Na Onda do Amor

-Capítulo 13-

Por JefCookie

Esperava sentado no sofá da sala, trajando uma camisa de botões branca de pano leve, com uns três botões abertos que desnudava seu pescoço e um pouco da parte superior de seu peitoral definido. Uma bermuda jeans preta e sandálias masculinas. Estava muito bonito: os cabelos negros bagunçados charmosamente, os olhos impassíveis como sempre e que emitiam um brilho misterioso e perigosamente sedutor. Seus lábios finos e rosados estavam comprimidos numa linha reta, sem demonstrar qualquer emoção. Tudo nele estava exalando sensualidade, e não tinha como ninguém dizer que não.

Kushina havia subido para apressar a garota, que dissera que quando o mesmo chegasse, ela já estaria pronta. Uma mentira deslavada, isso sim.

Ouviu passos e se levantou rapidamente, olhando para a escada.

 – Ela já está descendo, querido – Kushina disse sorrindo.

Sasuke assentiu.

– Sente-se enquanto espera – Kushina disse gesticulando para que Sasuke se sentasse no sofá.

– Não é necessário, tia – ouviu-se a voz de Sakura e ambos olharam para a escada – Nós estamos de saída.

E então ela desceu, e tudo o que Sasuke pôde fazer foi prender a respiração ao vislumbrar o quão bela ela estava.

Trajava um vestido vermelho de alças caídas, desnudando seus ombros. Era justo na cintura e lhe modelava o quadril, caindo em retas macias até dois palmos e meio acima dos joelhos. Usava um cinto dourado que modelava seu quadril, pendendo um pouco para o lado direito. Calçava uma sandália dourada rasteira com alguns fios amarrados em seu tornozelo. Os cabelos róseos presos numa simples trança que estava pousada em seu ombro. A franja lisa naturalmente jogada para o lado com algumas finas madeixas lhe emoldurando o rosto delicado. Não usava nada além de um brilho labial e uma sombra branca leve. Definitivamente estava belíssima.

Kushina sorriu e deu pulinhos.

– Você está linda! –  Kushina disse batendo palminhas – Linda, linda, linda!

Sakura sorriu para tia e olhou para Sasuke, que até então estava quieto admirando a beleza que a garota possuía.

Tudo bem que ela sempre estava bonita, mas vestida daquele jeito... Estava bonita demais... Ah, como estava bonita!

Mas até a palavra bonita não parecia se encaixar a ela vestida daquele jeito.

– O que achou? – perguntou a Sasuke.

– Hum? – saiu de seus devaneios e fitou os olhos da garota.

Estava tão imerso em seus pensamentos em relação a ela que nem notara quando esta proferira alguma palavra para com ele.

– Como estou? – perguntou dando uma volta em torno de si.

Sasuke engoliu a saliva, procurando manter o tom de voz mais impassível e indiferente possível.

– Bonita – pigarreou, limpando a garganta – Muito bonita.

Sakura sorriu para o mesmo. Sabia que ele não estava acostumado a elogiar ninguém, pois era fechado. Então, quando ele finalmente elogiasse, aproveitaria.

Sakura olhou nos olhos de Sasuke , lhe sorrindo, e ele sustentou o olhar apenas com um sorriso de canto.

Kushina sorriu ao ver aquilo. Nunca vira Sasuke sorrir daquele modo para uma garota. Será que Sakura era especial para ter conseguido tal coisa?

Mas mal sabia Kushina, que na verdade, fora a amizade que lhes trouxeram aquilo. A amizade era a base de tudo, desde quando se conheceram até ali. Apenas amigos, e então a confiança vinha para ficar.

– Vocês vão ou não? – Kushina perguntou sorrindo enquanto cruzava os braços.

Sakura e Sasuke olharam para a mulher e sorriram.

– Estamos de saída – Sakura disse e aproximou-se da tia, dando-lhe um beijo estalado na bochecha – Não volto tarde.

– Cuide dela, Sasuke – Kushina disse ao moreno, que assentiu.

– Vamos – Sakura disse e acenando um tchau para a tia, saiu, puxando Sasuke pela mão.

Soltou a mão de Sasuke quando chegaram ao carro.

– Desculpe te obrigar a ir comigo – ela disse sorrindo sem graça.

Sasuke olhou para a garota sem entender.

– Perdão?

– Sabe, eu estou meio que te obrigando a vir comigo – ela riu constrangida – Não precisa ir se não quiser. Mas é que...

Ele soltou uma risada baixa meio rouca.

– Sakura, estou indo porque quero – ele disse pegando a chave do carro no bolso da bermuda – Ou acha que se eu não quisesse eu estaria aqui?

Sakura piscou.

– Certo... – ela o olhou e abriu um sorriso – Então devo agradecer.

– Pelo o que? – perguntou andando até o carro com a garota lhe seguindo.

– Por estar indo comigo de livre e espontânea vontade – ela disse passando os dedos em seus cabelos róseos.

– Mas convenhamos que em certa parte você meio que me obrigou – ele disse sorrindo.

Sakura lhe deu um tapa no ombro.

– Ah! Você mesmo disse que estava indo porque queria, então não tive nada haver com isso! – cruzou os braços.

Sasuke riu.

– Mas querendo você tem certa parte de culpa, sim – ele disse apertando o botão para abrir o carro automaticamente.

– Certo. Certo. – ela disse e bufou.

Sasuke abriu a porta do carona e deu espaço.

– Primeiro as damas – ele disse sorrindo brincalhão.

Sakura olhou para os lados e depois olhou para o moreno.

– Eu?

– Não, o fantasma de uma senhora ao seu lado – disse ele revirando os olhos – Entre logo.

Sakura riu.

– Esquentadinho você, hein! – entrou no carro e Sasuke fechou a porta.

Sasuke sentou no banco do motorista e deu a partida.

O silêncio era leve e gostoso. Não havia necessidade de nenhum sentir-se na obrigação de puxar conversa.

– Com quantos anos começou a surfar? – Sakura perguntou curiosa.

Sasuke olhou para a garota por um breve segundo e sorriu de canto, lembrando-se.

– Acho que com uns oito anos de idade – ele disse lembrando-se daquela época – Minha mãe havia me comprado uma prancha com um desenho de uma girafa, uma prancha só para se divertir mesmo, pois ela quebrou na terceira ou quarta vez que surfei com ela.

– Você matou a girafa! – Sakura fez feição de descrença – Coitada! Você é um assassino!

Ele riu.

– E você? – parou quando o farol ficou vermelho – Com quantos anos começou a surfar?

– Sete anos, acho eu – ela tentava lembrar-se – A primeira vez que surfei foi com a prancha do tio Minato. Era enorme e eu não conseguia me equilibrar direito. Quase me afoguei nesse dia, quem me salvou foi o Naruto.

Sakura riu, lembrando-se daquilo.

“ Respirou fundo, enchendo o pulmão de ar tentando tomar coragem para ficar de pé na prancha. Seus cabelos róseos estavam molhados e soltos, grudando em suas costas. Seus olhos esmeraldinos emitiam um brilho inocente e meigo. As mãozinhas segurando na lateral da prancha, enquanto ouvia a onda chegar mais perto a cada segundo.

– Vai, Sakura-chan! – Naruto gritou da areia – Vovê consegue!

Ela sorriu. Naruto sempre conseguia a encorajar.

E a onda veio. Fez a prancha ir para frente, de acordo com a onda.

Sakura engoliu em seco e com cuidado foi se levantando. E quando viu, estava de pé e Naruto gritava eufórico que ela havia conseguido.

– Eu consegui! – dizia com um sorriso enorme repuxado nos lábios.

Só não prestou atenção quando foi dar um pulinho de felicidade e escorregou.

Naruto entrou no mar e começou a nadar rapidamente até ela. Conseguiu pegá-la e fazê-la se agarrar a prancha e depois de um minuto, caíram na risada.”

– Bons tempos – ela disse sorrindo com uma sensação de nostalgia lhe vindo à tona.

Sasuke sorriu de canto, lembrando-se de quando era pequeno.

E assim ficaram. Lembrando-se em silêncio de quando começaram a surfar. Lembrando-se dos tombos, sorrisos e gargalhadas.

~”””~

Naruto abriu a porta em silêncio e entrou no cômodo, suspirando cansado.

Iria ter que subir em silêncio para guardar o presente dos pais sem que eles percebessem sua presença. Não poderiam nem imaginar que ele...

– Uzumaki Naruto! – ouviu a voz da mãe e logo ela apareceu em sua visão, com as mãos na cintura e batendo o pé repetidas vezes no chão – Onde é que você esteve o dia inteiro?

Naruto engoliu em seco.

– Mãe, sou crescido o suficiente para sair sozinho – ele disse engolindo em seco.

Kushina revirou os olhos.

– Sei disso e não foi sobre isso que perguntei – ela disse e respirou fundo, recompondo-se – Só quero saber onde esteve apenas isso. É que você nunca fez isso de sair sem avisar para onde ia.

Naruto sorriu, nervoso.

– E-eu fui na casa do Teme – ele disse coçando a cabeça. Era péssimo com mentiras, principalmente quando tinha que mentir para sua mãe – Eu estava lá até agora.

Kushina arqueou uma sobrancelha. Ele com toda a certeza estava escondendo alguma coisa, seu instinto materno nunca lhe enganava.

– É mesmo?

– É-é – ele disse ainda coçando a cabeça.

– Naruto, Naruto... – ela suspirou balançando a cabeça negativamente – Você é péssimo com mentiras. Você não estava na casa do Sasuke.

Naruto arregalou os olhos.

– Como você sabe? – ele perguntou mas pigarreou, limpando a garganta – Quer dizer, por que acha isso?

Kushina suspirou.

– Porque já faz um tempo que o Sasuke e a Sakura saíram – ela disse jogando o cabelo para trás – Ele estava aqui desde a tarde.

Naruto arqueou as sobrancelhas.

– O que é que ele veio fazer aqui? – perguntou curioso.

Kushina revirou os olhos.

– Naruto, o assunto agora é onde você esteve hoje desde manhã – ela disse cruzando os braços novamente – E se mentir para mim outra vez, eu vou saber.

Naruto engoliu em seco.

Deus! O que responderia? Não podia contar que esteve fora o dia inteiro escolhendo o presente surpresa para o aniversário de casamento dela e de Minato.

Teria que arranjar alguma desculpa, e rápido. Antes que sua mãe o matasse.

– Eu estava com a Hinata – disse sem pensar. Fora o melhor que conseguira pensar.

Dessa vez Kushina parecia ter sido pega de surpresa.

Naruto? Com Hinata?

Kushina arqueou as sobrancelhas e soltou o ar pela boca.

– Hinata? – ainda estava surpresa.

– É – Naruto assentiu.

Não era mentira. Ele havia estado com Hinata o dia inteiro, então não precisava sentir-se culpado quando se sentia quando mentia.

Kushina olhou para o filho e analisou-o.

– Vocês estão...? – Kushina não conseguiu terminar a frase.

Para ela era estranho ouvir o filho, que mal andava com garotas e tinha como amiga mais próxima apenas Sakura. Mas tinha de aceitar o fato de que ele não mais apenas dela. Seu filhinho estava crescendo e tornando-se um homem, e teria de conviver com ele saindo com outras garotas.

Naruto tossiu, quase se engasgando com a própria saliva.

– N-não, mãe – ele sorrindo constrangido – Ela é apenas uma amiga.

Kushina em certa parte pareceu aliviada, mas em outra havia até que gostado quando o filho disse que estava com Hinata.

Ela era um amor de garota. Bonita, inteligente, meiga e delicada. Tudo o que sonhava para o filho.

Naruto sorriu, ainda constrangido.

– Vou subir – ele disse dando um beijo estalado na bochecha da mãe – Estou cansado.

– Mas ainda são sete e meia – Kushina disse olhando o relógio de pulso.

Naruto deu de ombros.

– Que sacola é essa? – perguntou curiosa.

“Ah, merda!”, praguejou ele.

– Comprei um produto novo para passar na prancha – e subiu apressado.