Sem Esperanças escrita por Quel
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoal! Boa leitura
Naquele mesmo dia, Rosalie, irmã mais velha de Jasper, ficou sabendo do ocorrido. Ligara a tarde para o irmão mais novo, algo que fazia todos os dias, e logo percebeu que algo estava errado ao ouvir a voz de Jasper.
— Jazz, o que houve? Sua voz está estranha.
— Ro-Rose, por favor, ve-vem! – Foi a resposta de Jasper.
Rosalie se desesperou. Nunca, em toda sua vida, tinha ouvido Jasper daquela forma, a voz quebrada, rouca, deixando em evidência tanta fragilidade.
Teria que pegar um avião até a Califórnia. Céus, iria chegar no meio da noite. Mas nem se importava com isso.
— Emmet, preciso ir até a Califórnia. – Disse assim que o marido atendeu ao telefone.
— Rose, como assim? Agora? Melhor pegar um voo amanhã de manhã. – Disse Emmet, confuso.
— Não posso, Jasper precisa de mim.
Emmet suspirou. Sabia que a esposa enfrentaria céu e inferno pelo irmão.
— Ok! Arrume suas coisas, vou comprar uma passagem para o próximo voo.
Rosalie agradeceu e desligou.
Enquanto arrumava uma pequena mala não conseguia deixar de pensar no que poderia ter acontecido para ter deixado Jasper naquele estado. Ele era o típico homem que não gostava de demonstrar suas fraquezas, emoções.
Recebeu uma mensagem de Emmet, o marido havia conseguido comprar uma passagem para um voo que sairia dali a uma hora. Rose fez um rápido calculo mental. Era por volta de uma da tarde, eram mais ou menos sete horas de voo, chegaria de noite e pedia aos céus que Jasper aguentasse até lá.
Como havia imaginado, chegou por volta das oito da noite no aeroporto. Rapidamente pegou um taxi e deu o endereço da casa do irmão, agradecendo o fato de Jasper morar perto, demoraria uns 20 minutos, se o transito estivesse bom. Percebeu que estava com um pouco de sorte, o motorista era bem veloz e chegou rápido na casa.
Sabia onde o irmão deixava a chave reserva e entrou na casa sem cerimônia e a cena que encontrou partiu seu coração.
No meio da sala estava Jasper, deitado em posição fetal.
— Jazz?
Rosalie se aproximou devagar e com cautela se ajoelhou do lado do irmão mais novo.
— Rose? – Jasper perguntou em um fio de voz. Não sabia há quanto tempo estava deitado na sala, há quanto tempo Maria tinha ido embora.
— Sou eu. – Respondeu a loira.
Rosalie apoiou a cabeça de Jasper em suas pernas, o homem ainda estava com os olhos fechados.
— Jazz, o que aconteceu? – Perguntou. – Onde está Maria?
Rosalie viu, abismada, todo o corpo de Jasper tremer apenas com a menção a Maria. Sua mente trabalhava em causas, o que poderia ter deixado seu irmão naquele estado. E em todas as opções que passavam por sua mente havia algo relacionado à Maria.
A loira nunca gostou da morena, Rosalie aturava Maria apenas por motivos de amar muito seu irmão mais novo. Entretanto, sabia que a mulher era uma verdadeira cobra e seu maior medo era Maria machucar Jasper.
— Dói tanto, Rose.
Rosalie suspirou pela, nem sabia mais quantas vezes havia feito isso.
— Vamos lá, Jazz! Você precisa de um bom banho.
Com bastante esforço, Rosalie ajudou o irmão a chegar até o quarto do mesmo e logo para o grande banheiro da suíte. Naquele momento ela se lembrou de quando Jasper era novinho e se machucava e ia correndo lhe pedindo ajuda, não queria mostrar o lado frágil aos pais. Separou uma roupa confortável – uma calça de moletom e uma blusa branca de manga comprida – e, ajudou Jasper.
O banho lhe deixou com um aspecto melhor, contudo, era nítido a tristeza que emanava do loiro.
— Venha, se deite um pouco. – Rosalie o chamou, dando uns tapinhas no travesseiro da grande cama.
— Não, por favor. – Jasper disse, com toda a força que havia dentro de si. – Nessa cama, não.
Com a renúncia, Rosalie pediu que Jasper se deitasse no enorme sofá da sala, que era integrada com a cozinha, assim, Rosalie poderia ficar de olho no irmão enquanto lhe preparava um lanche.
[...]
Jasper pegou no sono no meio da madrugada, enquanto chorava no colo da irmã mais velha. A loira continuou fazendo nos cabelos encaracolados do irmão, observando o rosto sereno durante o sono. Mandou mensagem para Emmet, contando o estado de Jasper e suas suspeitas do que poderia ter acontecido. Rosalie suspeitava, na verdade, tinha certeza, de que Jasper flagrou Maria o traindo, na cama do casal, levando em consideração a reação do loiro.
Seu instinto de irmã mais velha a mandava matar Maria por fazer uma pessoa tão boa e pura como Jasper sofrer, o homem só faltava gritar para o mundo o quanto amava a morena.
Depois de ajustar Jasper no sofá, o cobrindo com uma manta, subiu até a grande suíte. Pelas próximas horas, Rosalie se dedicou em trocar os lençóis da cama e tirar todas as roupas e pertences de Maria do guarda-roupa e da cômoda. Tirou joias, sapatos, roupas. Tudo! E colocou tudo dentro de sacos de lixo. Tamanha raiva que estava sentindo.
— Oi, amor. – Disse ao atender uma ligação de Emmet.
— Oi, acabei de acordar.
Rosalie riu, a voz do marido ao acordar era sempre roupa e incrivelmente fofa.
— Dá para perceber. – Disse. – Não está muito cedo? São apenas três horas de diferença, então deve ser umas seis da manhã.
— Seis e Vinte, para ser mais preciso. Vou pegar um voo às sete, estarei chegando aí por volta das duas ou três da tarde.
— Emmet? Amor, não precisava. Seu trabalho...
— Eles entenderam, linda. É sexta, então não teve tanto problema.
— Você é um amor, sabia? Estou ansiosa para te ver.
— Vai cuidando do Jazz. Eu nem consigo imaginar, pelo o que você disse, como ele está. Ele ama aquela mulher.
— Sim, espero não encontrá-la pelos próximos cem anos, sou capaz de matá-la.
— Não duvido disso.
Conversaram por mais um tempo e Emmet desligou, estava na cara de ir para o aeroporto.
— Rose?
A loira se assustou com a voz roupa lhe chamando, olhou na direção da porta e viu Jasper, o rosto inchado, os cabelos extremamente bagunçados.
— Como está, honey? – Perguntou a loira.
— Querendo que tudo fosse um grande pesadelo. – Respondeu, indo em direção a irmã e deitando na cama, se apoiando no colo da irmã que começou a lhe fazer cafuné. – Obrigado por ter se livrado dos lençóis, você é incrível, honey.
Rosalie percebeu que a voz do irmão estava cheia de sono e continuou a fazer o carinho, sabendo que Jasper iria voltar a dormir. E a própria começou a sentir o cansaço da viagem e de toda carga emocional que enfrentou desde que chegou.
Assim, os dois irmãos Cullen dormiram. O irmão mais novo no colo da irmã mais velha, seu porto seguro.
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