As Histórias De Thalia escrita por GiGihh


Capítulo 5
Os primeiros sinais de quem eu sou




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THALIA



...Eles atacaram.



Quer saber minha reação? Surpresa. Isso mesmo surpresa.

Estava surpresa por ver os movimentos em câmera lenta. Por saber prever os próximos ataques dos animais. Por ter reflexos tão... Perfeitos!

Desviei inúmeras vezes, mas no fim um deles conseguiu me derrubar no chão. Ele pulou em cima de mim. Automaticamente levantei a mão e quando ele se aproximou toquei-o no pescoço.

O que aconteceu a seguir foi uma surpresa para mim. Senti uma força extraordinária. Era como se o próprio ar a minha volta quisesse me proteger. E eu não apenas deixava que ele me protegesse como também canalizava todo poder acumulado a minha volta. Não sei bem como explicar. Não era apenas o ar que me fortalecia. Eu sentia toda a eletricidade a minha volta.

Quando o toquei toda aquela eletricidade, todo aquele choque passou para seu corpo. E todo o seu corpo desintegrou-se até virar cinzas.

Seus irmãos estavam com uma vontade ainda maior de me matar, mas também estavam aterrorizados. Eu por outro lado estava maravilhada. Não sentia mais medo. Não me sentia só.

Eles nem precisaram chegar mais perto. Desejei profundamente que raios pulverizassem aqueles dois cães horríveis também. Como mágica, relâmpagos caíram do céu na direção deles e mais montinhos de cinzas aparecem no chão.

Mas a claridade dos raios permaneceu. E por ela vi dois olhos azuis como o céu. Dois olhos azuis como os meus. Eles me olhavam com uma mistura de sentimentos: felicidade, orgulho e preocupação.

Depois disso uma fraqueza enorme me atingiu. Lembro apenas de ouvir policiais gritando e correndo em minha direção. Depois disso apaguei.

Acordei em um local diferente e com a visão um pouco embasada. Aos poucos fui percebendo que estava em um hospital. Fora isso, havia dois rostos bondosos olhando para mim.

–O que aconteceu comigo?- perguntei, com serias duvidas de que tudo o que havia acontecido tinha sido apenas ilusão da minha cabeça. Mas a verdade é que eu não queria que fosse tudo apenas uma ilusão.

– Aquele raio atingiu você. Mas chegamos a tempo de trazer você ainda com vida para o hospital. – respondeu o policial, sério, eu tinha certeza que ele estva mentindo.

– Você teve muita sorte mocinha. Aquele raio atingiu você de jeito... E você chegou sem nenhuma queimadura.-disse uma enfermeira muito amável e completamente espantada.

– Você já pode ir para casa. Mas com uma condição- disse o policial com seriedade.

–Qual? – perguntei já com medo da resposta. Ele provavelmente percebeu, porque logo em seguida sorriu com doçura.

–Terá um policial ao seu lado durante todo o percurso. - disse ele sem perder aquele lindo sorriso.

–Nem precisava da condição- respondi também com um sorriso no rosto, mas um sorriso um pouco fraco.

Ele me ajudou a levantar. Quando meus pés tocaram o chão, aquela fraqueza voltou com força. Eu ia desabar no chão, mas o policial foi mais rápido. Rápido de mais para o meu gosto.

–Aqui coma isso- respondeu ele me dando um pedaço pequeno de um bolo- vai ajudar.

–Obrigada - eu não via em como aquilo ia ajudar, mas assim que comia aquele pedacinho de bolo me senti melhor na mesma hora. Uma sensação gostosa por dentro.

–Se sente melhor?- Ele perguntou com um sorriso como se estivesse surpreso, mas já soubesse a resposta.

–Muito melhor!- exclamei feliz

Fomos à direção de casa, e comecei a temer o que estaria por vir no momento em que chegasse.

–Também acho que eles não serão muito compreensivos quando você explicar a sua historia com aqueles cachorros e relâmpagos. - ele disse tão naturalmente como se eu tivesse comentado aquilo em voz alta. E alem disso quando os policiais chegaram não havia mais cachorro nenhum.

Lancei um olhar que expressava claramente espanto e medo.

–Como você sabe... -comecei, mas ele viu o meu olhar e entendeu o que fizera e se apressou a disser:

– Você disse isso agora a pouco- fala sério!Ele mentia muito mal mesmo.

–Eu não disse e não te conheço muito bem, mas já sei que você mente MUITO mal. - respondi com um sorriso, como se tivesse ganhado a discussão.

Ele riu com gosto.

– Você parece muito legal, sabia?

–É. Só pareço mesmo! –respondi

– Não. Você é mesmo legal- ele respondeu com um sorriso cheio de compaixão, como se soubesse como eu era desprezada em casa.

–Olha, depende do ponto de vista de quem vê!- respondi.

Depois ele me fez rir inúmeras vezes durante o caminho. Quando chegamos à frente de casa, pude ouvir os berros de Hugo.

–O que esse policial faz com você?- ele perguntou no momento em que eu entrei no seu campo de visão.

Ele estava longe o suficiente para que eu fizesse o policial ser poupado dos acessos de fúria do meu padrasto. Virei-me para ele e disse:

–Você precisa ir embora agora!-ele me olhou surpreso e ia começar a protestar, mas eu fui muito mais rápida.

–Por favor- ele reparou o desespero na minha voz, mas foi o meu olhar que o surpreendeu. Meu olhar expressava preocupação e pelo visto ele conhecia aquele olhar muito bem e parecia sentir falta dele.

–Sempre que precisar estarei a sua disposição. –Ele disse e se afastou.

–O que ele fazia com você? – Hugo estava muito perto agora.

E eu sabia que seria aquela discussão inevitável.


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Notas finais do capítulo

espero que gostem!



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