Capítulo XXXV

“Eu ganho presentes bem grandes.”

Chegando lá Sr D. estava jogando com Quíron e bebendo sua diet coke.  Alguns campistas tomavam café da manhã. Estava tudo normal até que Clarisse me cutucou – odeio quando ela faz isso – e apontou para nossa carona que ria da minha cara.

-Você é a nossa carona?! – perguntei rindo. –Papai se superou. - disse e encarei o deus que estava em minha frente.

Hermes, o mensageiro dos deuses, estava na minha frente rindo. Ele até que não era feio! Jude cala a boca! Fomos andando até ele.  O deus usava

-Judeth Muller. – ele disse beijando a minha mão. – Clarisse de La Rue. – ele fez o mesmo com Clarisse.

-Oi. – dissemos juntas.

-Vamos?- ele perguntou e assentimos com a cabeça.

Hermes pegou em minha mão e na de Clarisse conduzindo-nos até ao porsche preto que estava em nossa frente. 

-Acho que vou roubar seu carro. – falei.

-Hahah! Sonhe. – ele falou.

Clarisse foi no banco de trás e eu fui na frente com o deus. Claro que nós podíamos ter nos transportado direto, mas quem perderia a chance de andar num porsche?! Eu que não. Ele só nos transportou uma hora depois.

Como era de se esperar, uma viagem com um deus super divertido só deu piada do inicio até o fim da viagem à Boston.  Clarisse quase fez xixi nas calças.  Só Hermes para fazê-la rir tanto. 

O deus dirigia seu porsche – maravilhoso e perfeito – dentro de um condomínio de luxo.  Eu me perguntava o que estávamos fazendo ali. Passamos por mansões enormes. Uma maior ou mais luxuosa do que a outra.  Hermes parou o porsche preto em frente à última enorme e linda mansão do condomínio.

-Podem descer. – ele falou.

-Mas ... – comecei a dizer.

-Vamos logo! Seu pai e eu não temos o dia todo.

Descemos do carro e andamos pelo jardim – que seria um sonho de consumo para Alice -. Depois de dois minutos chegamos em frente à porta grande de madeira clara. Clarisse abriu a porta e nós nos deparamos com um corredor enorme.

Papai estava no meio dele lendo um livro de capa preta. Quando notou nossa presença veio correndo igual ao uma criança até nós. Ele me abraçou fortemente de quase esmagar meus músculos.

Não, eu não estou sendo exagerada. Após fazer o mesmo com Clarisse, ele nos conduziu até uma das salas de estar.

Sentei-me numa poltrona branca maravilhosa e comi uns biscoitos que tinham na mesa de centro. Clarisse bebeu um suco de laranja. Já que meu pai não falava nada assim como Hermes, resolvi me pronunciar:

-Pai, de quem é essa casa?!

-De vocês. – ele falou.

Eu e Clarisse nos entreolhamos umas dez vezes. Eu olhei para o pai e Clarisse para mim. Fizemos não com a cabeça. Depois olhamos para nosso pai de novo e ele sorria. Olhei para Clarisse que olhou para mim e nós gritamos.

-Ahhhhhhh! – disse abraçando meu pai. – Obrigada! Obrigada! Muito obrigada, pai!

-AHHHHHHHH EU TENHO UMA CASA. – Clarisse disse pulando em cima da poltrona branca.

-AAAAAAAAAAAAAAH! – gritamos juntas.

Ares e Hermes ficaram rindo tanto que nós paramos de pular no sofá e tacamos almofadas neles. Os deuses se olharam sérios e vieram até nós. Eu e Clarisse saímos correndo pela escada – que parecia nunca acabar – até que nos trancamos em um dos quartos.

-Poxa, nem vou precisar te apresentar seu quarto, Jude. – ouvi a voz de Ares do outro lado da porta.

Olhei para o quarto assim como minha irmã.

Entrei em choque.

Meu quarto era maior do que o nosso chalé.

As paredes eram pretas, sendo que uma tinha um papel de parede de caveira. Em uma das paredes pretas havia sido coberta por posters de todas as minhas bandas favoritas.  Na parede preta a sua frente tinha um mural de fotos iguais a que eu tinha no meu antigo quarto. Lá tinham duas portas. Uma para o banheiro e outra para o closet.

Na parede com papel de parede de caveiras tinha uma cama de casal enorme revestida por lençóis vermelhos. Em frente a ela, na parede, tinha uma TV enorme de LCD presa na parede e prateleiras brancas com alguns objetos decorativos.

Na parede dos posters tinha uma enorme mesa branca que continha um Macbook, livros e porta-lápis. Também tinha um porta-retrato. A foto me deixou mais em choque ainda.

Eu ainda bebê, minha mãe e papai.

Eu usava um vestido vermelho.

Era tão pequena.

Peguei o porta retrato em minhas mãos e deixei uma lágrima cair sobre o rosto de minha mãe.

-Jude ... – ouvi a voz de Clarisse.

Larguei a foto em cima da mesa e a abracei.

-JUDETH MULLER E CLARISSE DE LA RUE, ABRAM ESSA PORTA. – papai gritou do outro lado.

Clarisse soltou do meu abraço e abriu a porta. Sequei as lágrimas. O deus da guerra e Hermes entraram no quarto.

-Troquem de roupa para irmos almoçar. – Ares falou.

-Você também vai? – Clarisse perguntou a Hermes.

-Sim e depois vou levá-las de volta ao acampamento.

-Ok – disse. – Pai, tem roupa nos nossos closets?

-Sim, querida. – ele falou e rimos.

Os deuses saíram do quarto e Clarisse foi para o dela. Fui até meu closet que fiquei em choque novamente. Deviam ter mil roupas. Peguei uma roupa comum e fui ao banheiro. Troquei de roupa e me maquiei. Sim, tinham maquiagens no banheiro.

-Jude. – ouvi Clarisse bater na porta do meu quarto.

Abri e vi minha irmã linda.

-Vamos. – ela pegou meu braço e me puxou.

(Look Jude e Clarisse: http://www.polyvore.com/jude_clarisse/set?id=73353035)

Almoçamos num restaurante chique lá e depois voltamos para a casa. Foi muito hilário ver Hermes levando um fora da recepcionista do restaurante.  Chegando em casa, Hermes estacionou seu porsche e Clarisse saiu do carro. Papai chegou logo atrás comigo em sua moto.

Entramos na sala de estar principal, que tinha os móveis praticamente todos pretos. Sentamos nos sofás para conversar mais um pouco. As ninfas serviram chá. Sim, bitch, eu tinha ninfas como governantas.

-Jude, temos que conversar sobre a herança da sua mãe. – Ares falou.

-Agora?

-Sim.

-Ok, fala.

-Ela deixou milhões de dólares para você. – cuspi o chá quando ele disse a palavra milhões.

-Como assim milhões?

-Sua mãe fez muito sucesso na ópera depois que você foi para o acampamento e todo dinheiro ficou para você.- ele me entregou um cartão.

-Er então agora eu sou rica?!

-Você sempre foi rica, agora está milionária. – Hermes riu e Ares lançou um olhar mortal. – Não ouse roubar nada. Ninfas vejam os bolsos dele. – Ares ordenou e elas obedeceram.

Bom, para a sorte do deus não havia nada roubado.

-Pai, para que essa mansão se nós estávamos morando muito bem no acampamento?!

-A mansão é um presente dos deuses para vocês pelo papel que desempenharam na guerra. Fiquei muito orgulhoso. – sorrimos. –E tenho uma má notícia.

-Qual?!

-Ano que vem, vocês não ficarão no acampamento.

-O QUE?!

-Sem escândalos. Já foi decidido.

-Travis, Connor, Blair, Alice, Mor e seus outros amigos também não ficarão.

-Por que?

-Vocês cresceram.  – Ares falou dando fim ao assunto.

(...)

Depois daquela conversa Ares despediu-se e Hermes nos levou para o acampamento meio-sangue.  Já era noite quando chegamos ao acampamento. O deus se despediu e foi embora. Clarisse foi para o seu chalé e eu fui para o de Nico.

Caminhei até lá num silêncio bom. Bati na porta preta do chalé e nada de ninguém atender. Usei minha chave e abri a porta. O chalé estava vazio, mas tinha um bilhete em cima da cama.

Encontre-me na praia assim que chegar.

Te amo,

Nico.

Peguei o bilhete guardando-o no bolso. Caminhei até a praia vazia. Meu olhar procurava Nico até que o vi sentado na areia fitando o mar. Andei lentamente até meu namorado.

Cheguei, sentei-me na areia e o abracei. Nico selou nossos lábios num beijo calmo. Ele vestia blusa de manga comprida preta, calça jeans e tênis all star. Separei-me de seu beijo e fitei seus olhos. Tinha algo errado.

-Como foi com seu pai?

-Ganhei uma mansão. Eu e Clarisse.

-WOW!

-Pois é.

-Que história é essa de Hermes te buscar?

-Err ele deu uma carona a mando do nosso pai.

-Hm.

-Bobo. – bati de leve em seu braço rindo.

-Anjo, fui até ao mundo inferior hoje.

-Seu pai também te disse que nós vamos ter que sair do acampamento ano que vem.

-Sim ... – o interrompi.

-Achei mó sacanagem. O que vou fazer com Joe?! E meus amigos e você???

-Me ouve. – Nico me interrompeu e eu arregalei os olhos.

-O que ta acontecendo? – perguntei.

-Eu sei da sua casa, meu pai me deu uma ao lado da sua. Eu sei que temos que sair daqui ano que vem. E tem um problema.

-Fala logo, Nico.

-Meu pai quer que eu fique no mundo inferior com ele.

-Ah você pode passar lá nas férias rapidinho.

-Jude, você não entendeu, meu pai quer que eu more lá para sempre. Ele quer que eu seja príncipe dos mortos.

-O QUE?! – perguntei com os olhos arregalados.