Entre Anjos E Demônios escrita por Nubia


Capítulo 13
um assassinato inesperado


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, eu estou muito feliz, recebi a minha primeira recomendação. (dando pulinhos de alegria aqui) AAAAAAHHHHHHHH. e quero agradecer a Lê Zanolla por tal feito. e tbm quero agradecer a wolfblack por ter sido a primeira a comentar no capitulo anterior. obrigada mesmo. eu não me importaria de receber mais algumas recomendaçoes, pensem no assunto.



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Camila passou a noite em claro, lembrando de todas suas visões. Tudo isso tinha que parar, e para o próprio bem dela mesma.

--O que foi?—Camila acordou assustada ao sentir alguém a cutucar.

--Calma—Disse Bruna—É melhor você ir se arrumar, se não quiser perder o café da manhã—Bruna falou saindo do quarto.

Quando Camila chegou ao refeitório atrasada, a primeira pessoa que viu foi o David. Ela não iria conseguir encara-lo agora que sabe toda a verdade. Quer dizer, quase toda a verdade. Camila se sentou em outra mesa vazia, e mesmo com a sua bandeja cheia de alimento, não conseguiu tomar seu café. Parecia que tinha um nó na sua garganta que não deixava a comida passar.

--Posso mim sentar aqui?—Marcos perguntou ao lado de Camila.

--Claro—Ela respondeu e forçou um sorriso.

--O que está fazendo sentada aqui sozinha?—Ele perguntou curioso ao se sentar ao lado dela e acariciando a bochecha dela.

--Não estou muito a fim de falar com certas pessoas—Camila respondeu deitando sua cabeça no ombro de Marcos.

--Aconteceu alguma coisa errada?—Ele perguntou olhando para a mesa onde estava o grupo de David—Você discutiu com alguém?

--Não foi nada, eu que acordei com o pé esquerdo hoje—Disfarçou Camila, dando um selinho em marcos que logo esqueceu do que se tratava o assunto..

Quando ela se afastou, olhou para mesa onde seus amigos estavam sentados e viu David se levantar e andar na sua direção. Sabia que ele estava indo fala com ela para perguntar qual era o interesse dela por sua familia. É muito obvio que Bruna deu com a língua nos dentes.

--Ham... Marcos, a gente se fala depois. Está bom? Tchau—Camila disse se levantando e saindo dali o mais rápido que pode.

Camila não foi a nenhuma aula e evitou a todos durante o dia todo. Ela ficou no quarto sozinha se lamentando. Não queria ter essas visões, ainda mais que fossem tragédias de outras famílias. Ela pensou no que fazer para que suas visões sumissem de uma vez por todas, e que nunca mais voltassem. Já era difícil ser uma adolescente órfã e ter sido criada por sua tia, quase ter sido morta por um namorado psicopata e ainda morar em um colégio interno. Ela só queria ser uma garota normal.

--Camila, acorde filha—Disse uma mulher com a voz reconfortante aos ouvidos de Camila.

Camila lentamente levantou suas pálpebras, uma mulher com um vestido longo e branco, com o cabelo esvoaçante estava em pé ao lado de sua cama.

--Mãe?—Camila perguntou sem acreditar no que estava vendo. Aquela mulher em pé ali, era idêntica a sua mãe. Que Camila só conheceu por fotos e vídeos—O que faz aqui?—Perguntou ao se sentar na cama.

--Minha filha—Disse a mulher sorrindo. Ela abriu os braços para Camila, que se levantou num pulo e a abraçou.

--Mãe, não sei o que fazer—Disse Camila chorando.

--Você possui um dom que lhe fora dado de presente. Não tem porque querer se desfazer dele—Falou a mãe de Camila, escovando o cabelo da filha com os dedos.

--Eu não pedir por tudo isso—Camila disse com o rosto enterrado no ombro de sua mãe—Só quero ter uma vida normal.

A mulher de branco empurrou de leve os ombros de Camila para olha-la, ela acariciou o seu rosto e a olhou docemente.

--Filha, seu dom não é uma desgraça e sim uma benção. Tente ver o lado bom dele—Falou a mulher.

Camila colocou seu rosto contra o peito da mulher de branco novamente.

--E o que há de bom em ver as desgraças de outras pessoas?—Camila perguntou pensando no sofrimento nos rostos das pessoas em suas visões--É angustiante ver o sofrimento dos outros como se fossem meus sentimentos. E ainda devo considerar isso uma coisa boa?—Camila perguntou sarcástica.

--É claro que não. Você tem que tentar entender suas visões—Explicou a mulher amavelmente—Elas podem revelar muitas verdades que foram escondidas e que não tiveram chances de serem contadas.

--Que verdades?—Camila perguntou não entendendo nada do que sua mãe falava.

--Não tenha medo—A mulher beijou o topo da cabeça de Camila e sua imagem foi desaparecendo—Lembre-se de quem você é—Disse a mulher—Tudo que você procura e precisa esta bem aqui, basta procurar nos lugares certos—Completou a mulher sorrindo.

--Mãe, espere. Não vá agora, por favor—Camila implorou.

A imagem da mulher sorriu e desaparecendo por completo, deixando Camila sozinha no quarto escuro.

--Falar é sempre facil—Camila murmurou sozinha.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Duas semanas haviam se passado desde que sonhará com sua mãe. E nesses 14 dias, Camila não teve nenhuma visão do passado de alguém. Duas semanas normais, sendo uma garota normal como qualquer outra garota da escola.

--Bom dia pessoal—Disse a professora nova ao entrar na sala—Eu sou a prof. Debora, estarei substituindo o prof. Alexandre por algumas semanas até que ele possa retomar com as aulas. Pode falar—Uma aluna levantou a mão.

--O que aconteceu com o prof. Alexandre?—Jessica perguntou.

--Ele tirou uma licença por problemas de saúde, não é nada grave não se preocupem. Ele me recomendou pessoalmente para dá aulas a vocês.

Enquanto a professora explicava a matéria, a visão de Camila ficou embaçada. Tudo a sua volta rodava. Ela fechou os olhos e os apertou tentando ver melhor. Quando os abriu, estava em um quarto escuro e em pé em um canto. Camila olhou em volta, e viu que um homem dormia tranquilamente em uma cama de casal, se aproximou sem fazer barulho da cama. Ela estava na casa do prof. Alexandre. Era ele quem dormia profundamente.

´´O que vai acontecer?`` Camilla perguntou-se. Ela ouviu um barulho bem baixo e viu que a janela do quarto começou a abrir sozinha, um homem alto entrou e depois uma mulher, era a Ana.

--Temos que ser rápidos—Ela disse alto sem se preocupar se acordaria o professor ou não.

Alexandre acordou ao ouvir uma voz que por muito tempo, o infernizará e os viu. E em sua mão ele criou uma bola de fogo que tinha a cor cinza e jogou primeiro no homem, que pegou a bola de fogo e a fez explodir em sua mão. Anna abriu a boca e deu um que parecia ser um grito mas nenhum som saia de sua boca, Alexandre tampou os ouvidos com as mãos e Camila fez o mesmo. O grito sem som era insuportável, fazendo a cabeça de Camila doer com o zumbido em seus ouvidos.

--Já chega—Disse o homem. Ele não parecia ter sido afetado.

Ele caminhou até Alexandre que se contorcia em cima da cama e o amarrou com uma corda de cor azul que brilhava na penumbra do escuro do quarto.

--Você tem duas opções—Disse o homem com a voz baixa e ameaçadora--Você faz tudo que lhe pedimos sem reagir ou iremos obriga-lo a obedecer—Alexandre olhou para a face do homem com os olhos em fúria—E tenha certeza que não vou ser nada gentil.

--Faça o que quiser, não vou ajuda-lo caio—Alexandre falou por entre os dentes trincados.

Camila arregalou os olhos ao ouvir aquele nome.

--Já esperava por isso—Caio disse rindo sombriamente—Anna, é com você.

O rosto de Ana iluminou-se num largo sorriso diabólico. Ela sentou na cama e ficou olhando o para Alexandre.

--Você devia ter escolhido a primeira opção—Anna disse ainda sorrindo.

Caio abriu a boca do Alexandre e Ana se aproximou e abriu sua boca também ficando a uma curta distancia do rosto de Alexandre.

Da boca do prof. uma luz verde florescente saia e foi para a boca da Ana. Quando terminaram o prof. tentou falar mais nenhum som saia de sua boca. Anna roubou a voz dele.

--Já sabe o que fazer—Disse caio entregando o telefone sem fio para Ana, que pegou o telefone e discou um numero.

--Alô?—Anna falou, mais a voz era do prof.—Gostaria de falar com a diretora—Ela esperou algum tempo--Irmã, não poderei ir dá aula amanhã e nem nas semanas seguintes, estou doente—Anna esperou e ouviu o que Amélia falava—Não se preocupe, a minha amiga Debora pode me substituir. Ela é de confiança, está a par de tudo... Ela é como se fosse minha prima... Muito obrigada, tchau—Ela desligou o telefone com um sorriso no rosto.

--Você irá conseguir se passar por ela?—Caio perguntou com as sobrancelhas unidas

--Convivi com a Debora por muito tempo, não será difícil para mim imitar aquela garota irritante—Respondeu Anna claramente com desgosto—O que vamos fazer com ele?

Caio olhou para o prof. e depois se virou para Ana.

--Faça com ele o que quiser. É todo seu—Respondeu caio friamente.

Caio saiu pela janela, deixando Ana e o prof. sozinhos. O sorriso que Ana possuía em seu rosto, parecia que ia rasga-lo a qualquer momento de tão largo que estava. Anna tirou da bolsa um punhal dourado e ficou girando-o no ar enquanto olhava fixamente para o prof. o tempo todo.

--A vingança tarde mais não falha—Falou Anna—A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena—Recitou Ana rindo com gosto.

Ela o olhou por mais algum tempo e depois ergueu o punhal dourado no ar.

--Vocês irão perder, e quando isso acontecer não queria estar do lado errado—Falou Alexandre com a voz recuperada—Vocês nunca vão conseguir encontrá-la.

--Não estou nenhum pouco interessada no que você pensa e nesse seu papo de me redimir—Falou Ana ainda sorrindo.

Ela andou até a cama sentando nas pernas de Alexandre, cravando o punhal em seu peito e o girou e o puxou para baixo, rasgando seu peito. Alexandre gritou de dor.

--Isso é musica para meus ouvidos, não sabe o quanto esperei por esse momento—Declarou Ana o esfaqueando novamente.

Camila na mesma hora começou a sentir uma dor muito forte em seu peito, Ana o esfaqueava repetidamente. Camila estava sentindo a dor dele como se ela estivesse em seu lugar. A imagem embaçou a sua volta, ela fechou os olhos e quando os abriu estava do lado de fora da escola. Ana e caio estavam dentro de um carro preto.

--Tem certeza que vai conseguir?—Perguntou caio preocupado.

--Você vá me viu fracassar alguma vez?—Perguntou Ana um pouco ofendida—Passarei as informações assim que puder.

Anna saiu do carro e entrou na escola depois de atravessar o portão. Caio de dentro do carro olhou para o lugar onde Camila estava em pé e a encarou. Parecia que sabia que ela estava ali. Camila se sentiu mal ao ver aqueles olhos pretos. Tudo que ela via naqueles olhos, eram maldades.

--Srta. Camila? Sabe a respostas? Srta.?—Chamou a professora tentando obter atenção de Camila.

Camila ofegante olhou em volta estava, estava de volta a sala de aula e a impostora estava em pé a encarando. O nariz de Camila começou a sangrar, a prof. Debora pegou um lenço e tentou limpar o rosto de Camila, que ao sentir seu toque a empurrou a mão dela para longe.

--Fique longe de mim—Camila levantou-se da cadeira a derrubando. Todos a olharam espantados.

--A Srta. Não está bem—Disse a prof.

--Estou bem o suficiente, obrigada—Camila falou mais calma. Ela não podia deixar transparecer que sabia de alguma coisa.

Camila sentiu seus pulmões sendo apertados e ficou com falta de ar e caiu sentada no chão. A prof. foi socorre-la

--Você não está bem?—Ela perguntou.

--E-eu disse para não tocar em mim—Camila a afastou novamente, e nisso tudo ficou preto até que não enxergava e não escutava nada. Mas nada além da escuridão.

(...)

--Camila? Está mim ouvindo?—Perguntou a enfermeira.

Camila não conseguia abrir os olhos completamente, estavam tão pesados. Tudo que via era uma imagem distorcida de alguém a sua frente. Depois de algum tempo Camila acordou completamente e olhou em volta.

--Onde estou?—Perguntou sem saber ao certo com quem estava falando.

--Você está na enfermaria da escola—Ela olhou para ver quem tinha respondido. Era o marcos e ao seu lado estava a Bruna.

--o que estou fazendo aqui?—Ela estava confusa.

--Você teve um ataque de pânico na aula e desmaiou. Não se lembra?—Disse Bruna.

Então Camila lembrou-se de tudo, e de sua visão.

--Tenho que falar com a diretora—Ela falou e se levantou, mais ficou tonta e caiu no chão. Marcos a pegou no colo e a colocou deitada na cama—Não tenho que...

--Você não está bem, tem que repousar--Marcos a interrompeu.

--Ha quanto tempo estou aqui?—Perguntou Camila com a voz fraca.

--Está aqui desde ontem de manhã, você dormiu o tempo todo—Bruna respondeu—Fizeram exames, miguem soube dizer o que você tem.

Mas Camila sabia exatamente o que a deixou nesse estado, ela nunca havia sentido a dor fisicamente de outra pessoa em suas visões. Por que começar a sentir agora? Ela tinha que fazer alguma coisa, não podia deixar dois assassinos empuni. Mais quem acreditaria nela? Se fosse contar o que sabia... Também teria que contar seu segredo mas profundo, que só duas pessoas sabia. Tem que haver outra maneira de fazer justiça, e rápido.

Depois de passar por mais exames feitos pela enfermeira, constataram que Camila estava melhor. Mas ela não conseguia esquecer a dor que havia sentido, foi real demais para ela.

--Com licença—Alguém bateu na porta—Podemos entrar?—Era a diretora.

--Claro—Disse Camila.

A diretora entrou no quarto mais não estava sozinha, a ´´professora Debora`` estava com ela. Camila sentiu um calafrio de medo subindo por todo o seu corpo.

--Viemos para ver se está melhor, estávamos preocupadas. Principalmente a prof. Debora.—Falou a diretora com um sorriso sincero. Ela imaginava sua filha passando por uma situações dessas.

--Não gosto de ver alunos meus passando mal. Os alunos para mim é como se fosse filhos meus, e como toda mãe, não gosta quando os filhos passam mal—Disse a professora fingindo esta preocupada.

--Obrigada por se preocuparem comigo—Disse Camila forçando um sorrio—Quero aproveitar a oportunidade para pedir desculpas para a senhora, a tratei muito mal, e só estava tentando-me ajudar—Camila fingiu-se de arrependida—Estava fora de mim.

--Não tem problema, eu entendo. Você estava doente, e as pessoas fazem e falam coisas erradas quando ficam assim—Disse a prof.

--Vamos deixar você descansar agora. Poderá voltar para os dormitórios amanhã, se estiver se sentindo melhor—Disse a diretora.

Quando as duas saíram do quarto, Camila sentia-se enojada consigo mesma por ter se omitido perante aquela situação. Mas não podia fazer nada por simples impulso e dizer a verdade, ela fez isso antes e as coisas acabaram muito mal, ela quase foi morta e seu namorado preso por tentativa de homicídio. Desça vez faria diferente.

Camila ficou decepcionada quando não recebeu nenhuma noticia preocupada de sua tia. Ela achou tudo aquilo muito estranho.

--Oi Camila—Disse David ao ver Camila entrar na sala de aula—Estar se sentindo melhor?

--Estou, obrigada por perguntar.

--Você teve um ataque de pânico quando a prof. tentou tocar em você. Parecia que sabia de alguma coisa ruim sobre ela—David observou.

--Ham...—Camila limpou a garganta desconfortável—Entrei em choque quando notei que eu sangrava pelo nariz. Isso nunca aconteceu, só fiquei assustada—Ela mentiu mais uma vez.

--É normal se assustar com essas coisas—Ele disse—Espero que não aconteça mais isso. Você deixou muita gente assustada naquele dia.

--Eu também espero que não—Camila falou dando duplo sentido a sua frase—Vou sentar no meu lugar—Camila falou sorrindo ao ver Marcos.

Camila mal conseguiu assistir a aula da impostora, olhar para a prima da diretora a fazia se lembrar de tudo. Seu estomago se embrulhava ao se lembrar do corpo do professor. Tinha que fazer alguma, ver se sua visão era verdade.

Na hora do almoço, Camila esperou que todos os professores saíssem da sala de professores e entrou na sala e procurou o endereço do prof. Alexandre. Procurou até que achou o endereço, agora teria que arranjar um jeito para ir visita-lo. E sabia a quem pedir ajuda.

Camila caminhou até o ginásio, onde o treinador estava gritando e repreendendo os alunos que estavam dentro da piscina.

--Como esperam vencer, quando brigam entre si? Todos tem de se unir contra os outros competidores e não com membros da mesma equipe. Agora por culpa de dois de vocês, todos estarão com as permissões suspensas para irem a cidade por duas semanas—Disse o treinador sobre a queixa dos alunos—Intervalo de quinze minutos.

Os meninos saíram de dentro da piscina e foram se secar. Camila andou até o marcos que estava no bebedouro.

--Oi--Ela disse parando atrás dele.

--Oi—Marcos a abraçou com o corpo molhado—Desculpe-me.

--Estava mesmo com calor—Camila se sentiu envergonhada na mesma hora que se deu conta do que havia acabado de dizer—Ham... Marcos, quero te pedir um favor.

--Claro, o que foi?—Marcos falou a ouvindo com atenção.

--Preciso que me leve a esse endereço—Ela entregou o papel para ele—Você pode?

--Claro—Marcos disse—Mas o que pretende fazer na casa do prof. Alexandre?—Ele perguntou a ela.

--É que eu quero ver se está tudo bem mesmo com ele—O que era verdade—Ele sempre nos ajuda quando precisamos e eu também quero ajuda-lo—Outra verdade.

--Podemos ir, se você não se importar de faltar algumas aulas—Marcos falou.

--Por mim tudo bem—Ela deu de ombros.

--Mas você se sente bem para ir? São uma hora e meia daqui até a casa do professora—Perguntou marcos preocupado. Camila havia passado por muitas coisas.

--Estou bem. Mesmo—Mentiu.

--Então, encontre-me no portão do fundo na terceira aula—Marcos recomendou a beijando rápido.

Camila fez exatamente o que ele pediu. No intervalo entre a terceira e quarta aula, foi para portão dos fundos. Marcos estava sentado no chão vestido no uniforme e se levantou quando a viu, entraram no barracão, passaram pela passagem secreta do marcos e entraram no carro.

Meia hora depois eles já estavam longe da escola, os dois não falaram nada nesse tempo.

--Como você sabia que era o endereço era do prof. Alexandre?—Ela perguntou.

--Ano passado ele promoveu uma festa beneficente na casa dele e chamou os alunos para participarem e ajudar. Ele doou o dinheiro todo para um orfanato carente. Ele é um bom homem—Explicou marcos.

Uma hora depois chegaram à casa do prof. Eles desceram do carro e Camila tocou a campainha e nada. Uma segunda vez, três, quatro e cinco vezes ninguém respondeu.

--Talvez não esteja em casa. Vamos voltar amanhã—Falou marcos a puxando pelo braço.

--Tenho de vê-lo hoje—Disse Camila impaciente.

Ela bateu na porta e nada. Camila girou a maçaneta da porta e então abriu a porta, ela ia entrar quando o marcos a impediu a puxando pelo braço.

--Não pode entrar na casa dos outros assim. É invasão de domicilio—Alertou marcos.

--A porta estava aberta, então não conta como invasão—Camila falou dando de ombros e entrou.

Camila verificou todo o andar de baixo com marcos em seu calcanhar, não tinha ninguém além deles. E começou a subir a escada, olhou no primeiro quarto, no segundo, quando abriu a porta do terceiro quarto ela não conseguia acreditar no que estava vendo, o corpo do professor estava ainda amarrado com a corda azul. Seu peito estava e seus órgãos tinham sido arrancados deixando a mostra seus ossos e o punhal cravado entre eles. Camila não conseguia reagir, o quarto chão do quarto estava coberto de sangue e o cheiro era insuportável. Mas o que se seguiu foi pior. O punhal passou a brilhar, quando Camila se deu conta, estava suja com os pedaços do corpo de Alexandre que explodiu sujando também as paredes brancas.

Camila gritou apavorada pela cena que via, vários pedaços do corpo espalhado. Marcos subiu a escada correndo e foi ao encontro de Camila vendo suas roupas suja de sangue.

--Camila o que foi? Você está bem? Onde se feriu?—Ele perguntou assustado a examinando em busca de ferimentos.

Camila ainda apavorada apontou para dentro do quarto, marcos seguiu o seu dedo para ver o que ela estava apontando e ele viu o quarto do professor cheio de sangue e pedaços de um corpo. Ele a abraçou e pressionou a cabeça de Camila contra seu peito que chorava compulsivamente. Ana havia mesmo matado o prof.

(...)

--O que vocês faziam invadindo a casa do professor?—Perguntou o delegado para os dois. Marcos ligou para a policia a pedido de Camila e foram levados para a delegacia.

--Queríamos ver se ele estava bem—Disse Camila que ainda estava chorava mais controlada.

--Como assim?—Disse o delegado.

--O professor Alexandre tirou uma licença medica e queríamos ver se ele precisava de alguma coisa. Todos na escola gostam muito dele—Respondeu marcos apertando a mão de Camila—Quando chegamos à porta da frente estava aberta e entramos, quando Camila subiu para ver se tinha alguém nos quartos ela o achou—Marcos olhou para a janela de vidro da sala—Estamos ferrados—Ele falou ao ver a diretora e a prof. Debora entrarem na sala.

--Oh meu deus! Vocês estão bem?—A diretora perguntou para os dois, e viu que Camila estava suja de sangue. Por algum motivo, aquilo fez seu coração aperta-se em seu peito—Saibam que estão muito encrencados—Disse em seguida—O que eles aprontaram delegado?

--Não foi por eles que a chamei, senhora—Disse o delegado—Eu a chamei por causa do que eles acharam—Continuou—Acharam o corpo do prof. Alexandre Quintanilha. Aqui diz que ele lecionava na sua escola.

A diretora não acreditou na noticia, ela sentou-se no chão imediatamente. Suas pernas pareciam não aguentar o peso de seu corpo.

--Ha quanto tempo ele morreu?—Amélia perguntou ainda incrédula.

--A pericia disse que, provavelmente está morto há três dias. A causa da morte foi esfaqueamento, pelo relato dessa jovem. Mas teve o corpo explodido na verdade—Disse o delegado achando tudo àquilo sem pé e sem cabeça—A senhora sabe se ele tinha algum inimigo ou algum aluno que ele deixou irritado?

--Não—Amélia disse—Todos o respeitavam muito, até mesmo os meus alunos mais rebeldes.

--Achamos que é um caso de vingança. Não há sinais de arrombamento, ou de que alguma coisa foi roubada. O cofre está intacto, com todos os pertences do professor—Falou o delegado.

Camila estava de cabeça abaixada, sabia o que tinha acontecido e quem o matou. Ela levantou a cabeça com um impulso de falar quem era o responsável e viu a prof. Debora ao lado do delegado que chorava pela a morte do prof. Camila sentiu-se enojada ao ver aquela mulher. Camila se levantou quase que num pulo pelo impulso de falar.

--Eu sei quem...—Ela ia contar tudo para o delegado. Mas pensou melhor, quem iria acreditar nela? Se contasse como sabia sobre o assassinato todos achariam que estava louca—Eu sei que quem fez isso deve pagar e ser punido por isso—Disse olhando fixamente para a prof. Debora.

--Vamos acha-lo e ele pagará pelo seu crime—Disse o delegado convicto.

--Obrigada por ter me chamado delegado—Ela apertou a mão dele—Temos que voltar para a escola agora. Vocês dois me esperem dentro do carro, enquanto assino os papeis—Ordenou a diretora já recomposta.

Camila estava sentada no banco de trás do quarto abraçada a marcos. Seu choro havia cessado, seus olhos molhados a incomodava.

--Desculpe-me por ter pedido que me levasse à casa do prof., agora está encrencado por minha culpa—Camila falou agarrando-se mais forte a marcos.

--Não foi sua culpa. Você não tinha como saber o que iria acontecer—Disse marcos inocentemente sem saber da verdade.

Camila encostou a cabeça no ombro dele e ele a trouxe para mais perto. Ela começou a chorar novamente, queria contar a verdade sobre tudo, mais naquele momento só tinha vontade de chorar.

--Vai ficar tudo bem—Ele tentou consolá-la—Você vai ver.

Nesse momento a porta do carro abriu e a impostora entrou e sentou no banco do passageiro. Camila e marcos se afastaram.

--Vocês estão bem?—Ela perguntou—Acabaram de perder um prof. muito querido por vocês e os outros. Deve ter sido horrível ver aquele corpo em decomposição—Ela disse fingindo tristeza em sua voz.

--A senhora também deve está muito triste—Camila disse a olhando friamente—Acabou de saber que perdeu um amigo. A senhora deve ligar para os pais dele e comunicar a noticia, a senhora já fez isso, não é?—Camila insinuou.

A prof. olhou para Camila desconfiada e depois disfarçou.

--Não. Ainda o não fiz—Ela respondeu—Não é facil dizer para alguém que um parente muito amado morreu.

--Eu sei bem como é—Camila disse secamente.

As duas ficaram em silencio o trajeto todo de volta a escola. Camila e marcos foram para o quarto com o aviso que eram para está na sala da diretora antes da aula começar no dia seguinte.

--Antes de falar qual será o castigo, quero pedir que não contei para ninguém sobre a morte do prof. Alexandre. A temporada de provas começará em três dias e não quero que os alunos tirem notas baixas—Amélia pediu—Agora, espero que tenham um bom motivo para que não recebam suspensão—Disse a diretora séria.

--Antes de mais nada queria dizer que a culpa é toda minha—Camila falou—Eu praticamente obriguei marcos para que me levasse na casa do prof.—Camila disse defendendo marcos.

--O senhor pode ir—Disse Amélia para o marcos.

--Eu...—Marcos contestar, quando Camila apertou seu pulso de leve e olhou para ele, ordenando com o olhar para que ele se calasse—Com licença.

--Agora é com a Srta.—Falou Amélia quando marcos saiu da sala—Para começar, sabe que não tem permissão de sair da escola, mesmo se tivesse avisado a alguém. E por que ir na casa do prof.?

--Eu queria ter certeza de que ele estava bem e se precisava de alguma coisa. Ele sempre foi bom comigo desde que cheguei, não vir problemas em visitá-lo—Camila respondeu nervosamente.

--Foi só isso mesmo? Ou tem mais alguma coisa que eu deva saber?—Insinuou a diretora.

--Não há mais nada para se contar, senhora—Camila disse seria.

--Tudo bem, pode ir agora. Vou liberar você do castigo dessa vez, considerando tudo que passou. Pois sei que foi você que achou o corpo primeiro, mas da proxima vez não serei gentil—Disse Amélia com os olhos ardendo por conta do choro contido.

Camila saiu da sala um pouco aliviada, tudo que menos queria agora era ter que pagar com castigo. Estava andando pelos corredores frio, lembrando da imagem do corpo do professor e todo aquele sangue. Uma cena horrível de se ver e de se lembrar.

--O que ela disse para você?—Marcos perguntou a Camila que levou um susto. Ele a segurou pelos braços, ela estava tremendo—Desculpe, não quis assustar você.

--Não foi nada. Eu estava distraída. Como sempre—Falou Camila respirando fundo.

--Vai ficar de castigo?—Ele perguntou.

--Não. Ela disse que ia liberar desça vez—Camila respondeu se apoiando na parede.

--Obrigada por me ajudar lá, ficaria em apuros com o treinador—Agradeceu marcos com a mão na cintura dela.

--Eu devia a você, por ter me ajudado—Camila falou sorrindo fraco.

Eles sentiram alguém esbarrar neles, era a professora Debora que com o encontro deixou cair seus livros e pastas que carregava.

--Sinto muito, não vir vocês—Ela falou abaixando-se para recolher suas coisas.

Camila e marcos também abaixaram-se para ajudá-la a recolher os livros, quando Camila entregou os livros pra ela, as mãos das duas se tocaram.

--O que você acha? Ela sabe de alguma coisa?—Perguntou caio visivelmente aflito.

Camila estava dentro de um carro no banco de trás, na frente Ana e caio estavam sentados. Que estava estacionado no meio do nada.

--Eu não sei--Respondeu Ana—Ela olha para mim como se soubesse de alguma coisa. Ela parece ter um poder.

--E que poder seria?—Perguntou caio interessado no assunto.

Não havia duvidas, era dela que eles estavam falando.

--Pelo jeito que ela agiu na aula e depois desmaiou, parece que pode ver o passado das pessoas—Respondeu Ana também aflita.

--É isso—Disse Caio dando um murro no volante. Ele ia dizer alguma coisa mais parou e depois se virou para trás e tentou pegá-la pelo pescoço, mas não conseguiu. Camila estava de volta escola em frente à impostora.

--Aqui está professora—Camila tentou disfarçar seu medo. Era segunda vez que aquilo acontecia.

--Obrigada Camila—Falou a professora a olhando assustada.

Ela andou para longe dos dois sem olhar para trás, enquanto Camila a observava-a partir.

Marcos e Camila ficaram sozinhos no corredor, Camila ficou assustada em como o Caio quase havia a segurado pelo pescoço em sua própria visão. Como ele sabia que ela estava ali os observando? Camila sentiu um calafrio subindo por seu corpo, ela cruzou os braços e esfregou-os. Tudo passou do limite. Uma pessoa tinha sido morta.

--Está com frio?—Marcos perguntou. Ele pegou a mão dela e acariciou.

--Um pouco, mais vai passar—Disse sorrindo amarelo—Marcos temos que terminar a nossa lição de casa, que é para entregar depois de amanhã.

--Posso passar no seu quarto mais tarde amanhã. Se você quiser—Disse marcos de cabeça baixa.

--Tudo bem, agora é melhor irmos. Eu preciso de um banho—Camila falou referindo as suas roupas ainda sujas de sangue.

Camila não soube dizer quanto tempo ela ficou em baixo do chuveiro, deixando a água quente relaxasse cada musculo de seu corpo. Agora restava uma duvida: ir embora desse lugar e deixar marcos, ou ficar na escola ao lado de marcos e correr o perigo de acabar também sendo assassinada. Às vezes ela pensava, que seus problemas só se resolveriam com a sua morte. O que estava sendo uma opção tentadora naquele momento. Camila vestiu apenas uma camiseta folgada e deitou na sua cama e não demorou muito, acabou dormindo.

Camila sonhou que estava na sala de uma casa branca, e no lado de fora apareceu um carro cinza de quatro portas. Ela olhou pela janela e viu a diretora e seu marido saindo do carro. A Amélia estava carregando uma criança em seus braços. Era a filha dela, eles entraram e sentaram no sofá com expressões de sofrimento em seus rostos.

--Sei que deve ser de difícil para vocês, mas ela estará segura aqui conosco—Disse uma mulher que estava com o rosto e a voz contorcidos.

--Vamos cuidar dela—Reforçou um homem que também estava o com o rosto e a voz contorcidos—Mandaremos noticias toda semana.

Amélia levantou, estava chorando porque teria que se separar de sua filha.

--Prometo vim buscar você quando for seguro—Ela disse para o bebê que a olhava com os olhos pequenos brilhantes—Estarei sempre cuidando de você até—Amélia falou colocando em volta do pulso da garotinha, uma corrente de ouro—A mamãe te ama—Amélia beijou a testa da criança e a entregou para a mulher com o rosto retorcido e saiu pela porta antes que se arrependesse de ter entregado sua filha. Ela chorava e tentava controlar o choro, fazendo seus pulmões doerem. No lado de fora, ela entrou no carro.

--Vai ficar tudo bem—Disse Carlos tentando acalmá-la quando entrou no carro—Ela estará segura. É isso que importa—Ela não conseguia olha-lo e ele ligou o carro.

Quando Camila acordou, sabia que não tinha sido um sonho. Aquele foi o momento em que a diretora entregou sua filha para o casal de que Úrsula tinha falado para eles. Por que não conseguiu ver o rosto do casal? Alguma coisa estava errada com sua visão.


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Notas finais do capítulo

e então? tentei bastante me empenhar na morte do professor. nos capitulos seguintes, vcs saberão porque ele é importante.
proximo capitulo, acontecerá a primeira vez do nosso casal, esse capitulo não iria fazer parte da historia, mais mudei de ideia. será romantico, mais ao msm tempo selvagem, espero que vcs gostem. ele será postado amanhã a noite. até o proximo capitulo.