Unidos pelo Destino 2 escrita por Camila Dornelles


Capítulo 15
Capítulo 15




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/320622/chapter/15

      Desaparataram um pouco distantes da aldeia, e seguiram a pé por uma estradinha. A neve lotava os telhados das casas da aldeia, a estradinha em que iam fez uma curva para a esquerda, e o coração da aldeia, uma pracinha, surgiu aos seus olhos.

      A todo redor havia lâmpadas coloridas penduradas, e, no centro, o que lhe pareceu um memorial de guerra, parcialmente sombreado por uma árvore de Natal sacudida pelo vento. Havia diversas lojas, um correio, um bar e uma igrejinha cujos vitrais brilhavam como jóias do lado oposto da praça. A neve ali se compactara: estava dura e escorregadia por onde as pessoas tinham passado o dia todo. Aldeões cruzavam a sua frente em todas as direções, seus vultos brevemente iluminados pelos lampiões de rua. Eles ouviram fragmentos de risos e música pop quando a porta do bar se abriu e fechou; depois ouviram um coral natalino começando a cantar na igreja.

- Gente, acho que é noite de Natal – disse Gina escutando a musica.

- Já é dia vinte e quatro? – perguntou Harry – Sabia que estávamos em Dezembro, mas não que já estávamos no final no mês.

- Olhem – apontou Luna desanimada – É o cemitério. Vamos.

      Eles rumaram para a igreja, atrás do terreno, um portão de grades duplo estava no meio de um grande muro de tijolos.

- Parece que é a única entrada – disse Harry se aproximando do portão e vendo um enorme cadeado – Eu posso tentar pular o muro e...

- Por Merlin homem! – exclamou Hermione – Você é ou não é um bruxo?

- O que?... Ah, claro. – ele apontou a varinha para o cadeado – Alohomorra!

      Os portões se abriram com um rangido e eles adentraram o cemitério. Draco correu para um grande tumulo com um “S” gravado na enorme pedra de mármore. Hermione correu até ele.

                        Abraxas Malfoy

“Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso mundo de dementes.”

      Draco riu ao ler.

- Senso de humor incrível, ele era demais. – disse Draco – Bem diferente do meu pai.

      Ele conjurou uma coroa de flores brancas e depositou ali.

- Hermione! – chamou Gina um pouco mais longe.

- O que? – ela deixou Draco e correu para a ruiva.

- Olha, é a marca do livro de Luna. Aqui diz Ignoto, eu acho...

- Minha mãe – disse Luna ajoelhada no tumulo vizinho ao da marca – Lena Lovegood.

      Gina abraçou a loira, enquanto Hermione procurava os pais de Harry, o moreno estava a uns oito túmulos a frente.

- Harry! – exclamou ela – Achei eles!

      Ele voltou correndo e olhou a lapide que Hermione apontava.

Tiago Potter

Lílian Potter,

Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.

- Esse não é o lema dos dementadores? – perguntou lendo a frase.

- Não – respondeu Hermione num sussurro – Significa viver além da morte.

- Devemos ir. – disse Gina se aproximando dos dois – Luna e eu vamos a um pequeno armazém que tem ali, aberto e vamos comprar comida.

- Tem galeões na sua bolsa – respondeu Hermione.

      As duas pegaram Harry, uma em cada braço, e o arrastaram para fora.

- Draco! – chamou Hermione – Vamos!

      O garoto estava a metros de distancia.

- Hermione você tem que ver isso! – ele se virou para ela – É a sua avó!

- O que? – exclamou perplexa.

- Elizabeth Jean Ross – exclamou ele.

- Leve ele – disse a Gina e correu até Draco.

      Ao chegar até o loiro, parou estática encarando a lapide a sua frente. Era de mármore, e em letras douradas e garrafais os dizeres:

                  Elizabeth Jean Ross

“Tudo o que precisamos neste mundo é um pouco de amor, porque o amor é a maior de todas as heranças”

      Logo abaixo um desenho de um floco de neve. Hermione sentiu suas pernas vacilarem e caiu de joelhos no chão, seus olhos arderam, e ela soluçou.

      Sentiu os braços de Draco a puxarem para cima, e ela o abraçou. Manchando seu casaco de lagrimas.

- Calma, esta tudo bem. – sussurrou ele – Estou aqui.

- E-eu...

- Não fale. Só chore, chorar é bom.

      Ele a apertou mais contra seu corpo, quase se fundindo com ela. Queria tomar toda a dor que ela sentia, só para vê-la melhor. Não queria que ela sofresse, mas tinha que mostrar o tumulo a ela. Sentiu que ela ficou mais quieta, e a contra gosto se afastou um pouco e limpou as lagrimas que caiam por suas bochechas rosadas.

- Tudo bem? – perguntou.

- Tu-tudo. – respondeu ela fungando – Obrigada.

- Pelo que?

- Por me mostrar a... Lapide. Eu precisava vê-la. Nem que fosse abaixo da terra.

- Não agradeça. – ele sorriu – Estou aqui pra isso, gatinha.

      Ela sorriu fraca.

- Pronta para ir?

- Só, um minuto.

      Ela se voltou para a lapide conjurou uma coroa de rosas vermelhas e brancas, e a depositou ali. Passou a mão pelo nome gravado em ouro no mármore, e se virou para Draco respirando fundo.

- Pronto.

      Ele passou um braço pelo ombro de Hermione e ela passou o dela por sua cintura. Juntos rumaram rapidamente para o portão, onde Gina, Luna e Harry os esperavam.  Ao chegarem ao portão, Hermione deu uma ultima olhada em direção ao tumulo de sua avó.

- Esperem – disse Gina encarando um arbusto – Tem alguém ali.

- Será que é um fantasma? O cemitério é mal assombrado – disse Luna.

- Deve ser um gato. Vamos – disse Harry fechando os portões e trancando-os de novo.

- Vocês já foram ao tal armazém? – perguntou Hermione.

- Ainda não – respondeu Gina, - vamos atrás da Batilda primeiro.

- Vamos à casa da Batilda agora? – perguntou Draco.

- Sim. Mas a onde é? – perguntou Harry a Hermione.

- Não tenho ideia. Mas vamos por ali – ela apontou para uma rua cheia de pequenas casas.

      Eles caminharam por algum tempo.

- Olhem! – apontou Luna para uma casa em destroços.

      Harry se aproximou da casa rapidamente. Os outros quatro correram até ele.

- Você reconhece? – perguntou Gina.

- Tenho uma vaga lembrança – respondeu ele.

- Olhem tem uma placa. – disse Luna apontando para algo preso ao portão.

Neste local, na noite de 31 de outubro de 1981,

Lílian e Tiago Potter perderam a vida.

Seu filho, Harry, é o único bruxo

a ter sobrevivido à Maldição da Morte.

Esta casa, invisível aos trouxas, foi mantida

em ruínas como um monumento aos Potter

e uma lembrança da violência

      Abaixo, vários rabiscos e mensagens de pessoas para Harry.

- Não deviam ter rabiscado – disse Hermione.

- É genial – disse Harry sorrindo.

      Um vulto foi se aproximando deles, era meio corcunda e miudinho, a silhueta de uma mulher. Ela se aproximou mais e fez um aceno estranho, como se os  estivesse chamando.

- A senhora é Batilda? – perguntou Harry.

      A mulher assentiu em silencio. Os cinco rumaram para perto dela. Mas ela, ao ver Draco hesitou. Apontou silenciosamente para Harry e para Hermione.

- Acho que ela quer falar só com o Harry e com a Mione – sussurrou Gina.

- Não mesmo. De jeito nenhum! – anunciou Draco em alto e bom tom.

- Quieto. – sibilou Hermione – Leve Gina e Luna para o armazém. De lá aparatem para o mesmo lugar que aparatamos. Vou com Harry e ela. Nos encontramos lá em... Harry?

- Acho que meia hora basta – disse ele.

- Certo, nos encontramos lá em meia hora.

- Ela não me inspira confiança. – respondeu Draco franzindo a testa.

- Não se preocupe. Vou ficar bem.

- Esqueça, você não vai sozinha. – relutou o loiro.

- Ela não estará sozinha – disse Harry e passou sua mão pela cintura de Hermione.

      O queixo de Draco começou a tremer, ele sentiu seu sangue ferver com aquele gesto.

- Nos vemos em meia hora – disse Hermione.

- Cuide-se – ele lhe deu um beijo na testa, os músculos rígidos.

- Eu sempre me cuido – ela disse e se afastou com Harry.

      Ainda zangado com o ato de Harry, Draco pegou Luna e Gina pelos cotovelos e as arrastou para longe. As largou minutos depois bufando de raiva.

- O que foi? – perguntou azedo a Luna que o encarava com curiosidade.

- Você esta com ciúmes – disse ela.

      Ele encarou os sapatos.

- Não é uma pergunta.

- Você esta gostando dela, não? – perguntou Gina.

- Eu? – indagou assustado – Gostando da Granger? É obvio que não!

      Gina e Luna ergueram a sobrancelhas intrigadas e curiosas.

- Draco – disse Luna – O maior cego...

- É aquele que não quer ver – completou ele – eu sei.

- Olhem é ali – apontou Gina para um pequeno armazém com as portas fechadas.

      Eles andaram rápido em direção a porta, Gina pois a mão na maçaneta e a forçou.

- Chegamos tarde – constatou.

- Nada que não possamos resolver – disse Draco.

      Ele tirou do bolso o canivete que Dumbledore lhe deixara de herança e mal encostou o objeto na fechadura que a porta se abriu silenciosamente.

- Esse é muito melhor do que o do Harry – constatou Gina entrando no local – Lumus!

- Lumus! – disseram Luna e Draco.

      Os Luna e Draco pegaram vários pacotes de biscoitos diversos, bolachas, frutas, pão e ovos. Enquanto Gina pegava alguns galeões na bolsinha de contas e os jogava no balcão.

- Vamos? – perguntou Luna fechando sua bolsinha.

      Gina assentiu, eles saíram e voltaram a trancar o armazém. Deram as mãos e Luna os aparatou para o mesmo lugar que vieram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unidos pelo Destino 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.