Luke me olhava espantado, ele abria a boca, mas as palavras morriam antes de ser ditas.
- Madson... – foi a única coisa que consegui dizer.
- Luke não precisa dizer nada, eu sei o que deve estar pensando! Deve me achar uma psicopata, ou deve estar com medo de mim. Entenderei se quiser se afastar de mim – falei e fui me levantando.
- Não, não é isso! – disse ele imitando meus movimentos. – Eu disse pra você que meus pais morreram? Então, eu tive a mesma dor que você, e sim eu quis matar os estúpidos que fizeram isso, eu me afastei de todos, eu não suportei perder duas pessoas tão importantes tão cedo! Você acha que eu sou o quê? Você não é a única que sofre escondida, para ninguém saber... Eu entendo muito bem a sua dor, e jamais me afastaria de você por isso Madson, deixe de estupidez! – disse ele.
- Luke... – disse e as lágrimas começariam a cair de novo, mas ele passou os dedos a secando antes de cair.
- Madson, você tá sendo uma pessoa muito importante na minha vida, não iria te abandonar – sorriu me dando um abraço.
- Obrigado Luke... Obrigado por tudo! – falei.
****
Passei a tarde conversando com Luke, nós tínhamos muitas coisas em comum, ele me entendia, e por mais idiota que pareça eu me sentia outra pessoa do seu lado.
Luke me levou até em casa, me deixando ali por perto.
- Obrigado por hoje, você foi muito louco de ter que ouvir aquilo – ri.
- Como se eu não te falei coisas bizarras né? – riu.
- Hmm até amanhã na escola – falei com um sorriso no canto da boca.
- Até – sorriu de orelha a orelha.
Ficamos embaraçados na hora de dar o tchau, não sabíamos se dávamos um abraço ou um beijo na bochecha, então demos um aperto de mão e rimos.
- Tchau – acenou ele.
- Tchau – acenei de volta.
Entrei em casa e vi que Caio e Ariel me espionava pela janela.
- Hm parece que nossa Mad está com amiguinho novo – debochou Caio.
- Mad ele é seu namorado? Já se beijaram? – perguntou Ariel, me deixando totalmente constrangida.
Senti corando, e meu coração um pouco acelerado, sentia vergonha de falar sobre isso.
- Hã claro que não, a gente é só.. só amigos! Não tem nada a ver, eu e Luke – disse toda embaraçada com a situação.
Ariel e Caio se olharam e começaram a rir.
- Não tem graça seus idiotas! – disse subindo a escada com passos duros e pesados, super irritada.
Entrei no quarto e fechei a porta deslizando até sentar no chão.
Meu coração acelerava, podia sentir ele pulsando forte. Será que eu estava gostando de.. Ah que bobagem! Eu não sou de sentir essas idiotices.
Fui ao banheiro e entrei na ducha, esfriando os pensamentos idiotas.
Eu sei que você sente algo por ele, se não, não teria ter contado seu segredo! – dizia meu coração.
Claro que não isso é besteira! Pare de viajar Madson! Não escuta esse idiota, ele só pensa nele mesmo, depois você vai se ferrar – dizia minha mente.
Já estava de saco cheio, meu coração e mente brigava por essa razão estúpida.
- Calem a boca! Eu sei muito bem o que sinto e não preciso da opinião de vocês – gritei.
Mas percebi que estava falando comigo mesma, quando Ariel perguntou se eu tava bem do outro lado da porta do meu quarto.
Sonhando alto, pensando em idiotices... Essa velha Madson passou, eu não sou mais assim, uma criança tola que acredita em contos de fadas, príncipes encantados, era uma vez e finais felizes.
Chega de idiotice!
- Madson você morreu ai no banheiro? Mamãe vai te matar, a conta vai vir super alta! – gritou Caio.
Desliguei o chuveiro e ri, é verdade, deve ter passado de uma hora que estou no chuveiro.
Fui para o meu quarto e troquei de roupas.
Sentei na cama e comecei a ler um livro, era tão interessante que dormi.
- John! – gritei.
- Mad! – sorriu.
Corremos na areia branquinha, e o abracei.
- Você cresceu hein? – disse ele.
- Você continua o mesmo. – disse com lágrimas nos olhos caindo.
- Ei! Não chore, eu disse pra você que estarei com você pra sempre, bem aqui. – disse ele apontando para o meu peito.
- John sinto tanta sua falta – choraminguei.
- Eu também sinto, mas você tem que seguir em frente – sorriu.
- Não, eu jamais esquecerei de você! – gritei.
- Mad você tem que ficar com a nossa família, eu te entendo, mas você tem que esquecer o passado e parar de se culpar! Você tem que perdoar a si mesmo – respondeu.
- Eu não consigo – chorei.
- Sim você consegue, basta querer e acreditar. Eu acredito em você – sorriu – Não desista!
- John para onde você vai? – perguntei.
Ele estava andando para um direção na qual eu não sabia para onde ia.
- Para o paraíso, e se lembre jamais desista, seja você... Eu acredito em você Madson, te amo... Adeus! – sorriu.
- John espera, não vai! – falei – Não me deixa sozinha.
- Você sabe se cuidar, e lembre-se estarei com você na onde estiver, minha pequena – falou e sumiu.
- Não John! John volte! Nããooo – gritei.
- Nããooooo!!!!!!!!!!!! – gritei acordando.
Estava suada e chorando, meu coração estava batendo forte, parecia tão real.
- O que foi Mad? – entrou mamãe no quarto.
Caio, Ariel e papai me olhavam assustados. Eu não conseguia dizer nada, levantei e quando ia dar um passo, senti tudo balançando, então meu corpo pesava uma tonelada, e eu senti meus olhos girarem e todos gritarem meu nome, mas eu já havia desmaiado.