-Por que fez aquilo? –pergunto.

   -Fiz o que? –ele se finge de desentendido.

   -Por que me livrou? Poderia ter simplesmente me entregado junto e nós dois estaríamos ferrados, mas você não fez isso por quê?

   Ele sorri e continua olhando para frente.

   -Fala. –digo.

   -O que?

   -Ah Cato da um tempo por quê? – rio.

   -Sei lá... só acho que seria errado.

   -Então da outra vez que você me ferrou de propósito era certo?

   Ele só ri.

   -Você é muito anormal sabia? –diz rindo.

   -Ah e você não é? –ele também ri.

   Isso é de uma certa forma estranha nuca imaginei que eu e Cato conseguiríamos ficar em um carro sem brigar por qualquer coisa. Mas é até divertido conversar com ele as vezes, quando ele não esta irritante, o que é o caso.

   -O que você acha que seus pais vão fazer? –pergunto.

   -Meus pais? –diz ele com sarcasmo. - Provavelmente vão falar pra eu não fazer mais isso.

   -Só?

   -Meus pais não ligam muito pra isso, eles só se irritam um pouco, acho que já se acostumaram comigo me metendo em encrenca. Vai saber.

   -Ah... –é tudo que eu digo.

   Conversamos mais um pouco antes de chegarmos a nossa casa.

   -Até amanha pequena. –ele me entrega a sua mochila. –Não achou que eu ia me esquecer, achou?

   Eu sorrio.

  -Nunca passou pela minha cabeça. –pega a mochila. –Até amanhã Cato.

  No dia seguinte o único momento que falei com Cato foi quando eu entreguei sua mochila. Ele não me pediu nada, isso foi um grande alivio.

   Já é hora do almoço, eu me sento sozinha em uma mesa no canto do refeitório. Olho para tudo que acontece a minha volta e só agora percebo como estou sozinha, todos ao menos tem alguém sentado na mesa, menos eu.

   -Oi. –diz uma garota loira se sentando na mesa.

   -Oi Madge, não é?

   -Sim, e você é a Clove.

   -Acerto.

   -Ainda estão brigadas não é? –diz ela, eu só balanço a cabeça. –Olha é obvio que tem algo de errado acontecendo com você, e é serio não precisa se abrir comigo, nós nem nos conhecemos direito, mas você e a Fox.

   -Duvido que ela se importe agora. –digo.

   -Ela fala de você o tempo todo, ela sabe que tem algo acontecendo com você, então fale com ela, talvez a Kat demore um pouco pra te perdoar, sabe como ela é teimosa, mas a Fox não, vai por mim ela vai te ajudar. –ela se levanta. –Pense nisso.

   -Valeu Madge.

   -Não foi nada. –ela sorri e vai embora.

   Ainda estou parada em frente a casa de Fox. Duvido que ela fale comigo, mas pode funcionar. Cato não tem como descobrir, e se descobrir como ele mesmo disse eu sou uma boa mentirosa vou saber como me safar. Crio um pouco mais de coragem e bato na porta. Fox abre, quando vê quem é tenta fechar a porta, mas eu coloco o pé na frente.

   -O que você quer Clove? –pergunta ela mal-humorada.

   -Eu preciso te falar algumas coisas.

   Ela olha pra mim por alguns instantes e me deixa entrar.

   -Eu não acredito que aquele idiota fez isso com você! –diz ela cheia de raiva. Ela me abraça. –Ai amiga por que não me falou isso antes.

   -Por que se ele descobrir que eu falei, ele simplesmente vai contar os segredos e eu, você, meu irmão e muitas outras pessoas vão se encrencar.

   -É isso é ruim, mas pelo menos agora eu poso te ajudar, o que ele mandou você fazer hoje?

   -Só a lição dele. –respondo.

   -Ah pode deixar comigo, eu faço. –diz ela pegando a mochila de Cato.

  Me sinto aliviada de poder ter Fox ao meu lado de novo. Nós conversamos sobre tudo o que deixamos de conversar no tempo em que estivemos brigadas.

   -Sabe que agente ainda vai ter que fingir que estamos brigadas? –digo.-Cato não pode desconfiar de nada.

   -Claro, mas você sempre pode me trazer a lição dele, é muito fácil. –diz ela com um risinho.

   -Pra você né?Mini gênio. –nós rimos.

   Mini gênio é o apelido que dei a Fox quando éramos pequenos, ela sempre foi muito esperta.

   -E a Kat? –pergunto depois de um tempo.

   -Sei lá, aquele dia que você falou do Peeta e da Glimmer ela ficou arrasada, ela é o Peeta só se voltaram a se falar a algumas semanas atrás.- explica ela.- Eles tipo de odeiam agora. Mas a Kat te ama, talvez depois que tudo isso passe...

   -Devido que passe. –digo.

   -Vai passar, ele não vai poder fazer isso pra sempre.

   -Nunca duvide dele Fox.

   -Que tal agente esquecer ele, topa dormir aqui hoje? –pergunta ela.

   -Claro.

  Nós conversamos, rimos, e tudo mai que sempre fazemos,e agora realmente percebo a falta que Fox fez.