Mimí e Theo estavam embaixo da Colina de neve, estavam tomando chá com chocolate e estavam sentados na neve.

Mimí e Theo estavam saindo desde a floresta negra, os dois se sentiram atraídos um pelo outro, mas ninguém os conseguia diferenciar de apenas amigos.

Eles conversavam e saiam bastante, mas nunca teve nenhum beijo ou abraço nem nada. Os dois pareciam querer se conhecer mais e tal, mas nunca andavam em frente. Mimí achava Theo muito bonito e Theo achava Mimí muito bonita, mas faltava algo nela que Theo sabia que o deixaria mais feliz ele não sabia o que era.

Mimí não estava mais assumindo sua forma de coelhinha do sol, ela achava que uma forma humana seria melhor para conviver com humanos, principalmente Theo já que ele era humano.

Mimí queria namorar Theo, queria beijá-lo como uma pessoa normal, passear, andar de mãos dadas, mas tudo que os dois conseguiam eram conversas e mais conversas, os dois já sabiam praticamente tudo um do outro, e agora estava faltando assunto.

– Então sabe, eu quase ia me casando com o Pedro – riu Mimí.

Theo forçou um sorriso gentil.

– Eu já te contei isso? – perguntou Mimí.

– Seis vezes, mas tudo bem eu gosto de ouvir – disse Theo.

Os dois passaram dois minutos olhando pro nada.

– Como foi mesmo que você arrumou sua espada? – perguntou Theo.

– Eu já te contei sete vezes – disse Mimí, estava realmente cansada de contar a história da espada.

– Ah é, eu tinha esquecido – disse Theo tomando um gole de chá.

Mimí estava com uma cenoura dentro do chá tomando chá de cenoura, e ela só comia cenoura na sua forma real.

– Ei peraí... Você é um coelho! – vibrou Theo olhando para ela na forma real.

Mimí mudou para a forma humana e pareceu assustada.

– Não, não, eu não era coelha nenhuma – disse Mimí.

– Não, não, eu vi você! Essa é a sua forma real? – disse Theo animado.

– Tá bom eu vou te contar, mas depois disso você nunca vai gostar de mim, o povo do sol, os Solaris têm formas de coelhos humanos – disse Mimí.

– Meu Deus isso é fantástico! – vibrou Theo.

– Jura? – perguntou Mimí surpresa.

– Você é muito mais bonita assim – disse Theo. – Será que você podia...?

Mimí sorriu e mudou para sua verdadeira forma.

Theo na mesma hora a beijou, o primeiro beijo, ela cedeu ao beijo, felicíssima, Theo também sentia que a amava de verdade, como ela realmente era.

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Os beijos de Caspian deixavam Susana mais leve e feliz, como sempre. Ela o amava tanto, mesmo depois de toda a história com Liliandil e Rilian, ela preferia esquecer disso, porque ela amava Caspian, mas estava sendo muito difícil, toda vez que ele brincava com Alêx ou mesmo quando ele conversava com Liliandil, mesmo que fosse sobre Rilian.

Rilian, Susana se sentia muito mal por odiá-lo, era se sentia suja e com vontade de morrer, ela odiava com Caspian dava atenção a ele, e odiava ele por brilhar mais do que Alêx. Rilian tomava sua sopa sozinho, falava pelos cotovelos enquanto Alêx só tomava a sopa dela sozinha quando queria, só andava quando queria, a única vantagem entre os dois era que Alêx já andava e corria e Rilian não.

Ela estava com a esperança de que esse novo filho que ela estava esperando tomasse o lugar de Rilian, por ser menino e por ser legítimo, ela tem esperanças de tirar um pouco a atenção de Caspian á Rilian, isso vai fazer ele diminuir a atenção de Liliandil também.

– Se a Alêx por acaso renunciasse ao trono, eu queria que Caleb fosse rei – disse Susana sonhadora.

– É claro que não, Rilian vai ser o rei – disse Caspian.

– Alêx é a primeira na linha de sucessão, então ela vai ser rainha – disse Susana olhando fixamente para Caspian, ela tinha se afastado dele e estava terminando o seu chocolate, foi só ele falar em Rilian que ela não gostou.

– Rilian está na frente dela, ele é dois dias mais velho – disse Susana.

– Segundo Liliandil – supôs Susana.

– Acho que ele é até mais velho, ele fala mais do que Alêx, já come sozinho, Alêx por acaso já falou? – disse Caspian.

Susana aborreceu-se dele estar comparando Alêx com Rilian, também ficou frustrada por ele ter razão, Alêx nunca falou nenhuma palavra, o que é comum para um bebê de um ano.

– Theo me disse que há crianças que demoram a falar, algumas só começam a falar aos dois anos – disse Susana.

– Rilian fala desde os seis meses – disse Caspian.

– Mas ele não anda! – gabou-se Susana. – Alêx já corre, pula e anda sozinha.

– Mas ele já come sozinho – disse Caspian tomando um gole de seu chá.

Susana queria poder dizer o mesmo de Alêx, mas Caspian nunca vira Alêx comer sozinha.

– Que seja, Alêx vai ser rainha! – disse Susana. Ela não acreditava que os dois estavam discutindo por causa daquilo.

– Veremos – disse Caspian levantando a chícara do chá em forma de brinde.

Susana deixou a xícara cair na neve.

– Você está bem? – perguntou Caspian preocupado.

– Eu estou muito bem – disse Susana, mas seu tom de voz não aparentava nada daquilo.

– Sente-se – convidou Caspian.

Susana sentou-se e começou a chorar muito.

– Porque você está chorando? – perguntou Caspian.

– Caspian, vou ser franca com você, ultimamente só o que você tem feito é dar atenção a Liliandil e a Rilian, e você fica se gabando toda hora, porque Rilian faz isso e aquilo, mas parece que você se esquece que tem uma filha – disse Susana.

Caspian pareceu chateado.

– Susana eu tenho dado o máximo de mim, eu quero ser um bom pai para Rilian e Alêx, e sabe, com Rilian eu tenho uma conexão mais forte, por ele ser menino, mas eu adoro ele e Alêx igualmente, você não entende – disse Caspian.

– Não é o que parece – disse Susana.

– Qual o seu problema? – perguntou Caspian.

– O meu problema? O quê? Agora você não diz que é por causa dos hormônios de gravidez né? Antes o problema era deles agora é meu – disse Susana na defensiva.

– Eu não estou entendendo – disse Caspian. – Onde você quer chegar?

– Em lugar nenhum Caspian eu só... – disse Susana, mais lágrimas pesadas desceram de seu rosto, Caspian as limpou com seu polegar. – Você quer saber mesmo?

– Sim – disse Caspian.

– O.k. Eu quero a minha antiga vida de volta Caspian, quer dizer, a gente era uma família perfeita, só eu você, Luh, Pedro e Ed, e Alêx, mas aí Liliandil apareceu com Rilian e vieram os problemas, Lúcia se envolveu com esse tal príncipe safado, Pedro e Ed só vivem brigando por aquela garota, e... Toda vez eu acordo feliz e me sinto mais feliz quando vejo você e Alêx, mas aí vejo Liliandil e Rilian e meu dia acaba, é uma sensação horrível de como se eu nunca fosse voltar a ser feliz de novo, eu quero a nossa vida de volta, nós éramos uma família perfeita e eu quero isso de volta – disse Susana.

Caspian baixou a cabeça e pensou numa resposta.

– Olha Susana, eu não queria que isso estivesse acontecendo, mas as coisas mudaram e nada vai ser como antigamente, Pedro, Ed e Lúcia se apaixonaram e isso marca uma pessoa pra vida toda, isso vive dentro de uma pessoa, assim como Liliandil e Rilian vão viver em nossas vidas – disse Caspian.

Susana chorou ao ouvir Caspian se referindo a Liliandil e Rilian daquela forma.

– Eu sei, é só que... Parte de mim diz que eu vou acordar em casa, em Nárnia, e encontrar você e Alêx e nós podemos passear a beira mar, como sempre foi nesses dez meses que passamos juntos com Alêx – disse Susana, mais e mais lágrimas caíam de seu rosto.

Caspian deixou escapar uma lágrima também.

– Parte de mim também quer isso, mas temos que aceitar a realidade, façamos assim, eu prometo que quando Caleb nascer nós faremos um piquenique na praia como sempre fazemos, vamos estar só nós quatro, debaixo de um guarda-sol num dia ensolarado... – disse Caspian tentando animar Susana.

– Não tem mais sol em Nárnia, e Liliandil e Rilian como ficam nessa história? Eu tenho certeza que Liliandil vai aparecer no meio do piquenique dizendo que Rilian está doente e que precisa do pai, e meu dia vai acabar novamente – disse Susana pessimista, ela era sempre pessimista.

– Susana, você está soando egoísta – disse Caspian ferozmente. – Se fosse minha escolha eu não escolheria ter Liliandil e Rilian como família, mas querendo ou não eles são, eu até entendo você não gostar de Liliandil, mas Rilian é tão meu filho quanto Alêx – disse Caspian.

– Não! – disse Susana levantando-se. – Ele não é tão seu filho quanto Alêx, e nunca vai ser! Você não tem nem certeza que ele é seu filho Caspian, e ele não passa de um bastardo... – disse Susana ferozmente, quase nem acreditava no que acabou de falar, Caspian a olhou com profundo desgosto.

– Eu não posso acreditar que você está falando isso – disse Caspian.

– Pois é Caspian, é exatamente o que você acabou de ouvir – disse Susana, ela estava com muita raiva e ciúmes para pedir desculpas.

Só de Caspian se referir a Rilian e Liliandil como família lhe dava um ódio profundo.

– Querendo você ou não Susana, Rilian é meu filho e Liliandil é sua mãe, eu quero que você respeite isso! – disse Caspian.

– Quer saber, você devia ir tomar chocolate quente com eles! – disse Susana e jogou a xícara de seu chá na cabeça de Caspian por pouco ia acertado a cabeça dele.

– Talvez eu deva! – disse Caspian e foi embora.

Susana sentou-se novamente na toalha xadrez, e chorou até soluçar, aquela sensação era terrível, era como se ela fosse encontrar Liliandil e Rilian todos os dias e nunca mais seria feliz, sempre Liliandil ia dar um jeito de conseguir a atenção de Caspian através de Rilian e sempre Caspian preferiria Rilian por ele ser o filho homem, e ela odiava tanto isso, seus hormônios de gravidez também estavam ajudando-a a deixa-la louca.

A única esperança que ela tinha era de que Caleb tomasse o lugar de Rilian, sendo o filho homem legitimo, Caleb era seu ultimo trevo de quatro folhas, sua única chance e esperança da qual ela estava desesperada.

Ela escutou uivos na colina e se assustou, era melhor ela ir voltando correndo para o chalé dos flocos, mas em alguns segundos, ela se viu cercada por uma alcateia de lobos gigantes com pelo cinza desgrenhado, olhos vermelhos e selvagens e garras de quinze centímetros, um lobo mordeu seu tornozelo e ela gritou muito alto enquanto os lobos a arrastaram para a próxima colina, ela passou por Mimí e Theo que estavam se beijando, os lobos atacaram eles dois, mas felizmente Mimí conseguiu escapar.