Apenas Amor - Romione escrita por Anne Almeida


Capítulo 4
Cinema em Casa




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Já era o segundo dia de Ronald nos Estados Unidos, nova morada de Hermione. Ela aproveitara para tirar suas folgas acumuladas e eles já haviam conversado, visitado pontos turísticos e ido ao cinema, o que mais impressionou o ruivo.

- Nossa! É tão grande! – ele falava surpreso sobre a tela.

- É por isso que os trouxas dizem que ver um filme em casa não é como ver no cinema – falou Hermione rindo dele.

- Podemos vir de novo amanhã?

Hermione deu uma risada sonora.

- Hum... só se você prometer não ficar mais falando durante a sessão, não quero mais levar bronca dos outros.

- Mas é que eu não entendi aquela parte... – justificou-se Rony.

- Já sei! Amanhã assistiremos em casa! Aproveito e te ensino como usar o aparelho de DVD.

- Sério?

- Unhum. Mas eu escolho o filme, fechado?

- Fechado – Rony sorria de orelha a orelha.

Uma oportunidade de finalmente falar o que queria.

No dia seguinte Hermione levou Rony à locadora. Ele olhava todos os títulos, curioso. E quando encontrava um que chamava sua atenção ficava pedindo que Hermione lhe contasse a história. Depois do sexto filme ela já estava cansada.

- E esse aqui? – Ronald mostrava o título de um filme de terror.

- Vamos fazer assim? – disse Hermione sem nem olhar para o DVD – Você vai por esse lado e eu por esse. Nos encontramos no caixa daqui a dez minutos, ok?

- Tá – disse ele já distraído com outro titulo.

Depois dos dez minutos, Hermione esperava por Rony no caixa com um DVD de comédia na mão. O ruivo sumira. Ela começou uma busca pelos corredores e finalmente o viu saindo de uma área reservada com as bochechas e orelhas muito vermelhas. Ela se aproximou.

- Até que enfim te achei!

Rony não respondeu e suas bochechas coraram ainda mais e só então Hermione percebeu a placa com os dizeres: APENAS MAIORES DE 18.

Ela trouxe o olhar da placa de volta para ele, a compreensão se espalhando em sua mente.

- Foi sem querer – explicou ele – Não sabia o que tinha lá.

Hermione o olhou e soube que ele dizia a verdade e então desatou a rir.

Rony olhou para o chão e achou que se não fosse impossível suas bochechas ficariam ainda mais vermelhas. Então olhou para Mione e viu como ela sorria, instantaneamente sentiu vontade de sorrir também.

Era estranho como ela o afetava dessa forma, mas não importava, ele só queria rir também. Sorrir com ela.

Eles ficaram assim por alguns segundos até perceberem que os outros clientes os olhavam curiosos.

- Acho melhor irmos embora – disse ela.

- Mas e o filme?

- Já loquei – ela levantou a sacola que continha o DVD como que para confirmar suas palavras.

Já na casa de Hermione, eles fizeram alguns sanduiches rápido e foram para a pequena sala. Ronald estava ansioso por mexer no aparelho que ficava exposto no cômodo e ainda mais por conversar com ela e lhe dizer finalmente o que sentia.

- Bora Mione! – ele apressava ela, que trazia os copos de suco de laranja – Onde é que eu aperto? – apontava para o aparelho e sorria.

- Calma Ron! Deixa eu terminar de arrumar a comida na mesinha.

- Então deixa que eu te ajudo.

Ele foi para a cozinha e colocou os sanduiches num prato que depois levou a sala antes de Hermione poder dizer algo. Ele colocou tudo organizadamente sobre a mesa e perguntou novamente:

- Onde é que eu aperto?

Hermione apenas o fitava sorrindo e pensando em como sentira saudades daquele ruivo. Ela se sentou no sofá e começou a falar:

- Primeiro você aperta aquele botão vermelho. Assim você o liga.

Rony obedeceu e viu uma pequena luzinha se acender. Sorriu.

- Agora aquele botãozinho quadrado. Para abrir.

Rony obedeceu novamente e a bandeja deslizou para fora o deixando surpreso.

- Põe o DVD.

Ele colocou o disco depois de uma pequena luta contra a embalagem do mesmo e apertou novamente o mesmo botão convencido por entender a logica do eletrônico.

- Agora é só apertar o botão play e deixar rolar – disse Hermione apontando para o espaço vago ao seu lado no sofá.

Rony não pensou duas vezes antes de ocupar o espaço vago. Mas ele era grande e o sofá de Mione pequeno demais para os dois. Era o que possuía apenas dois lugares e ele ocupava mais de um. Seu braço esquerdo ficava pressionado contra o direito dela.

Ele sentiu seu coração acelerar ao contato da pele macia dela e então percebeu que ela também sentira o contato, pois tirara o olhar da televisão e agora olhava para ele.

Seus olhos não o afastavam, mas mostravam curiosidade. Ele não resistiu e passou o braço sobre os ombros dela, a abraçando com força. Ela se aconchegou sobre o braço dele formando um encaixe confortável para ambos.

- Eu realmente senti sua falta – disse ele pra ela sabendo que aquela era sua chance.

- Eu também, principalmente de brigar com você – ela falou baixinho, mas ele pode perceber que ela sorria.

Ele sorriu também e a frase se formou em sua mente:

EU TE AMO MIONE.

Ele tentou faze-la sair, mas muitos pensamentos surgiram juntos:

ELA NÃO TE AMA WEASLEY!

QUEM AMARIA?

 A GUERRA ACABOU. ELA NÃO PRECISA MAIS TE ATURAR!

NEM AGUENTAR SUAS IDIOTICES!

VOCÊ É UM BOBO!

Ronald sentiu seus dentes se trancarem com força e apenas o silencio fluir entre ele e Mione. Ela permaneceu aconchegada junto a ele, os únicos movimentos sendo causados pela respiração de ambos.

E ele percebeu que o momento passara junto com seu breve acesso de coragem. Agora só restava assistir ao filme que com certeza já não lhe teria a menor graça.

E assim a sua tentativa falhara.


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