O Triângulo Psíquico escrita por Alicia Gayle
Notas iniciais do capítulo
Demorei mas postei ^^
Espero que vocês gostem, e é claro qualquer opinião é muito bem-vinda!
Eu estava novamente no corredor que levava à enfermaria, indo chamar Bryan, afinal eu o vi pela última vez na sala de espera. Abri a porta, a noite já adentrava o lugar, as luzes haviam sido apagadas, estava tudo vazio, entrei na sala.
- Bryan? – minha voz ecoou. – Acho que ele está no quarto. – disse a mim mesma. –
Virei para a porta, dando um passo à diante. Então uma onda, como se quebrasse a gravidade me atravessou. Identifiquei aquilo, que já havia sentindo antes, como “O chamado”. Era quase como um ima que quer conectar a outro. Fui seguindo a força até a porta de um quarto. Me peguei com o mesmo pensamento da última vez “Vou, ou não vou?” Então entrei. Tudo estava quieto. A porta fechou-se sozinha atrás de me mim.
Taylor estava deitado na maca do quarto, dormindo. Fui até ele. A falta de luz no quarto dificultou a minha vista, mas ainda sim percebi que Taylor tinha uma tatuagem. Uma meia lua desenhada e sombreada, delicadamente. Tive vontade de sentir a sua extremidade e com a ponta do dedo toquei o desenho. Taylor abriu os olhos na mesma hora que meu dedo o tocou, dei um gritinho abafado de susto.
- O que você está fazendo aqui? – disse diretamente para mim. –
- Desculpe, é que...
- Graças a você, minha mãe vai me fazer ficar aqui!
- Não é minha culpa!
- Minha é que não é. – o garoto irritante sentou-se na cama. –
- Quer saber? Eu nem devia ter vindo aqui.
- Concordo plenamente.
Virei o rosto para ele e saí ligeiramente pela porta. Eu estava chateada. Quando dei por mim, já estava no corredor. Olhei para a direita, o corredor estava mais vazio que sessão de doces no Halloween. Virei para o outro... E gritei de susto ao ver Lúcia do meu lado. Eu sei que me assusto fácil, mas aquela garota perversa bem ali perto de mim me arrepiou.
- Qual o seu problema Lúcia? – arfei. –
- Você.
- Hã?
- Você acha divertido estragar a vida dos outros, não é?
- Olha Lúcia, sinto muito, mas não estou para as suas ironias e crises, até mais.
Desviei de Lúcia, porém ela levantou o seu braço, impedindo a minha passagem.
- Sugiro que tire a sua mão. – a olhei feio. –
- Ou o quê? – levantou uma das sobrancelhas em pergunta. –
Gargalhei ironicamente, mas não tão irônica como ela. – Dá licença Lúcia.
Passei por ela. Enfurecida arrancou uma planta que repousava em um vaso por ali e impôs em minha frente. Parei. Sem mais paciência virei diretamente para Lucia.
- O que você quer? – soltei as palavras raivosas. –
- Que você vá embora, para eu pelo menos tentar melhorar as coisas.
- Infelizmente, você vai ter que me aturar.
- Ok, só me de uma razão para não matar você bem aqui e agora.
Eu queria acreditar que ela estava apenas blefando.
- Estamos em frente á enfermaria. – apontei para porta. – Não seria muito inteligente, eu poderia me recuperar.
- Engraçadinha! Eu trataria disso. Garantia que você morreu.
Comecei a ficar nervosa com o modo que ela falava. E também fiquei irritada. Como eu podia deixar que ela me atingisse com suas ameaças vazias?
- Você sabe que Bryan não te perdoaria.
- Não, mas eu o livraria desta maldição. Ele poderia viver a vida dele, sem ter que andar por ai e dar um de seu pai, só para compensar você não ter um.
- Não ouse falar assim do meu pai, sua vagabunda!!! – berrei, fazendo o meu grito ecoar pelo corredor vazio. –
Em seguida, cheia de fúria, pulei em cima de Lúcia, sem repensar o ato. Derrubei-a no chão. Com voracidade, embaracei seus dedos em meus cabelos e sai puxando como louca. Em defesa, Lúcia me virou, ficando desta vez por cima. Ataquei aquilo que era mais próximo de minhas mãos; seu pescoço.
De qualquer proximidade do corredor era possível ouvir nossos berros. Lúcia se vingou das puxadas de cabelo que dei nela, fez o mesmo. Eu poderia usar o meu poder e faze-la voar dali, mas eu queria sentir o impacto de cada tapa em minha mão, tanto como em minha pele.
Eu estava descontando a raiva descontroladamente. Já cansada de levar a pior pela imobilizada que Lúcia proporcionou, me esforcei para girar seu corpo novamente, ficando na posição anterior. A loira não deixou seus apelos insultantes de lado, tentou por último me atingir com suas afiadas palavras.
- É difícil aceitar que T O D O S te abandonaram?
- Eu não fui abandonada!!
Eu tinha raiva, raiva de mim mesma por deixar aquelas palavras adentrarem meu coração. A porta da enfermaria se abriu. Taylor saiu pela porta. Assim que nos viu enroscadas no chão, me puxou, afastando-nos uma da outra. Praticamente voei. Lutei contra a força de Taylor.
- Me larga!
- Qual o seu problema sua louca? – o garoto me pós no chão, porém permaneceu a me segurar. -
Ele não usou poder algum, apenas a força. Era bem alto e forte, pode me deter facilmente. Lúcia enfim se levantou.
- Você não faz ideia de quantos aniversários ele perdeu, de todos nós e dele próprio. As coisas que ele abriu mão, como eu. – Lúcia estava usando de sinceridade, - A felicidade que ele simplesmente esqueceu, somente por você! Você não vale a pena.
- Não é minha culpa Lúcia!!! – falei no mesmo tom. –
- Sim, é sim. Você deveria ter morrido naquele acidente, não ter sido protegida.
Então me desarmou completamente. Ela não tinha direito de dizer aquelas palavras. A vadia saiu pelo corredor. O salto ecoava. Somente depois de parar de ouvir o “toc toc” do salto, Taylor me largou. Percebi que estava chorando.
- Você está bem?
- Não. – tirei os fios rebeldes do rosto e pus atrás da orelha. – Se tem algo que me tortura é culpa.
- Pois é, incomoda para cacete.
- Desculpe tenho que ir. – estava meio perdida, disse ter que ir, mas não fazia ideia para onde. –
- Para onde?
- Eu não sei. Eu apenas... – coloquei a mão na cabeça que doía, talvez de uma pancada. -... Preciso sair daqui.
- Somos dois. – o fitei com expressão duvidosa. – Vem, vamos sair desse lugar insuportável.
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