69 Edição Dos Jogos Vorazes - Interativa escrita por Maknae


Capítulo 7
Colheita - Distrito 2


Notas iniciais do capítulo

Taí a colheita do Distrito 2 :B



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Agnes Triton

- IÁ! - grito, lançando o último machado na cabeça de um boneco, o decapitando. Depois, limpo o suor que escorria de minha cabeça. - Ufa. Por hoje chega.

Ando até a cozinha, onde está havendo o almoço. Encontro lá minha empregada preparando o almoço. Meus pais trabalham muito, então não os vejo demais. Passo o dia quase inteiro com Edria, minha empregada. Ela é como uma segunda mãe pra mim.

Tenho quatorze anos e esse ano farei uma coisa que ninguém da minha idade faria: vou me voluntariar para os Jogos Vorazes. Meus pais são vitoriosos daqui do Distrito 2. Meu pai venceu a 44ª edição dos Jogos, e minha mãe venceu a 47ª edição. E eu pretendo me voluntariar esse ano para continuar a linha de vitoriosos da família.

Eu não sou de treinar com outras pessoas, então em casa tenho meu próprio centro de treinamento. Lá tenho todas as armas que preciso. Machados, arco, facas, até zarabatanas. Eu posso ser nova, mas sou uma máquina de matar.

Edria me chama para almoçar. Vocês devem achar que como uma moradora do Distrito 2, eu me acho superior a minha empregada. Mas isso não é verdade. Eu respeito Edria e seu trabalho. Ela é como uma mãe pra mim. Me sento na mesa e começo a comer.

- Edria, você não vai? - pergunto, puxando uma cadeira para a empregada, que senta nela.

- Já almocei em casa, querida. - ela responde com um sorriso no rosto. Algum tempo depois, termino de almoçar. Vou até meu quarto e remexo no guarda-roupa, procurando algo pra vestir.

Tomo um banho rápido e pego um vestido amarelo com um laço na gola. Calço um sapato com um pequeno salto. Na cabeça eu coloco uma boina amarela. Então, meus pais entram em casa e vão se trocar. 

Edria vai pra sua casa também se arrumar. Ela tem um filho de dezessete anos, então ele também participa da Colheita. Nunca cheguei a conhecer seu filho, acho que só vi uma ou duas vezes... mas tudo bem.

O sinal toca e vamos todos pra praça pública. Uma mulher pica meu dedo e coleta sangue. Vou pra área das garotas de quatorze anos e vejo Edria junto com meus pais mais atrás. Vejo Kent, o homem da Capital, ali no palco.

Ele tinha uma peruca desajeitada azul, um delineador verde e uma camiseta com coisas bem capitólias. Na primeira Colheita dele aqui, antes dele dizer seu nome, eu não sabia se ele era homem ou mulher. Ele passa um filme sobre o levante e começa a narrar em voz baixa.

- Agora vamos escolher a sortuda que vai representar o Distrito 2 na sexagésima nona edição dos Jogos Vorazes! - ele diz, andando até a bola de vidro com os nomes das garotas. Tirou um papelzinho e andou até o microfone.

- Merrie Faithsoul! - ele diz, feliz. Merrie era uma garota que conheci quando criança. Ela é minha vizinha. Levantei a mão e gritei a plenos pulmões:

- EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO! - chamei a atenção de todos e subi até o palco. 

- Qual seu nome, queridinha? - perguntou o homem. Ou será que é mulher? Ou hermafrodita? Ah, vai saber...

- Agnes Triton. - respondi. Ele caminhou até a bola de vidro com o nome dos meninos e disse em voz alta:

-  Crawford Shenwalk! - ele diz em voz clara. Acho que a mãe do menino escolhido tem problema. Quem colocaria o nome do filho de Crawfralda? Então vejo uma mão forte sair do meio dos garotos de dezessete anos. 

- EU ME OFEREÇO! - o garoto gritou e subiu no palco. 

- Qual seu nome? - Kent perguntou para o forte garoto que seria capaz de me matar apenas apertando meu pescoço.

- Klein Gulizer. - Gelei. Não pode ser. Klein Gulizer... sim, o tributo masculino do Distrito 2 era o filho de minha empregada.

Klein Gulizer

Acordo com um balde de água fria na cara. Abro os olhos assustado e vejo que é a cabeçuda de minha irmã mais nova, Ally. Ela me fita com um olhar furioso e eu, sem entender nada, pergunto:

- Que foi? - digo, com uma cara de indignação. Allison pega um relógio e taca na minha cara. Olho pro relógio. 

CACETE! SÃO QUASE MEIO-DIA! Daqui a pouco é a Colheita e ainda nem estou arrumado! Levanto voando e corro pro banheiro. Pego minha roupa pelo caminho. Tomo um banho quente e saio.

Vejo então minha mãe furiosa lá embaixo. Lá vem sermão. Ally desce as escadas só pra ver eu me ferrando. E minha mãe me dá um sermão. Quem deveria estar levando sermão era a Ally, por não ter me acordado.

Minha mãe é empregada de uma casa aí. Ela é empregada por esporte. Ela ama fazer faxina e cozinhar. Vai entender essa aí.

Ela trabalha pra uns caras que moram na Aldeia dos Vitoriosos, e tem uma garota lá. Nunca tive curiosidade de saber quem é. Só sei que ela deve ter uns treze ou quatorze anos.

Ainda não disse nada pra minha mãe ou pra minha irmã, mas eu vou me voluntariar esse ano. Se eu falasse pra minha mãe, ela teria um siricotico e não ia deixar eu ir. Se eu falasse pra Allison ela ia dar uma de dedo-duro e ia falar pra mamãe. Vida dura.

Almoço correndo como um tornado e em cinco minutos estou na sala. Essa era a primeira colheita de Ally e ela estava se achando toda. Vai saber o que se passa por essa cabeça de etê.

Então toca o sinal. Vamos até a praça e uma muié pica meu dedo pra tirar sangue. Tive uma vontade de dar um tapa na cara dela e falar que doeu. Mas não tô afim de virar Avox. Deixa pra outra hora mesmo. Sentei na fileira de garotos de dezessete anos e... CACETE! ALGUÉM PISOU NO MEU PÉ!

Então chega o homem-vagalume da Capital e passa o vídeo. Nem presto atenção. Até que o homi vai até a bola de vidro e tira um papelzinho. Caminha até o microfone e fala o nome da azarada.

- Merrie Faithsoul! - peraí, quem é essa? Nunca ouvi falar dessa coisa aí, até que vejo uma mão se erguer no meio das garotas de quatorze anos. Então a menina se oferece como tributo. O que essa coisa tem na cabeça? Ela não podia esperar um pouco mais, não? Esse povo tem cada uma...

- Qual seu nome, queridinha? - pergunta o homem-vagalume pra garota e... CACETE, TEM ALGUÉM PISANDO NO MEU PÉ! QUANDO EU DESCOBRIR... foco, Klein, foco. Então olho pro palco e vejo que o tiozinho tá indo até a bola dos garotos. Não pera, essa frase ficou muito maliciosa.

- Crawford Shenwalk! - DÁBLIUTÊÉFI? Que nome é esse? Acho que a garota que se ofereceu não gostou também, por que ela franziu a testa quando ouviu o nome. É minha hora. Só espero que um filhadaputa não pise no meu pé agora. 

- EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO! - grito, com a mão levantada. Graças a Deus ninguém pisou no meu pé. Então me levanto e vou até o palco.

- Qual seu nome? - O hermafrodita pergunta e... CARACAS, ELE PISOU NO MEU PÉ! O PRÓXIMO QUE ME PISOTEAR VAI TERMINAR QUE NEM OS BONECOS DO MEU CENTRO DE TREINAMENTO! Povo retardado. Ficam sapateando em mim.

- Sou Klein Gulizer. - digo, o fuzilando com os olhos. Tive certeza de ver o vagalume se distanciando de mim. Acho que a menina que se ofereceu me achou bonito, por que depois que falei meu nome ela ficou olhando pra mim.

CACETE! ESSE CARA PISOU NO MEU PÉ DE NOVO!


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews com a opinião de vcs *o*