Unidos pelo Destino 2 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 19
Capítulo 19




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      Draco, Hermione, Gina, Harry e Ron trocaram um olhar curioso. Não tinham idia do que Luna estava falando.

- Nunca ouviram falar? – perguntou ela surpresa – Bom, pouquíssimas pessoas acreditam. Tudo começa com “Os Contos dos Três Irmãos”, esta no livro que Dumbledore me deixou. Hermione? – ela lhe deu o livro – Você pode ler em voz alta, por favor?

- Claro.

Era uma vez três irmãos que estavam viajando por uma estrada deserta e tortuosa ao anoitecer...

- A meia noite como mamãe nos contou – disse Ron.

- Quieto! – sibilou Gina – Continue Hermione.

Depois de algum tempo, os irmãos chegaram a um rio fundo demais para vadear e perigoso demais para atravessar a nado. Os irmãos, porém, eram versados em magia, então simplesmente agitaram as mãos e fizeram aparecer uma ponte sobre as águas trai¬çoeiras. Já estavam na metade da travessia quando viram o caminho bloqueado por um vulto encapuzado.

E a Morte falou...

- A morte falou? – indagou Harry.

- É um conto de fadas – disse Draco revirando os olhos.

E a Morte falou. Estava zangada por terem lhe roubado três vítimas, porque o normal era os viajantes se afogarem no rio. Mas a Morte foi astuta. Fingiu cumprimentar os três irmãos por sua magia, e disse que cada um ganhara um prêmio por ter sido inte¬ligente o bastante para lhe escapar.

Então, o irmão mais velho, que era um homem combativo, pediu a varinha mais poderosa que existisse: uma varinha que sempre vencesse os duelos para seu dono, uma varinha digna de um bruxo que derrotara a Morte! Ela atravessou a ponte e se dirigiu a um vetusto sabugueiro na margem do rio, fabricou uma varinha de um galho da árvore e entregou-a ao irmão mais velho.

Então, o segundo irmão, que era um homem arrogante, resolveu humilhar ainda mais a Morte e pediu o poder de restituir a vida aos que ela levara. Então a Morte apa¬nhou uma pedra da margem do rio e entregou-a ao segundo irmão, dizendo-lhe que a pedra tinha o poder de ressuscitar os mortos.

Então, a Morte perguntou ao terceiro e mais moço dos irmãos o que queria. O mais moço era o mais humilde e também o mais sábio dos irmãos, e não confiou na Morte. Pediu, então, algo que lhe permitisse sair daquele lugar sem ser seguido por ela. E a Morte, de má vontade, lhe entregou a própria Capa da Invisibilidade.

- A morte tem uma Capa da Invisibilidade? – interrompeu Harry outra vez.

- Para se aproximar sorrateiramente das pessoas – respondeu Ron e Luna lhe lançou um olhar aborrecido – Desculpe. Continue.

Então, a Morte se afastou para um lado e deixou os três irmãos continuarem viagem e foi o que eles fizeram, comentando, assombrados, a aventura que tinham vivido e admirando os presentes da Morte.

No devido tempo, os irmãos se separaram, cada um tomou um destino diferente.

O primeiro irmão viajou uma semana ou mais e, ao chegar a uma aldeia distante, procurou um colega bruxo com quem tivera uma briga. Armado com a varinha de sabugueiro, a Varinha das Varinhas, ele não poderia deixar de vencer o duelo que se seguiu. Deixando o inimigo morto no chão, o irmão mais velho dirigiu-se a uma estalagem, onde se gabou, em altas vozes, da poderosa varinha que arrebatara da própria Morte, e de que a arma o tornava invencível.

Na mesma noite, outro bruxo aproximou-se sorrateiramente do irmão mais velho enquanto dormia em sua cama, embriagado pelo vinho. O ladrão levou a varinha e, para se garantir, cortou a garganta do irmão mais velho.

Assim, a Morte levou o primeiro irmão.

Entrementes, o segundo irmão viajou para a própria casa, onde vivia sozinho. Ali, tomou a pedra que tinha o poder de ressuscitar os mortos e virou-a três vezes na mão. Para sua surpresa e alegria, a figura de uma moça que tivera esperança de desposar antes de sua morte precoce surgiu instantaneamente diante dele.

Contudo, ela estava triste e fria, como que separada dele por um véu. Embora tivesse retornado ao mundo dos mortais, seu lugar não era ali, e ela sofria. Diante disso, o segundo irmão, enlouquecido pelo desesperado desejo, matou-se para poder verdadei¬ramente se unir a ela.

Então, a Morte levou o segundo irmão.

Embora a Morte procurasse o terceiro irmão durante muitos anos, jamais conseguiu encontrá-lo. Somente quando atingiu uma idade avançada foi que o irmão mais moço despiu a Capa da Invisibilidade e deu-a de presente ao filho. Acolheu, então, a Morte como uma velha amiga e acompanhou-a de bom grado, e, iguais, partiram desta vida.

- Esta ai a explicação – disse Luna.

- Não entendi – disse Gina.

- Essas são as Relíquias – ela apontou sua varinha para o nada e da ponta um rastro de fumaça saiu – A Varinha das Varinhas – desenhou uma linha vertical no ar – A Pedra da Ressurreição – acrescentou um circulo – E a Capa da Invisibilidade – terminou o desenho com um triangulo.

- Mas, a historia não menciona as Relíquias – disse Harry.

- É claro que não – respondeu Luna – É uma historia para crianças. A lenda diz que quem possuir as três relíquias se torna o Senhor da Morte.

- Senhor...? – perguntou Harry.

- Ou vencedor, conquistador. Existem vários termos.

- Mas como? – questionou Hermione – Se pode existir uma varinha mais forte que as outras? Sim pode. Uma capa da Invisibilidade? Sim. Pode. Mas e a Pedra da Ressurreição? Dumbledore mesmo já nos disse: Não há nada que possa trazer as pessoas de volta a vida!

- Hermione – disse Luna calmamente – você tem a cabeça muito limitada.

- Obrigada por me chamar de burra! – ela cruzou os braços.

      Draco – que estava ao lado dela – sorriu, e lhe deu um beijo na testa.

- Não te chamei de burra – desculpou-se Luna – Só disse que você se prende muito a realidade.

- Pra mim da no mesmo – disse Ron.

- Não falei com você – disse Luna franzindo a testa.

- Se eu fosse burra, já estaríamos mortos! – exclamou Hermione franzindo a testa.

- Luna. – chamou Gina – As Relíquias da Morte tem alguma ligação com a família Perevell?

- Mais é claro! – Luna exclamou sorrindo.

- Quem são esses? – perguntou Draco.

- Esse era o nome no tumulo em Godric’s Hollow. – respondeu Gina – Ignoto Perevell.

- Isso prova que – disse Luna – os três irmãos do conto, são os Perevell: Antioco, Cadmo e Ignoto. Eles foram os primeiros donos das Relíquias.

- Perevell – murmurou Harry – Já ouvi esse nome antes. Mas não lembro onde.

- É uma lenda não é? – perguntou Gina – Mas se eu pudesse escolher uma das relíquias escolheria a...

      Automaticamente os seis disseram juntos. Hermione e Draco disseram “a capa”, Luna e Harry “a pedra”, e Gina e Ron “a varinha”.

- Eu sabia que vocês – Ron apontou para Draco e Hermione – iam dizer a capa! Sabia! Mas pensem comigo: a varinha das varinhas! Ser invencível!

- E alem disso – disse Gina – nós temos duas Capas.

- Que nos ajudaram muito – repreendeu Hermione.

- E vocês – Gina apontou para Harry e Luna – porque a pedra?

- Poderíamos trazer varias pessoas de volta: Olho-Tonto, meus pais, a mãe da Luna, Sirius...

- E Dumbledore! – disse Luna.

      Harry não respondeu.

      Eles ficaram em silencio por um tempo. Luna folheou seu livro, Ron se deitou e encarou o teto da barraca, Gina pegou um esmalte em sua bolsinha de contas e começou a pintar as unhas dos pés. Harry voltou para a vigia do lado de fora. E Hermione e Draco se encararam.

      Ele a puxou para mais perto e sussurrou em seu ouvido:

- Gostei quando você me secou ontem.

      Ela corou.

- Estava muito frio. Você podia se resfriar.

      Ele riu. De repente, Harry adentrou correndo a barraca.

- Acho tem alguém na floresta. – disse ele – Escutei galhos sendo quebrados. É melhor irmos.

      Enquanto guardavam as coisas, Hermione saiu da barraca e encarou a floresta a sua frente. Nada, nenhum barulhinho.

- Tudo pronto – disse Draco segurando a bolsinha de contas de Hermione – Vamos.

      Eles deram as mãos e aparataram, porem, antes de sumir, Hermione escutou um soluço. E chegou a conclusão que alguém por perto estava chorando.

      Desaparataram no canto de um campo. Montaram a barraca, e a adentraram.

•••

      Meses se passaram, e eles continuaram no mesmo lugar. Às vezes, aparatavam, de dois em dois, em um vilarejo e pegaram comida.

      Lá para meados de março...

- Ainda não consigo me lembrar da onde eu ouvi esse nome! – exclamou Harry – Perevell. Hermione, você achou alguma coisa em algum livro sobre eles?

- Não – lamentou ela – Eu procurei em um livro que Monstro me deu a dois anos, de famílias de sangue puro que estão extintas pela linhagem masculina. Aparentemente, a família Perevell foi uma das primeiras.

- Extintas pela linhagem masculina? – repetiu Ron sem entender.

- Quer dizer que o nome morreu – esclareceu Hermione – mas eles talvez ainda tenham descendentes com outro sobrenome.

- Servolo Gaunt! – exclamou Harry de repente.

- Quem é esse? – perguntou Gina.

- Servolo Gaunt! – repetiu o moreno – O avô de você-sabe-quem! Na penseira! Com Dumbledore! Ele disse que descendia dos Perevell! Agora eu lembrei. Sabia que já tinha ouvido esse nome!

      Ron, Luna, Gina, Draco e Hermione o encaram sem entender.

- O anel! – berrou ele – O anel que virou horcrux! Servolo Gaunt era um babaca velho e ignorante que vivia como um porco, e só se importava com a sua ancestralidade. Se aquele anel tivesse sido legado através dos séculos, ele talvez nem conhecesse realmente o seu valor. Não havia livros naquela casa e, pode crer, ele não era do tipo que lê contos de fadas para os filhos. Teria gostado de pensar que os riscos na pedra eram um brasão porque, na cabeça dele, ter sangue puro transformava a pessoa praticamente em realeza.

- Harry – disse Luna se levantando de sua cama – Esta pensando, o que eu acho que esta pensando?

- E porque não? – respondeu agitado – Era uma pedra, não ?

      Todos ficaram em silencio.

- ESTA AQUI! – gritou Harry depois de um tempo.

- Quer me matar? – perguntou Hermione com a mão no peito sentindo seu coração pulando loucamente.

- Esta aqui dentro! – ele tirou o pomo de dentro do bolso – Dumbledore me deixou a pedra! É ISSO! Que você-sabe-quem esta procurando! A Varinha das Varinhas.

- Você acha? – questionou Ron.

- Que Vol... – disse Hermione mas Draco tapou sua boca – Que você-sabe-quem esta procurando uma varinha mais poderosa? Pode ser. Mas a que a pedra esta dentro do pomo? Harry por Merlin!

- E por não Hermione? – questionou bravo – Porque não?

- Tudo bem! – ela se levantou das almofadas – Se a Pedra da Ressureição esta ai, faça algo!

- O que?

- Rode-a três vezes na mão e ressuscite alguém! Já sei! Traga Sirius de volta.

- Não posso – ofegou ele – Sabe que eles não voltam, exatamente.

- Depois você o mata de novo. Agora vamos! Traga-o de volta!

      Harry rodou o pomo na mão três vezes com os olhos fechados. Nada aconteceu.

- Essa foi dramática – suspirou Draco olhando em volta.

- Esta vendo? – disse Hermione – Sirius não voltou! Não tem pedra nenhuma ai dentro.

- Talvez só funcione se estiver segurando a pedra – disse Luna – Talvez o pomo, a estrutura pomo, de ouro, afete a pedra. Ou então...

- Ai chega! – exclamou Hermione rumando para a porta – Nossa missão é achar e destruir as horcruxes para a queda de você-sabe-quem. Só isso, nada mais. Não tem nenhuma “relíquia” na historia.

      E saiu barraca a fora. Draco se levantou para segui-la, mas Gina a parou.

- Eu vou agora – calçou seus sapatos e saiu da barraca.

      Hermione estava sentada em uma rocha a alguns metros dali. Encarava o horizonte distante e cantarolava um melodia desconhecida.

- Mione? – chamou Gina.

- Oi – disse encarando a amiga.

- Tudo bem?

- Sim. O que foi?

- Nada – a ruiva deu os ombros – achei que queria uma companhia.

- Senta aqui Gina – ela deu um tapinha na rocha e Gina se sentou.

- Não acredito no que Harry diz – disse a ruiva – É impossível trazer alguém morto de volta a vida.

- Sei que é.

- Eu...

- HEY! – gritou Luna da barraca – RON CONSEGUIU SINTONIZAR O RADIO! VENHAM!

      Hermione e Gina se entreolharam, e saíram correndo de volta a barraca. Ao adentrarem, viram Draco, Harry e Rondeitados no chão de bruços em volta de um pequeno radinho.

- A senha era “Alvo” – disse Ron – Geralmente é relacionada a Ordem.

- Vamos ouvir – disse Gina e as garotas se deitaram.

- ... pedimos desculpas por nossa temporária ausência do éter, por força de várias visitas dos encantadores Comensais da Morte em nossa área.

- Nossa é  Lino Jordan! — exclamou Hermione.

-Eu sei! — confirmou Ron com um grande sorriso. — Legal, não?

-... agora encontramos um novo local seguro — ia dizendo Lino — e tenho o prazer de informar que dois dos nossos colaboradores regulares estão hoje aqui conosco. Noite, rapazes!

- Oi.

- Noite, River.

- River, é o Lino — explicou Ron. — Todos têm codinomes, mas em geral dá para sacar...

- Calado – disse Luna.

- antes de ouvir as novidades de Royal e Romulus — continuou Lino - vamos tirar um minuto para noticiar as mortes que a Rede de Rádio Bruxa e o Profeta Diário não acham importante mencionar. É com grande pesar que informamos aos nossos ouvintes os assassinatos de Ted Tonks e Dirk Cresswell.

Harry sentiu uma náusea despencar em suas entranhas. Os seis se entreolharam abismados.

- Um doente chamado Gnope também foi morto. Acredita-se que o nascido trouxa Dino Thomas e um segundo duende, que estariam viajando com Ted Tonks, Cresswell e Gornope, possam ter escapado. Se Dino estiver nos ouvindo, ou se alguém tiver conhecimento do seu paradeiro, seus pais e irmãs estão desesperados por notícias. Voltamos logo, a próxima senha é “Olho Tonto”. Mantenham-se vivos, protegidos e tenham fé. Ah! E se Os Escolhidos estiverem ouvindo, o Observatório Potter e todos os seus ouvintes estão com vocês. Até a vista.

      Gina e Hermione tinham lagrimas nos olhos.

- Que coragem! – exclamou Luna fascinada.

- Onde será que você-sabe-quem esta?

- Provavelmente no exterior – respondeu Harry – ele esta procurando a Varinha.

- Harry, não comece com isso de novo! – exclamou Gina.

- Não comece com o que? – exclamou se levantando do chão – Porque vocês estão tão determinados a não admitir que Vol...

- HARRY! – berrou Ron – NÃO!

- ... demort esta procurando a Varinha das Varinhas.

- Esse nome é aquele maldito tabu! – disse o ruivo – Temos que refazer a proteção em volta da barraca. Agora!

      Em um pulo todos estavam de pé.

- Saiam daí com as mãos para o alto! – rugiu alguém do lado de fora – Estamos com oito varinhas apontadas para vocês e não estamos nem ai para quem vamos amaldiçoar!

      Hermione apontou a varinha para o rosto de Harry e a guardou rapidamente no bolso. Oito pessoas vestidas de preto adentraram a barraca.

- Ora,quem temos aqui? Se não é o traidor Malfoyzinho!

- Greyback – cuspiu o loiro com azedume.

- Como anda o ombrinho? – perguntou debochadamente e se virou para Harry – Seu nome!

- Dudley. Valter Dudley.

- E você russo?

- Barny Weasley.

- Traidor de sangue! – exclamou feliz um comensal que o agarrara.

- CHEGA! – berrou Grayback puxando Hermione pelos ombros e a olhando atentamente – Você é a tal sangue ruim não é? Granger!

- É ela? – perguntou um Comensal enquanto os outros amarravam Luna, Draco, Gina, Ron e Harry.

- É sim – disse Greyback sorrindo maliciosamente – Ela tem uma pele tão macia, que da vontade de morder.

- Você não pode – disse outro Comensal – Ela é a protegida do Lorde. Sabe que não pode tocá-la.

- Não vou tirar pedaço – disse ele e depois riu – Mentira! Eu vou sim.

- Eu a levo – disse o Comensal e puxou Hermione de Greyback.

      Ele grunhiu e puxou Harry pelas vestes.

- Vamos leva-los para a casa dos Malfoy. E de lá chamaremos o lorde. – disse Grayback.

 -Veja só que legal Draquinho! – exclamou o Comensal que o segurara – Vai voltar para a casa da mamãe!

- Uma palavra sobre a minha mãe e eu te mato infeliz – respondeu Draco.

      Os Comensais soltaram sonoras gargalhadas e pegando todos os pertences dos Escolhidos, aparataram.


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