Percy Jackson E A Profecia De Poseidon escrita por BabyS


Capítulo 11
CAPÍTULO 10 - UM VELHO AMIGO RETORNA




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Depois de sair da enfermaria e garantir milhares de vezes à Annabeth que estava bem e em condições de recomeçar o treinamento, foi procurar por Lexi.

Com certeza as coisas não vão voltar a ser como antes. - pensou, enquanto saia do arsenal carregando uma couraça e um elmo debaixo do braço. - Quem ela pensa que é? Joga na minha cara que sou um fardo e depois diz para esquecer...

Continuou resmungando mentalmente até chegar ao estreito de Long Island e avistar Lexi recostada numa duna, olhando para o nada.

- Pensei que não viria, que tivesse desistido. - ela disse sem se desviar do que via, seja lá o que fosse. Percy havia tentando se aproximar com o máximo de cautela possível, mas essa garota provavelmente tinha olhos nas costas.

- Humpf! - soltou, jogando o elmo e a couraça numa duna ao lado. - Não sou do tipo que quebra promessas.

- Que promessa? - perguntou virando-se para Percy, com o semblante surpreendentemente sereno. - Não fizemos nenhum acordo que envolvesse palavra e honra, você está livre para sair a hora que quiser.

- Não sairei! Não entendo, mas você sempre retorna ao mesmo ponto... - respondeu começando a ficar irritado, suas mãos formigavam.

- Que ponto?

- "Você está livre para sair a hora que quiser" - disse numa imitação fajuta da voz de Lexi. - Eu não vou sair, não quero sair. Meu pai de alguma forma está precisando da minha ajuda, e para ajudá-lo preciso de você. Sinto muito se sou um fardo, mas estou fazendo isso por Poseidon, então se tiver que ser um fardo eu serei.

Lexi escutava atentamente o ele dizia, a raiva de Percy crescia, ele queria gritar com ela, perguntar por que era um fardo, ele não era o culpado por tudo o que havia acontecido com ela, mas essa tarde começou a pensar que talvez fosse. Ele não queria se sentir assim, seu pai estava precisando de sua ajuda e ele não iria falhar.

- Percy... - ela murmurou fazendo menção de um sorriso. Lexi levantou a mão com o indicador apontando para Percy, ele recuou mas ela não hesitou, aproximou-se lentamente, cada movimento era estudado, e então tocou-lhe a testa. - Você não é o meu fardo. Eu tenho uma sina, um destino, posso escolher os meus caminhos, mas as consequências já estão traçadas.

- Mas... - Percy começou atordoado com o rumo que a conversa tomara.

- Shiu... Entenda. - ela continuou. - Existem vários caminhos, você pode escolher qualquer um, e no final de cada caminho tem uma consequência, seja boa ou ruim. Eu escolhi meu caminho, o meu caminho é o meu fardo, a consequência é o meu presente. Tem ideia do quão longo fora meu caminho, do quão cansativo fora meu caminho? Mas escolhi pensando na consequência, no meu presente. É preciso suportar duas ou três larvas se quisermos conhecer as borboletas. Meu fardo, meu caminho já passou, mas não é algo que eu possa deixar para trás, continuarei a carregá-lo na memória. Foi isso o que eu quis dizer. Você não é o meu fardo Percy, é parte do meu presente. Os fins justificam os meios.

Percy abriu a boca para dizer algo, mas nada saiu. Sentia-se extremamente envergonhado, poderia ter certeza de que suas bochechas estavam coradas. Então, tudo não passara de um mal entendido... Um presente?

- Ande, estamos perdendo tempo aqui! - Lexi anunciou levantando-se de sua duna e empurrando Percy encima da armadura. - Aliás, para que isso tudo? Está se preparando para uma guerra?

- Pensei que fôssemos treinar esgrima...

- Esgrima? Acha que se fosse para você aprender esgrima eu precisaria estar aqui? - perguntou fingindo um falso espanto. - Não querido, suas habilidades no esgrima não me dizem respeito.

- Ual! Bem-vinda de volta Lexi! Estava esperando pelo momento de sua volta.

Ela revirou os olhos e seguiu até certo ponto na praia com Percy aos seus calcanhares.

- Filosofia do dia! - anunciou fazendo uma pausa dramática e inesperada que fez Percy quase colidir com ela. - Esvazie sua mente, seja sem forma como a água. Se você coloca a água em um copo, ela se torna o copo, se você a coloca em uma garrafa, ela se torna a garrafa. A água pode fluir, ou pode colidir. Seja a água meu amigo.

- O que? - indagou incrédulo, quase ria. - Você gravou isso? Sabe, não pode sair por aí pegando as filosofias de outras pessoas.

- Não é como se eu tivesse roubado! Essa é uma das filosofias do lendário mestre...

- Bruce Lee! - Percy completou soltando a gargalhada que prendia. Uhh. - arfou tomando fôlego. - Qual é o seu próximo ensinamento Lexi Lee?

- Seja como a água que abre caminho através das pedras, não se oponha ao obstáculo, contorne-o. - ela disse dando a volta para ficar de frente a Percy e ponderou. - Lhe ensinarei a abrir o caminho através das pedras.

- Tudo bem. - concordou apoiando-se nos joelhos enquanto a respiração voltava ao normal.

- Primeiro... Será que a sua namorada estaria disposta a nos ajudar nesse treinamento? Precisaremos de algo vivo para que possamos matá-lo. - disse olhando para Percy a espera de uma resposta.

- Você está brincando, não é?

- Claro que sim mano! Não precisa ser a Annabeth, qualquer outra criança de Atena serve. - respondeu dando um sorriso malicioso.

- Lexi. - ele disse com cautela, como se estivesse repetindo a um cão que não deve fazer xixi no tapete, não que a situação fosse muito diferente. - Todos sabemos da sua antipatia com crianças de Atena, mas não deve ficar falando por aí sobre matá-los... Aliás, para que precisa de uma cobaia?

- Combustão humana espontânea, é isso que irei lhe ensinar. - respondeu séria. - Estou lhe treinando para ser uma máquina letal, então seria ignorância supor que você não vá se deparar com situações em que tenha que escolher por matar ou morrer.

Percy não respondeu, sentiu um frio percorrer por sua espinha.

- Podemos começar com pequenos animais. - ela disse. - Sinceramente, espero que não precise praticá-lo com outros semideuses. Irei lhe ensinar a teoria, e então depois o faremos, mas você não conseguirá ter a ideia complexa do que se trata, e mais uma vez sinceramente espero que não precise.

- Uh, também espero. - murmurou.

Lexi estava séria, ela provavelmente nunca parecera tão séria como agora, o que fez Percy sentir medo. Ele não sabia do que se tratava, mas sabia que não era bom, combustão quer dizer explodir certo? Explodir pessoas, mesmo que fossem más, não era legal.

- Combustão humana espontânea é o nome que os mortais dão, mas não é necessariamente obrigatória para humanos, qualquer coisa, objetos, animais que contenham água em grande parte de sua formação pode ser espontaneamente consumido, mas é claro que eles não notariam animais misteriosamente carbonizados.

- Misteriosamente carbonizados... - ele repetiu.

- Isso tem uma explicação química, mas não lógica para os humanos, por isso ainda é um mistério para eles, pode pesquisar no Wikipédia, eles não conseguem explicar a causa, obviamente devido à névoa... Mortais procuram qualquer razão para negar a existência de um mundo que não seja o deles.

- Pesquisar no wikipédia, tentarei lembrar disso.

- Você sabe o que é uma explosão nuclear, certo? - Percy acenou - Então, é mais ou menos uma, só que em escala menor e contida. Nós, como metade humanos, herdamos algumas de suas medíocres características. E como eu disse em nosso primeiro treinamento, somos constituídos basicamente de água, o que nos permite causar essa "explosão nuclear".

- Wow, isso não parece legal. - disse Percy apreensivo.

- Vamos, deixar isto como último recurso, certo? - ele acenou e Lexi continuou. - O que não quer dizer que não deva aprender, é necessário. Então, a teoria é, nesses 70% de água, são soluções com elementos químicos, átomos.

Percy suspirou, ele nunca fora bom em química, na verdade nunca fora bom em matéria nenhuma.

- Não está valendo nota Percy. - ela disse compreendendo. - Está valendo a sua vida.

- Então acho que terei de me esforçar um pouco mais do que nos exames... Continue por favor.

- Para fabricar bombas atômicas eles fundem os núcleos dos átomos, ou os divide, fusão ou fissão. O que você tem que fazer é tentar agitar essa "água" no corpo do objeto, pessoa ou animal e consequentemente os núcleos dos átomos começaram a fundir e fissurar liberando uma grande quantidade de energia calorífera, o que vai causar a combustão espontânea.

- Traduza por favor. - ele pediu, se sentindo meio idiota.

- O que você tem que fazer é tentar agitar a água que tem na pessoa ou objeto ou qualquer coisa, não é como se fosse o mar contido, mas você poderá sentir então tente agitar, como se fosse provocar ondas. - explicou procurando algo envolta, pegou o elmo que Percy trouxera e o mergulhou nas pequenas ondas que se formavam ali perto, colocou-o de cabeça para baixo meio inclinado, até a borda com água saindo pelos buracos para os olhos.

- Agora tente, se concentre. - disse afastando-se.

Percy não sabia o que fazer, era loucura acreditar que poderia explodir um elmo cheio de água do mar, desde quando tinha telecinese?

- Não é como se você usasse o poder da mente, está apenas invocando a água. - falou com um sorriso malicioso tremulando em seus lábios.

Hey, quem era o telepata agora? Percy xingou mentalmente e esperou a reação, ela riu e murmurou "Percy boca suja"

- Você... pode ler meus pensamentos? - perguntou assustado se sentindo extremamente ridículo, mas essa garota era assustadora e se ela dissesse que podia, com certeza ele não duvidaria.

- Você é previsível Percy. Agora comece, não tenho o dia todo.

- Não é como se você tivesse compromissos. - resmungou. - Tem hora marcada para beijar o Nico?

Lexi o ignorou e Percy se concentrou na ridícula tarefa de explodir um elmo. Se concentrar em agitar a água certo? Assumiu uma postura rígida e fixou o elmo, imaginando pequenas ondas, eles começou a sacudir, quase rolava. Lexi olhou surpresa e se aproximou para ver mais de perto, Percy a seguiu ainda concentrado em agitar a tal água, antes que ele pudesse ver, Lexi estava se curvando de tanto rir. Percy espiou e viu ondas em miniatura colidindo entre si dentro do elmo.

- A-acho que você foi um pouco literal demais. - disse tomando fôlego.

- A culpa não é minha, você disse ondas, ONDAS! - exclamou irritado, Lexi não parara de rir.

- Imagine se mexendo sem se mexer. - ela disse endireitando o corpo.

- Ahh está tudo mais claro agora...

- Ridículo! - Lexi disse dando um soco em seu ombro. - Tente romper a água, desestrutura-la, confundi-la.

Percy suspirou, recomeçando tudo. Romper, desestruturar, confundir... Não era tão fácil assim quanto parecia, seu cérebro provavelmente já estava perdendo a validade de tanto que fora usado nessa semana, se sentiria menos cansado se estivesse treinando esgrima. Romper, desestruturar, confundir... romper, desestruturar, confundir. O elmo começava a emanar uma pequena fumaça e tremia levemente, Percy concentrou-se ainda mais, satisfeito inclinando um pouco para a frente tentando ver.

O elmo passou a tremer mais violentamente, emanava uma visível fumaça preta e pequenas chamas lambiam as bordas... Percy tombou de lado exausto.

- Você foi ótimo. - Lexi disse aproximando-se e chutando o elmo que agora estava preto com o penacho completamente chamuscado. - Por hoje já deu, vamos.

O sol descia lentamente no horizonte tingindo as nuvens em tons de rosa, laranja e amarelo, a temperatura começava a cair e os campistas em pequenos grupos se dirigiam aos seus chalés cansados depois do dia cheio, pelo menos fora assim para Percy. Muita informação, muito cansaço, precisava de um banho.

Chegando ao chalé de Poseidon, partiu para o banheiro sem parar para ouvir as objeções de Lexi dizendo que era mais velha e que tinha a preferência, bateu a porta e a confusão cessou. Entrou debaixo do chuveiro deixando a água esquentar seu corpo, pensou no que possa ter acontecido em sua ausência, pensou em Annabeth e como ela sempre estava lá para cuidar dele e concertar as coisas, pensou em como Lexi que chegara a tão pouco tempo e como ele estava depositando todas as suas esperanças nela e por fim pensou em seu pai, em como estava, onde estava, sentiu um aperto no peito quando chamou silenciosamente "Pai?" e nada aconteceu. Demorou-se mais do que o normal, penteou os cabelos - o que quase nunca fazia - e encarou o rosto refletido no espelho, ele poderia definir o reflexo como alguém com cara de quem chama confusão, o sorriso permanentemente irônico, as sobrancelhas e o jeito que se alinhavam com seus olhos verdes, como que se estivessem desafiando alguém. Percy mudara muito desde quando chegara no acampamento com doze anos, hoje, estava longe de ser como aquele garoto depois de tudo o que vira, passara e perdera, ninguém pode continuar o mesmo quando se passa por tanto, mas a essência era mesma, era o que Annabeth sempre dizia "Você continua o mesmo cabeça de alga irritante de sempre", a essência era a mesma, mas ele definitivamente mudara, e em geral estava satisfeito, Percy cresceu, passou de Annabeth, estava bem alto agora, seu rosto afinara e tomara formas mais adultas, o cabelo preto um pouco maior e mais bagunçado, e agora tinha músculos, não, com certeza não à nível chamativo, mas eles estavam ali, longos e rígidos, as veias azuis aparentes quando cerrava os punhos. Encarou seu reflexo no espelho e pensou em Annabeth, imediatamente sentiu seu rosto ficar em chamas mesmo sem ninguém ali para vê-lo.

- Ridículo. - cuspiu afugentando o nome da cabeça. Que momento mais improprio para pensar em sua namorada...

Olhou em volta procurando suas roupas, mas lembrou que na pressa de passar na frente de Lexi esquecera de pegar uma muda de roupas. Enrolou uma toalha na cintura e abriu a porta do banheiro.

- Preciso pegar umas roup... - começou mas parou imediatamente surpreso com a cena diante de seus olhos.

Lexi atracada a alguém de estatura mediana e visivelmente desengonçado que gritava e pulava em seus cascos, falando:

- Ahhh Percy como você mudou... Está bem melhor agora! - e balançava-se de um lado para o outro com Lexi presa em seus braços.

- Grover! - Precy chamou sentindo que com a volta do amigo, um fio de esperança se acendia.

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AVISOS FINAIS:

Então, galera, espero que tenham gostado e que a parte lá da combustão humana espontânea e que não tenha ficado muito pedagógica uahsauhsh E antes que me perguntem nos comentários se eu ví que filhos de Poseidon tem esse poder, não, eu não ví.. A história é que ano passado eu estava pensando em bombas nucleares e como eram formadas e então imaginei que já que somos praticamente uma solução química ambulante, seria muito possível que por algum motivo esses átomos começassem a se fundir e se dividir causando obviamente uma combustão... então coloquei lá no google "combustão humana" pra ver se existia, e realmente existe, é um assunto que não é mt conhecido, q os cientistas n conseguiram descobrir muito sobre, e que realmente é de caráter nuclear a nível atômico, tipo as pessoas pegam fogo do nada e morrem completamente carbonizadas... Então tentei associar as duas coisas, achei legal e louco.. Bem, é isso, se quiserem conversar mais comigo sobre combustão humana espontânea me adicionem no meu email (sarahbraga2010@hotmail.com) e eu posso contar minhas teorias =D


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