Para Jamais Te Dizer Adeus escrita por


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Curtinha né?
mas éescrita com muito carinho pra vcs...
Espero que gostem!



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Três meses  depois

Bella

Caminho sobre as areias úmidas beira-mar, apreciando o frescor enquanto as ondas molham meus pés. O vento desarruma meu cabelo. Tento arrumá-lo, mas é inútil, então desisto e o deixo solto e rebelde, esvoaçante contra o vento. Sinto a brisa me acalmar.

Olho para um ponto distante e vejo crianças brincando com as dunas de areia  perto da costa da praia. Sorrio com a cena e acaricio minha barriga, que já está com certa saliência evidente.

Fico mais um tempo ali perdida em meus próprios pensamentos.  Vejo naquelas crianças a imagem de um garotinho correndo pela beira da praia já com uma certa idade, uma miniatura de  seu pai, me olhando com tanta admiração. Sinto um misto de alegria me atingir com  esta visão de um futuro.

Um pingo de suor escorre por minha testa. Está calor, penso em me refrescar nas águas límpidas da praia, mas não acho prudente me arriscar contra as  ondas que arrebentam violentamente contra as rochas, prefiro apenas caminhar e banhar meus pés nas águas frescas.

Caminho minutos sem um destino certo para alcançar, apenas sigo em frente,  como venho fazendo desde que minha vida virou de pernas pro ar.

Meus passos  são lentos,  procuro não  me cansar tanto. Meus pés dormentes provavelmente irão inchar, mas não me incomodo com isto. Sinto-me feliz, longe dos olhares curiosos.

Olho para o horizonte. Viro para o lado e vejo um rochedo. Os penhascos são altos, com um linda vista para o mar. Não hesito em caminhar naquela direção. Paro diante a uma  colina achatada, com um caminho não muito longo. Não vejo perigo em prosseguir, contorno ela e subo devagar, segurando-me nas pedras, com cuidado para que meus pés não vacilem e eu acabe escorregando, vindo a cair. Em alguns segundos eu chego  no topo dela, e lá tenho uma visão  majestosa das ondas se chocando bruscamente com as rochas. Os respingos delas me molham levemente, me refrescando.

O cansaço está evidente em meu rosto. Sinto-me inconsequente  neste momento. Pouso minha mão sobre minha barriga, peço perdão dos perigos que coloquei meu pequeno ao escalar aquelas pedras. Olho para baixo e sinto meu coração disparar. Só agora  eu penso em coisas que poderia ter acontecido se por acaso eu caísse naquele desfiladeiro. Aperto meu ventre de forma protetora.

 Então me sento sobre meus pés, ainda um pouco ofegante, sobre a terra úmida.

Olho para o céu e limpo uma gota de suor que escorre sem pedir licença. Novamente estou ali parada, acariciando minha barriga. Eu sorrio depois de acariciar minha pequena protuberância com toda ternura que vem do meu coração. Eu fico conversando baixinho com meu bebe.

Alguns minutos se estendem assim, nesta bolha criada por mim, mas no fundo sou apenas eu perdida em meu mundo de faz de conta, onde tudo está bem e onde seremos felizes para sempre.

O tempo se arrasta como as nuvens que se formam no céu anunciando uma tarde chuvosa. Sinto-me um  pouco sonolenta, então me encosto e estico minhas pernas. Meus pés estão um pouco inchados e me  levanto logo após algum tempo de descanso.

Sinto duas mãos grandes enlaçarem minha cintura. Não me assusto, o conheço pelo cheiro, e seu toque é único.

— Edward! — murmuro.

— Como subiu até aqui neste estado Bella? — ele me adverte. Edward me encara um pouco serio. Aquilo me assusta, ele percebe e desfaz sua carranca e senta-se ao meu lado. Ele brinca de jogar pedrinhas no desfiladeiro a nossa frente.

— Ei o que aconteceu? Você saiu e não me avisou. — Ele pergunta preocupado.

— Nada, só estava um pouquinho deprimida, deve ser coisas de mulher grávida. Mas e você? Volte lá com seus amigos e sua família. — Falo sorrindo. Ele me repreende com um olhar.

— Não, ficarei aqui com vocês. — Ele estende a mão em direção a minha barriga redonda, me olha em seguida como se pedisse permissão para aquele ato simples de tocar em meu ventre.

— Você sabe que não precisa pedir, ele é tanto meu quanto seu. — Me manifesto um pouco emburrada com seu receio de sempre pedir para acariciar nosso filho.

— Desculpe. Eu realmente quero ficar. — Ele fala sério e me viro pra ele. Mordo meus lábios ao sentir seu olhar em direção meus aos lábios.

— Algumas coisas nunca mudam. — Ele me diz, com o olhar fixo no meu, me causando arrepios.

— Como o que? — pergunto já sentindo um rubor forte se aglomerar em minhas bochechas.

— Mesmo depois de tantos anos, você é a mesma menina tímida por quem um dia eu me apaixonei. — Edward fala, perdido com suas próprias lembranças.

Então me calo. Não quero voltar ao passado e descobrir o que eu já estou cansada de saber. Saber o tanto que eu fui feliz estando ao lado dele.

Sinto a emoção aflorar em  meus olhos. Tento engolir o bolo  que começa a se formar em minha garganta. Estou quase sendo sufocada por esta angustia, não posso mais conter esta onda nostálgica. As lagrimas vem sem demora e eu as deixo cair, banhando meu rosto, deslizando como cascatas por minha pele.

Sinto o calor do corpo dele se aproximando bem perto ao meu. Um dejavú me invade e isto me deixa meio confusa. Sempre fico sem reação quando o cheiro dele invade minhas narinas, não sei se o quero perto ou longe.

Sem aviso algum Edward me puxa para um abraço. Tento  recuar, estou assustada, talvez este não seja o abraço que eu tanto quero receber dele, mas ele me aninha em seu peito como nos tempos em que nos conhecemos e é como regressar ao passado. Seus braços me traziam  segurança, e ainda me dão paz. Quantas e quantas noites de tempestades eu me escondi naqueles braços acolhedores. Era em seu peito  que eu encontrava abrigo, que eu me sentia verdadeiramente eu mesma e hoje, neste mesmo peito, eu encontro um sentimento de pena. Eu não quero piedade, eu não desejo isto. Depois de tanto anos, tantas lágrimas que derramaram de meus olhos, não quero que por um pequeno incidente do destino Edward se veja preso a mim, não o quero do meu lado por se sentir obrigado a ficar.

Com estes pensamentos me desprendo dos seus braços e me afasto. Ele fica calado, mas não faz nada para me prender ali. Eu ainda choro, agora por ele não ter feito nada para me impedir de afastar–me do seu peito.

 — Não chore. — Ele só pede isso e ainda meio sem jeito, puxando os cabelos fortemente para trás.

— Não se importe, isso é por causa da gravidez. — Falo fingindo estar bem, mas eu não estou. Um triste sorriso se finda dos meus lábios, e sei que isso não o convence.

— Ei, eu me importo com vocês. —  ele  se aproxima, sinto o cheiro de menta de seu hálito, minhas pernas se desmancham como gelatina. Olho em seus olhos e vejo uma imensidão verde, disfarço a direção dos meus olhos para meus próprios pés. Sutilmente, Edward  segura com uma mão em cada lado do meu rosto e me faz o encarar. Ficamos frente a frente, nossos olhos apenas se decifram e novamente  o verde do seu olhar me fascina, me deslumbra, me deixa embriagada. Não há duvidas que eu ainda o amo, que nunca deixei de amar. Este magnifico, e este filho que espero é a prova de que tudo não ficou no passado como havia achado que tinha ficado.

As lágrimas começam a ofuscar minha visão, a aceitação que eu ainda o quero em minha vida   e que ainda sou desesperadamente apaixonada por Edward é mais certa que o ar que eu respiro. Esta constatação me faz entrar em desespero.

Ainda me lembro do dia triste em que lhe disse adeus naquele quarto de hotel, e de quando descobri que esperava um filho dele. Um filho gerado em uma noite de reencontro dos Três meses que fiquei sofrendo e fugindo dele. Quando a constatação de que ele e Tânia eram apenas amigos veio, uma turbulência de sentimentos abrangeram meu peito. Me lembrar de  como ele ficou feliz quando lhe contei que ele seria pai. Ele fez questão de trazer  para passar o natal com sua família em sua casa de praia em La push, mesmo não tendo nada certo entre a gente, e me sentia que eu não poderia privá-lo de ficar perto de mim. Ele queria presenciar cada centímetro que minha barriga ganhava. No inicio achei que aquela empolgação toda fosse pelo fato de ele realizar seu sonho em ser pai, mas hoje eu sei...

— Eu te amo. — Digo num impulso, depois de constatar o quanto eu sou importante pra ele.

As lágrimas vem, lágrimas de felicidade, quando ele me abraça e me beija.

— Eu esperei tanto pra ouvir isto dos teus lábios, minha pequena. Sabe como eu fico feliz em saber que nosso bebe terá um lar, tipo pai e mãe juntos se amando como nunca deveriam se separar.

— Me desculpe, eu fui imatura no passado, te deixei quando eu mais precisei estar ao seu lado, quando eles me encurralavam e armaram pra mim era pra me distanciar de você e malditos invejosos eles conseguiram na época.

—  Bella não diga mais nada, eu também sou culpado eu não devia ter deixado você. Nós ainda nos amávamos como loucos, e agora teremos um filho, que jamais deixará nós nos separemos novamente. — Ele diz, deixando sua emoção falar mais alto e começa a chorar junto com os primeiros pingos de água que caiam do céu.

— Acho melhor descermos, se não fica escorregadio. — Eu digo beijando seus lábios.

Ele me ampara no caminho de volta, estamos felizes.

Entramos molhados em casa. Esme me olha com cara de repreensão, e depois me abraça ao ver minhas mãos entrelaçadas com as do seu filho.

— Carlisle, venha ver, nossas crianças se acertaram! — ela diz eufórica. Edward me aperta contra seu peito e fala baixinho.

— Vamos tomar um banho, você pode pegar um resfriado.

— Sim, você tem razão.

Acompanho ele até o seu quarto, agora nosso quarto. Sinto um pouco envergonhada, mas a timidez logo se vai quando sinto seus lábios sobre os meus, me desconcertando por inteira.

— Casa comigo? — ele pede num fio de voz ao pé do meu ouvido, meu corpo se arrepia.

— Sim. — digo a ele.

— Esperei  uma vida para ouvir este sim, e agora que acabo de ouvir acho que estou sonhando.

— Eu Te amo. Só isso que eu sei.

Entramos no chuveiro,  tomamos somente o banho, depois fomos jantar. Nosso casamento foi anunciado e decidimos celebrar com algo simples, e que seria pro final do mês. Não tínhamos mais porque esperar pra oficializar nossa união. Já sofremos por tanto tempo por orgulho e agora qualquer minuto é muito.

— Durma querida, durma anjinho. — Edward dizia beijando minha pequena protuberância.

Um  mês depois.

Minhas mãos tremiam. Jacob, meu melhor, seguia ao meu lado já que meu pai não podia me acompanhar. Ele apenas olhava minha entrada triunfal lá do céu, com certeza ele estava  me vendo feliz.

A marcha nupcial começou com seus primeiros acordes. Eu caminhei em passos lentos. Minha barriga saliente já estava a mostra, o que me deixava orgulhosa e cada dia mais apaixonada pelo olhar de devoção que Edward  lançava pra ela enquanto eu ia me aproximando. A emoção  nos dominava, me senti segura quando seus braços se apossaram do meu corpo. Eu sabia que ali era o lugar que nunca deveria ter saído.

O casamento teve seu início. Os votos foram feitos, mas a parte mais linda foi quando prometemos nos amar até que a morte nos separe. Edward  prometeu me amar eternamente,   nem a morte poderia apagar um amor tão lindo, se nem o tempo foi capaz de destruir estes sentimentos.

Saímos da pequena capela rumo a nossa lua de mel. seria no meu antigo apartamento. Edward entrou comigo em seus braços. Até então e ele não tinha entrado ali ainda, mas ele se emocionou ao ver cada pequeno objeto seu do mesmo jeito que ele deixou.

— Sempre tinha a impressão que iria voltar, não tive coragem me desfazer de nada que foi seu.

— E eu voltei, voltei porque te amo e para nunca mais te dizer adeus.

O tempo passou. Minha gravidez chegou em um estado avançado, tive algumas complicações na gestação, mas nada que fugisse do controle. No fim da primavera, Agnes nasceu, linda, com os olhos azuis celestiais, cabelos castanhos escuros e a pele branca era linda. Hoje ela já está em seu terceiro aninho.

Enrolada em seu casaquinho cor de rosa, ela corria pelo gramado, e Edward e eu assistíamos nossa pequena brincando feliz no jardim da nossa casa. Nossa família era linda, por isso cada dia que se passa eu me dedico mais e mais a ela. Não posso me esquecer de agradecer Renné, minha mãe que foi a diretora daquele  contrato imaginário, que nem chegou a existir, planejou tudo para me ver feliz ao lado do homem que eu nunca deveria ter deixado partir e que eu amo.

— Nossa família é linda. — Edward  dizia isso como um mantra e isso que me deixava mais convicta que era hora de eu poder contar.

— Tenho uma coisa pra te dizer. — Falei sorrindo.

— Me diga minha pequena.

— Estou grávida.

Ele ficou sério, mas depois explodiu em uma felicidade enorme. Ele me pegou no colo e me rodopiou no ar. Agnes correu para compartilhar da nossa alegria e nós a abraçamos  em um abraço conjunto. Estamos felizes e se estamos assim, nossos filhos também estão felizes.

Estaremos juntos pra jamais dizer adeus.

Fim


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Notas finais do capítulo

obrigada pelos comentarios que recebi....