Unidos pelo Destino 2 escrita por Camila Dornelles
Desaparataram um pouco distantes da aldeia, e seguiram a pé por uma estradinha. A neve lotava os telhados das casas da aldeia, a estradinha em que iam fez uma curva para a esquerda, e o coração da aldeia, uma pracinha, surgiu aos seus olhos.
A todo redor havia lâmpadas coloridas penduradas, e, no centro, o que lhe pareceu um memorial de guerra, parcialmente sombreado por uma árvore de Natal sacudida pelo vento. Havia diversas lojas, um correio, um bar e uma igrejinha cujos vitrais brilhavam como jóias do lado oposto da praça. A neve ali se compactara: estava dura e escorregadia por onde as pessoas tinham passado o dia todo. Aldeões cruzavam a sua frente em todas as direções, seus vultos brevemente iluminados pelos lampiões de rua. Eles ouviram fragmentos de risos e música pop quando a porta do bar se abriu e fechou; depois ouviram um coral natalino começando a cantar na igreja.
- Gente, acho que é noite de Natal – disse Gina escutando a musica.
- Já é dia vinte e quatro? – perguntou Harry – Sabia que estávamos em Dezembro, mas não que já estávamos no final no mês.
- Olhem – apontou Luna desanimada – É o cemitério. Vamos.
Eles rumaram para a igreja, atrás do terreno, um portão de grades duplo estava no meio de um grande muro de tijolos.
- Parece que é a única entrada – disse Harry se aproximando do portão e vendo um enorme cadeado – Eu posso tentar pular o muro e...
- Por Merlin homem! – exclamou Hermione – Você é ou não é um bruxo?
- O que?... Ah, claro. – ele apontou a varinha para o cadeado – Alohomorra!
Os portões se abriram com um rangido e eles adentraram o cemitério. Draco correu para um grande tumulo com um “S” gravado na enorme pedra de mármore. Hermione correu até ele.
Abraxas Malfoy
“Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso mundo de dementes.”
Draco riu ao ler.
- Senso de humor incrível, ele era demais. – disse Draco – Bem diferente do meu pai.
Ele conjurou uma coroa de flores brancas e depositou ali.
- Hermione! – chamou Gina um pouco mais longe.
- O que? – ela deixou Draco e correu para a ruiva.
- Olha, é a marca do livro de Luna. Aqui diz Ignoto, eu acho...
- Minha mãe – disse Luna ajoelhada no tumulo vizinho ao da marca – Lena Lovegood.
Gina abraçou a loira, enquanto Hermione procurava os pais de Harry, o moreno estava a uns oito túmulos a frente.
- Harry! – exclamou ela – Achei eles!
Ele voltou correndo e olhou a lapide que Hermione apontava.
Tiago Potter
Lílian Potter,
Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.
- Esse não é o lema dos dementadores? – perguntou lendo a frase.
- Não – respondeu Hermione num sussurro – Significa viver além da morte.
- Devemos ir. – disse Gina se aproximando dos dois – Luna e eu vamos a um pequeno armazém que tem ali, aberto e vamos comprar comida.
- Tem galeões na sua bolsa – respondeu Hermione.
As duas pegaram Harry, uma em cada braço, e o arrastaram para fora.
- Draco! – chamou Hermione – Vamos!
O garoto estava a metros de distancia.
- Hermione você tem que ver isso! – ele se virou para ela – É a sua avó!
- O que? – exclamou perplexa.
- Elizabeth Jean Ross – exclamou ele.
- Leve ele – disse a Gina e correu até Draco.
Ao chegar até o loiro, parou estática encarando a lapide a sua frente. Era de mármore, e em letras douradas e garrafais os dizeres:
Elizabeth Jean Ross
“Tudo o que precisamos neste mundo é um pouco de amor, porque o amor é a maior de todas as heranças”
Logo abaixo um desenho de um floco de neve. Hermione sentiu suas pernas vacilarem e caiu de joelhos no chão, seus olhos arderam, e ela soluçou.
Sentiu os braços de Draco a puxarem para cima, e ela o abraçou. Manchando seu casaco de lagrimas.
- Calma, esta tudo bem. – sussurrou ele – Estou aqui.
- E-eu...
- Não fale. Só chore, chorar é bom.
Ele a apertou mais contra seu corpo, quase se fundindo com ela. Queria tomar toda a dor que ela sentia, só para vê-la melhor. Não queria que ela sofresse, mas tinha que mostrar o tumulo a ela. Sentiu que ela ficou mais quieta, e a contra gosto se afastou um pouco e limpou as lagrimas que caiam por suas bochechas rosadas.
- Tudo bem? – perguntou.
- Tu-tudo. – respondeu ela fungando – Obrigada.
- Pelo que?
- Por me mostrar a... Lapide. Eu precisava vê-la. Nem que fosse abaixo da terra.
- Não agradeça. – ele sorriu – Estou aqui pra isso, gatinha.
Ela sorriu fraca.
- Pronta para ir?
- Só, um minuto.
Ela se voltou para a lapide conjurou uma coroa de rosas vermelhas e brancas, e a depositou ali. Passou a mão pelo nome gravado em ouro no mármore, e se virou para Draco respirando fundo.
- Pronto.
Ele passou um braço pelo ombro de Hermione e ela passou o dela por sua cintura. Juntos rumaram rapidamente para o portão, onde Gina, Luna e Harry os esperavam. Ao chegarem ao portão, Hermione deu uma ultima olhada em direção ao tumulo de sua avó.
- Esperem – disse Gina encarando um arbusto – Tem alguém ali.
- Será que é um fantasma? O cemitério é mal assombrado – disse Luna.
- Deve ser um gato. Vamos – disse Harry fechando os portões e trancando-os de novo.
- Vocês já foram ao tal armazém? – perguntou Hermione.
- Ainda não – respondeu Gina, - vamos atrás da Batilda primeiro.
- Vamos à casa da Batilda agora? – perguntou Draco.
- Sim. Mas a onde é? – perguntou Harry a Hermione.
- Não tenho ideia. Mas vamos por ali – ela apontou para uma rua cheia de pequenas casas.
Eles caminharam por algum tempo.
- Olhem! – apontou Luna para uma casa em destroços.
Harry se aproximou da casa rapidamente. Os outros quatro correram até ele.
- Você reconhece? – perguntou Gina.
- Tenho uma vaga lembrança – respondeu ele.
- Olhem tem uma placa. – disse Luna apontando para algo preso ao portão.
Neste local, na noite de 31 de outubro de 1981,
Lílian e Tiago Potter perderam a vida.
Seu filho, Harry, é o único bruxo
a ter sobrevivido à Maldição da Morte.
Esta casa, invisível aos trouxas, foi mantida
em ruínas como um monumento aos Potter
e uma lembrança da violência
Abaixo, vários rabiscos e mensagens de pessoas para Harry.
- Não deviam ter rabiscado – disse Hermione.
- É genial – disse Harry sorrindo.
Um vulto foi se aproximando deles, era meio corcunda e miudinho, a silhueta de uma mulher. Ela se aproximou mais e fez um aceno estranho, como se os estivesse chamando.
- A senhora é Batilda? – perguntou Harry.
A mulher assentiu em silencio. Os cinco rumaram para perto dela. Mas ela, ao ver Draco hesitou. Apontou silenciosamente para Harry e para Hermione.
- Acho que ela quer falar só com o Harry e com a Mione – sussurrou Gina.
- Não mesmo. De jeito nenhum! – anunciou Draco em alto e bom tom.
- Quieto. – sibilou Hermione – Leve Gina e Luna para o armazém. De lá aparatem para o mesmo lugar que aparatamos. Vou com Harry e ela. Nos encontramos lá em... Harry?
- Acho que meia hora basta – disse ele.
- Certo, nos encontramos lá em meia hora.
- Ela não me inspira confiança. – respondeu Draco franzindo a testa.
- Não se preocupe. Vou ficar bem.
- Esqueça, você não vai sozinha. – relutou o loiro.
- Ela não estará sozinha – disse Harry e passou sua mão pela cintura de Hermione.
O queixo de Draco começou a tremer, ele sentiu seu sangue ferver com aquele gesto.
- Nos vemos em meia hora – disse Hermione.
- Cuide-se – ele lhe deu um beijo na testa, os músculos rígidos.
- Eu sempre me cuido – ela disse e se afastou com Harry.
Ainda zangado com o ato de Harry, Draco pegou Luna e Gina pelos cotovelos e as arrastou para longe. As largou minutos depois bufando de raiva.
- O que foi? – perguntou azedo a Luna que o encarava com curiosidade.
- Você esta com ciúmes – disse ela.
Ele encarou os sapatos.
- Não é uma pergunta.
- Você esta gostando dela, não? – perguntou Gina.
- Eu? – indagou assustado – Gostando da Granger? É obvio que não!
Gina e Luna ergueram a sobrancelhas intrigadas e curiosas.
- Draco – disse Luna – O maior cego...
- É aquele que não quer ver – completou ele – eu sei.
- Olhem é ali – apontou Gina para um pequeno armazém com as portas fechadas.
Eles andaram rápido em direção a porta, Gina pois a mão na maçaneta e a forçou.
- Chegamos tarde – constatou.
- Nada que não possamos resolver – disse Draco.
Ele tirou do bolso o canivete que Dumbledore lhe deixara de herança e mal encostou o objeto na fechadura que a porta se abriu silenciosamente.
- Esse é muito melhor do que o do Harry – constatou Gina entrando no local – Lumus!
- Lumus! – disseram Luna e Draco.
Os Luna e Draco pegaram vários pacotes de biscoitos diversos, bolachas, frutas, pão e ovos. Enquanto Gina pegava alguns galeões na bolsinha de contas e os jogava no balcão.
- Vamos? – perguntou Luna fechando sua bolsinha.
Gina assentiu, eles saíram e voltaram a trancar o armazém. Deram as mãos e Luna os aparatou para o mesmo lugar que vieram.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!