Percy Jackson E A Profecia De Poseidon escrita por BabyS


Capítulo 14
CAPÍTULO 13 - LÁGRIMAS DO PASSADO




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O interior da cabana era tão convidativo quanto o exterior, parecia ter apenas três cômodos, mas extremamente grandes desafiando as leis da física se você comparasse com o aparente tamanho exterior da cabana. As paredes eram feitas da mesma madeira aparentemente podre da porta, mas se fosse tão resistente quanto a porta eles não estariam correndo nenhum risco com a casual fúria dos agentes naturais; haviam apenas duas cadeiras no que talvez o tal Phillip chamasse de sala de entrada, um ambiente mal iluminado e com um estranho cheiro de leite com biscoitos, o que fazia parecer extremamente normal a vontade que Percy tinha de deitar no chão...

- Sentem-se, ou deitem-se se preferirem. – Phillip convidou, um estranho brilho maléfico em seu sorriso desdentado, Grover e Percy avançaram, mas Lexi esticou o braço impedindo-os de passar. Annabeth e Nico pareciam lutar com toda a força de vontade para ficarem onde estavam.

- Você sente esse impulso de deitar e dormir? – Percy perguntou aos sussurros à Annabeth.

- Sinto. Acho que não deveríamos ter entrado. – ela respondeu apertando os braços ao lado do corpo e cerrando os punhos.

Lexi puxou uma cadeira e se sentou gesticulando a outra com um floreio de mão para Phillip, parecia haver uma tensão entre os dois mascarada pela falsa encenação de amizade. Percy se perguntava qual teria sido a relação entre eles, imaginando se há 50 anos Phillip teria sido um homem jovem.

- Acho que eu mereço mais explicações sobre vocês estarem aqui. – Phillip disse olhando para cada um no cômodo, quando o olhar de Percy encontrou com o do velhote ele sentiu como se fosse uma obrigação, uma questão de vida ou morte, ele se enroscar no pé da cadeira de Phillip e tirar uma soneca, mas despertou o suficiente para poder permanecer no mesmo lugar graças a Annabeth fincando as unhas em seu braço.

- Phillip eu agradeceria se você parasse de jogar seus encantos nos meus parceiros de equipe, e na loira também. – Lexi pediu, o semblante tenso com as sobrancelhas quase se juntando. Definitivamente eles não eram amigos com histórias agradáveis a contar.

Encantos desse velhote? Certamente não seriam por causa da sua bela aparência, mas Percy entendia, ele sabia que era Phillip quem estava entorpecendo-os no sono.

- Ah claro, desculpem-me... Nem percebo quando estou fazendo. – para Percy o Phillip não parecia tão inocente assim, mas se sentiu aliviado de não estar mais fazendo treinamento para bela adormecida.

- Viemos em busca do seu ensopado de mariscos. – Lexi disse depois de um desconfortável momento silencioso com faíscas no ar.

- Sinto muito, você sabe querida Lexi, há décadas deixei de ajudar heróis. – Phillip coçou o queixo arrepiando os pelos da barbicha e acomodou-se afundando na cadeira, aparentemente confortável com o rumo que a conversa tomara. – É contra as regras.

- Ah vamos lá, regras existem para ser quebradas. Você fala como se não fosse um de nós. – até o momento Lexi estava se saindo uma ótima negociante, mas a tensão era palpável, todos voltados para Phillip e Lexi, com a respiração presa mesmo sem saber qual importância aquilo teria. Francamente, ensopado de mariscos... Mas antes que o velhote tivesse a chance de recusar novamente Percy recapitulou as últimas frases da conversa pegando algo que lhe havia passado.

- Você é um herói? – verbalizou seus pensamentos.

- Um herói assim como você e Lexi filhos do velho barba de cracas, assim como a filha da sabedoria e a cria de Hades. Por que o espanto? Aposto que nunca viu um semideus tão velho como eu. – ele disse inflando o peito orgulhoso, como se isso fosse de alguma imponência.

- Não assim, – Percy admitiu contendo o riso. – fisicamente velho e feio... Tem a Lexi, mas ela é velha e feia interiormente.

- Crianças de Poseidon, sempre petulantes. Está vendo a Lexi? – Phillip deu-lhe tapinhas no ombro e ela encolheu tomando o máximo de distância que podia no espaço limitado da cadeira. – Ela era petulante como você.

- Era? – então ela não é mais petulante? Talvez não estejamos falando da mesma pessoa... Percy pensou, mas não ousou dizer.

- Sim. – ela confirmou com um aceno. – Hoje sei ser agradável para conseguir o que eu quero, e nem vou falar do meu poder de persuasão.

- Oh, agora percebo que você não quer nada de mim... Mas e você Phillip, é filho de que deus?

- Não é obvio? – Nico perguntou movendo-se como uma sombra para o lado de Percy.

- Hipnos.

- Outro biscoito para o Percy. – Lexi anunciou coçando-lhe atrás das orelhas. – Voltando ao assunto... Acho que você pode fazer isso por nós Phillip.

- Claro que eu posso, mas e o que ganho com isso?

- Deixei o cassino e a eterna juventude para vir lhe visitar, oras.

- Deixou o cassino e a eterna juventude em uma missão para Poseidon, que ultimamente anda muito recluso... Eu sei das coisas Lexi.

- E é por isso que eu estou aqui.

Os dois se encaravam, era quase possível ver as faíscas chiando, quem iria se render? Percy duvidava que conseguisse ficar muito tempo olhando para o velho meio-sangue de Hipnos, parecia uma daquelas brincadeiras de crianças em que quem piscar primeiro perde, e por fim Phillip se levantou sacudindo as roupas a fim de se livrar da poeira – não tanto quanto era preciso – e pigarreou.

- Muito bem, venham para a cozinha! – chamou, andando em direção a um pequeno corredor mal iluminado.

Percy e Annabeth se entreolharam e seguiram os outros que iam a sua frente.

- Ande cabeça de alga, acho que temos um ensopado de mariscos para comer.

Eles chegaram na cozinha, que não parecia fazer parte da cabana, toda a luz que faltava nos outros cômodos estava presente na pequena cozinha, a mesa de madeira rústica e lustrada tomava conta de grande parte do espaço, o piso era de linóleo, e na parece oposta ao fogão – que já estava aceso com uma panela borbulhando em uma das bocas, o cheiro era indescritivelmente apetitoso – havia um armário amarelo berrante, a harmonia de tudo isso conferia ao lugar uma beleza atemporal. Na mesa de seis lugares estavam sentados Lexi e Nico, ela na cadeira logo à direita da cabeceira e ele do outro lado da mesa a duas cadeiras de distância, era visível que estavam evitando sentar perto um do outro.

- Então além de dormir você também faz hora extra como cozinheiro? – Percy perguntou a Phillip que estava no fogão mexendo sem parar a panela borbulhante. O estômago de Percy roncou alto e Grover riu sentando-se a sua frente e tirando da mochila algumas latas amassadas de Coca.

- Percy seja mais educado por favor, uma pessoas que você definitivamente não deve fazer inimizade é com o garçom. – Lexi disse.

- Hey! Eu não sou um garçom. – Phillip protestou sem se desviar do fogão.

- Mas está fazendo a nossa comida.

- Como sabemos que ele não irá nos envenenar ou colocar uma poção do sono? – Grover sussurrou se aproximando e fechando um circulo de cabeças.

- Não sabemos. – Lexi respondeu.

- Ah agora me sinto bem melhor...

Os semideuses voltavam para suas cadeiras com todas as esperanças apostadas no julgamento de Lexi sobre o filho de Hipnos, mas Percy os puxou de volta reformando o circulo de cabeças...

- O que está realmente acontecendo, qual é a importância desse ensopado de mariscos? – ele perguntou encarando Lexi. – Sei que não é apenas qualquer comida, ou não estaríamos aqui. E quem é esse Phillip, além de ser filho de Hipnos... O que ele faz aqui e o que ele quis dizer com não ajudar mais meio-sangues?

- Percy... – Lexi começou olhando-o com cautela, mas foi interrompida por uma voz que soava atrás deles.

- Quem sou eu? O que eu faço aqui? Qual é a importância do meu ensopado de mariscos?

Percy confirmou com um aceno fitando o velho que estava parado na cabeceira da mesa avaliando-os com um olhar curioso.

- Façamos um acordo então – sugeriu. – eu lhe dou quantas respostas quiser, mas em troca você me responderá uma pergunta por cada que fizer.

- Certo. – Percy concordou.

- Não... Percy, não faça isso. – Lexi pediu.

- Agora jure pelo riu Estige que tudo o que responderá será verdade. – Phillip incitou, o fantasma de um sorriso diabólico dançando por seus lábios.

- Não faça isso Percy! – Annabeth e Lexi pediram ao mesmo tempo. Ele não as escutava, estava curioso sobre o Phillip e sobre o que os levara até ali, se a própria Lexi não quis dizer o motivo, então ele iria saber de uma forma ou de outra, de qualquer jeito não estava pretendendo negar informações então não via problema algum em jurar pelo rio Estige.

- Eu juro pelo rio Estige que responderei a verdade a tudo o que você me perguntar. – Percy disse. Sentiu um formigamento na nuca, como um pressentimento, mas o ignorou, já estava feito e não havia como voltar atrás.

- Seu idiota! – Lexi grunhiu avançando para Percy, mas Nico a segurou, o que garantiu alguns segundos de distração para os dois e para Percy que pode sair do seu alcance.

- Porque tanta violência querida Lexi? – Phillip perguntou sem se dar ao trabalho de disfarçar ou abafar a risada. – Você por acaso pretendia sonegar alguma informação?

- Eu não preciso de informação alguma, já sei o suficiente sobre você. – ela cuspiu, numa aproximação de rosnado humana. Nico a apertou mais no meio abraço para segurá-la no lugar e suas bochechas coraram levemente. Percy treinara muito tempo com Lexi para saber que se ela quisesse poderia sair da manobra imobilizadora de Nico mais rápido do que num piscar de olhos. Ele riu internamente admirando a situação, mas sua consciência piscou, ele sabia que havia algo errado. Porque Lexi tivera aquela reação? Será que ele agiu tão errado assim quando jurou pelo rio Estige?

- Vamos, comece garoto! Não tenho o dia todo.

- Ah claro, você tem que voltar para o seu sono de beleza, mas acredite em mim, não está funcionando... – Percy retrucou, aturdido e sem saber o que fazer e responder diante da reação de Lexi, definitivamente ele fizera algo errado, mas não podia se culpar totalmente afinal fora ela quem os levou para um lugar sem dar explicação alguma. Agora não podia fazer nada, apenas deixaria levar para ver o que iria acontecer.

- Qual é a finalidade do seu ensopado de mariscos? Não pode ser tão especial quanto qualquer outro que se compra por aí...

- E é aí que você se engana. – Phillip murmurou puxando a cadeira da cabeceira oposta para se sentar. – Vou lhe contar uma história. Por onde começo? Hãn-hãn... – pigarreou - Pois bem. Em um tempo de guerras intensas entre os semideuses e rivalidades entre os deuses, mais precisamente na segunda guerra mundial. Os deuses tentavam o seu máximo para colaborarem entre si e amenizar as catástrofes que seus filhos causavam na terra, mas como é de se imaginar, Poseidon e Atena não colaboravam, eles se confrontavam e os outros deuses sempre se viam forçados a tomarem partidos e escolherem um lado para apoiar. Hermes e Ártemis, cansados das discussões frequentes procuraram a feiticeira Circe e pediram ajuda, pediram que ela fizesse algo que reconciliasse os dois e trouxesse a paz de volta ao Olimpo.

Circe, depois de várias tentativas frustradas resolveu pedir ajuda à deusa Deméter, que também cansada das rixas entre Poseidon e Atena aceitou e assim fez o que a feiticeira pedira, Deméter arrancou uma pena da coruja de estimação de Atena e foi até o reino de Poseidon, invadiu seu castelo e furtou alguns dos mariscos que seriam servidos ao deus do mar como alimento. Deméter retornou para a feiticeira Circe e as duas trabalharam por algumas semanas nessa receita que finalmente ficara pronta, seria a salvação, seria o fim das brigas entre Atena e Poseidon.

Antes que elas entregassem aos dois deuses a receita que lhes faria se reconciliar, Ares ficou sabendo de toda a história e como um genuíno deus da guerra não poderia deixar que a paz se estabelecesse, ele tratou de procurar um semideus e lhe incumbiu de roubar a receita, e assim foi feito, no final Atena e Poseidon continuaram brigando e Circe e Deméter não poderiam refazer a receita pois foi roubada com todas as anotações e medidas.

- Wow – Percy soltou depois de um momento silencioso. – Então... Isso aí – apontou para o fogão com a panela borbulhante – isso é a receita que iria reconciliar Poseidon e Atena?

- Essa mesma. – Phillip confirmou dando um sorriso de júbilo.

- Foi você quem roubou a receita! – ele esbravejou enquanto juntava as peças, o velho semideus que estava na sua frente atrapalhara a reconciliação entre Poseidon e Atena, a rixa entre esses dois deuses que tanto prejudicaram ele e Annabeth, a garganta de Percy queimava para despejar ofensas no Phillip, mas algo no fundo da sua cabeça lhe disse para não fazê-lo.

- Bem observado. – o velho elogiou. – E então a lenda começou. Imagine o quão maravilhoso seria, nesses tempos de intensas guerras, se houvesse uma poção, um alimento que conferisse força e sabedoria nas estratégias ao semideus que o provasse... Maravilhoso, foi maravilhoso! Essas mesas que vocês viram com teias de aranha não esvaziavam por um minuto, eram tantas encomendas e é claro que eu cobrava um preço por isso.

- Você movimentava um mercado negro de informações! – Lexi o interrompeu. – Cobrava informações em troca do ensopado de mariscos, e depois vendia as informações para monstros e qualquer um que pagasse bem.

- Um preço justo.

- Quantas pessoas morreram e a culpa foi toda sua... – as unhas de Lexi cravaram na mesa, seu corpo tremia violentamente e ele nunca a vira com um olhar tão feroz, um olhar que queria vingança. Lexi com certeza não estava assim apenas por que ele prejudicara muitas pessoas, havia mais na história.

- Agora é a minha vez. – Phillip anunciou alegremente fazendo todos desviarem-se de Lexi e olhar para ele, não que a visão fosse agradável, longe disso. – Deixe-me ver... Qual é a finalidade desta missão?

- Não sei. – Percy respondeu, sabendo como era, ele poderia jurar que estava fazendo a maior cara de cínico do mundo, e não mentira, o mais importante, ele realmente não sabia o que iria fazer na missão. Precisava ser cauteloso para não revelar demais e não mentir, não que ele tivesse muitas coisas a revelar.

- Mentiroso! Diga a verdade! – Phillip esbravejou e avançou com o punho fechado batendo-o na mesa, Percy recuou, o jarro de flores que balançam levemente com a brisa rolou e caiu no chão retinindo com o som do vaso se quebrando em mil pedaços.

- Eu não menti, jurei pelo rio Estige! Vê algo de absurdamente terrível acontecendo comigo? – Percy perguntou levantando os braços e ele próprio os estudando para verificar se estavam dissolvendo-se ou algo do tipo.

- Bem, outra então... – Phillip murmurou dando-se por vencido quando viu o Percy intacto, apoiou o cotovelo na mesa e tornou a coçar a barbicha com cara de pensativo.

- Outra o que? É a minha vez, você perguntou e eu respondi a verdade.

- Acho que não fiz um bom acordo... Pergunte. – Phillip mais uma vez o incentivou a perguntar, dessa vez olhar vidrado em Lexi, provavelmente adivinhando a próxima pergunta de Percy.

- E o que acontece depois? Como a Lexi se envolveu nessa história?

- Uma pergunta de cada vez garoto.

- Como a Lexi se envolveu nessa história? – Percy repetiu.

- Então ela não te contou? – o velho perguntou rindo sarcasticamente dando uma piscadela na direção dela. – Sua irmã chegou aqui como todos os outros, em busca do ensopado de mariscos, ela estava numa missão acompanhada de dois outros semideuses, um filho de Hades – Phillip olhou desconfiado na direção de Nico. – E um filho de Apolo.

Eles queriam grande quantidade de ensopado para levar para o acampamento e não pretendiam fornecer informações, mas dariam grande quantidade de ouro em troca, mais ouro do qualquer informação valeria. Vendo o ótimo negócio que estava prestes a fechar, os convidei para passar a noite aqui e eu me apaixonei, entenda, eu estava jovem naquela época, acabara de completar 25 anos, não tinha como não se apaixonar, tão linda. – ele murmurou sonhadoramente, tornou a olhar para Lexi do outro lado da mesa e fez uma careta como se a aparência tivesse mudado tornando-a irreconhecível. Todos os pares de olhos estavam sobre ela que fuzilava Phillip com o olhar. – Mas ela estava com o filho de Hades e ele não saia de perto dela, sempre rondando, sempre a espreita quando eu me aproximava. Tive uma ideia, eles poderiam deixa-la aqui e partirem para nunca mais voltar, mas como isso aconteceria? Apenas se eu a matasse, ou quase isso...

Grover que mastigava ruidosamente suas latas de coca engasgou-se.

- Passei a noite inteira preparando uma poção do sono tão forte que a pessoa entraria num estado de semi morte. Era simples, na manhã seguinte eu lhe ofereceria café batizado com a poção, ela tomaria e neste momento enquanto a poção fizesse efeito alguns monstros convocados por mim entrariam e começariam uma luta, ela adormeceria com o efeito da porção parecendo estar morta, ela poderia levar uma facada parecendo esta ser a causa da morte... Hoje este me parece uma plano um tanto amador, mas na época soava tudo tão perfeito. Eles iriam embora buscando vingança e quando voltassem nós já estaríamos longe. Apenas um beijo para despertar, minha branca de neve.

- Esse cara é problemático. – Percy deixou escapar e sabia que os outros estavam na mesma linha de raciocínio, mas eles não deixaram de lhe fazer caretas.

- Isso lhe parece problemático Percy? – Phillip perguntou, a voz um tanto colérica. – Problemático foi o fim que isso teve. Maldito filho de Apolo, maldito filho de Apolo... Aquele Yallu, ele tomou o que café que era para a Lexi e então os monstros entraram, a luta começou, a maldita cria de Apolo sofreu alguns machucados, mas nada mortal, porém a essa altura do campeonato a poção já estava agindo, ele caiu e não respirou novamente, Lexi e Victor verificaram se ele ainda estavam vivo e chegaram a conclusão que qualquer outro chegaria. Morto. Eles não me culparam obviamente, vieram mais monstros e eles tiveram que partir, me fizeram jurar que eu conservaria o corpo do seu parceiro e o guardaria até que eles voltassem para pegá-lo de volta e nunca voltaram. Os dois morreram, certo? – Phillip virou-se para Lexi com um meio sorriso provocando-a. – Ou não, você não morreu. Devo admitir que fiquei bastante surpreso quando lhe vi na porta, mas o outro morreu, o seu Victor morreu e eu sei disso por que vendi a informação que o matou.

Lexi levantou-se abruptamente, a cadeira caiu atrás dela com um baque surdo e ela se curvou sobre a mesa, uma mão em cada lateral. Ela tremia e ofegava. Annabeth, Grover e Nico também levantaram em resposta e então Percy percebeu que ele também estava de pé, a mão no bolso pronta para destampar contracorrente, Annabeth segurava sua faca junto a perna esquerda e a mão de Nico apertava o punhal de sua espada até os nós dos dedos ficarem brancos, e Grover, bem Grover estava descalçando os sapatos e tirando a calça.

- Permaneci esse tempo todo me escondendo, quando a guerra terminou foi um alívio e desde então vivo à base de poções e feitiços para me manter jovem, ou quase isso. De qualquer maneira estou vivo e cumpri minha promessa, eu o guardei, guardei o Yallu... Ele está num sono profundo...

A partir deste momento Percy não pôde dizer exatamente o que aconteceu, foi tudo muito rápido, antes que Phillip terminasse a última frase Percy percebeu um movimento a sua esquerda e viu Lexi empurrar a mesa com uma força desumana, a mesa correu por três metros com o impulso prensando Phillip na parede.

- Você! – Ela grunhiu, todos estavam em posição de ataque, Lexi chocou os punhos e então segurava duas espadas cintilantes, apoiou-se na cadeira derrubada no chão e impulsionou-se para cima da mesa caminhando em direção a Phillip que mais agilmente do que se possa esperar de um velho, empurrou a mesa de volta e Lexi rolou caindo no chão.

- Onde ele está? – ela exigiu pondo-se de pé novamente. Percy não sabia o que fazer, aparentemente sua ajuda, nem a dos outros estava sendo necessária, até que ele percebeu suas pálpebras pesando.

- Onde ele está? – Lexi repetiu avançando um passo com a espada da mão direita empunhada em posição de ataque e a da esquerda em defesa. Para Percy parecia obvio, tanto quanto podia parecer com ele caindo em quase profundo sono, mas Phillip puxou algo de seu armário e agora empunhava uma espada de bronze celestial, longo alcance. Ele não fez nada, nenhum menção de atacá-la.

- Sei que seria idiotisse minha enfrentá-la diretamente, então o que você acharia se eu adormecesse seus amiguinhos e cortar-lhes a garganta? – Phillip dizia enquanto caminhava lentamente sem dar as costas para Lexi, passou por Percy, - ele queria impedi-lo, mas não conseguia se mover – ficando ao lado de Annabeth e Grover que lutavam para manterem os olhos abertos.

- Você vai ficar bem acordada Lexi! Você vai ver tudo, assim como viu seu namoradinho morrer. Eu devo começar com este filho de Hades? – o velho perguntou pairando ao redor de Nico descendo a espada de seu queixo até o peito e fez uma pressão ali, Nico estava imóvel, tão sonolento quanto Percy. Lexi deu um passo a frente vacilante. – Não ouse se mexer vadia! Você tem uma queda por filhos de Hades... Talvez se eu fosse um.

- Nunca! – Lexi cuspiu avançando decididamente na direção dele.

- A loira não, acho que você não se importa com ela... O sátiro, talvez eu deva começar com o sátiro. – Phillip dizia como se estivesse escolhendo a roupa que usaria dia, colocou a mão na cabeça de Grover e ele desmoronou no chão.

- Grover... – Annabeth lamentou num gemido baixo.

- Caras como você devem aprender a hora de parar. – Lexi disse e reapareceu ao lado de Phillip que desta estava definitivamente surpreso, os olhos saltando das órbitas e talvez por que ele tenha se desconcentrado a onda de sono foi varrida para longe e todos despertaram, Annabeth caiu de joelhos ao lado de Grover que se enroscava no chão murmurando “enchilladas”, Percy e Nico avançaram ajudando Lexi a cercar o velhote.

- Diga onde ele está! – ela exigiu sacudindo-o pela gola da camisa como um boneco de trapos. – Onde está o Yallu?

- V-você nunca irá achá-lo.

- É o que veremos. Nico fique com ele, não o mate ainda, mas se ele tentar qualquer coisa você tem minha ordem para decapitá-lo. Entendido Phillip? Qualquer gracinha e sua cabeça já era.

Lexi jogou Phillip para Nico e correu na direção do corredor escuro pelo qual passaram para chegar na cozinha.

Venha comigo Percy. – chamou.

Eles entraram na escuridão do corredor que parecia estar mais sombria do que antes e Lexi invadiu a primeira porta. Parecia uma laboratório arcaico, as quatro paredes eram cobertas de estantes antiquadas que abrigavam vários béquers com líquidos multicolores, uma mesa no centro do cômodo com um tubo de ensaio que fumegava.

- Não toque em nada, apenas faça o que eu fizer. – ela disse

Ela correu para uma estante e eu fui para a oposta, Lexi batia no fundo de madeira tendo o cuidado de não derrubar o béquers, Percy pensou que não fosse pelo fato de não querer estragar o trabalho de Phillip, mas por ser perigoso, e ele fez o mesmo batendo com as costas da mão no fundo das estantes procurando algum som oco, quando perceberam que não poderia haver nada atrás delas depois de pronunciar algumas palavras em grego antigo como “abra” e “abra agora mesmo, que droga” inutilmente, passaram para o chão, verificaram cada centímetro, mas nada.

- Acho que não há nada aqui. Vamos, venha! – ela chamou mais uma vez e assim que saíram do laboratório grotesco correram entrando pela última porta no corredor. “Tem que estar aqui.”

O lugar conseguia ser mais grotesco do que o laboratório,definitivamente aquilo era um quarto, o quarto de Phillip. Não era feio, longe disso, mas toda a beleza de alguma forma não combinava com o lugar, uma cama king size redonda forrada em seda preta brilhava no centro do quarto, cortinas da mesma seda cobriam janelas encantadas que mostravam paisagens do Olimpo e o resto Percy não podia dizer por que ele não conseguia ver mais nada, o quarto era absurdamente escuro.

- Cuidado Percy, cuidado. – Lexi advertiu dando um passo para dentro do breu. – Este lugar é o quarto dele, tem mais magia do sono do que você possa imaginar.

Ela disse e assim foi, logo que entrou no quarto Percy sentiu que iria desmoronar, conseguiu distinguir a silhueta de Lexi a sua frente, mas ele não se importava, queria apenas deitar ali e dormir.

- Não durma! – ela rugiu, mas parecia que suas palavras estavam tendo o efeito contrário. Percy ouviu um suspiro e a escuridão entrelaçou-se em seu cabelo puxando-o para cima.

- Ai! – reclamou tentando se livrar da mão que puxava seus cabelos, de alguma forma a dor o despertou e ele foi arrastado e jogado um canto. – Ai!

- Não podemos perder tempo aqui. – Lexi suplicou, a voz urgente ao seu lado.

- Isso dói sabe. – ele reclamou e apoiou uma mão na parede para levantar-se, mas sentiu algo estranho, como um foro que está soltando, apalpou a parede ao redor e algo que não era parede estava ali atrás do forro descascado.

- Olhe isso Lexi, tem alguma coisa aqui atrás. – Percy chamou, mas não sabia como ela poderia ver algo, nem ele estava vendo, foi aí que uma esfera tremeluzente de água brilhou para fora da mão de Lexi, não tinha mais do que cinco centímetro de diâmetro, mas iluminava bem o que estava a frente. Uma parede forrada com papel de parede de ursinhos era iluminada a sua frente, a esfera parecia obedecer a vontade de Lexi pois desceu iluminando o canto da parede revelando uma ponta solta, o papel de parede estava solto no canto em que a parede se fundia com a seguinte.

A mão de Lexi voou para o mínimo pedaço de papel de parede solto e o puxou, Percy não pode conter o “Oh” quando viu uma porta de alçapão aparecer.

- Percy você é demais! – ela disse repirando pesadamente, mas o semblante voltou a ficar preocupando enquanto vagarosamente sua mão se aproximava da porta do alçapão.

- Deve estar trancada. – Percy deduziu, afastou a mão de Lexi e desceu contracorrente com toda a força sobre a mini porta que se despedaçou fazendo subir um cheiro terrível de guardado e mofo.

A portinhola abria-se para um porão provavelmente, mas Percy não conseguia ver exatamente o que havia embaixo.

- Eu vou descer e você fica aqui vigiando. – Lexi disse passando as pernas para o vão onde há poucos minutos estava a porta.

- Não Lexi, eu posso descer.

- Você não sabe o que eu estou procurando. – ela murmurou e pulou, a esfera tremeluzindo dobrou o seu tamanho e dividiu-se em duas, uma seguiu o caminho de Lexi mergulhando na escuridão e a outra ficou ali, flutuando ao lado de Percy.

O quarto era realmente sombrio, ele conclui, e ao passar o tempo a sensação de sono foi tomando conta de seu corpo. Lexi nunca dizia nada, nem gritava por ajuda, algumas vezes ele ouviu alguns sons abaixo e deduziu que talvez fosse ela, quando Percy estava quase descendo para saber o motivo da demora uma mão fechou-se onde ficavam as dobradiças.

- Lexi? – Percy gritou.

- Sim! Me ajude, segure minha mão e me puxe. – ela pediu a voz entrecortando-se, o que o preocupou. Percy um salto e agarrou a mão de Lexi com suas duas e começou a iça-la para cima, ele nunca pensara que seu corpo fosse tão pesado, quando Lexi apareceu até a cintura ele esperou que ela se segura-se com a outra mão para se impulsionar para fora, mas isso não aconteceu.

- Vamos! Me puxe Percy! – exclamou, o rosto com uma camada extra feita de pó e fuligem.

- Você não pode simplesmente usar a outra mão para se apoiar? – Percy perguntou, limpando com as costas das mãos o suor que fazia uma trilha desde a raiz dos cabelos até o queixo.

- Eu não posso usar a outra mão. – reclamou.

Depois de resmungar alguns palavrões ele voltou a iça-la, passou um braço por sua cintura, apoiou as duas pernas na parede e puxou-a para cima com a toda a força que ainda lhe restava. Percy ouviu um grito de pavor, depois percebeu que este havia saído de sua própria boca, assim que Lexi estava totalmente acima a sua outra mão apareceu guindando um homem, um garoto que parecia ter a mesma idade que ela, o cabelo louro enlinhado e a pele extremamente branca como se não visse o sol há milênios, o que Percy não duvidava, mas o garoto parecia estar morto e a camada de sujeira que cobria o rosto de Lexi estava por todo o corpo do garoto, as roupas puídas e sujas no corpo inerte.

- Você foi buscar uma pessoa morta? – Percy perguntou boquiaberto.

- Ele não está morto... Ou pelo menos eu acho. – murmurou. – Agora me ajude a levantá-lo, precisamos levá-lo daqui.

- Quer que eu te ajuda a carregar um cadáver?

- Ele não está morto! – Lexi repetiu levantando-se e passando um braço do cadáver que não estava morto por seus ombros. Percy esperou pensando que fosse apenas uma brincadeira, mas ela não deu sinal de que fosse, então ele passou o outro braço do garoto por seus ombros e os dois juntamente com o cadáver-não-morto-barra-zumbi caminharam para fora do quarto de Phillip. Que tipo de pessoa guarda cadáveres no porão? Isso é estranho até para velhos filhos de Hipnos.

- Yallu? – Percy perguntou lembrando-se da história que Phillip contara.

- Sim, é ele. – ela respondeu com uma dor cortante na voz, aquilo parecia estar sendo difícil, o próprio Percy se imaginou carregando o possível cadáver de um dos seus companheiros de equipe, Grover ou Annabeth... Seu estômago deu loopings com pensamento.

Quando chegaram na cozinha Nico ainda estava rendendo Phillip e Annabeth e Grovers conversavam preocupadamente, assim que viram Lexi, Percy e Yallu carregado pelos dois chegarem todos arregalarem os olhos brevemente, mas ninguém pareceu espantado como Percy ficara.

- O que eu faço com ele? – Nico perguntou e Phillip sacudiu-se inutilmente entre o peito de Nico e a lâmina da espada.

- Essa é a minha luta, eu resolvo isso. – Lexi respondeu, passou Yallu para Percy e tomou a posição de Nico empurrando Phillip no chão.

- Pegue sua espada e lute como um homem! – ela gritou chutando a espada de Phillip.

- Por que apenas não me mata de uma vez? – ele grunhiu de volta, um filete de sangue escorrendo pelo canto de sua boca.

- Eu posso, se você quiser morrer como o covarde que é! – Lexi agarrou-o pelo colarinho da camisa e o chacoalhou. – A luta não vai ser muito longa, eu te mato antes que você pense em clemência!

Phillip cuspiu seu sangue no rosto de Lexi e pegou a espada bloqueando surpreendentemente rápido quando ela investiu, o cara não era qualquer um no esgrima. As estocadas que eles davam eram rápidas demais para se acompanhar, Percy apenas via os vultos e o jogo de pés. Phillip tentava achar um ponto desprotegido na guarda de Lexi, mas ela lutava com duas espadas e era quase impossível conseguir passar pelo seu bloqueio, mesmo usando lâminas de maior alcance e Percy sabia disso, pois já lutara com ela e perdera várias vezes. Ela não parecia querer atacar, estava sempre bloqueando as estocadas, esperando o momento certo, sua ginga sempre em uma direção, ela estava enganando-o, mas quando ele percebeu já estava encurralado na parede sem nenhuma saída, e então com um sorriso Lexi investiu um golpe certeiro no peito. O grito de agonia que Phillip deu fez Percy tapar os ouvidos, ele nunca matara algo que não se desintegrasse, mas o Phillip não era muito diferente de um monstro.

- Aqui! – Lexi jogou dois dramas em Phillip que escorregara na parede e agora deitado no chão em cima de uma poça de sangue, olhava para ela, os olhos queimando em ódio. – Os Campos da Punição não podem esperar. Dê minhas saudações ao Caronte.

- Eu vou agora, mas você não demorará a partir

Um forte estrondo ecoou pela cozinha, por toda a cabana provavelmente e as paredes tremeram derrubando algumas panelas, Percy sabia o que era, mas olhou para Lexi e antes que perguntasse qualquer coisa ela correu para ele e tirou Yallu de seus braços gritando acima do som:

- Vamos Percy, pegue a Annabeth, Nico pegue o Grover e a panela do ensopado de mariscos! Eu vou afundar esse lugar! Não há tempo para correr, teletransportem-se.

Os segundos seguintes foram caóticos. Nada melhor do que perigo de vida para incentivar atos heroicos, certo? Errado! Percy não sabia o que fazer, era água, tudo bem, apenas uma onda gigante e ele era o filho do deus do mar, mas Annabeth não era. Percy atravessou a cozinha em longos passos e segurou-a pela mão.

- O que é isso? – Annabeth perguntou olhando para a correria. Nico arrastava Grover até o fogão, pegaram a panela e logo em seguida desapareceram; Lexi simplesmente evaporou segurando Yallu nos braços e restavam apenas eles dois e Phillip na cabana.

- Um tsunami... – Se teletransportar, focalizar o lugar que quer ir... “Não consigo” Percy pensou e quando percebeu que não havia mais tempo correu com Annabeth, irromperam pela janela que dava vista à praia – que no momento não estava nada bonita – e saltaram pela sebe. O vento forte os empurrava para trás, trazendo pedras à 100 quilômetros por hora cortando-lhes os rosto e os braços. Percy fechou os olhos e abraçou Annabeth.

- Estamos vivos? – um fiapo de voz perguntou ao seu lado, Percy se virou e viu o rosto de Annabeth escondido numa juba loura, vários cortes mínimos sangravam por seu rosto. Eles estavam na água, no meio do mar.

- Você está viva? – ele perguntou prendendo-a num abraço.

- Acho que sim. – riu – O tsunami não nos atingiu, você conseguiu.

Então uma voz soou na mente de Percy “O que é do mar sempre retorna ao mar.”

- Como faremos para sair daqui? – Annabeth perguntou envolvendo-o com os braços para boiar.

- Ei garota, seu namorado é o príncipe dos oceanos! – brincou roçando os lábios nos dela. Estavam salgados. Percy se perguntou se os dele tinham o mesmo gosto salgado que ele acabara de sentir... Parecia bom, um beijo temperado.

- Príncipe dos oceanos? Que eu saiba eu namoro com o cabeça de alga chamado Percy Jackson...

- E que eu saiba eu estou atualmente namorando um leão-marinho... – ele murmurou sem conseguir conter a risada.

- Um leão marinho?

- Sim. Você deveria ver seu cabelo... Oh deuses, temos que achar a Lexi! Ela deve estar em problemas com o Yallu. – Percy lembrou-se, ele não sabia onde sua irmã estava então achou melhor encontrar a praia mais próxima, esse era o seu palpite e as correntes os levaram até a praia onde haviam chegado da primeira vez, antes de tudo. O sol já não brilhava, a areia pálida refletia a luz prateada da lua e as palmeiras balançavam-se sombriamente.

- Alí! – Annabeth apontava para um grupo de sombras curvadas. Lexi, Grover e Nico curvavam-se por sobre uma forma quase sem vida.

- Você chegaram! – Grover exclamou dando um salto e pegando-os de surpresa num abraço de urso, ou melhor, de bode. – Eu e Nico pensamos... nós pensamos que vocês... Mas Lexi disse, ela disse que logo chegariam!

- Lexi? – Percy chamou agachando-se ao lado dela, Yallu abrira os olhos e não estava tão sujo quanto quando o acharam, mas a aparência era terrível, o garoto fazia caretas até ao respirar.

- Ele ficou todos esses anos preso no porão, Phillip o mantinha vivo alimentando-o de alguma forma, mas ele dormiu todo esse tempo. – Lexi disse sem desviar o olhar do amigo. – Ele acordou quando saímos da cabana, mas parece estar recuperando todos esse anos, envelhecendo a cada segundo...

- Eu sinto muito. – Percy não sabia o que dizer então apenas ficou ali ao lado da irmã.

- Lexi? – Yallu sussurrou.

- Sim, estou aqui. – ela respondeu segurando-lhe a mão.

- Lexi... E-eu só me lembro de uma parte da profecia...

- Não diga agora! – Lexi pediu. – Não precisa.

- E-eu vou morrer... A profecia, a p-profecia... O herdeiro... O herdeiro trairá na ambição do tridente reivindicar. – Yallu murmurou, e pela última vez pareceu bonito, os olhos azuis refletindo o céu noturno, os cabelos dourados sendo soprados pelo vento e o sorriso branco brilhando para Lexi. – Por favor, faça. – ele pediu e fechou os olhos, o peito subindo e descendo rapidamente.

Uma lágrima escapou dos olhos de Lexí, ela chocou os punhos e uma espada apareceu, apenas uma, uma espada que não era nem branca como madrepérola, nem dourada, mas a perfeita combinação dos dois tons, e dizendo“Defender o orgulho de um homem é  o dever de uma mulher de verdade” desceu a espada no coração de Yallu.

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UM CAPÍTULO DE MAIS DE 6.000 PALAVRAS PARA VOCÊS! ESPERO QUE GOSTEM, E ME DIGAM SE VOCÊS PREFEREM ASSIM UM CAPÍTULO MAIOR COMO UM CAPÍTULO DE VERDADE DE LIVROS OU OS MENORES... ;P CAARA, ISSO DEU 13 PÁGINAS :o

PS: Dia 15 de Junho é o meu aniversário \o/

PSS: Eu vou entrar de férias agora em Junho (Eu moro na Bahia e aqui minha férias são é Junho e não Julho) e pretendo fazer mais capítulos u.u


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