Nami In Wonderland escrita por Leh Paravel


Capítulo 10
Ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Beijos para NaLuNa e todos que acompanham essa fic. Vocês me inspiram XD



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Sanji não era muito fã de hospitais, mas a ala médica de Marmoreal não era tão ruim assim, Trafalgar Law não era tão ruim assim, ele era inteligente, calmo e interessante. A maneira como ele dirigia aquele lugar como se fosse seu por direito era impressionante.

"Você é um dos líderes de Skypiea, não é? Por que fica aqui em vez de com o seu grupo?" perguntou enquanto Law tirava sua pressão. Law normalmente não conversava com seus pacientes e nem tinha muita vontade de conhecê-los, mas Sanji era menos irritante que o resto.

"Bonney-ya é uma ótima líder, não precisa de mim o tempo todo lá, além disso, eu prefiro ficar aqui" Sanji lembrou que mais cedo, Nami e Luffy vieram checar seu estado e saber se ele estava bem e, embora parecesse irritado com a princesa e o chapeleiro, Law tinha um quase sorriso no rosto ao ver o príncipe. Será que o médico gostava do chapeleiro? Achou melhor não perguntar, não era da sua conta.

"Entendo" Law mirou o loiro por alguns segundos, depois tirou o medidor de pressão e se afastou.

"Você já está bem, nenhuma das maldições deixou sequelas e os ferimentos de flechas cicatrizaram. Infelizmente você não pode sair até que sua babá venha te buscar" Sanji riu com o óbvio desgosto na voz dele "Vou mandar alguém chamá-la"

"Não precisa, uma hora ela vai vir pra cá e então eu saio" Law estranhou a atitude do loiro.

"Achei que ficar aqui o dia todo te mataria de tédio"

"Com você aqui eu não sinto tédio, Law" Quando Sanji percebeu o que disse, suas bochechas ficaram rubras como sangue, ele queria afundar a cara no chão de mármore. "Q-Quer dizer, eu..." Que droga, que droga, que droga! Do jeito que ele falou parecia que ele estava flertando com o Trafalgar!

O médico, percebendo o nervosismo do outro, achou engraçado como ele ficou sem graça por tão pouco. Ele sabia que Sanji não tinha interesse nele e que quis dizer aquilo como valor de amizade, mas aquela carinha vermelha era por demais tentadora pra deixar passar. Olhou para os lados e viu que nenhum de seus enfermeiros estava à vista.

"Bom, se é assim..." Law segurou o queixo do outro com a mão, aproximando os rostos, e o médico percebeu com prazer o loiro ficar ainda mais vermelho "Vou garantir que você não tenha um minuto de tédio" disse com a voz rouca e sedutora. Sanji sentiu seu sangue entrar em ebulição com aquela frase. Pelo o amor dos deuses, ele não era nenhum inexperiente! Então por que aquele homem o afetava tanto?

Percebendo o desconforto do outro, Law se afastou e voltou a cuidar de suas tarefas.

"Law" o moreno se virou pra ele com um olhar neutro.

"Hm?"

"Depois que eu sair hoje, você recomenda eu continuar vindo aqui? Você sabe, pra checagens periódicas?" Law sorriu o com significado implícito naquele pedido.

"Eu altamente recomendo você vir aqui para checagens periódicas, Sanji."

OOO

Na sala de chá, em uma enorme poltrona rubra perto da lareira, Hancock bebericava seu chá sem pressa, porque, pela primeira vez em muitos anos, ela não tinha qualquer preocupação. Sanji foi um Valete competente, entretanto, ainda era um escravo controlado, não havia paixão pela causa em seus olhos como nos de Doflamingo. Aquele homem era inteligente e ardiloso, seu planos possuíam um toque de refinamento que fariam inveja a um rei.

O acordo é que Doflamingo se livrará de todos os seus inimigos, em troca de ter Hancock ao seu lado como futuros rei e rainha de toda Wonderland. Hancock prometeu nunca se casar até o retorno de seu amado Arthur, no entanto, Doflamingo não precisava saber disso, ele lhe traria a vitória e depois morreria pelas mãos dela, Hancock devia isso a ele.

Um guarda anunciou que o próprio estava do outra lado da porta querendo falar com ela, Hancock deixou seu chá na mesinha e permitiu a entrada. Sem as roupas de prisioneiro, o homem loiro de quase três metros de altura parecia mais fresco e relaxado, ele usava um enorme casaco de penas de flamingo, sua única exigência no vestuário além de uns bizarros óculos de lente roxa.

Doflamingo não fez muita cerimônia e sentou na poltrona de frente pra Hancock e, por alguns segundos, não disse nada.

"Como se sente?"

"Vivo, minhas pernas não se moviam há anos"

"E como vai o seu plano? Aquele que vai garantir a sua coroa?" a nota de ceticismo não passou despercebida pelo outro.

"Achei que minha pequena demonstração em Alabasta tinha sido o suficiente" o sorriso sempre presente no rosto do outro falhou por uma fração de segundo.

"E foi, sua performance foi magnífica, mas admito que esperava mais que uma muralha feita em pedaços"

"Uma muralha feita em pedaços graças as melhorias que eu fiz de última hora no BloodySnake" ele se serviu de uma xícara de chá com nenhum açúcar.

"Melhorias? Tudo o que você fez foi dar uma pedra pra minha cobra comer" Doflamingo a encarou com os olhos franzidos e Hancock nem precisava vê-la pra perceber a indignação.

"Aquela pedra dá a capacidade de desintegrar matéria exatamente como o Lightning por um curto período de tempo." Hancock remexeu-se na cadeira com o tom dele, como se ensinasse a uma criança "O Lightning não é e nunca será ofensivamente igual ao BloodySnake, mas ele tem a vantagem de ser mais engenhoso nas mãos certas" Ele levantou e ficou na frente dela "Você diz que é a mestra do BloodySnake, mas não sabe utilizá-lo em sua total capacidade, você acha que aquela barreira de Marmoreal é invencível? Aquilo é brincadeira de criança pro BloodySnake" Hancock arregalou os olhos, aquele homem era louco.

"A barreira de Marmoreal não pode ser quebrada, eu mesma já tentei de tudo contra ela" ele agachou e ficou e a mirou olho no olho

"Isso foi antes de eu estar ao seu lado, minha rainha"

"Então me ensine tudo o que tenho que saber sobre ele, eu quero aquela barreira no chão pra eu poder ver a vida de minha querida sobrinha sumir de seus olhos enquanto eu a enforco com minhas próprias mãos" Doflamingo amava aquele brilho insano nos olhos dela, pobre garota, tão estúpida.

"Sim, o plano já está em andamento, logo todos estarão aonde precisamos deles"

"E depois?"

"Depois eu estarei provando o meu casaco de penas douradas para o nosso casamento"

Eca

OOO

Eustass Kid estava de bom humor, muito bom humor e isso era perigoso pra todos ao redor dele. Ele ficava particularmente violento e gostava de atirar facas ou qualquer coisa de metal nos outros. Toda tropa de Hazard viajava a passos largos em cavalos, ursos e patas. Eram um grande contingente.

"Será que dá pra me explicar por que você tá tão feliz, Kid?" Killer, o imediato de Kid e seu 'amigo' mais próximo.

"Marmoreal, Marmoreal, cara! Finalmente, depois de cinquenta anos"

"Achei que você não gostasse da rainha"

"E não gosto, mas a princesa é bem diferente" um brilho de entendimento cruzou os olhos mascarados de Killer.

"Espera, não me diga que você..."

"Não acha que tenho cara de rei?"

"Acho que está querendo mais do que pode ter. Esqueceu a quem ela está prometida?" a expressão confiante de Kid diminuiu.

"O Chapeleiro não é capaz de dar pra ela o que ela precisa, ele não é homem o suficiente"

"Cara, você nem conhece ela, de repente a garota é horrível"

"E daí? Pelo trono, eu casaria com o Valete."

OOO

Nami saiu de seu quarto depois de descansar mais um pouco, seu corpo estava sempre exausto ultimamente, mas Light disse que ela não precisava se preocupar, porque seu corpo estava se adaptando à energia vital do Lightning dentro dele, por isso o cansaço.

Ela estava agora na ala médica, Sanji já estava melhor e poderia ir para seu próprio quarto. Law recomendou que ele não ficasse no corredor privativo da coroa, mas em algum próximo caso algum problema surgisse e um pudesse ir ao encontro do outro rapidamente. Damas trouxeram roupas para ele também que consistiam de uma calça preta, botas de montaria, uma camisa branca e um casaco azul - discreto, mas elegante.

"Onde está o Luffy?" quis saber o ex-Valete

"Comendo, ele diz que desde que eu voltei, ele não come mais como antes"

"As dispensas reais agradecem" resmungou Law.

"Law" o loiro disse captando a atenção do outro "Obrigado por tudo o que fez por mim. Estou em débito com você" Nami surpreendeu-se ao ver um sorriso mínimo, mas genuíno nos lábios do médico sádico.

"Foi um prazer" e com essa, os dois saíram.

Os dois caminharam pelos corredores em completo silêncio, Nami vestiu sua expressão mais indiferente e sua postura mais rígida, esperou alguém pará-los para tratar com o loiro, porém ninguém ousou se aproximar.

Chegaram no quarto de Sanji e ele percebeu que era de fato bem próximo aos dormitórios reais.

"Eu já tinha decidido te colocar aqui, aquele Law acha que eu sou idiota" Sanji achou melhor não falar nada e entrou junto dela no quarto, no entanto, Nami não foi muito longe da porta.

"Não confia em ficar em um quarto sozinha com seu próprio protetor, alteza?" ele disse em tom zombeteiro.

"Não é isso, é que é muito rude na minha cultura entrar em quarto de homens sendo uma mulher solteira"

"A senhorita não entra no quarto do Chapeleiro?"

"Ele é diferente" respondeu com um leve rubor "Escute, Sanji. Tem uma coisa que eu quero pedir a você" o loiro percebeu a seriedade em sua voz e esperou. "Primeiro, quero que me ensine a lutar" o loiro arregalou os olhos em surpresa.

"Como é?"

"Você me ouviu e me entendeu muito bem, Sanji"

"Mas alteza, por que não pede ao Luffy?"

"Luffy é um ótimo lutador, mas duvido que seja um bom professor, principalmente pra mim. Nós nos distraímos muito facilmente e eu sei que ele teria medo de me machucar" Sanji pensou naquilo por um momento.

"Você quer então alguém que treine você sem vê-la como princesa"

"Exatamente"

"E o que quer que eu te ensine?"

"Quero que me ensine a lutar contra cartas e a Hancock" Sanji recuou um passo sem perceber. "Olha, Sanji, eu sei que é difícil, principalmente depois de tudo o que você passou e pra você vai parecer uma traição, mas você é o único que tem o conhecimento tático que preciso" o loiro sentou na cama por um momento, o rosto apoiado nas mãos. Nami se aproximou lentamente dele, temendo irritá-lo.

"Me perdoe, alteza, é ainda tão nova a ideia de que estou livre depois de tantos anos… A imagem dela em minha cabeça ainda é muito forte"

"Não precisa se explicar" ele levantou a cabeça e mirou a ruiva, aqueles olhos castanhos travessos e acolhedores, sua nova mestra.

"Eu farei o que me pediu, começaremos amanhã, alteza" ele deu um leve beijo em sua mão "Agora se me der licença, alteza, preciso organizar meu quarto"

"Claro, até mais, Sanji" ela disse com um sorriso no rosto.

OOO

Usopp e Chopper estavam chateados, desde que Nami chegou em Wonderland, Luffy não dava mais atenção a eles. Aliás ninguém agia da mesma forma depois que a princesa voltou, tudo e todos agora só pensavam no que a princesa preferia ou no que o reino se transformaria com ela aqui.

"Vamos chamar o Luffy pra brincar com a gente, Usopp?" Sugeriu a pequena rena com esperança no olhar.

"Ele não vai vir, Chopper" Respondeu o rato com mágoa "Ele está muito ocupado protegendo a princesa"

"Mas o Luffy nunca deixou de brincar com a gente" Chopper disse com lágrimas nos olhos "Eu sinto falta dele!"

"Ele não quer mais brincar com a gente, Chopper!" Cortou com aspereza "Ele não precisa mais de nós" completou em um sussurro.

A verdade é que Usopp se sentia abandonado por seu melhor amigo. Luffy sempre deu atenção a eles antes de Nami chegar e agora mal o viam longe dela, era sempre tudo por ela.

Se ela soubesse o quanto ele sofreu por ela.

"Eu vou lá eu mesmo chamar ele pra brincar com a gente." Chopper levantou e saiu correndo pelos corredores procurando por seu amigo.

"Espera, Chopper!"

Os dois vasculharam o enorme castelo até encontrarem Luffy junto de Nami e o Valete no jardim. Nami lia e Luffy tirava uma soneca enquanto o Valete observava ao redor, alerta.

"Luffy!" Chopper corria alegre em direção ao amigo quando percebeu o loiro e se intimidou.

"Valete" ele deu uns passos para trás e se escondeu atrás da janela da varanda.

"Chopper é você?" A voz feminina e alegre obviamente pertencia à Nami. O tom convidativo fez Chopper relaxar.

"Sim, sou eu, princesa"

"Pode me chamar de Nami, Chopper, você me ajudou a chegar aqui, não se lembra?" a ruiva tinha um sorriso no rosto. "Não se esconda, venha cá." A rena queria chegar mais perto, mas tinha medo do loiro que o mirava com pouco interesse.

"Chopper" Usopp finalmente o alcançou "Finalmente" ele disse ofegante "Vamos embora, estamos atrapalhando a princesa" o tom amargo não passou despercebido pela ruiva.

"Vocês são melhores amigos do Luffy e são seres de Wonderland" começou calma "Vocês não me atrapalham. Agora me falem, aconteceu alguma coisa?" os dois se entreolharam.

"Nós queremos saber se o Luffy pode sair e brincar com a gente" Nami arregalou ligeiramente os olhos em surpresa com o pedido.

"Luffy" ela chamou e ele pareceu acordou de seu sono. O moreno parecia confuso à princípio, mas relaxou ao ver Nami e seus amigos.

"Yo"

"Chopper e Usopp querem saber se você vai brincar com eles" Usopp sorriu com o sorriso enorme que surgiu no rosto do chapeleiro, também viu a rápida troca de olhares entre ele e o Valete, levemente acenando depois.

"Beleza, vamos lá" falou correndo na direção deles. Usopp perceberam então que teriam o chapeleiro só pra eles por um tempo e decidiram aproveitar. "E aí, vamos brincar de que?"

"De tudo!"

OOO

Nami e Sanji observaram com diversão os três irem brincar como um bando de crianças.

"Bom, fico tranquila em saber que quando tivermos filhos um dia, quem vai se cansar brincando vai ser ele" O loiro riu do comentário.

"Realmente, alteza, enquanto a senhora resolve os assuntos de estado, Luffy vai estar do lado de fora brincando com seus muitos filhos" Nami concordou com um sorriso.

"De onde eu venho, Sanji, mulheres não podem interferir em política. Nós nascemos, aprendemos a ser educadas, compreensivas e gerir uma casa" o loiro a mirou com curiosidade.

"Não é de onde você vem, alteza, mas onde você vivia. Seu lugar é aqui." a ruiva sorriu com leveza.

"Sim, é verdade. Queria ter crescido aqui."

"Sinto muito, eu fui em parte o responsável por isso" Nami virou-se para ele e viu aqueles mesmo semblante culpado.

"Sanji, eu não te culpo por nada do que aconteceu, você sabe disso, não é? Quantas vezes vou ter que te dizer"

"Ao menos mais uma vez, alteza" percebendo o tom leve, Nami relaxou.

"Tem alguma coisa que você goste de fazer quando não está sendo um soldado de coluna reta?"

"Eu gosto de cozinhar, alteza"

"Sério?"

"Sim, alteza"

"Quero que faça algo pra mim então, algo refrescante para esse dia quente" Sanji percebeu a intenção implícita por trás daquele pedido. Ela queria que ele interagisse com outros do castelo, mas não era assim tão simples.

"Infelizmente não posso deixá-la sozinha, alteza, pelo menos até o Luffy voltar."

"Sem problema, eu vou com você" respondeu levantando da cadeira e caminhando em direção à cozinha, Sanji apenas suspirou.

Não havia muitas pessoas na cozinha naquela hora, apenas Terracota-san e dois ou três ajudantes.

"Princesa Nami! Que honra ter você na nossa cozinha" a enorme mulher curvou-se brevemente e com um sorriso no rosto "O que eu posso fazer por você?"

"Na verdade eu queria a sua cozinha emprestada por alguns minutos" explicou "Tem uma pessoa que eu quero que cozinhe pra mim" Terracota a mirou com estranheza.

"Minha comida não lhe agrada, alteza?"

"Eu adoro sua comida, Terracota-san, por favor nem pense uma coisa dessas" respondeu com um sorriso amarelo "É que um amigo disse que adora cozinhar e quero experimentar a comida dele" um brilho de entendimento cruzou os olhas da cozinheira.

"Agora eu entendi, alteza. Se é assim ele é mais que bem vindo na minha cozinha"

"Ouviu, Sanji?" O sorriso de todos diminuiu quando o loiro entrou na cozinha um pouco acuado. "Terracota-san, esse é o Sanji, meu guarda pessoal"

Terracota levantou da cadeira e com uma cara fechada caminhou até o soldado que fez seu melhor em parecer relaxado. A mulher o mirou da cabeça aos pés.

"Você gosta de cozinhar, Sanji?" indagou em tom ameaçador.

"S-sim, senhora" De repente, o semblante dela mudou para o sorriso costumeiro.

"Então vamos ver o que você pode fazer"

Nami ficou um pouco preocupada no início em trazer o Sanji ali, mas vê-lo cozinhar com a Terracota com um sorriso no rosto valeu todo o esforço. E, cumprindo suas ordens, Sanji deu a ela um coquetel de frutas frescas e um doce gelado delicioso.

"Sanji isso está incrível!" e estava mesmo, Nami podia dizer com toda a certeza que nunca provou nada parecido.

"Eu também estou sem palavras, Sanji-kun. Acho que encontrei um rival" comentou Terracota enquanto provava um pouco do doce que sobrou.

"Acho que vou querer esse doce todos os dias, Sanji"

"Será um prazer, alteza" Sanji estava ligeiramente corado pelos elogios, nunca ninguém tinha provado sua comida antes.

"E você tem minha permissão pra vir cozinhar quando quiser, garoto. Você será sempre bem vindo" o loiro arregalou ligeiramente os olhos e um sorriso bobo apareceu em seu rosto. Há quanto tempo alguém não parecia feliz com a ideia de vê-lo novamente?

"Obrigado, Terracota-san"

Eles passaram o resto da tarde conversando com a chefe de cozinha e seus assistentes e, no fim do dia, Nami e Sanji sabiam que tinham feito progressos quanto à má popularidade do loiro. Eles saíram da cozinha e agora andavam pelos enormes corredores de mármore do castelo.

"Você é bom com espadas, sabe lutar corpo-a-corpo e sabe cozinhar. Tem alguma coisa que você não saiba fazer?" perguntou em tom zombeteiro e ambos riram "Hoje vou jantar no grande salão, Sanji. Quero que me escolte" O sorriso desapareceu dos lábios do outro.

"Não acho que seja apropriado, alteza"

"Quem decide o que é apropriado?"Sanji parou de andar e Nami fez o mesmo.

"Nami" Sanji nunca dizia seu nome e a palavra saia de maneira tímida de sua boca como que ainda se acostumando "Sei que não é sua culpa não saber, mas fiz muito mal a muitas pessoas que estão aqui hoje. Não tenho medo delas e você não deveria ter também, mas deve respeitá-las, porque assim elas vão te respeitar e consequentemente te seguir quando chegar a hora." Nami não precisou de tempo pra absorver aquelas palavras, porque elas já lhe eram familiares. Sanji estava preocupado, aliás sempre preocupado, com sua reputação e "popularidade" como futura rainha, ele achava que tê-lo por perto faria com que seus súditos a odiassem e Nami pensava exatamente o contrário, que ao aceitar Sanji ao seu lado ela estava disposta a ser uma rainha justa.

"Eu os respeito, mas também respeito você e admiro você" ela fez menção de tocá-lo, mas um grupo de soldados passou e ela se afastou "Você merece estar aqui, comigo e com o Luffy também e eles devem respeitar a minha decisão, entretanto, entendo o seu ponto" Sanji deu um sorriso mínimo "Você ficará fora do grande salão, porém há uma enorme varanda com enormes janelas. Fique lá e observe, chamarei se precisar de ajuda"

"Sim, princesa"

OOO

Era noite e o grande salão estava cheio de vida como sempre, Nami se aproveitou disso pra comer com calma enquanto ninguém prestava atenção nela.

"Você parece muito melhor, Nami. Conseguiu descansar?" Robin quis saber.

"Sim, Lightning disse que à partir de amanhã já vou me sentir muito melhor"

"Ótimo, porque amanhã nossos companheiros chegarão e você será a anfitriã ao meu lado" Nami parou de comer e olhou Robin. "Você já seria rainha se não fosse essa confusão, precisa conhecer seus deveres"

"Sim" ele bebeu um gole do seu copo de água "Temos algum protocolo específico pra seguir?"

"Só um, fique longe do Eustass" Robin disse em tom brincalhão, mas Nami ficou curiosa.

"Que tipo de homem ele é?"

"Ambicioso" ela respondeu sem pensar muito "Ele vai ver essa vinda como uma oportunidade pra tentar ganhar sua mão"

"E eu devo considerar?" Nami sentiu um olhar frio e viu com o canto de olho Luffy a mirando com os olhos ligeiramente vermelhos "Acho que alguém não entendeu minha brincadeira" as duas riram.

"Você não se lembra, mas Eustass e Luffy já brigaram muito por sua causa. Ele era mais alto, mais forte, mas você nunca gostou muito dele"

"Então ele acha que pode ter o que quer e quando quer?"

"Basicamente" Nami conhecia aquele tipo de homem muito bem. Não seria um problema, estava mais preocupada com o chapeleiro mal-humorado do outro lado da mesa.

Nami deixou o salão e Luffy e Sanji correram para o lado dela, mas Nami liberou Sanji de suas tarefas quando viu que Luffy queria monopolizar ela por um tempo. Ela não via mais o brilho vermelho em seus olhos, mas ele parecia incomodado e impaciente também, porque ele estava andando muito rápido. Quando chegaram na ala dos quartos reais, Luffy pareceu ficar ainda mais impaciente e, em vez de levá-la até o fim do corredor onde seu quarto estava, ele a puxou para o quarto dele que era mais perto.

Luffy mal fechou a porta quando colocou Nami contra a parede e a beijou como se não houvesse amanhã, atacando e explorando sua boca e exigindo que ela o retribuísse. O cérebro da ruiva entrou em curto por alguns instantes com a intensidade e o calor de cada centímetro do corpo do moreno colado ao seu. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, Luffy deixou sua boca e desceu até chegar no seu pescoço, enchendo-o de mordidas e chupões que fizeram Nami rolar os olhos.

"L-Luffy..." ele a calou com um beijo, não queria conversar agora, só queria sentir Nami derretendo sob seu toque o mais rápido possível. Ele a segurou pelos quadris e a levantou ligeiramente, impedindo-a de ir a qualquer lugar, Luffy ficou por um segundo preocupado de que ela não quisesse isso, mas ao sentir as pernas dela se fecharem na sua cintura, ele relaxou e seguiu provando daquela única mulher que o deixava louco.

"O Eustass não vai chegar nem perto de você se depender de mim" ele puxou ligeiramente o cabelo de Nami pra trás, expondo o pescoço macio "Nenhum de nós dois vai deixar"

O que…?

Nami sentiu Luffy ficar ainda mais intenso em suas carícias, quase desesperado e agressivo e esse não parecia ele. Droga, ele não podia ter trocado agora.

"Chapeleiro?" ela não sabia se estava certa ou não, mas se ele tinha trocado de lugar com o outro então ela precisava tomar cuidado. Luffy parou na mesma e a encarou um sorriso cínico.

"Demorou um pouco pra perceber, princesa" ele a manteve no lugar, sem intenção de deixá-la ir.

"Há quanto tempo está aqui?"

"Estive indo e vindo e quase fiquei depois do seu infeliz comentário na mesa" ele ficava irado só de lembrar "Mas só apareci de novo quando senti suas lindas pernas no meu corpo, princesa"

"Eu falei aquilo de brincadeira, não precisava ficar chateado" Nami deu um selinho nele.

"Eu acho que você gosta de me provocar" ele apertou suavemente os seios dela por cima do vestido, ganhando um gemido longo dela "Acho que devia punir você dessa vez" ele baixou a cabeça um pouco e, ainda por cima do vestido, começou a mordiscar e beijar os fartos seios da ruiva.

Nami sentiu seu corpo em chamas, o Chapeleiro chupava e apertava seus seios com vontade, e o fato de ele não estar tocando diretamente sua pele tornava sua agonia pior. Nami segurou aqueles fios negros com vontade, mas não sabia mais se era pra afastá-lo ou pressioná-lo contra ela, e quando deu por si, a única palavra que saia de sua boca era Chapeleiro.

"Oh minha princesa, se você visse como está linda agora" Nami estava uma bagunça, os lábios estavam inchados, a respiração entrecortada e o cabelo solto e desarrumado, deslumbrante e só pra ele.

Ele subiu e voltou a atacar o pescoço alvo e suas mãos subiram a saia do vestido, apertando toda pele que via no caminho.

"As roupas das mulheres são um saco" ele disse com a voz rouca perto do ouvido dela "Tantas camadas me impedindo de conseguir o que eu quero" ele mordeu o lóbulo da orelha dela e logo depois sugou a pele "Posso te ter essa noite, princesa? Ter você só pra mim?"

Foi então quer Nami pareceu acordar, alguma coisa estava muito errada ali. Os toques do Chapeleiro eram quentes e excitantes, mas faltavam algo, faltavam amor neles. Luffy mudava para o Chapeleiro sempre que tinha alguma emoção muito forte tomando conta, mas acima de tudo quando ele sentia ciúmes, ciúmes do Eustass Kid. Ele queria garantir que Nami não pertencesse a Eustass de maneira alguma e por isso queria dormir com ela.

Luffy só queria ela esta noite pra pensar que é superior e isso ela não podia deixar.

"Chapeleiro, traga o Luffy de volta pra mim" ele franziu o cenho.

"Por que acha que vou fazer isso?"

"Porque eu estou te pedindo" ele aproximou o rosto dela.

"Você abusa da sorte, sabe do que eu sou capaz de fazer com você? E pior, acha que alguém vai me impedir?" Nami engoliu em seco, ele não estava brincando.

"Eu não te deixaria fazer isso, porque você sairia mais ferido que eu" Ele se afastou "Luffy morreria se me machucasse, nós dois sabemos disso e por isso eu sei que você nunca faria nada que eu não quisesse" Ele sorriu pra ela, garota esperta "E também, porque você me ama"

"Sim, eu amo, agora pegue seu Luffy-chan de volta antes que eu te leve pra aquela cama e te faça gritar"

Nami viu o Chapeleiro ir embora e Luffy encarar ela de um jeito estranho.

"Nami"

"Luffy, você deu o controle a ele dessa vez, não foi?" ele a mirou com surpresa "Você achou que se me tivesse essa noite, não precisaria mais se preocupar com o Kid, não é?" Ela viu ele se afastar alguns passos e cerrar os punhos "Eu não sou um objeto que lhe pertence, Luffy"

"Eu sei que não é"

"Então aja como se soubesse!" Ela sentou na cama dele enquanto ajeitava o cabelo da melhor forma possível "Você mesmo me disse que não queria forçar nada, mas você age como se precisasse garantir pra mim e pra todos ao redor que eu sou sua"

"Você é minha" em seu tom não havia possessividade doentia como das outras vezes, ele falava isso porque realmente acreditava e isso desarmou Nami por alguns segundos.

"Meu coração é seu, mas minha mente e corpo são meus. Você é o único que eu seguiria, o único que eu amaria e respeitaria como meu marido, mas você deve fazer o mesmo me tendo como sua esposa"

Luffy arregalou os olhos, percebendo que realmente não tratou Nami como deveria, ela confiava nele e ele deveria confiar nela, se ela o amasse, Nami o escolheria.

"Eu..." ele começou incerto "Eu não quis te ofender, Nami" ele foi até a cama e sentou do lado dela "Eu só não gosto tanto dele e eu sei que ele vai se aproximar de você com aqueles olhos e-"

"Que olhos?" ela interrompeu e ele respirou fundo antes de responder.

"Aqueles olhos nojentos que sempre a viram como um objeto, como uma coisa para se possuir, como..." e ele abaixou a cabeça em vergonha "Como eu olhei pra você hoje" ela pegou as mãos dele e beijou cada uma.

"Você me ama, essa é a diferença. Você cometeu um erro por fraqueza e isso é normal" ele olhou pra ela de canto com um meio sorriso "Acho que eu agiria da mesma maneira se uma outra antiga pretendente sua aparecesse também" os dois riram.

"Me desculpe" pediu aproximando seu rosto do dela, querendo o calor do contato nada mais.

"Desculpado"

Eles ficaram assim alguns minutos até Luffy olhar pra baixo e ver as marcas vermelhas no pescoço dela.

"Eu fiz isso?" Ela na mesma direção, mas não conseguiu ver tudo obviamente.

"Sim, cada uma delas" ela viu ele mirar as marcas com curiosidade "O que foi?"

"Acho que estou com ciúmes de mim mesmo" Nami riu antes de sentir Luffy se aproximar e beijar cada uma das marcas recém feitas novamente.


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Notas finais do capítulo

E aí? Exagerei com nossos protagonistas? Foi estranho colocar nosso querido cozinheiro babando pelo médico mais sexy de OP? Please, falem pra mim!

Até a próxima!!



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