Rukia não acreditava nas palavras do rapaz. Era uma brincadeira dele! Só podia ser! Uma brincadeira muito cruel!
Ichigo reparou no olhar que ela o direcionava. Percebeu que ela sentia o mesmo aperto no peito que ele sentia, que estava confusa. Ele nunca queria ter visto ela desse jeito e nem ter feito ela se sentir desse jeito, mas era inevitável.
- Rukia... – começou – Sei que é difícil de acreditar no que eu digo, mas essa... essa é a verdade.
As orbes da anjinha se arregalaram mais ainda e o aperto no peito cresceu ainda mais.
- Me perdoe... – falou ele, mais para si mesmo do que para ela, mas ela ouviu. Ele se levantou e queria ir em direção a porta, afinal, agora que ela sabia, com certeza iria tentar extermina-lo.
Quando estava para sair, a porta repentinamente se abriu com uma força tremenda.
- Rukia! – entrou um ruivo gritando o nome da anjinha.
Ela se direcionou para o visitante surpresa.
- R-Renji?! O que esta fazendo aqui?! – disse ela indo em direção ao outro anjo.
- Que bom que você está bem! Graças a Deus! – disse o ruivo – Todos lá em cima souberam sobre a sua luta com um dos filhos de Lúcifer. Ficamos todos desesperados! Principalmente o pessoal da sua divisão de guarda... Tinha que ver como eles se amontoaram para poder descer até aqui, mas no final só eu pude passar...
- Por que?
- Porque recebi ordens diretas do Supervisor Kuchiki para vir dar auxilio a você e ao Shiba-sempai...
- Do Nii-sama?!
Renji e Rukia conversavam, o ruivo não percebeu que um certo rapaz de cabelos alaranjados chegara por trás de si.
Antes que pudesse reagir levou um soco na cabeça e seu rosto foi de encontro ao chão.
- Que- - Renji não conseguiu terminar a frase pois socaram seu rosto.
- ISSO É PRAQ VOCÊ APRENDER A NÃO BATER A PORTA NA CARA DOS OUTROS!?! – disse Ichigo furioso.
- Ora seu..!? Como ousa bater em um anjo, humano?!
- Deixe de ser idiota, foi você quem começou?!
- Eu?!?
- Para ser sincera, foi mesmo você que chegou todo apressado e batei com tudo a porta na cara do Ichigo... – disse Rukia, entrando no meio dos dois, para evitar que eles matassem um ao outro.
- Rukia!? Você está contra mim? Que maldade sua estar contra seu próprio noivo! – disse Renji.
- Noivo?! – se espantou Ichigo.
- Sim, Renji é o meu noivo Ichigo. Estamos prometidos em casamento a 4 meses... – disse a anjinha – Nós dois crescemos juntos em um distrito do Rukongai.
- Rukia!?! – disse Renji surpreso – Por que esta contando esse tipo de coisa para um humano?
Foi nesse instante que ela se lembrou o que Ichigo havia lhe contado alguns momentos atrás. Ele não era humano... era um demônio.
A anjinha olhou para ele e percebeu que Ichigo sabia exatamente o que ela estava pensando.
- Acho que é melhor eu ir indo... Não quero atrapalhar o casal. – disse o rapaz indo em direção a porta – AH! Quando Kaien, acho que esse é o nome dele, acordar, fale que eu quero conversar com ele um pouco...
Com isso ele foi embora.
- Que cara estranho... – falou Renji.
- Você não imagina como... – disse Rukia um pouco magoada.
- Mas vem cá... Quem é ele e por que você falou pra ele sobre o Rukongai, se ele é só um humano?
- É difícil de explicar Renji... Mas ele sabe que nós somos anjos e até me ajudou umas vezes...
- Uhn... Sei.
- Que foi? Você ta com ciúmes?
- O QUE?! Eu com ciúmes de um humano?!? Nem em outra vida!
- Hahaha... Só você mesmo, né Renji...

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Depois que Ichigo saiu da casa onde Rukia estava morando ele decidiu ir para a casa dos Kurosaki, onde sempre era bem vindo pelos humanos que lá residiam.
Quando ele bateu a campainha, percebeu que o lugar estava muito silencioso. Porém seus receios logo se dissiparam quando Kurosaki Masaki atendeu a porta.
- AH! Ichigo-kun! Você voltou mais cedo hoje... Como foi o seu dia?
- Nada de mais... – falou o rapaz entrando na casa.
- E aquela sua amiga que você disse estar doente? Já esta melhor?
- Mais o menos... – disse com uma cara desanimada – Masaki-san?
- Sim? - respondeu a humana da cozinha.
- Por que você se casou com Isshin-san?
Masaki o olhou surpresa.
- Uhn... é porque eu o amava, e ainda continuo a ama-lo. Por que?
- Nada de mais...
Ela então percebeu que tinha alguma coisa errada com o rapaz. Ele estava muito pálido e parecia um pouco abalado também.
Ela parou de fazer o que estava fazendo na cozinha e foi para a sala, onde ele estava sentado no sofá, sentando-se ao seu lado.
- Você está se sentindo bem, Ichigo-kun?
- Ahn? – disse surpreso por não ter percebido a aproximação da humana – Sim, estou.
- Você não me parece muito bem... Venha aqui... – falou ela puxando a cabeça do garoto para seu colo.
- M-Masaki-san!?
- Relaxe e feche seus olhos.
- P-Por que?
- Apenas faça o que eu digo... Prometo que não é nada de mais.
Um pouco receoso Ichigo fez o que ela lhe pedia.
A humana por sua vez, colocou as palmas das mãos do lado da cabeça apoiada em seus joelhos.
- Nisi per eius sanguinem qui alterius sanguinem fuderit. Gratia domini iesu vobiscum. – falava a humana.
Enquanto ela repetia essas palavras, misteriosamente suas mão começaram a brilhar e Ichigo começou a sentir um imenso desconforto. Aquela energia que essa humana emanava... era muito pura.
- Amén. – com isso o ritual que a mulher estava fazendo terminou – Espero que tenha bons sonhos agora, Ichigo –kun... – disse ela, agora em uma das línguas dos humanos, que Ichigo facilmente compreenderia, porém ele não pode ouvir essas últimas palavras pois, o ritual que a humana tinha realizado tinha feito com que o demônio caísse em um sono profundo e calmo.
Ela se levantou e ajeitou cuidadosamente a cabeça do rapaz em um travesseiro, assim como seu corpo.
- Você sabia, Ichigo-kun, que eu tinha certeza desde a primeira vez em que te vi, que você não era humano? Eu sempre soube que você era um demônio. – disse enquanto acariciava a cabeça do rapaz – Nós anjos somos muitos sensitivos a energias malignas, mas desde que chegou aqui a sua tem diminuído constante mente. Ou seja você tem deixado de ser um demônio e tem começado a ser algo diferente de um humano, de um anjo e de um demônio. Você é muito especial, Ichigo-kun...
Ao dizer essas palavras, Masaki voltou a fazer seus afazeres domésticos, as vezes dando uma olhada no rapaz para ver se seu feitiço ainda funcionava.
Aquela criança tinha nascido como um demônio, mas era amada por Deus do mesmo jeito que qualquer um de seus outros filhos.

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De um prédio não muito distante da clinica dos Kurosaki, Aizen observava o que acontecia na residência da família. Ficara surpreso quando vira aquela mulher que aparentava ser humana, conjurar um feitiço de sono em latim.
- Talvez ela possa ser útil para meus planos... – falou o anjo rebelde.

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Todos temos nossos segredos, só nos resta saber o que fazer com ele...

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