Schyler escrita por Gi Carlesso


Capítulo 3
Violeta


Notas iniciais do capítulo

Olá!!! Como vocês estao?? aqui estou eu depois de uns dias, é fiquei fora durante um tempo, mas é porque coisas não muito agradaveis me fizeram ficar bem triste...
MAS NÃO DESANIMEI!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316823/chapter/3

Meus olhos se abriram lentamente ao sentir uma coisa macia e úmida tocando meu rosto. Estou ficando louca? Minha visão ainda turva me fez abrir os olhos mais rápido e quando consegui enxergar direito, Belle estava me lambendo o rosto.

- Belle!! – berrei empurrando a bola de pelos preto do meu rosto. Ela rolou no colchão e caiu no chão gelado num baque estranho e sonoro. Opa, acho que matei minha gata.

Belle funcionava como um despertador, parecia até que ela sabia a hora exata em que teria que me acordar. Levantei da cama e fui fazer minha higiene matinal normal, tomei um banho rápido e coloquei minhas roupas – uma blusa preta com o logo do café, calça jeans e uma bota. O tempo em New York estava bem frio naquela manhã, até mais que o normal, então tive que colocar alguma jaqueta pesada.

Carrie chegaria hoje de noite, ela era meio sistemática, cheia de frescuras sobre rotina, o que me preocupava muito, pois teria que aguentá-la. Me ouvindo pensar isso era muito estranho, eu amo minha irmã e ela é a única nesse mundo que realmente me entende.

Peguei minha bolsa e estava quase chegando a porta, mas Belle se enroscou em minhas pernas, fazendo com que eu quase fosse para o chão.

- Belle! – falei conseguindo me segurar na mesa para não cair. – Droga, vou comprar um rato de brinquedo para você parar de achar que minhas pernas são brinquedos.

Ela apenas miou em resposta. Ok, não que eu realmente estivesse esperando que minha gata preta fosse responder ou, sei lá, falar.

No caminho até o café, era como se fosse o momento perfeito para relembrar todo o passado, presente e pensar no futuro. Aquelas ruas me lembravam vagamente do crime o qual quase fui vítima. Lembrei-me de quando ele me prendeu na parede, de tudo, mas o que realmente ficou em minha mente, foi a pessoa quem me salvara.

Durma ele disse e quando percebi, caí num sono profundo, acordando dias depois em um hospital. Lá, me obrigaram a ir a polícia, mas eu não fazia a menor idéia de como detalhar o rosto do bêbado – meu foco estava na pessoa quem me salvara.

- Schyler, você parece que está dormindo em pé. – disse Jannete me acordando das lembranças. Quanto tempo fiquei daquele jeito? – Não deve ter dormido muito bem, pelo visto.

- Não. – menti. A verdade e que dormi bem e até demais. – Pesadelos.

- Ainda os sonhos daquela noite? – ela tinha a famosa expressão solidária no rosto. Odeio quando as pessoas ficam daquele jeito ao saber pelo o que passei, sou muito mais forte do que aparenta.

- É. – resmunguei. – Ainda fico meio confusa quando tento lembrar daquele dia, ainda mais porque não tenho ideia nenhuma de quem me salvou.

- Não conseguiu ver o rosto?

- Não.

Ela ia dizer mais alguma coisa, mas Bob a chamou dizendo que a mesa 8 precisava de garçonete. Fiquei ali, olhando para os clientes por alguns segundos tentando lembrar qualquer coisa do rosto de quem me salvou.

E então, lembrei de uma coisa.

Os olhos.

Eram de uma cor nova, diferente de todas as outras. Puxado num tom de azul, misturado com verde, algo que nunca vi em minha vida. Seria violeta? Não, não era essa cor.

Foquei-me naquilo, agora eu tinha pelo menos algo do que lembrar. E se eu visse olhos como aqueles, teria a certeza que achara quem me salvou e assim, poderia agradecer.

- Schyler!! – ouvi a voz de Bob ecoar em meus ouvidos acordando-me de meus devaneios. – Você está muito distraída hoje!! A mesa 1 está chamando a um bom tempo!

Revirei os olhos e peguei o bloco de notas onde anotava os pedidos. Mais uma vez estava o tal de Jonny, porém dessa vez sozinho. Ele mexia em algo na mesa, quase como se não estivesse realmente esperando que alguém fosse atende-lo. Mesmo com Bob achando isso.

- Gostaria de pedir alguma coisa? – perguntei. Quando comecei o emprego, havia ensaiado essa fala nem sei quantas vezes.

Ele levantou a cabeça piscando algumas vezes. Parecia surpreso em me ver ali.

- Ahn... – disse coçando os olhos. – Um café, por favor.

Anotei o pedido e fui eu mesma até o balcão e preparei o café, em minutos, ali estava eu novamente voltando até a mesa de Jonny, colocando a xícara de café em sua frente.

- Obrigada. – ele murmurou pegando o café. – Ahn, Schyler, não é? – eu assenti. – Sério, você parece muito nova para trabalhar, por que está aqui?

- Conversa com todos que te servem café? – eu sorri.

- Só com as bonitas. – ele sorriu de lado, arrancando bochechas vermelhas minhas como resposta.

Ele estava flertando mesmo comigo?

- Bom, respondendo a sua pergunta. – falei indiferente. – É, só minha aparência mesmo. Sou mais velha do que parece.

- 19 talvez? – fiquei sem palavras, ele acertou na mosca. Jonny riu. – Pela sua reação, devo ter acertado. – tomou um gole do café. O que estou fazendo ainda ali? – Estou sendo mal educado, meu nome é Jonny.

Jonny esticou a mão direita.

- Schyler, mas você já deve saber. – apertei a mão dele.

- Schyler... é um nome diferente, muito bonito. – disse ele pensativo. – Olha, eu sei que é meio presunçoso da minha parte, mas... Schyler, você gostaria de sair comigo?

Ok, fui pega de surpresa com essa.

Fazia algum tempo que eu não tinha um encontro de verdade, meu último fora com um garoto de minha escola e namoramos por quase dois anos. Eu geralmente tenho namoros longos, Carrie costuma dizer que tenho algum plano na manga para fazer isso, mas não é verdade. Não tenho plano, tática ou qualquer coisa.

Nem sei o porquê de conseguir isso.

- Hummm. – pensei por um momento. – Claro.

Trocamos números de telefones, Jonny parecia ser uma pessoa divertida e muito simpática. Eu estaria mentindo se dissesse que não gostei dele.

- Hoje a noite, às oito?

- Estarei lá. – peguei a xícara vazia de café e voltei para o balcão.

[...]

Sim, eu tenho a total e absoluta noção de que havia aceitado sair em um encontro no mesmo dia em que minha irmã Carrie chegaria. Pois é, sou estranha. Mas Carrie não é do tipo de pessoa que se importa muito com isso, ela é mais do tipo que pergunta “quem ele é, de onde é, o porquê de ter me chamado para sair, como ele é e se é bonito”. Não que eu realmente respondesse todas a essas perguntas.

- Carrie, eu já disse. – resmunguei terminando de fechar o zíper de minha bota preta. – Jonny não é nada... ah, sei lá.

- Eu vou fingir que essa sua explicação prestou, então só me diga uma coisa. – olhei para ela. – Onde vocês vão se encontrar?

- Ele disse que estaria na frente do café. – ela ficou me encarando como se estivesse indignada. – O que? Eu não iria dizer para ele onde moro sem nem ao menos conhece-lo direito!! E mais, é melhor mesmo que eu só o encontre no café, pois assim só o conheço mesmo durante o encontro.

[...]

Ele era engraçado.

Esse era o primeiro pensamento que tive enquanto ficávamos conversando enquanto andávamos pelas ruas. Jonny queria ir numa festa, mas eu achei melhor não, havia muito tempo que fui numa festa, então achei que fosse melhor apenas irmos em algum lugar.

- Eles sabiam o tempo todo que ela me daria um fora. – disse Jonny rindo. Naquele ponto eu já tinha quase que certeza que ele estava bêbado, ou talvez apenas um pouco. – Troy e Aiden são sensitivos nesse ponto, sempre sabem o que vai acontecer. E o pior de tudo, é que no mesmo dia ela terminou tudo porque estava apaixonada por outro.

Arqueei as sobrancelhas.

- Mas eu não quero falar sobre isso. – disse ele de repente. – Quero saber sobre a garota bem a minha frente. E então, Schyler Jackson, o que tem a me dizer?

Eu ri. Era normal as pessoas, depois de algum tempo bebendo, ficassem falando coisas bobas e sem sentido nenhum. Acho que o álcool estava começando a fazer efeito nele.

- Eu? – sorri. – Minha vida é muito chata, não quero estragar a noite contando esse tipo de coisa.

- Ok. – por pouco tomou outro gole, mas preferiu continuar sóbrio. Ou, quase.

Ficamos horas conversando, até o momento que ele decidiu me levar em casa. Claro, não aceitei já que não queria ser levada para casa de carro com um garoto quase bêbado dirigindo. Sim, minha vida é chata, mas eu gosto de ficar viva.

- Será que... podemos nos ver amanhã? – ele perguntou sorrindo na porta do restaurante onde jantamos.

- Claro, Jonny. – dei um beijo na pele macia de suas bochechas e estava indo embora.

Mas, acabei atropelando alguém no caminho.

Levantei os olhos sentindo uma dor forte da testa onde fui atingida. A pessoa deveria estar do mesmo jeito, pois ouvi-o dizendo algo como “ai, minha cabeça”. Meus olhos miraram o rosto da pessoa, na verdade um homem, e minha mente parou por um segundo.

Acho que estou ficando louca, mas era ele.

Os olhos, eram um perfeito violeta, azul misturado num tom de verde.

A pessoa quem me salvara estava bem a minha frente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só tenho uma coisa a pensar: VISH kkkkkkkkkkkkkk
O que acharam? devo continuar??



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Schyler" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.