A Última Carta escrita por Camí Sander


Capítulo 3
Começo


Notas iniciais do capítulo

Realmente, por favor, não me julgue por nada.



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Bem, tudo começou há cinco perfeitos anos atrás. Lembra-se de como eu era tímida e você veio já sendo legal comigo? Oh, eu conhecia o filho da professora mais legal da escola! E depois a sua irmã. Que coisa mais fofa ela!

Mas então, a sua boa ação começou a passar dos limites, eu acho. Porque quem, em sã consciência, iria me pegar no colo, ou desprevenida, e me girar pelo pátio da escola? Bem, você não estava bêbado, disso eu tenho certeza, e nem cheirando à fumaça. Então, creio que você, em sã consciência, faria isso. Pergunto-me hoje se faria de novo... tudo bem, não importa mais.

E logo depois a minha mãe começou a trabalhar na escola. Quer saber? Eu tive muito mais vergonha do que teria sozinha. Eram cinco contra nós dois. O que adiantava falar que não estávamos namorando mesmo? Não sei, mas eu repetia isso todos os dias para quem quisesse ouvir. Talvez você já estivesse acostumado, mas eu não. Repetir as coisas é tão estressante, não acha? E logo não eram mais apenas elas. Minhas amigas falavam sobre isso. Foi por isso que me distanciei mais rápido. Mesmo com as suas brincadeiras, aprendi a não deixar você me carregar para o meio da escola (bem, acho que a minha mãe não aprendeu a deixá-lo longe das vassouras c; ) e depois de um tempo, você parou de tentar.

Mas isso não é o pior. Sabe o que é ser tão amiga que chega a se distanciar de alguém que gosta apenas para ela poder suspirar pela pessoa? É, fui burra sim, mas eu fiz isso. Lembra-se da Jacy? Ela vivia suspirando por você e, depois que começou a andar com a Fran e perceber que a outra gostava de você também, ela começou a olhar para o Nathan. Só por isso.

Pensa no caco que eu fiquei sem a amizade da Jacy! Mas eu tinha a Mandha, a Mel e a Nikky, o que me valeu ouro, embora elas continuassem me sacaneando por sua causa.

Claro que nada parou depois daquele ano. Não estudávamos na mesma sala, o que foi muito bom, senão você teria percebido como eu era (e ainda sou) chata. Mas depois da formatura, eu tentando tirar você da minha cabeça, eu só fiquei mais perto ainda de você. Parei de andar na rua, se você chegou a perceber. Por sua causa, óbvio.

Por quê? Como assim? Eu sentia (e sinto) muita vergonha de seres humanos em geral. Ainda mais de você, porque eu realmente gosto de você, e me sentiria atordoada se te encontrasse. Eu nunca sei o que fazer perto de você.

Sinto muito pela minha festa de aniversário. Realmente, eu queria me enterrar viva, ou que uma bala atravessasse meu peito. Ou seja, nunca mais deixei ninguém fazer festa para mim. Não gosto do meu aniversário mais. Ficar velha, só me lembra de como minha vida está sendo chata e sem graça até hoje. Não sei qual foi o propósito de Deus para mim, mas aposto que desse jeito, eu nunca vou cumpri-lo, ou vou sim, se este propósito seja prever coisas que acontecem, estou até me saindo bem nisso (pergunta para a sua irmã quando eu falei da sua namorada).

Sinto-me vazia, mas não importa. Quem me quer está em outro estado e nunca me viu na vida. Ironicamente, quem eu quero está namorando bem próximo à minha casa!

Você é romântico, muito fofo! Parabéns. Diga à sua mãe que fez um bom trabalho com o filhinho dela. Mas não esqueça-se de agradecer à sua namorada, porque, senão, eu não estaria fazendo isso, nem morta! Não, acho que morta eu faria.

Ah, antes de parar o capítulo, pode, por favor, me enviar a foto da formatura? Cansei de pedir isso para a sua irmã e ela responder: eu acho que ele guardou aqui, mas não sei onde!

Obrigada, desde já!

Ps: a carta não terminou ainda :/


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