- Ei! Cabeça de cenoura! – chamou Kaien se aproximando do demônio, que já saia da escola.

- Me chame mais uma vez assim e eu te parto no meio... – respondeu o Ichigo com a cara carrancuda.

- Como se fosse capaz... – retrucou o anjo com um sorrisinho - ... mas, deixando isso de lado, queria saber se posso acompanhar você até a casa onde está morando.

- Por que?

- Aquelas garotinhas que estavam com você, talvez você não tenham conseguido sentir, mas eu consegui. Elas quando me aproximei delas outro dia consegui sentir muita pureza envolta, uma pureza que só se consegui sentir quando se está perto de um anjo, ou no céu.

- O que isso significa? – perguntou o demônio preocupado com Karin e Yuzu.

- Talvez, mesmo que seja pouco provável, eles tenham tido um contato com um anjo antes de conhecer você e esse contato perdura até agora... – finalizou Kaien.

Ichigo estava boquiaberto. Será...? De repente a imagem de Masaki Kurosaki veio-lhe a mente. Por que ele estava pensando nela? Ela era só uma humana casada e que tinha duas crianças que possivelmente estavam tendo encontro com um anjo.

- Então? – falou o anjo cortando seu debate mental – Será que dá?

- Claro... – respondeu Ichigo.

- Então vamos indo! Temos muito que discutir, como por exemplo como você seria capaz de me cortar no meio, se não consegue nem resolver aquele problema de matemática hoje na aula... – provocou o Kaien.

- Não foi por querer! Nós demônios não somos como vocês anjos! Não morremos e vamos pro céu ok?! – disse o demônio enraivecido.

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Rukia observava Kaien acompanhando Ichigo na saída da escola e indo na direção oposta de onde estavam morando.

- O que você está fazendo?

- AH! -  se sobressaltou a anjinha – Renji! A gente não chega por trás das outras pessoas desse jeito!

O anjo de cabelos de fogo disfarçou uma risada. Essa anjinha era realmente hilária.

- Então o que estava fazendo? – falou mudando de assunto.

- Nada. Vamos logo para casa... – retrucou Rukia com seu típico mau humor.

- Mas e o Kaien?

- Vai voltar mais tarde... Ele estava acompanhando uma pessoa até a casa dela.

- Pra que?

- E eu vou saber!

- O que aconteceu com você? Dormiu em cima de uma asa essa noite?

- Não me encha o saco... e só pra te lembrar hoje é você que faz o jantar.

- Droga, estava rezando pra você não se lembrar disso... Será que não dá pra gente pedir pra entregarem comida?

- Não. Eu cozinhei, o Kaien cozinhou, agora é sua vez. Depois, quem sabe a gente passa a pedir pra entregarem comida...

“Se ela é assim antes do casamento, imagina quando formos viver juntos!” pensou Renji caminhando com Rukia para casa.

- Renji, o que eu sou pra você? – perguntou Rukia, parecendo estar um pouco chateada.

O anjo de cabelos ruivos não esperava por essa pergunta. Mas pensando bem agora deveria ter a ver com o casamento que o irmão dela havia arranjado entre eles.

Ele cruzou os braços dobre a cabeça e continuou a andar.

- Você é como se fosse uma irmãzinha que nunca tive. – respondeu e ela o olhou.

“Ele também não gosta da idéia de que em alguns meses seremos casados...” pensou a anjinha.

- Rukia, crescemos juntos e eu te conheço muito bem. Sei que você não gostou da idéia de nos casarmos, mas está fazendo isso porque seu irmão mandou. – o anjo se virou para ela – Se sente desconfortável com isso, por que não fala com o seu irmão?

- Renji! Você sabe que o meu irmão é muito ocupado e que ficaria muito desapontado se eu fosse contra o casamento... Não quero que Byakuya-nii-sama se desaponte comigo, depois de tudo que ele fez por mim. – disse ela baixando a cabeça.

- Eu sei... Você o admira muito Rukia, principalmente depois que ele a levou das ruas e cuidou de você como se fosse uma irmã. Mas se você não está satisfeita com isso vo-

- Não Renji! Eu já fiz minha decisão, vou fazer o que o meu irmão me falou e me casar com você... Não vamos discutir isso de novo, ok?

- Você é quem sabe.

O resto do caminho pra a casa em que os anjos estavam morando foi percorrido em silêncio.

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Quando Ichigo chegou na casa dos Kurosaki, quem lhe abriu a porta, também lhe du uma voadora e lhe lançou encima de Kaien pra poderem cair ambos no chão.

- HÁ! EM CHEIO!! – disse Isshin Kurosaki, triunfante.

- Ora seu...! – disse o demônio de levantando com uma das mãos sobre o rosto. – Você vai pagar por isso!!

O Rapaz então correu em direção ao homem e lhe deu uma joelhada fazendo com que este voasse para dentro da casa e os dois continuaram a brigar dentro da residência.

Kaien havia se sentado no cimento e passava a mão atrás da cabeça, quando alguém se aproximou e lhe estendeu a mão.

- Espero que não tenha se machucado... – disse Masaki, olhando o anjo.

Kaien a olhou fixamente, ela era uma humana muito bonita, “A beleza de um anjo”, pensou e aceitou a mão que a mulher lhe havia oferecido.

- É um prazer conhece-lo, sou Masaki Kurosaki. Você é um amigo de Ichigo-kun? – disse ela sorrindo gentilmente.

- Obrigada e sim, pode-se dizer que sou. Meu nome é Kaien Shiba. – respondeu.

- Por que não entra Shiba-kun? – falou indicando a porta.

- Obrigado. – respondeu e entrou na casa com a governanta seguindo-o.

Dentro da casa Ichigo e Isshin brigavam furiosamente um com o outro.

As crianças assistiam a cena como se fosse algo comum, com uma vasilha de pipocas entre as duas.

O anjo de cabelos negros ficou observando a cena boquiaberto. Como elas podiam agir tão naturalmente com uma briga como aquela? Era como se... Será?

- Isso sempre acontece? – perguntou Kaien.

- Todo dia... – falou Masaki, passando pelo rapaz e indo para a cozinha. – Querido! Venha me ajudar com algumas coisas!

- Já estou indo meu amor! – disse Isshin se desviando de um chute de Ichigo e correndo para a cozinha.

- Desgraçado! – disse o demônio de cabelos alaranjados.

Kaien se aproximou dele e ficou o observando.

- Que foi? – disse o demônio incomodado.

- Nada não... – respondeu ironicamente – Vamos indo? Temos muita coisa pra conversar...

Os dois rapazes, então, foram para o segundo andar da casa e entraram no quarto que atualmente pertencia ao demônio.

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Uma rotina pode mostrar a importancia das coisas, mesmo elas sendo as mais simples...

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