas me cobrindo os ombros, em um tom nude; os saltos eram da mesma cor. A deusa permitiu-me ficar com o bracelete de prata, mas foi só.

–Isso é mesmo necessário? Não é demais? – ela prendia uma corrente finíssima em meu pescoço, uma única pérola se destacando no discreto decote.

–É sim! Coloque isto – ela me passou um conjunto de pulseiras feitas de pérolas – Meu bem, queremos que você pareça mais madura...

–Sou uma criança por acaso?

Ela bufou.

–Você está lidando com homens casados, com velhos babões e com jovens empresários. Quero que você aparente ter a idade que realmente tem. – todo esse discurso foi feito enquanto terminava minha maquiagem – Linda! Está perfeita! Vamos, temos que apresentá-la aos deuses envolvidos.

Eles estavam na base do templo da deusa do amor e nós no que deveria ser um quarto ou algo assim. Descemos juntas e senti os olhos postos em mim. Mexi nos cabelos, desconfortável com todo aquele peso de olhares.

–Como vou saber quem são? – Ártemis me passou uma pasta com diversas fotos e nomes, detalhes.

–Seja discreta em relação a isso. Afrodite estará vigiando-a, mas nós temos outros assuntos para tratar.

–Divirta-se, garota – Ares sorria como se soubesse quantas pessoas eu mataria.

[...]

A ficha do primeiro homem era interessante devido sua corrupção no trabalho para alcançar oposto que tem hoje. Tinha o hábito de passar no Starbucks a tarde, e era lá que nos conheceríamos. Carlos e Diego (os dois filhos de Ares) esperavam do lado de dentro e gesticulavam para que eu entrasse; nossa vítima já estava lá.

Assim que passei pela porta, joguei os cabelos para trás como Afrodite falara mais cedo e pude sentir olhos sobre mim. Olhei em volto por olhar, como que procurando uma mesa disponível, comprei um café e nem precisei fazer esforço algum.

–Com licença, moça – a voz vinha de trás de mim, virei-me devagar e vi o dono do rosto das fotos que eu observava minutos atrás – Não quer se sentar aqui comigo? O resto do lugar está cheio.

Sorri não para ele, mas por causa dele: a perdição dos homens sempre eram as mulheres, mas eu nunca pensei que eu seria a perdição de um.

–Seria um prazer, senhor.

Sentamos e eu não me dei o trabalho de tomar a bebida; encarava-o abertamente, passando um dedo por meu rosto, entre a bochecha e o queixo, quase encostando nos lábios; eu o via estremecer. Tinha um rosto bastante comum, os cabelos castanhos e os olhos acinzentados, tinha por volta de trinta, trinta e poucos anos. Eu conseguia ver claramente o anel em seu dedo...

–Então, me daria o prazer de saber seu nome, querida? – ele se ajeitou na cadeira.

–Não – sorri misteriosamente como gostava de fazer. Como eu esperava, ele ficou estático – Isso estragaria a situação, não concorda, senhor?

–Ah, sim... Claro, claro.

–Trabalha com o que? – pronto; iniciamos a conversa insuportável que eu sabia que viria, ele tagarelava bastante e eu me fingia interessada. Quando toquei no assunto de seus patrocínios, ele ficou um pouco receoso.

–Não sei se posso falar... – me inclinei sobre a mesa e toquei seus dedos com as pontas dos meus.

–Por favor, estou muito interessada.

Passaram-se alguns segundos em silencio.

–Venha comigo, querida.

Ele ofereceu o braço, pagou nossas despesas e me guiou até seu escritório. Não era longe, bastava atravessar uma avenida movimentada e entrar pela direita do prédio. Diego e Carlos nos seguiam em um distancia segura. Entramos no elevador e, antes de tudo, além de me sentir claustrofóbica, o medo me preencheu: ele trabalhava no último andar.

Não passou um segundo desde que as portas se fecharam e ele avançou em meus lábios. Um beijo ardente, furiosamente ardente em luxúria. As coisas que eu era obrigada a fazer...! Puxei-o pelo pescoço enquanto ele descia sua mão pela minha coxa e voltava a subir dessa vez por dentro do vestido. Sou uma caçadora, não posso permitir nada além disso. Ele me levou a prender as pernas ao redor de sua cintura. Mas apenas assim estarei colaborando em favor da guerra! Ele desceu beijos em meu pescoço. Não são esses lábios que eu quero; eu nunca mais vou tê-lo...

As portas se abriram para minha alegria... E desespero. Ele não me soltou e estávamos alto demais para o meu medo patético. Ele me deixou sobre a escrivaninha...

–Hey, relaxa. Temos o dia inteiro – ele sorriu maliciosamente – Vai me mostrar quem você está patrocinando?

Mostrou-me algumas pastas e arquivos, mas eu segurei o que mais me interessava. Constavam apenas “melhorias na cidade” no papel e sua assinatura. Fiquei olhando aquela caligrafia que eu nuca antes vira e que não veria de novo...

–Esse projeto é furado, sabia? – ele olhou para mim como se eu fosse maluca – Devia desistir dele.

–O que? Ficou louca? Investi milhões neles...

–Seu dinheiro foi para o lixo. – ele bateu na mesa e eu ri de sua raiva – ah, querido, achou mesmo que isso valeria à pena? Sua esposa deve estar decepcionadíssima com você.

–Pare de joguinhos. Você não passa de uma puta e eu não desfazer esse negócio!

–Você tem toda a razão sobre mim. Mas o senhor sabia que as putas cobram? Eu a contrário das outras prefiro meu pagamento em sangue.

Mal pronunciei sangue e os dois entraram atirando no empresário. Fui até a parede contrária na qual ele caiu e abri seu cofre com facilidade. Havia muita grana ali. Enchemos duas bolsas de ginástica que eles traziam consigo e descemos as escadas por conta do elevador estar em um andar distante de todos nós. Carlos me levava de cavalinho, agilizando mais nossa fuga pelas escadas. Jogamos as bolsas de dinheiro em grandes caixas de correio e a partir daí elas pertenciam a Hermes.

–Então, querida? – Diego, o pálido demais, perguntou – Gostou da brincadeira?

–Bastante.

–Ótimo, porque nós ainda vamos brincar mais.

Ainda faltavam duas horas para o por do sol. Nesse período eu troquei de roupa duas vezes e dois homens foram mortos: um velho pervertido de 60 anos e um arrogante de não mais que quarenta anos. Nesse instante eu me vestia para uma balada onde encontraria o mais jovem patrocinador dos titãs. Afrodite havia permitido um look mais escuro dessa vez. O vestido preto era justo e tinha um recorte geométrico que deixava minha cintura à mostra. Os saltos pretos eram lindos e poderosos, mas não pude usar meu bracelete dessa vez. A deusa trocou todo o prateado por dourado nas jóias. Os dois homens que me esperavam vestiam ternos elegantes, mas sem gravata.

–Vocês estão muito sexy. – eles riram e fizeram pose.

–Você também, caçadora.

–Vamos?

A boate transbordava luzes neon e pessoas faziam fila para entrar. Tive a sorte de conseguir entrar sem esforço. Meus cachos se moviam com meus passos durante caminhada até o bar. Tomei duas doses de tequila antes de avistá-lo; os cabelos loiros e os olhos suaves. Ele me observava e eu a ele, chamei-o antes que ele perdesse a coragem.

–Oi – disse timidamente, embora o sorriso fosse perverso e seus olhos me despissem.

–Então lindinho, por que não vamos brincar um pouco? – pelo histórico se via que a maior fraqueza dele eram mulheres. Seria muito fácil tirar seu dinheiro. Beijei-o vorazmente no meio da pista de dança sem me importar com olhares. Ele se esfregava em mim denunciando querer algo mais que nunca teria. Fomos para os fundos onde eu saquei minha arma e apontei para seu peito. – Então? Luke Castellan. Você trabalha para ele?

–Sim... Por que...?

–Vou te dar uma escolha: ou você abandona a causa dele ou eu te mato. Escolha rápido.

–E-euu... N-na-na-naãooo posso!

–Claro que não – atirei em seu joelho fazendo-o cair e choramingar. Atirei no outro e depois fui subindo até lhe estourar os miolos.

Saí pelos fundos levando sua carteira e a chave do apartamento. Minhas sombras sempre por perto; roubei seu cofre como fiz com os outros: enchíamos bolsas com ouro e dinheiro e despejávamos nas caixas de correio. A cada segundo eu gostava mais daqueles homens e eles de mim, ríamos em todo percurso.

–Só falta uma para fechar hoje...

–E eu achando que ficaríamos dias nisso – Carlos resmungou.

–Quem é? – perguntei pouco interessada.

–É uma mulher.

–Que interessante – me senti endurecer por dentro e por fora. Essa seria muito divertida eu tinha certeza.

Vesti uma jaqueta de couro que grudava em minha pele assim como o vestido. Estávamos todos armados até os dentes. De moto, eu ia agarrada a Carlos tentando não apertá-lo demais. Seguíamos para a mansão da vadia pegando no caminho os noias da madrugada. De longe avistei os jardins verdes. Paramos a duas quadras do lugar.

–A segurança é forte... Para mortais. – Diego sorriu com maldade; sorriso que eu estava comoçando a gostar.

–Não importa – retruquei – Essa daí vai cair como os outros. Minha noite não estará encerrada até que ela caia morta.

–Podemos chamar ajuda – Carlos pegou o celular – Conheço muitos que adorariam uma boa matança para fechar a noite.

O vento se agitava ao meu redor, me sentia fluir em energia totalmente negativa; carregadamente pesada. Estava impaciente esperando nosso reforço chegar.Deixei Diego prender um cinto cheio de granadas dos mais variados tipos na minha cintura; ele nem se deu o trabalho de não adimirar meu corpo.

Balançava-me de um lado para o outro impacientemente excitada com a ideia de ver gente morta e sangue escorrendo como água.

–Vamos logo!

–Acalme-se princesa – o olhar assassino que recebeu o fez recuar; eletricidadde estalava o ar ao meu redor – Okay, não precisa de tudo isso, não é?

–Thalia, relaxe. Vamos fazer um show digno de ser assistido pelo próprio Olimpo. – quando ergui a sobrancelha ela continuou, o rosto contorcido em uma expressão demoníaca e contente – Vamos mandar essas almas para o Tártaro!

[...]

Os portões de ferro eram altos, nos muros fortificados haviam vigias e no perímetro das ruas seguranças rodavam a propriedade. Eu mesma ainda não havia achado uma falha naquele sistema de segurança, mas nada é inatingível. Quando ergui o olhar notei um o terraço do prédio mais próximo: ficava pertinho do telhado da parte norte da mansão. Cutuquei os meus seguranças e apontei para cima.

–Vamos nós três lá por cima, entramos silenciosamente, silenciamos os que nos virem e abrimos os portões para os seus reforços entrarem.

–Um ótimo plano para uma criança.

–Não tenha a idade que aparento ter.

–Detalhe. – Carlos sorria – Mas acho melhor que eu permaneça aqui, assim entramos eu e meus manos. Pode ser ou você vai me atingir com um raio se não concordar?

–Deveria atingi-lo só por esse desaforo. – joguei o cabelo enquanto me virava em um gesto de desprezo que me acostumara a ver meninas metidas fazerem – Vamos, Diego.

Passamos fácil pela “segurança” do apartamento, subimos pelas escadas até o terceiro andar, quando tomamos o elevador. No terraço a história era totalmente outra: toda aquela determinação que eu sentira segundos atrás desaparecera. Meu medo tolo e bobo falava muito mais alto. Congelei por alguns segundos e foi o suficiente. De olhos fechados encontramos a escuridão, mas quando o mantemos fechados por tempo suficiente podemos enxergar a luz: minha luz tomou formas, e imagens. Eu podia ver Luke Castellan brincando com diversas meninas inclusive a dona da casa que eu estava prestes a invadir. Mais que isso minha mente me trazia uma lembrança de volta. Zeus pode te deixar cair.Mas eu nunca permitiria isso. Eu não tinha motivos para ter tanto medo; minha desconfiança em relação ao deus caíra bastante se comparada a anos atrás.

Eu ficaria bem. Eu sempre ficava.

–Thalia? Você está bem, garota? Tem medo de altura por acaso? – Diego sorria de forma zombeteira.

–Não – menti e pulei. A sensação de ser empurrada e auxiliada pelo ar me enchia. Caí suavemente no telhado sem que nem se pudesse ouvir o som dos saltos. Diego ainda dava impulso enquanto eu me sentia tremer em alívio. Estava bem. O homem aterrizou ao meu lado pesadamente, se apoiando sobre os joelhos.

–Isso foi divertido?

–A diversão ainda nem começou – retruquei pegando a AK47 das costas dele; ele me ajudou com a posição. Essa arma é do mal, literalmente. Ela é campeã no quesito mortes por minuto em um raio de 300 metros, originada na Rússia, seu uso era mais que o suficiente por enquanto. Depois de me ajudar, Diego “conjurou” a própria arma, sabe Ares como. Não deu nem meio segundo e os seguranças do portão e os próximos caíram mortos no chão sem qualquer consciência. Lá de cima pude ver Carlos entrar aos saltos de felicidade com seus amigos, mais de 20 amigos armados no melhor equipamento possível e sem qualquer problema em ver a morte. Qualquer um que manifestasse vida, mesmo que apenas um piscar de olhos, levava mais bala. Batiam, chutavam e nocauteavam todos os que entravam em sua frente.

Eu ria como uma psicopáta; ria tanto que contagiei o homem ao meu lado a rir também. Virei-me para a torre de vigia, a mais distante. Não perdi tempo nem oportunidade: lancei uma das granadas lembrando de uma aula de arco e flecha com um filho de Apolo. Desviara as moléculas de ar, controlá-lo, moldá-lo a meu favor. A granada explodiu toda a cabine miléssimos depois. Guardei a arma nas costas e andei pelo beiral pequeno e de difícil acesso. Não olha para baixo, não olhe, não olhe.Respire, só respire. Não olhe para baixo. Cheguei a uma porta que levou a um quartinho cheio de livros e jornais. Passei por diversos corredores andando calmamente, meus ouvidos misturando o som de tiros e dos saltos. Desci escadas sem presa admirando o trabalho que os homens haviam feito e eu mesma disparava uma arma de pequeno porte quando via alguém respirando. Diego vinha logo atrás cobrindo-me como podia.

No que eu denomino como salão principal, a sala paracia ser simples e sem graça... Se não fosse pelos diversos homens acumulados nela; pelo menos cinco de vigia nas saídas e entradas que levavam até nós.

–Pessoal – o grito de Carlos silenciou os risos – A garota está na liderança, ela deve serprotegida e respeitada. Não a subestimem.

–Se encontrarem Erin Brezine, ou seja lá quem ela for – comuniquei com olhar frio e voz ressonando pelas paredes – torturem-na como quizerem... Mas o fim dela é meu. Saqueiem o quanto quiserem, acumelem bens, mas a maior parte vai para nós, entendido? – saí andando com um calibre nas mãos.

Eles urraram um sim em resposta, saindo aos pares, rindo, pulando e esmurrando paredes. Pareciam crianças pela primeira vez em um parque de diverções. Era hilário. Subi escadas, destranquei quartos, destravei cofres e closets. Havia muita grana e muitas jóias. Prata, ouro entre outros metáis, fora as pedras. Não peguei nada, deixei tudo para as sombras que me seguiam. No segundo andar, em uma sala mais pequenina comparada com todo aquele espaço e mordomia encontrei uma boa luta: um homem jovem (20, 25 anos ou algo em torno disso) atirava contra mim, fiquei atrás de uma pilastra bloqueando as balas até o momento em que elas acabaram. Fingi que não tinha armas a meu dispor apenas por diversão. A peste não era tão ruim de briga, mas eu treinara com os melhores dos melhores; sem querer me gabar, mas já me gabando, eu estava em uma espécie de elite; elite tem privilégios, então por que eu não podia me divertir para passar minha dor? Por que não me deliciar com o sangue de pessoas ruins e cobiçosas? Um soco pela esquerda, deviei para a direita e soquei-o no queixo. Detalhe: os anéis dourados haviam sido substituidos por um soco inglês dourado. Ele cuspiu sangue, de joelhos no chão.

–Ah. Que isso? Já cansou? – chutei-o diretamente na ferida fazendo-o cair de costas – Quer que eu encerre isso rápido ou devagar?

–Por- por favor... – um soluço ou engasgo, não sei dizer – Me poupe, me poupe...

–Por que eu faria isso?

–Eu sei onde tem dinheiro...

–Eu também. Inclusive ele já não se encontra mais por aqui. Vim por vingança. – atirei em sua testa por piedade; nem deve ter sentido.

[...]

A mansão estava manchada de vermelho, por onde eu passei. Banhada em silencio se não fosse por aqueles poucos que tentava lutar pela vida, mas que em minutos estariam sufocados pelo próprio sangue. Me dirigi para o jardim onde eu ouvia diversas vozes e alguns gritos histéricos... femininos.

O jardim era muito belo, não era nada daquelas coisas de flores multi coloridas; era verde; verde claro, verde escuro, verde musgo e sabe Zeus quais tons mais. Havia uma fonte pelo som da água e era nela que o pessoal se encontrava reunido. Enqanto me aproximava foram abrindo passagem com respeito e sorrisos no rosto. A gritaria fazendo sentido:

–... Você vai sofrer! – Carlos rosnou.

–Não pode me machucar! – uma falsa ruiva gritou de volta – Luke disse que eu só deveria temer olhos... – ela olhou para mim e sua ousadia tornou-se medo; o puro e maravilhoso medo – Ai meu deus... Não me machuque, por favor! – ela gritava para mim; senti meu rosto se abrir em um sorriso maligno que a fez implorar mais ainda aos gritos. Cada olhar de desespero, súplica e grito de dor só me trouzeram mais prazer e mais vontade de machucar. Não havia palavras para descrever o quão excitante era vê-la se contorcer nos braços de Carlos, implorando por uma misericórdia que ela já sabia que não teria.

–Você faz ideia do quanto isso é inútil, Erin? – perguntei por perguntar; estava amando aquilo – Está dando mais motivos para que eu a mate.

Um dos homens de Carlos ficou de quatro no chão, fazendo uma espécie de banco para mim; sentei-me, cruzei as pernas e a vi suar em nervoso.

–Você... – a coragem pareceu retornar – Vadia! Como ousa entrar aqui e me ameaçar desse jeito? – ri com tanto escárnio que pude me sentir arrepiar; ela continuou, mas fraquejando – O Castellan não está aqui...

–Eu sei perfeitamente bem onde ele está – filha da puta. Não deveria ter me lembrado dele; não deveria tê-lo mencionado.

–Então... O que quer de mim?

–Sua dor.

Acenei para o homem que a segurava e para o mais próximo; juntos afundaram o rosto dela na fonte. Eu sorria de um modo tão frio que senti o ar a minha volta gelar. A madrugada só estava começando para mim.


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Notas finais do capítulo

Thalia, Thalia. Existem outros jeitos de descontar sua dor... u.u
Até logo queridos!
Bjss =))