Capítulo XLIII

“Mini Jude e mini Nico.”

                                          POV Jude

(...)

Voltava para casa no carro de Nico. Estava assustada. Tomava os mínimos cuidados possíveis e até mesmo exagerados. Ouvia no ipod Papa Roach na tentativa de me acalmar. Nico estava em silêncio dirigindo e de vez em quanto me olhava.  Como o hospital não era longe, logo chegamos a nossa casa.

Nico estacionou o carro e eu abri a porta apressadamente o deixando lá. Precisava ficar sozinha e absorver tudo. Não podia passar por aquilo de novo. Entrei na casa indo diretamente para os fundos onde ficava a piscina. Sentei-me na espreguiçadeira e tentei relaxar.  Pousei minhas mãos sobre minha barriga sentindo uma conexão forte. Dei um sorriso enorme sem notar.

Vi uma sombra ao meu lado, senti que era Nico e direcionei meu olhar para ele. Meu marido estava sentado na espreguiçadeira ao meu lado segurando o meu violão preto com a assinatura do Nirvana (claro que foi meu vô Apolo que me deu).  Olhei para ele com um olhar do tipo “sério?” e Nico apenas começou a tocar.

I've got another confession, I fell to temptation

And there is no question, there was some connection

I've got to follow my heart no matter how far

I've gotta roll the dice, never look back, and never think twice

Woah!!! I'll never give in

Woah!!! I'll never give up

Woah!!! I'll never give in

And I just wanna be

Wanna be loved

Take the past, burn it up and let it go

Carry on, I'm stronger than you'll ever know

-Já entendi. – sussurrei e ele largou o violão.

-Anjo, não vai acontecer de novo. – ele estava em pé, na minha frente, com as mãos no meu rosto. –Eu já disse que estou aqui.

Respirei fundo.

-Ta bom. –falei por fim.

-Promete não pensar nisso?

-Prometo tentar. – disse me levando, e em seguida, o abracei.

Entramos na casa e fomos para a cozinhar preparar algo para comer. Nico que ia cozinhar já que a ninfa estava de folga e eu não sei nem fritar um ovo.  Sentei-me no banco preto e fiquei lendo uma revista qualquer enquanto ele cozinhava.  Depois de ler duas revistas eu comecei a ficar entediada. Peguei um avental e fui ajudá-lo.

-Raviolle? Sério? – perguntei.

-É uma das poucas coisas que eu sei fazer. – ele disse rindo.

Comecei a ajudá-lo e não coloquei fogo na cozinha. Coloquei a mesa enquanto Nico terminava de fazer o molho. Sentei-me na cadeira e logo ele chegou. Comemos e para a minha surpresa estava bom.  Após o almoço fomos relaxar em uma das salas de estar.

O tempo começou a mudar e eu subi para pegar um casaco. Abri meu closet e peguei a jaqueta de couro do Nico. Desci as escadas, caminhei até a sala e pulei em cima dele. Nico selou nossos lábios num beijo calmo. Fomos interrompidos pela falta de ar.

-Anjo, de quantas semanas eu estou?- perguntei curiosa.

-Duas ou três. – ele disse pensativo.

-Minha barriga já cresceu. – disse a alisando. –Eu to muito gorda?!

-Jude, menos. Você não ta gorda. Anjo, você é gostosa.

-Não acredito em você. - disse tentando me levantar, mas ele não deixou. Nico me inclinou no divã branco e roçou nossos lábios.

-Acredite. – ele me beijou.

-Anjo, um filho já ta bom. – disse o empurrando e levantei-me do sofá rindo, assim como ele.

No jantar fizemos sanduíches naturais que eu amo. Nico me levou no colo até a cama porque eu quis. Tomei banho na banheira enquanto ele tomava uma ducha. Nico terminou e saiu indo para o quarto.

Depois de uns minutos eu fiz o mesmo. De roupão eu fui procurar uma roupa. Tava meio difícil já que Nico beijava meu pescoço.  Empurrei-o de leve e me troquei colocando uma camisola azul escura.

Deitei na cama e ele me cobriu, deitando-se ao meu lado em seguida. Abracei-o de lado, colocando minha cabeça em seu tronco, enquanto, ele beijava o topo da minha cabeça e brincava com meus cabelos loiros.

-Amo vocês. – ele disse me olhando e acariciando minha barriga.

Sorri.

-Também te amamos. – disse dando um selinho nele.

Nico apagou a luz do abajur e nós dormimos naquela posição tranquilamente.

(...)

Acordei na tarde seguinte e Nico estava no banho. Enrolei na cama, peguei seu travesseiro e dormi novamente. Fui acordada logo depois por ele. Levantei sonolenta e fui ao banheiro resmungando.

Escovei os dentes, tomei banho, e saí de roupão. Nico estava sentado na cama já vestido. Usava calça jeans preta, blusa do Ozzy e chinelo. Quando me viu ele se levantou e me beijou.

-Boa tarde, Anjo.

-Boa tarde. – disse envolvendo seu pescoço com meus braços.

-O que quer fazer hoje?

-Vamos sair.

-Para onde?

-Quero ir para NY. Quero ver minha antiga casa.

-Por quê?!

-Sei lá.  – disse indo para o meu closet.

Depois do almoço nós fomos até NY. Iríamos passar a noite lá, já que Nico e eu odiamos dirigir de noite. Eu ouvi música e dormi durante a viagem enquanto ele dirigia. Estava com muito sono. Acordei num pulo quando senti Nico estacionar o carro. Ele abriu a porta para mim e nós paramos ao ver a fachada da casa. Fazia meses que eu não ia lá, mas continuava a mesma coisa.

Peguei a chave em minha bolsa e abri a porta. Todos os móveis estavam do mesmo jeito e no mesmo lugar.  Caminhei sentindo minhas pernas um pouco bambas. Nico me segurou quando eu vi a minha foto com minha mãe. Logo ao lado tinha a foto da minha mãe pequena no colo de uma senhora.

-Quem é? – ele me perguntou.

-Minha avó, Julliet.

-Ela que Apolo ...

-É. – suspirei.

Minha avó usava um colar que tinha um pingente de sol. O colar foi passado para minha mãe e agora era meu. Toquei em meu pescoço dando um sorriso fraco. Nico puxou-me para o resto da casa. Mostrei tudo a ele, inclusive, meu antigo quarto.

-Gostei daqui.

-Eu não consigo morar aqui.

-Nós poderíamos passar as férias aqui.

-Pode ser.

-Anjo, qual nome nós vamos da para nosso filho ou filha?

-Minha mãe queria que a neta tivesse o nome de Julliet, eu também gosto de Louise, mas acho que Julliet Muller Di Ângelo fica melhor.

-Gostei, mas e se for menino?

-Ethan... – sussurrei baixo, mas ele ouviu.

-Não! Não! E não! – Nico disse alto. – Nem pensar!

-Mas ...

-Não Jude! Eu escolho. –ele disse pensativo. – Cam, Harry, Kurt, Eddie...

-Eddie ou Cam.

-Feito. – ele sorriu e me beijou.

(...)

Quatro meses depois ...

O quarto dos bebês estava pronto e era perfeito. Tive ajuda de Annabeth, Clarisse e Elena para decorar. Todos nossos amigos e nossos pais já tinham enchido a casa de presentes para nossos filhos.

Houve um acontecimento épico: MEU PAI VAI SER CASAR!

Pois é, mas eu falo disso em outra ocasião.

Hoje, eu e Nico, iríamos ver o ultra-som que determinaria os sexos dos bebês. Minha barriga estava grande demais já que carregava gêmeos. Fomos até ao hospital onde Blair, que se tornou minha médica, iria me examinar. Entrei na salinha, deitei-me na maca e ela colocou o aparelho em cima da minha barriga. Blair paralisou depois de um tempo e nos apontou para a tela.

-O que foi?- Nico perguntou.

-Mini Jude e Mini Nico.

-O que? – perguntei.

-Você vai ter uma menina e um menino. Quais vão ser os nomes?

Nico e eu nos olhamos e sorrimos.

-Julliet e Eddie. –dissemos juntos.

(...)

Cinco Meses depois daquele dia ...

Estava caminhando pelo jardim com Nico. Minha barriga estava incrivelmente enorme. Usava um vestido preto e sapatilha laranja. Sentamos num banquinho e ele me beijou levemente.

-Semana que vem, vocês vão está fora de mim. – disse acariciando a minha barriga.

-Jude!- Nico resmungou.

-Anjo, eu não aguento mais essa dor nas costas e esse peso. – reclamei sentido dores. –Ta doendo.

-Aonde?

-Na barriga, caralho!

-Jude, olha para o banco e para suas pernas. – Nico disse assustado e eu olhei para baixo.

Minha bolsa tinha estourado!

Nico me puxou até ao carro, sentei-me e ele ligava para Blair. Tirei meus sapatos e prendi meu cabelo. Nico dirigiu rapidamente até ao hospital onde os enfermeiros, ela e Apolo nos aguardavam.

Colocaram-me numa maca e me levaram para a sala de parto. Nico saiu de perto de mim para colocar a roupa adequada. Apolo segurava a minha mão assim como Blair.

A filha de Apolo, assim que chegamos na sala, mandou eu me trocar super rápido no banheiro e colocar aquela roupa de hospital, e uma touca. Trocada, eles me puseram na maca e colocaram um bando de tubo em mim. Minha dor estava aumentando quanto senti a mão de Nico tocar a minha.

                                           POV Nico

Apolo e Blair trabalhavam juntos no parto normal de Jude. Minha mão estava agarrada a dela. Jude me olhava com seus olhos azuis nervosos e fazia muita força. Vi sangue sair por suas pernas. Apolo me lançou um olhar assustado.

Uma hora que Jude fazia força e a cabeça do primeiro bebê começou a sair. Já estava ficando preocupado com a quantidade de sangue que saia. Minha mão já estava vermelha de tanto que Jude fazia força. Blair retirou Eddie e foi limpá-lo.

Logo ele estava enrolado em uma manta azul e entregue a Jude. A filha de Ares estava chorando segurando o nosso filho, e eu também. Os olhos negros dele olharam para ela e ele parou de chorar.  Segurei-o no colo e ele pegou em meu dedo. Jude me olhava sorrindo. Entreguei meu filho para Blair que o levou para o berçário.

Minha esposa segurou minha mão novamente e fez mais força. Cada força que fazia, mais sangue saia. Jude estava suada e com o olhar fraco. Apolo suspirou e ela fez mais força. Logo ele disse que Julliet estava saindo. Judeth estava fraca, mas continuava fazendo força.

Apolo retirou Julliet e entregou-a para Jude. Ela olhou para a filha que tinha os mesmo olhos azuis acinzentados do que ela. Sorrimos. Os aparelhos começaram a fazer um barulho, a pulsação de Jude diminuía.

-O sangramento não para. - Apolo falou para Blair. 

Os enfermeiros me empurraram para trás. Uma outra filha de Apolo levou Julliet para o berçário.

-Batimentos fracos. –Blair falou.

Tinha vidro entre o lado de fora e a sala onde estavam Ares, Luh, Clarisse e todos nossos outros amigos, que nos olhavam apreensivos. Apolo e Blair estavam tentando conter o sangramento constante da minha esposa.

Judeth estava me olhando e antes de fechar os olhos, levei meu olhar aos seus lábios, e ela sussurrou:

-Eu amo você.

A última coisa que eu ouvi foi o Piiii do aparelho ...